Pov. Angélique:

Finalmente havia chegado o inverno na cidade deixando-a branca e iluminada com as festividades. O restaurante estava uma loucura, pois estávamos preparando os doces para o aniversário de quatro anos de Connie que seria amanhã, tal evento estava deixando Conrad uma pilha de nervos, as vezes ele acordava de madrugada achando que havia esquecido de algo e ligava para Hayley para saber, já que minha prima tinha uma casa de festas infantis famosíssimas em NY.

Já havia presenciado inúmeras brigas dos dois, das quais Hayley sempre ganhava, pois Conrad sempre dizia que não ia discutir com uma mulher gravida de três meses.

—Ang, a última caixa de doces acabou de ser colocada no carro para ser levada ao salão de festas.- Gabriel disse enquanto terminava de fazer uma cobertura em um cupacke.

—Ótimo Gabriel, embale esses últimos aqui e pode ir para casa.- disse e ele concordou antes de começar a embalar os doces.

Assim que tirei meu avental e minha touca pode sentir o cansaço me dominar, afinal havia passado o dia todo com a minha equipe fazendo exclusivamente todos os doces e salgados que seriam servidos na festa, e para isso decide fechar o restaurante para tal tarefa.

Tudo que queria nesse momento era tomar um bom banho e cair na cama.

—Você parece exausta.- Conrad disse assim que veio me buscar no restaurante por volta das duas da manhã.

—E estou. Tudo que desejo é tomar um banho e desmaiar na minha cama.- disse e ele sorriu antes de se inclinar para me beijar.

—Como se eu fosse deixar você em casa.- ele disse malicioso e começou a beijar meu pescoço o que me deixava corada.

—Para com isso.- disse sem jeito enquanto via meus funcionários rindo.

—Amor, você está com cheiro de amora. Você sabe o quanto eu adoro amora.

—Sei, e o que essa sua mente loira do mal está tramando? - questionei e ele sorriu malicioso antes de se aproximar do meu ouvido.

—Se lhe contar todas as ideias que passa, em minha mente agora em relação a você com cheiro de amora serei preso.- ele confidenciou sedutor e estremeci de leve.

—Então, acho melhor irmos para casa.- ofereci e ele sorriu assim que mencionei a palavra casa, se referindo a sua.

—Vamos.- ele disse antes de me dá um beijo e abrir a porta do carro para mim.

Pov. Conrad:

Assim que acordei fui tomar um banho antes de acordar minha filha.

Não conseguia acreditar que aquela garotinha tão pequena e loirinha estava fazendo quatro anos hoje. Me deitei com todo cuidado ao lado de Connie antes de acariciar seu rosto adormecido.

Sempre pensava se Lucille estaria achando que eu era um bom pai, se ela achava que eu deveria continuar no mesmo caminho ou corrigir algo. Mas esperava que tudo que estava fazendo para Connie estivesse certo, pois não suportaria ouvi-la dizer quando estivesse maior que eu havia feito tudo errado. Acho que tais palavras me mataram por dentro.

—Papai.- Connie disse sonolenta e voltei minha atenção a ela.- Tá tudo bem?

—Tá amor. Bom dia meu bebê.- disse dando um beijo em sua testa.

—Bom dia papai.- ela disse envolvendo meu pescoço com seus bracinhos antes de beijar minha bochecha.

—Papai, hoje é um dia muito importante sabia? - ela questionou animada assim que me sentei ao seu lado na cama e sorri me fazendo de desentendido.

—Claro que sei. Hoje é sábado, não tem escola ou trabalho.

—Não papai, é outra coisa muito mais importante. Pensa só mais um pouquinho.- Connie pediu aflita e sorri amoroso.

—Como se eu fosse esquecer o aniversário da minha cupacke.- disse antes de enchê-la de beijos e parabeniza-la por seu aniversário.

—Gostou do presente amor? - questionei assim que coloquei o medalhão em seu pescoço.

—É lindo papai.- ela disse tocando a joia e sorri.

—Agora veja o que tem dentro.- disse antes de ensiná-la a como abrir o medalhão.

Dentro do medalhão havia uma foto de Lucy e Tyler e outra minha.

—Gostou amor?

—Por que o senhor fez isso? - ela questionou confusa e fiquei temeroso dela não ter gostado da surpresa.

—Achei que você iria querer se lembrar dos seus pais também, por que sei o quanto você me ama, mas sei também o quanto sente falta deles. Por isso achei que seria uma boa ideia colocar a foto dos dois na joia também.

—O senhor é o melhor pai de todo o mundo, e adorei o presente.- ela disse emocionada antes de me abraçar com força.

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A festa de Connie estava linda, ela mesma escolheu o tema “jardim encantado” e opinou sobre tudo o que me fez perceber o quanto minha pequena tinha o meu temperamento.

Enquanto recepcionava os convidados ao lado da minha filha percebi que ainda não tinha visto Ang em lugar algum na festa desde que ela havia saído da minha casa.

—Vó, pode ficar um pouco com a Connie enquanto procuro a Ang.- pedia a ela antes de avisar a minha filha que iria deixa-la com a bisavó.

Procurei Angélique pelo salão de festas inteiro e nem sinal dela, então fui perguntar a Hayley que falava por um rádio portátil tentando resolver algum problema de última hora do evento.

—Um minuto Conrad.- ela pediu assim que me aproximei dela.- Fabricia disse que a piscina de bolinhas está com problemas Heitor, mande a manutenção agora. Certo. Espero que esse seja o primeiro e último problema da noite. Ótimo, adeus. Agora você, Conrad.

—Certo, você viu a Ang?

—Ela está na cozinha coordenando tudo, por que segundo ela seria coisa demais para uma mulher gravida dá conta.- ela disse e sorri suave.

—É a cara da sua prima ficar enfada na cozinha em uma festa. E acho melhor você se sentar um pouco.

—Nada disso. Prometi a Connie que tudo seria perfeito.

—E está sendo Hayley, obrigado por tudo que está fazendo.- disse agradecido e ela sorriu.

—De nada, agora sim vou me sentar.- ela disse antes de ir até a mesa em que seus pais e o marido estavam.

Assim que cheguei a cozinha vi minha namorada dando orientações para os garçons de quais mesas estavam faltando serem servidas.

—Você é uma mulher difícil de se achar Angélique Masen.- disse assim que me aproximei dela que levou um susto em me ver ali.

—O que faz aqui? Deveria estar lá dentro dando atenção aos convidados.- ela disse preocupada e revirei os olhos.

—Eu digo o mesmo.

—Hayley precisava de ajuda na cozinha e me ofereci.

—Tenho certeza que Gabriel pode tomar conta da cozinha enquanto você fica ao meu lado.

—Não sei.- ela disse incerta e chame Gabriel até nós.

—Gabriel, você pode tomar conta de tudo aqui?

—Claro Conrad, já disse isso a Angélique, mas ela não me ouviu. – ele disse e Ang olhou feio para Gabriel antes de tirar o avental e a touca.

—Puxa.- sussurrei sem fala assim que vi o quanto ela estava linda com os cabelos cacheados e usando um vestido branco.

—O que foi? - ela questionou sem jeito e sorri admirado.

—Você está linda, e não merece passar a noite toda escondida na cozinha.- disse e ofereci meu braço a ela que aceitou antes de sairmos dali.

Assim que aparecemos no salão Connie veio até nós dizendo que estava na hora dos parabéns, Ang tentou não ir conosco, mas minha filha insistiu para que ela estivesse ao seu lado naquele momento.

E naquele momento tendo as duas ao meu lado percebi que estávamos construindo uma família maravilhosa.

Pov. Angélique:

—Boa tarde Georgia.- cumprimentei a secretaria de Conrad assim que passei por ela.- Conrad ainda está em reunião?

—Ela acabou há alguns minutos atrás, vou anunciá-la.- ela disse prestativa enquanto pegava o telefone e agradeci antes de entrar na sala de reuniões.

O consultório de Conrad havia pegado um caso grande que estava com bastante visibilidade na mídia, lhe deixando sem tempo para nada.

—Surpresa.- disse assim que entrei na sala e ele sorriu amoroso para mim.

—Oi minha loira, que surpresa boa.- ele disse suave antes de me cumprimentar com um beijo.

—Já que você não está tendo tempo para nada trouxe o seu almoço.- disse lhe entregado a sacola do meu restaurante e ele sorriu agradecido.

—Obrigado amor, não tive tempo de pensar em comer.

—Então, bom apetite, fiz tudo o que você gosta.- disse incentivando-o a comer.

—Hum, o cheiro está divino.- Conrad disse faminto antes de começar a comer.

Conrad havia me ligado dizendo que tinha algo para me contar sobre meu pai, por isso havia largado o restaurante na mão do meu maitre e vindo para seu consultório.

Minha tia havia pensado muito, mas minha mãe nunca havia lhe contado sobre seus namorados, tudo que ela pode me ajudar foi me entregando o anuário da minha mãe e indicando quem era as amigas dela. Durante quatro meses Conrad foi atrás de cada uma delas para saber sobre meu pai e depois de tanto tempo ele finalmente havia descoberto algo.

—Tudo o que descobri sobre seu pai está aqui nessa pasta.- ele disse me entregando a mesma assim que terminou de almoçar.

—Obrigada.- sussurrei agradecida antes de segurar a pasta em minhas mãos.

— Você sabe que não precisa disso para saber quem é, não sabe? - ele questionou suave enquanto me olhava.

—Sei disso, mas é um pedaço da minha história, e acho que mereço saber.- disse e ele concordou.

Respirei fundo algumas vezes tentando me acalmar antes de abrir o arquivo que mudaria a minha vida para sempre.