Era o quinto ou sexto dia mais frio de toda a minha vida, motivo suficiente para eu ficar por de baixo das cobertas lendo um bom livro, mas em vez disso, estava fora de casa com uma lanterna acesa procurando um monstro. Isso é loucura, porém eu tinha certeza de que algo estava errado naquela casa para onde se mudamos. Estava nevando muito e era quase impossível parar de bater os dentes um nos outros. Eu havia escutado um barulho vindo das árvores e uma delas era bem grande e conseguia alcançar a janela do meu quarto no segundo andar. Eu tinha quase certeza que era essa à passagem do monstro para o meu quarto no meio da noite.

Aproximei-me ao máximo quando de repente um gato pula em cima de mim e, é claro, eu me assustei e saí gritando feito uma garotinha. Não estaria tão assustado se o gato não fosse preto de olhos amarelos brilhantes. Minha teoria era de que aquilo era um gatolomem ou catmem, como vocês acharem melhor. Havia neve por partes do meu corpo que eu nem sabia que podiam entrar, no entanto estava na hora da operação monstro findar. Já era tarde e tinha que ir pra cama, ainda assim não podia dormir sabendo que um monstro estava me aterrorizando e, de uma coisa eu tinha certeza, eu tinha que parar de assistir Supernatural, porque eu já estava ficando paranóico.

No dia seguinte, tive a boa e má notícia de que as aulas foram canceladas por três dias devido a grande tempestade de neve. A boa era obviamente que não iria para escola e a má era porque minha mãe iria me mandar arrumar meu quarto, dito e feito, lá vai eu arrumar a droga do quarto. Peguei um pano para espanar as prateleiras cheias de ursinhos que pareciam estar me encarando, apesar disso uma coisa estava me incomodando e eram moscas. Minha teoria era de que elas estavam com frio e estavam procurando abrigo, mas porque logo em baixo da minha cama?

Tinha umas dez moscas morando lá em baixo e eu exterminei todas. No dia seguinte o número de moscas tinha dobrado, pois agora tinham vinte. Minha teoria era de que quanto mais eu as matasse mais nasciam, então resolvi deixa-las morando em paz em meus aposentos. Era noite de lua cheia e minha teoria era de que um lobisomem poderia invadir meu quarto e me comer ou me transformar, mas em vez disso ouvi um barulho vindo de baixo da cama e os zumbidos de moscas estavam intensos. Arrisquei-me a dar uma olhadinha, mas o medo me impediu.

Algo de muito ruim estava acontecendo e naquele momento eu queria que Dean e Sam Winchester existissem e acabassem com o monstro que tinha saído de um buraco negro de baixo da minha cama. A besta olhou para mim e enfiou as garras na minha barriga e moscas estavam saindo dos meus olhos, ouvidos, nariz, boca e de outros lugares que não irei citar. Ele sugou minha alma e a arrastou-me para seu ninho cheio de moscas, me arrastou para de baixo da cama e então eu acordei assustado e soando frio. Passei as mãos em volta do meu corpo e nenhum arranhão se quer.

Parecia tão real que mal conseguia controlar minha respiração. Confortei-me em meu travesseiro e antes de fechar os olhos ouvi uma voz grave chamar meu nome e essa voz grave vinha de baixo da cama junto com zumbidos de moscas.

Meu nome é Paulo Victor e eu não morri, mas agora sou o rei das moscas e uma criatura horrível, entretanto para retornar ao meu mundo eu preciso levar uma alma e essa alma me libertará.