Almas Presas escrita por Gregorius


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Então, tenho que dizer que darei um fim a estória em breve. aaaah :/
Tô ficando sem tempo e a qualidade da internet não colabora, e pra demorar demais para postar, prefiro não fazê-lo.
Acredito que termino no capítulo 20.



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A  mãe do Ben tinha uma torta de batatas com queijo, e estava fantástica.

Quem diria que a vida daria essa reviravolta; Katherina e eu, juntos, amigos de bruxos, participando de rituais com Aurora Krava e invadindo bibliotecas. Com toda certeza mamãe tentaria me afogar na água benta...

— Você  ainda vai comer esse pedaço? - Kath me olhava curiosa, na verdade, ela apenas me deu uma olhadela, seu desejo era a torta do meu prato.

— Toma, pode comer. - na real eu ainda queria comer, e não foi uma escolha fácil, mas não seria romântico brigar por alimento.

Assim que ela trocou de prato comigo, seu celular tocou e uma mensagem apareceu na tela.

— É do Greg! E tem uma foto.

Ficamos curiosos.

— O que é? - Ben perguntou.

Kath havia ficado com uma expressão estranha, e seus olhos começaram a brilhar, não de alegria. Então peguei o celular e vi.

— É a sua casa Kath! Tá pegando fogo!

Ben e Safira ficaram em alerta e viram a foto também.

— Sua família?!

— Eles não estavam lá - Kath ainda chorava, mas estava controlada - estão visitando uns tios no Cansas.

— Vocês sabem que foi ela, não sabem? - Safira falou com calma.

— Sobe pode estar procurando o livro - Concordamos.

Então de repente tomei consciência.

— Ela vai tentar achar minha casa... e minha mãe está... eu tenho que ir embora!

— Não Caliel, pode ser perigoso, além do mais, o que você poderia fazer? dizer: "Hey bad bitch, go out my home!"?

— Esse é com certeza o pior argumento que eu já ouvi, mas o Ben tem razão, acho que você deveria ligar pra sua mãe e falar pra ela ficar em alguma vizinha até amanhã. - Kath me olhava dando de ombros.

— Ou até conseguirmos tirar o feitiço do couro do Gregorius - Ben completou.

— Garotos, acho que podemos tentar algo, arriscado, porém deve funcionar para livrar Florenzza da vida do amigo de vocês.

— Morte? 

— Não.

— Eu quero.

— Não, não é isso. Benjamim?! - Safira olhava para o filho como se falasse: "Sabe o negócio alimento? Pois é, você nunca mais terá, se não parar com isso, seu filho de uma charlatão!" - É um ritual de contra-feitiço, é bem forte e estejam preparados, nada pode dar errado, ou podemos entrar em coma.

Nos entreolhamos. Na realidade não tínhamos outras possibilidades, então aceitamos.

Safira explicou, e consistia em algo simples; velas, sal bento, noite sem lua e pessoas sem juízo. Daria certo.

*

Katherina estava ficando na casa dos Zariff depois que a sua foi incendiada. Poderia ter ficado com Caliel, mas seria estranho explicar ao Sr. e Srª Petrova o porquê.

Gregorius quase não era mais visto, ficava maior parte do tempo com Florenzza, fazendo sabe-se lá o quê, enquanto Dona Aurora e Safira preparavam tudo para a grande festa, digo, ritual/macabro.

*

Eu estava tendo o mesmo sono de sempre: Andava por uma floresta taiga, durante o outono, o sol já estava se pondo e seus raios invadiam os troncos e iluminava com dourado a natureza.

Eu tinha roupas diferentes, como se tivesse saído de um romance do século 20, e corria atrás de Florenzza - aquele tipo de corrida  em câmera lenta dos filmes românticos - ela estava linda e sorridente, com uma coroa de flores azuis e brancas nos cabelos. Então eu a alcanço, a abraço forte pelas costas e a beijo no pescoço e ela se vira e ficamos nos beijando.

Mas dessa fez o sonho continuava diferente, de repente o sol se põe rápido e a noite faz o cenário ficar sombrio, o vento chacoalha as árvores e as pedras das ruínas do jardim secreto em que estávamos, começa a desmoronar. Minha visão fica confusa, estava enxergando cada objeto multiplicado e tremido, tudo parecia rodar, como numa TV saindo do ar. Então eu solto Florenzza, e ela fica me olhando imóvel e tive a impressão de ter visto uma abelha, ou qualquer outro inseto, sair de seu nariz, mas ela sorri de lado e seu corpo explode em milhares de insetos e pássaros pretos que me atacam com escarcéu, sinto minha pele sendo devorada e então caio.

Acordo.

Estava em meu quarto, mas tia Aurora estava ali de olhos fechados, aos pés da minha cama, de mãos dadas com uma mulher, a reconheci como a mesma que vi conversando com ela no jardim/floresta/estufa. Junto delas estavam Caliel, Katherina e o garoto loiro.

Era uma cena um pouco macabra, eles tinham velas acessas nas mãos e a luz fantasmagórica os faziam parecer velhos demais, além de tudo estavam falando alguma coisa.

— O que vocês estão fazendo? O que é isso? Caliel? - ele não me respondeu. - Kath, tia Aurora?!

Tentei levantar e vi que tinha sal no chão, na beirada da cama, misturado com uns ramos e aquilo fedia.

— Estamos te ajudando Gregorius e tente não atrapalhar - titia não abriu os olhos para falar comigo.

De repente as velas explodiram em uma chama maior e os ramos ao redor da cama, começaram a liberar uma fumaça azulada e as janelas  se sacudiam como se uma rajada de vento tentasse a abrir.

Fui lançado de costas na cama e uma força invisível me prendeu quando tentei levantar.

— Ele vai tentar resistir! Não soltem as mãos, não importa o que aconteça! - a mulher alta e branca deu a ordem, mas não era sobre mim.

Meu corpo tentava levantar em vão, me retorcia, estava agarrado aos lenções e os dentes trincados prendiam minhas palavras. Eu estava suando.

As luzes do quarto, que estavam apagadas, se acenderam e piscaram até  explodirem e caírem como chuva de cacos.

Enquanto tia Aurora e a outra mulher se mantinham firmes como pedras, pronunciando cada vez mais altas as palavras estranhas, Kath, Caliel e o garoto branquelo estavam assustados e tremiam como a mobília. 

As paredes se riscavam sozinhas de preto, e um grito agudo e suspiros junto com gemidos foi ouvido. Então tudo ficou escuro.

Acordei novamente como se tudo tivesse sido um sonho. Sentei na cama e ali estavam todos ainda de mãos dadas me olhando em silêncio. Quis dizer alguma coisa, mas o medalhão estava queimando minha pele e a fazendo formigar. O arranquei com força, o joguei no chão e no mesmo instante ele pegou fogo e se consumiu  até não sobrar mais nada. 

Mas poderia jurar que ouvi Florenzza  me gritar enquanto o cordão era devorado pelas chamas.


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Notas finais do capítulo

Então é isso.
Fiquem a vontade. Eu tinha esse capítulo pronto a dias, mas não deu pra postar antes.
XOXO .-.



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