Almas Presas escrita por Gregorius


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Send my love to your new Lover ♫
Olá, esse capítulo tá pronto a alguns dias, tá meio água de salsicha, mas é necessário para que exista certa ordem nos acontecimentos.
Boa leitura.



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               - Quem são vocês? O que fazem aqui?

Dona Aurora tinha uma expressão assustada, na verdade eu não sabia ao certo, não a conhecia, todos nessa cidade tinha certo receio de encontrá-la, mas ela apenas me parecia uma senhora inofensiva.

               - Eles estão comigo Aurora – Safira passou a nossa frente e foi entrando. – Katherina Moore, Caliel Petrova e meu filho Benjamim.

               - Oh, pequeno Bem, como cresceu, a última vez que o vi você ainda nem falava – sorriu simpática e nos olhou – entre, entre, são amigos do Gregorius, não é mesmo? Ele já me falou de vocês dois...

               - Aurora, eles já sabem, não precisa fingir ser essa senhora simpática.

               - Safira, sempre autoritária, nem parece aquela garota que eu...

               - Chega. Sabe do seu sobrinho? Provavelmente não, já que ele está enfeitiçado debaixo de seu teto e você não fez nada.

               - Do que você está falando? O cordão? Eu o mandei enterrar, e o vi tirar do pescoço...

               - Sim, quando eu trombei nele na biblioteca não estava no pescoço, mas estava com ele e senti  quando toquei no cordão que tinha algo ruim...

               - Você tocou nele Benjamim? Não me disse isso. Porque não diz as coisas pra mim...

               - Safira...

               - Pra ser mais sincera senhora – Kath falou sem querer ouvir a rixa que existia entre elas – foi a namorada dele, eu tenho certeza, foi ela que deu o cordão a Greg... ela está fazendo tudo isso, Florenzza. Sabe algo sobre isso?

               - Não – a senhora Krava estava pensativa, olhando para lugar algum, como se quisesse acessar alguma memória antiga. – que garota é essa? Não é daqui, é? Eu saberia se fosse, e como ela sabe sobre isso...

               - Porque não avisou que viu o cordão? Tinha que ter feito algo logo! – a senhora Zariff era realmente muito autoritária, na minha educação era extremamente errado alguém mais novo falar nesse tom com alguém de mais idade como dona Aurora, mas não sei como funcionam na comunidade das bruxas. Agora como Bem agüentava tudo isso era um segredo valioso.

               - Isso não é importante agora. Se a garota realmente conhece sobre essa magia, ela tem planos, mas o que é? Vocês sabem? – caminhou até nós, como se fosse capaz de ler nossas mentes, acreditei que faria mesmo, então falei antes que acessasse partes “proibidas”

               - Não a conhecemos direito, só sabemos que tem coisas estranhas em seu apartamento – disse dando de ombros.

               - Que tipo de coisas, garoto Petrova? – Safira prestava atenção em mim.

               - Potes com coisas dentro, raízes, pós, pedras, insetos... também tinham facas, livros e rabiscos pelas paredes...

               - É! E tinha um que era a mesmo desenho que Greg encontrou num livro da biblioteca, já faz algum tempo, era um ritual, ele até arrancou a folha da imagem e guardou com ele.

               - Como era essa imagem?

               - Não era muito explicativa, algo que possa ser racional, mas tinha uma moça a beira de um lago e no seu reflexo era uma imagem distorcida de uma criatura com chifres, olhos sem brilho... e também varias outras moças nuas ao redor e uma criatura passava por cada uma delas.

               Tive certeza que Aurora e Safira já viram, ou sabiam do que se tratava, mas fingiram.

               - Mãe?! – tinha na voz de Ben, uma espécie de aviso e pergunta.

               - Essa garota, a tal Florenzza, sabe sobre rituais obscuros. Essa imagem ilustra uma transfusão de alma, claro que uma substituição por uma alma demoníaca. Mas os livros que tinham esse tipo de feitiços foram extintos a muito tempo, como pode estar na Tulane?

               - Não fazemos a menor ideia, a bisa da Kath, dona Clotilde, nos disse que o livro pertenceu a seu marido Federicko, mas que achava que tinha sido queimado junto com tudo que as senhoras já sabem.

               - Deveria. Precisamos desse livro, se Florenzza não o tem, é melhor que não coloque as mãos nele, ou realmente teremos problemas. Vamos resgatar ele. – disse dando as ordens pela primeira vez a Safira.

               - Mas a biblioteca está fechada Srª Krava – Ben falou

               - Melhor ainda jovem Benjamim, melhor ainda -  e sumiu atrás de umas prateleiras – não precisa estar aberta, só precisa estar lá.

*

               - Biscoitinho? – Florenzza estava com os dedos nos meus cabelos, fazendo o tipo de bagunça que é gostosa – você está muito calado, não que eu ache isso ruim, mas seria melhor se tivesse me beijando.

Sorri para ela, e beijei, na verdade permiti que me beijasse, porque eu estava deitado em seu colo. Nós tínhamos matado todos horários hoje para ficar junto, comer porcarias, tirar fotos pelas ruas, assistirmos um filme péssimo no cinema, namorar no parque, bebemos no Illusion’s e depois ela me trouxe até seu apartamento e aqui estamos. Tá passando um programa de humor na TV, temos um brigadeiro que eu fiz, e porra! Tá muito bom.

               - O que foi? – perguntei quando vi a cara de chateada dela.

               - Levanta – levantei do seu colo – são aqueles seus amigos né?

               - É que eles não acreditam que eu esteja feliz com você, me falam coisas... que não deveria confiar em você... que é má.

               - shiu... – colocou o dedo em minha boca em sinal  de silêncio – não deve acreditar neles.

               - Eu sei, é que ainda sou amigo deles, os quero bem, preciso deles...

               - Não! Não precisa não biscoitinho, você não precisa deles, nem de ninguém, você tem a mim e isso é tudo. Nós somos tudo, sem nada entre a gente, precisa confiar e esquecer tudo... sabe o que tu deveria fazer agora? – me olhou com olhos vagabundos.

               - O quê? – perguntei já sabendo suas intenções.

               - Fazer o que quiser comigo – sorriu sexy.

Agarrei pela cintura a trazendo para mim, enquanto sentia o gosto do beijo e o seu calor. A deitei na cama, me colocando por cima, e logo suas pernas se fecharam ao meu redor e as mãos foram ágeis arrancando minha camiseta, ao mesmo tempo em que lhe beijava, fazendo um caminho rosado por sua pele branca.

Não tínhamos pressa nenhuma e eu poderia ficar nisso o resto da noite, ou até o resto da vida.

               - Eu te amo Florenzza.

*

Como já esperado, a biblioteca estava fechada. Então observamos de longe. Eu não tinha ideia do que essas senhoras estavam planejando, mas tinha câmeras ali, e seria constrangedor ser preso com duas idosas por tentativa de roubo ao patrimônio cultural.

               - Segure isso aqui garoto Petrova, e você também Ben – Dona Safira nos deu duas velas acessas. Não quis nem questionar. – e você Katherina, segure isso, quando eu mandar você assopre nas velas, com toda força desses pulmões jovens.

               - Pra que isso? – Kath observava o pó em suas mãos

               - Sem perguntas, regra número um. Aurora?

A senhora Krava pegou uma vasilha que havia trazido e molhou as mãos no líquido que tinha dentro e de repente esfregou nos olhos do Ben, que gritou já sendo abafado.

               - O quê... o que a senhora tá fazendo? O que é isso?

               - Fique quieto garoto, desse jeito você vai acordar até os mortos. Isso vai fazer vocês enxergarem no nevoeiro.

               - Que nevoeiro?

               - Vocês já irão ver.

Depois de passar o líquido que cheirava flor, em nossos olhos, também passou no seu e deu a Safira, para que passasse em si mesma. Se deram as mãos e começaram a cochichar algo que depois ficou mais alto, mas mesmo assim não era compreensível.

               - Assopre Katherina! – Safira ordenou firme.

Assim que Kath obedeceu virei o rosto de lado num instinto contra a cinza que voaria pra cima de nós. Mas quando o pó entrou em contato com as chamas das velas, a luz que provinha delas virou fumaça branca e densa, uma espécie de neblina ou cerração, que aumentou e nos engoliu.

Era quase impossível enxergar qualquer coisa, então entendi o que dona Aurora estava falando.

               - Puta que pariu!  Que tiro! Feitiço foda!

               - Benjamim Angelus Zariff! Que educação é essa?! – Dona Aurora tinha os olhos cravados nele como se estivesse encarando o próprio demônio – só porque sou uma senhora de idade, não quer dizer  que eu não tenha uma mão pesada.

               - Me desculpa... perdão, eu disse sem pensar – eu e Kath estávamos rindo baixinho, mas Ben tava vermelho, ou pelo menos parecia isso no meio de toda fumaça.

               - Vamos logo.

Agora eu conseguia entender o plano; com o nevoeiro, passaríamos despercebidos pelas câmeras até a porta da biblioteca, que ainda estava fechada, talvez eu não tenha entendido tudo ainda.  

               - Como vamos abri-la?

               - Eu trouxe a chave senhorita Moore.

               - Como?

Aurora tirou um arco de florezinhas roxas e dependurou na maçaneta.

Bem, Kath e eu nos entreolhamos, sem entender nada. Então o arranjo começou a queimar em fogo azul, e foi tão rápido que mal deu tempo de comprovar se era verdade ou não, o importante é que a porta se abriu com tudo para dentro.

Depois disso, tudo passou bem rápido, o livro estava aonde imaginávamos que estaria. O pegamos e fomos embora. O volume ficou com Safira, porque chegamos conclusão (decidiram e nos avisaram), que seria mais seguro assim. Se o que Florenzza realmente queria era isso, não conseguiria.


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Notas finais do capítulo

Só isso mesmo. Prometo colocar mais ação nos próximos.
XOXO .-.



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