Contos de Terror escrita por Fiction world


Capítulo 3
Vinte Horas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/675460/chapter/3

Era uma manhã de sábado quando ouvi minha mãe gritar desesperadamente “Max acorda Max”. Não pensei duas vezes e dei um pulo da cama ainda enrolado em um lençol, isto é, nada mal para um adolescente de dezesseis anos. Desci as escadas deixando meu lindo lençol de ursinhos no caminho e eu não sou um bêbezão. Minha mãe estava na cozinha toda alegre com uma carta azul nas mãos. A minha vida é um lixo.

Além de eu não ser um bêbezão e minha mãe me tratar como se fosse um eu não reclamava como a maioria dos adolescentes, então, minha vida é um lixo, mas é melhor ter uma mãe por perto do que um pai que disse que ia viajar para outro país em questões de negócios e nunca voltou. Pedi para ela me dizer o que estava escrito naquela cartinha azul só porque era minha cor favorita, isto explica os fatos de meus ursinhos de pelúcia ser os smufs.

Então, ela abriu um “lindo” sorriso e me disse como se me fosse esmagar de tanto me abraçar.

—mãe quer para de me abraçar e me dizer o que diz nessa carta?

                Ela me olhou nos olhos e me disse uma coisa que me deixou de boca aberta por mízeros cinco segundos até eu perceber.

—seu pai voltou pra nós!

—o que? Depois de seis anos ele está de volta? Questionei como a boca aberta até eu perceber.

                Ela gritou sete vezes a palavra SIM até eu tampar meus ouvidos e com voz alta eu perguntei ”quando é que ele chega?”. Ela me respondeu bagunçando os cabelos e pulando feito um canguru. Realmente esta foi à primeira vez em seis anos que vi minha mãe contente, tipo, contente pra caraca.

—ele chega hoje de noite às 20h00min.

                Pela cara dela, ela já ia ficar desapontada com a minha pessoa porque eu tinha uma apresentação teatral em um lugar reservado em uma biblioteca, pois é, uma biblioteca cheia de livros. O que eu quero dizer é que eu não gosto de livros tirando “a culpa é das estrelas” é um ótimo livro. Eu tinha que sair meia hora antes dele chegar.

                Minha mãe ficou sambática e furiosa ao mesmo tempo. Então sugeri a ela para levar meu pai para minha apresentação meia hora depois da chagada dele e ela concordou. O tempo se passou, tivemos o almoço mais feliz do mundo por assim dizer. Chegou a hora de eu ir para a minha apresentação, eu me arrumei, despedi-me de minha mãe e fui embora. Ao chegar lá vi uma vizinha nossa que era quase uma irmã, mas eu não gostava muito dela. As horas iam se passando e minha mãe e meu desaparecido pai não chegaram.

                Minha apresentação foi ótima, mas eles não foram. Eu imaginei que eles queriam um tempo juntos e mais romântico. Que patético. Então, resolvi ir embora, já que não tinha mais nada pra eu fazer naquela imensa biblioteca. Confesso que estava meio nervoso em reencontra meu pai, espero que ele tenha um bom motivo para me dizer sobre as coisas que ele fez durante seis anos.

                Peguei um taxi e fui pra casa e ao chegar lá, surpresa! Minha casa estava cercada de viaturas e vários policiais que haviam traçado uma grande faixa amarela para impedir  passagens de pessoas até o local. As luzes das sirenes tomavam conta do meu rosto naquela noite fatídica. Tentei entrar, mas eles me impediram. Perguntei o que tinha acontecida e se minha mãe estava bem. E então um dos policiais disse as palavras que de certa forma acabaram comigo naquele momento.

 —sinto muito rapaz, sua mãe faleceu.

—não, não ela não pode ter morrido. Falei não querendo acreditar no que ele disse— minha mãe está bem, ela está com meu pai, ele ia...

                Antes que eu terminasse de falar ele me interrompeu.

—seu pai? Qual o nome dele?

—Vincent Braga. Disse eu gaguejando e com lágrimas nos olhos.

                Os guardas olharam entre si e eu sabia que eles estavam escondendo alguma coisa. Nesse meio tempo, uma detetive chegou até nós com uma carta azul nas mãos. Eu disse que queria ler o que tava escrito e ela disse que deveria ser um serial killer brincando com Clary, minha mãe.

                Peguei a carta e antes de ler a detetive disse pra mim lamentando.

—querido, seu pai faleceu há seis anos próximo aos correios, na Austrália, durante um temporal chuvoso.

                Após ouvir essas palavras li a carta que dizia “querida, vim buscar você e nosso filho às 20h00min ou outra hora”. Então, fechei a carta e começou a chover,  para a janela do meu quarto e vi um homem acenando para mim, era meu pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contos de Terror" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.