Dafne foi levada pra uma cela um pouco melhor que a de antes, afinal, ela não era uma escrava qualquer e essa cela ficava próximo ao escritório de Ronan e suas dependências. Catarina já conhecia os sentimentos de Dário para com a Dafne, e se questionava: se Ronan odeia tanto os brancos, por que foi se apaixonar justamente por uma branca azeda? Ela não aceitava isso e ficou espreitando o tempo todo, pra ver do que Ronan era capaz de aprontar nessa versão de um Ronan apaixonado. Essa noite ninguém dormiria.
Na tumba de Dário, o Coronel e demais pessoas se desdobravam para encontrar uma saída, mas que levasse aonde o Dário estivesse para pegá-lo de surpresa e mandar seus homens deporem as armas e se entregarem sob a ameaça de o matar, caso não se entregasse. O confronto cara a cara com os negros de Dário em maior contingente, não seria vantajoso, pois haveria muitas mortes com certeza, e isso o Coronel Henrique não queria isso. Jon deu a ideia de procurar a planta de toda estrutura construída, pois por ela poderiam saber outros caminhos e consequentemente, saber onde era que o Ronan estava sem ter que se exporem.
Assim fizeram, entraram no escritório de laboratório e procuraram loucamente e demoradamente, por tudo que era armários, gavetas, prateleiras, dentro das muitas pastas que tinha repletas de documentos e falcatruas de Dário. E finalmente encontraram, não a planta original, mas uma cópia.Tinha muitos outros documentos junto com a cópia que comprometia o Dário. Tinham muitos recibos de alto valor em Dólares no qual Ronan vendia bebês dos branco com negros por somas altíssimas, configurando tráfico de bebês, Isso deixavam todos revoltados. Quanto bebês não foram tomados de suas mães e vendidos? Dezenas de bebês! Isso podia se ver pelas cópias dos recibos emitidos.
No alojamento dos escravos, a situação estava ficando cada vez mais incontrolável. Os escravos agitados e nervosos, perguntavam pra onde tinha ido o Coronel e seus homens, Helter e Neil falavam que eles tinham ido à procura de uma saída para pegar o Ronan e em seguida libertar todos, mas eles estavam ficando impacientes, principalmente sem saber o horário, se era noite ou dia se tudo lá em baixo era pura trevas, só havia umas pequenas luzes para marcar a direção dos corredores e salas. O grande grupo de escravos, ,além de ter pessoas dos mais diferentes países, era formado por homens, mulheres, adolescentes e crianças e algumas pessoas já maduras, que em pouco tempo seriam usadas para animar o teatro de Dário Ronan servindo de alimentos para os lobos.

Essa noite ia ser comprida, Dario estava perturbado principalmente, pela presença inesperada de Dafne. Catarina estava escondida na espreita vendo tudo que o Dário estava planejando pro dia seguinte. Dário ligou para seu piloto:
— Alô ! Samoa Lauril?
— Fala Dário! Estou na escuta!
— Você conseguiu comprar o que te pedi?
— O novo carregamento de munição?
— Sim! Está todo aqui no avião, por que?
— Porque tudo indica que vou.precisar urgente desse novo carregamento! Chegou aqui um grupo de otários lá do Brasil metidos a heróis, e tenho que dar um fim neles sem deixar vestígios!
— Você faça um voo agora de volta imediatamente que a coisa vai engrossar aqui!
— Pode esperar Ronan, antes do dia amanhecer estarei chegando ai!
— Assim espero! Boa viagem amigo!

Depois disso, seguido às escondida por Catarina que estava ligada no movimento, Dário foi a cela de Dafne conversar, abriu a porta e entrou e começou a conversa enquanto Catarina estava escutando tudo:
— Olha Dafne, eu não esperava nunca mais te rever. Mas o destino assim o quis. Quando nós te raptamos era pro meu filho, mas ele já veio aqui e já foi bora, mas esta ligado nos seus estudos que é seu objetivo. Então, eu resolvi que você será somente minha e de mais ninguém. É coisa do destino! Acredita?
— Você é muito louco! Ninguém pode querer uma pessoa a força, isso nunca dará certo!
— Se você está aqui foi o destino que quis! Você não acredita no destino, não?
— O destino quem faz é a gente, o destino é o resultado de nossas ações! Porém, nem sempre, é como a gente pensa!
—Concordo! Mas nós dois temos muito em comum. Você bem sabe!
— Eu não sei de nada! A única coisa que sei é que quero ir embora, com meus amigos!
— Seus amigos?! - deu uma risada estranha - eles vão se devorados pelos lobos! Não vai escapar um! Tem um corredor onde vai dar numa saída para a floresta é só prender seus amigos nesse corredor e abrir essa saída e todos vão se transformar em comida de lobos vorazes e esfomeados! Quem mandou se meter comigo?! Agora vão ter o que merecem! - Ronan ria igual um verdadeiro psicopata.

Toda essa conversa era ouvida por Catarina e um pouco pelos soldados feitos refém amarrados de maneira esquisita num tronco redondo com as costas encostadas no chão e com uns esparadrapos na boca.
Enquanto isso, o grupo do Coronel, abriu a planta em cima de uma banca e a estudava demoradamente por que era muito complicada, após uma hora conseguiram identificar uma saída no escritório que ia dar justamente na cozinha das dependências de Ronan. Toda a estrutura da construção era muito bem planejada. Agora era só achar essa entrada e ir pegar o Ronan. Essa entrada ficava no escritório, bem escondida atrás de um armário que tinha umas rodinhas e assim o fizeram. Empurraram o armário para um lado e entraram por essa entrada rumo a cozinha do Ronan e iam pegá-lo.

Enquanto isso Dário continuava conversando com Dafne, sobre o futuro dos dois, mas Dafne já tinha o seu amor, e pra piorar a situação de Dário, Ela já era casada com Jon, todavia, não falou para Dário, pois poderia deixá- mais maluco do que já era. Com essas pessoas que tem esse comportamento, é preciso ter muito tato pra não deixá-las irritados capaz cometer uma loucura, e ele insistia na relação dos dois:
— Pois é minha linda, nós vamos ficar juntos para sempre. Somente eu e você e seremos muito felizes aqui na ilha e tudo que tenho será seu, você será uma garota muito rica nos meus braços! O que você tem a dizer?
— Não sei! Essas coisas assim não se decide sem pensar! Preciso pensar direito! - Ela queria ganhar tempo. Para ver se algo acontecia para resolver essa situação.

Todas essas pretensões que Catarina estava escutando a deixava cheia de ódio, pois o que Ronan estava fazendo com ela era muita injustiça. De repente o telefone tocou ele saiu da cela de Dafne e foi atender lá fora e era o piloto novamente:
— Pode falar Samoa!
— Tenho péssimas notícias, Dário!
— O que foi ?
— Olha Dário...acabei de captar muito distante, uns sinais de três aeronaves na mesma rota que eu, indo em direção a ilha! Pode ser que não, mas é muita coincidência!
— Você quer que eu os enfrente? Se quiser volto e abro fogo!
— Não! Você tá louco! Você não tem condição de de enfrentá- los! É um suicídio!
— Quais são as suas ordens agora?
— Quero que você não venha pra cá! Pouse do outro lado da ilha e me espere que estou chegando!
— Está bem! Estou te aguardando! E vê se não demora!
— Estou chegando!

Dário Ronan além de tudo era muito esperto, e se perguntava: O que esses aeronaves viriam fazer aqui? Era muita coincidência e finalmente compreendeu que tudo ia terminar agora, estava muito óbvio. E a saída era dar o fora, mas antes iria aprontar um lance muito terrível. Entrou num quarto abriu o cofre, onde havia muito dinheiro. Colocou uma parte numa maleta menor e numa mochila colocou o restante que era uma enorme quantidade em dólares. Se somasse era montante pra milhões. Quando fez essa arrumação gritou para um capanga negro mais próximo de suas atividades e falou:
— Olha Claêncio, a coisa toda desse sistema vai acabar amanhã! Estão vindo três aeronaves de muito poder bélico e não teremos chance nenhuma de enfrentá- los! Ou nos entregamos ou morreremos! Tenho uma última tarefa pra você! Pelos seus serviços e fidelidade, nessa maleta tem Oitenta mil dólares! Quero que você entre pelas passagens secretas e abra as portas que darão acessos onde estão os escravos e abra também as porta que dão acesso a floresta,entendeu?
— Entendi, mas Ronan os lobos vão entrar e vão devorar os escravos facilmente!
— É isso que quero mesmo! Não estão querendo acabar com os meus negócios? Então vamos acabar, mas da minha maneira e de quebra ainda toda corja do Kevin será também devorada.
— Bom.... se você quer assim,seu pedido é uma ordem Ronan! E você irá pra onde?
— Vou ter que fugir, cometi muitos crimes.
— E eu como irei escapar?
— Você se esconde nos túneis das passagens secretas ninguém vai te achar nunca! E quando a poeira baixar você me liga que mandarei um avião te resgatar!
— Então tá! Vou resolver isso agora!
— Pra ficar melhor, coloque uma porção de carne no corredor perto de onde estão os escravos para instigar o faro dos lobos famintos! Viu? E boa sorte ! E esse dinheiro dará pra você começar a sua vida bem distante daqui, pois você foi muito leal à mim!
— E os outros nossos homens? O que vai ser deles?
— Olha o momento não permite pensar em mais ninguém! Não tem como escapar todo mundo! Tem hora que a gente só pode pensar em si e essa é a hora!
— E a Catarina? Tenho muita pena dela! O que vai ser dela?
— Catarina que se dane! Na minha vida nunca vida nunca houve lugar pra ela! Ela que se iludiu comigo! E agora vá logo homem! E boa sorte!
— Está bem Ronan, boa sorte também!

O homem pegou a maleta com o dinheiro e foi fazer o que Dário pediu. Porém Catarina do lado de uma janela havia escutado tudo o que Dário havia falado sobre ela, e seus olhos encheram-se de lágrimas e não conteve o choro. E se perguntava: como ela poderia amar um pessoa tão maléfica como o Dário mais que suas forças? Como poderia amá-lo mais que a si mesma? Essas perguntas a devoravam por dentro! Mas não vai ficar assim! Se ele pensa que vai me abandonar por aquela branca azeda, e vão fugir com todo esse dinheiro e me deixar aqui para ser julgada e presa? Ele está muito enganado! Eles não perdem por esperar!

Esses eram os pensamentos e intensões de Catarina.
E Dário por sua vez, pegou a mochila com a imensa soma de dinheiro colocou nas costas e ia fugir, pois o piloto com certeza ia esperá-lo na praia da floresta dos lobos. Mas ainda tinha que fazer algo. Pegou uma pistola e umas algemas e foi a cela de Dafne. Ele resolveu dar um fim em tudo. E chegando lá apontava a arma para Dafne e dizia que não tinha mais tempo. Dafne ficou com muito medo e se afastou tentando fugir:
— Não adianta fugir! Você é minha para sempre! Venha aqui senão eu atiro!
Ronan se aproximou de Dafne que não estava compreendo nada e colocou uma parte da algema no pulso de Dafne e a outra nele e disse:
— Dessa jeito você não fugirá mais de mim, meu amor!

Catarina estava de olho nesse plano de Ronan, mas tinha os seus planos também.Ela não ia perder seu amor pra uma branquela que não o queria por ele ser um negro e além disso um doente. Se Dário amava loucamente a Dafne a ponto de cometer loucuras, Catarina o amava muito mais. Era um amor pra lá de doentio.

O grupo do Coronel estava a procura da cozinha do Dário, e já tinha alguns minutos. Eles caminhavam e de vez em quando dava uma olhada na planta pra ver se estavam indo da direção correta. Claêncio estava vindo rastejando pelos respiradouros da estrutura com uma boa quantidade de carne e a maleta e começou ouvir passos e muitas conversas e se ocultou atrás de uma tela que parecia a frente de um ar condicionado e olhava silencioso e sorrateiro pelas frestas até que surgiu o grupo do Coronel, andando e comentando, ele pensou em abrir fogo, mas era muito arriscado de dar errado e depois que o grupo passou ele desceu e continuou com seu plano.

O Coronel com sua turma continuava no encalço do Ronan. Subiram numa escada e seguiram em silêncio e sorrateiros. Nesse momento o celular de Kevin tocou e ele parou para atender. Pensou que era Dafne, mas não, era o piloto:
— Alô Kevin?!
— Sim pode falar Dafne!
— Não sou a Dafne! Ronan pegou a Dafne! Passei a noite toda tentando ligar pra avisar, mas não tinha sinal! Agora que apareceu! Entendeu?
— Sim! Não saiam do avião, não! E ficam de sobre aviso que estamos no encalço do Dário! Assim que pegarmos ele, libertaremos os escravos e pronto, podemos libertar nossos amigos!
— Pessoal!- Kevin dirigindo-se ao grupo- Eu sinto muito, mas o Dario pegou a Dafne!
— Desgraçado! Temos que pegar esse bandido de qualquer jeito!
— Nós vamos pegá- lo, Jon é questão de tempo!
— Tomara Coronel!

Com muita dificuldade, Dário arrastava Dafne algemada a ele e pegava uma moto pra sair por mais uma passagem secreta para fugir e ir ao encontro do avião. Contudo, Catarina estava a postos. O plano dela era matar Dafne quando estivessem chegando próximo ao avião. Catarina estava armada.
O Coronel e seu grupo agora tinham que ser mais rápidos. E finalmente chegaram a um alçapão no teto de uma sala com uma escada. Subiram a escada e abriram o alçapão e foram subindo, um a um estavam na cozinha do Dário procuraram e nada de Ronan. Neste momento ouviram alguém batendo e murmurando. Quando abriram a porta do cômodo, encontraram os quatro soldados amarrados e amordaçados.

Quando estavam sendo libertados falaram que o Ronan estava fugindo levando Dafne. Jon ficou revoltado demais e começaram a olhar pelas frestas das portas para ver como estavam os homens de Dário Ronan lá fora.

Os primeiros raios de sol já começavam a despontar no céu africano e junto com eles um barulho ensurdecedor de Helicópteros. Os homens de Ronan ficaram loucos correndo de um lado pro outro e atirando no Helicóptero que revidou com uma rajada de metralhadora potente de sobre aviso e um Coronel americano através de megafone gritava:
— Esse foi só um aviso! Deponham as armas e deitem ao chão senão vamos bombardear tudo!
Alguns negros tentavam fugir, mas desistiram e se entregaram depuseram as armas e deitaram no chão. Enquanto estavam sob a mira desse Helicóptero americano, os outros Helicópteros pousaram e os soldados desceram e vieram recolher as armas.

Quando estavam todos dominados o Coronel e seus homens apareceram e deram as boas vindas e deixaram os demais homens a par dos acontecimentos, quando o Coronel Henrique falou:
— Anderson, Aleph, Álex e demais vão tentando libertar o escravos! Vão para igreja providenciar a libertação deles! Jon e `Kevin venham comigo!
Nesse momento um soldado chamou o Coronel:
— Coronel tem uma coisa que o senhor precisa saber!
— O que é soldado?
— Antes de Dário fugir escutamos ele passar uma soma em dólares para um de seus capangas fazer uma última atividade, em seguida escutei eles falarem em lobos! E também tem um avião a espera dele para a fuga!
— Boa soldado! Eu sei o que ele pretende! Está na cara! Certamente ele mandou o capanga abrir as portas que dão acesso a floresta para os lobos entrarem pra devorar todos nós! Temos que ser rápidos! Sargento Anderson e Cabo Aleph peguem os restantes e vão pra igreja retirar o púlpito imediatamente, e liberar o povo que eu, Kevin e Jon vamos pegar o avião e vamos atras de Dário Ronan antes que ele pegue o outro avião! Movam-se!

E assim foi feito. O coronel, Kevin , Jon e mais uns quatros soldados, foram para a aeronave e pediram a cobertura de outro Helicóptero de guerra, para complementar essa missão porém.no momento de decolar o Coronel Henrique teve mais uma ideia, chamou Kevin e o levou para outro Helicóptero e ficaram três helicópteros. Segundo as instruções do Coronel Henrique, uma aeronave iria interceptar o avião da fuga de Ronan nesse iria o Kevin, o outro iria ficar dando cobertura na porta onde os lobos poderiam entrar para devorar os escravos, caso aparecessem para entrar, seriam abatidos a tiros antes de sua entrada. E o outro seria o do Coronel que iria capturar Dário Ronan. Enfim, era uma operação de guerra muito complexa.