Maze Runner - A Rebelião escrita por darkshowerd


Capítulo 6
Capítulo 5




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5

Thomas e Aris chegaram um pouco depois de todos os outros. O sol estava se pondo, e o céu começava a ter pinceladas alaranjadas do fim de uma tarde ensolarada, porém ao invés de quente, amena.

Os corredores se reuniram em sua casa de trabalho. Uma cabana de madeira quadrada e bem espaçosa. Do lado de fora, aparentava pouca diferença das outras casas de trabalho, tendo apenas a largura um pouco mais avantajada. No lado de dentro, era repleta de mapas pendurados em suas paredes. No centro, quatro mesas planas e quadradas todas juntas com pequenos espaços entre elas e oito cadeiras, duas em cada mesa. Haviam alguns baús e armário nos cantos. Todos com mapas, papéis em branco, lápis, réguas e compassos. O teto era de madeira, mas logo acima deste, encontravam-se plásticos e palha, que serviam de isolamento, para proteger os mapas das chuvas.

Thomas sentou-se e pediu para que todos fizessem o mesmo.

— Antes de começar a desenhar mapas, trilhas ou conversar sobre novas descobertas, preciso dizer algo a todos.

Todos os rostos estavam voltados para Thomas, atentos as suas palavras.

— Mas quero que me prometam uma coisa. O que irei dizer fica somente entre os Corredores e talvez os Vigias. Não queremos causar mais pânico no grupo.

Minho o interrompeu com um olhar de decepção.

— Essa não! Já sei — disse com um olhar preocupado —Eles acharam o maldito Berg.

Thomas assentiu com a cabeça. Todos dispararam com perguntas para cima dele.

— Como assim?

—Vocês o encontraram?

—Onde está?

—Tinham pessoas nele?

—Vocês entraram nele?

— Calma Pessoal Calma! Nós não chegamos a encontrá-lo! Achamos umas marcas nas arvores e restos de fogueira e depois, ouvimos só o barulho. — Explicou Aris.

— Sim. Nós sequer conseguimos ver. O barulho estava um pouco distante, estávamos perto das montanhas nessa hora. Nós corremos na direção do maldito, só que ele já tinha decolado. — Terminou Thomas, esticando a mão e reclinando-se na cadeira.

— Mas que mértila. — disse Minho

Alisson irrompeu o pequeno silencio que havia se instalado na sala.

— Como podem ter certeza de que era um Berg?

— O barulho daquelas coisas é inconfundível. — Quando disse isso, Thomas começou a se recordar de quando fugiram do Cruel. As viagens de Berg. Denver. E Newt... Nesse instante, estava com o olhar perdido no fundo da sala. Ao perceber como seu pensamento se distanciou, forçou sua mente a retornar à sala. — Bem, mais alguma coisa?

— Achamos algumas marcas nas árvores no caminho também. Mas fora isso, nada. — falou Alisson.

Depois disso, mais ninguém se pronunciou.

— Ok. Certo, então vamos jantar. Conversamos com os Vigias depois — Terminou Thomas.

Todos se levantaram e começaram a sair. Thomas não pode deixar de notar que Brenda olhava para baixo, como se algo a incomodasse. Ela estava passando por ela, quando a interceptou.

— Brenda. Está tudo bem?

Ela piscou lentamente.

— Ah... Sim...É que...

Thomas fitou-a com preocupação.

— O que foi?

— Nada...Só estou um pouco cansada. — falou ela com um sorriso fraco no rosto.

Ela se ergueu e deu um beijo em sua bochecha, depois saiu. Thomas, pensando ter sentido sinceridade em suas palavras, resolveu acreditar. Apagou a luz e foi jantar.

Caçarola havia preparado milho cozido, pão e frango assado. Para Thomas, ele fez questão de preparar um prato especial, com saldadas e temperos bem refinados. Thomas agradeceu, disse que não precisava de tudo aquilo, mas o cozinheiro insistiu para que comesse. Gostava e confiava em Thomas. Algo que já se via desde o labirinto. O sentimento era mútuo. E ele desejou ter aquele mestre cuca ali para sempre.

Depois das refeições e festas dos "novos Clareanos", o céu escuro e estrelado anunciava que era hora de dormir. Os Vigias, os guardas da Clareira, começaram a se posicionar em seus lugares. Desde que os boatos de que haviam avistado um Berg começaram a surgir, muitos haviam sido convocados para trabalharem no turno da noite. Eram pessoas treinadas, fortes, rápidos ou com habilidades específicas. A maioria era do Braço Direito. Kendra também estava entre eles. Não era muito alta, mais era forte, rápida e lutava muito bem. Thomas se lembrava dela ter dito uma vez, que quando o CRUEL a fez recuperar sua memória, ela lembrou-se de algo sobre ter aprendido artes marciais. Mas além de tudo, era muito amistosa. Tanto que quando pediu a Thomas para ser uma vigia, ele não hesitou em torna-lá uma.

Os Corredores começaram a se reunir com os Vigias bem no centro da Clareira. A grande fogueira, agora quase perdendo sua força, as casa ao redor se fechando e poucas pessoas transitando por ali, além deles.

Thomas começou a explicar tudo o que aconteceu naquele dia. Alguns estavam sentados em bancos que haviam ao redor da fogueira, de braços cruzados em meio aquela roda de pessoas que se formara ali. Thomas não pode deixar de notar, entre alguns relances, que os poucos Clareanos que andavam por ali, olhavam com um misto de preocupação e curiosidade. Alguns observavam e fofocavam entre si, talvez fazendo perguntas previsíveis como "o que estava acontecendo ali?" ou "porque estão se reunindo?". Ele deu de ombros e continuou a explicar.

Quando terminou, haviam semblantes confusos e um tanto preocupados.

— Deixa eu ver se eu entendi. Quer dizer que os boatos sobre terem visto aquelas malditas maquinas voadoras não são bem boatos? — disse Brandon, um homem grande, de cabelo e barba pretos e curtos.

— Exatamente. Não conseguimos vê-lo, mas estava perto o bastante para ser ouvido.

— E tem mais. Thomas e Aris não foram os únicos a verem marcas nas árvores e no chão. Eu e Brenda também encontramos os mesmos rastos a alguns quilômetros deles.

Começaram a surgir mais perguntas. "O que isso quer dizer?", " O que devemos fazer?" e "Quem esta por trás disso tudo?", foram o estopim para uma discussão, e todos falando ao mesmo tempo.

Thomas achava que aquilo era perda de tempo. Agora que já sabiam dos fatos, tinha que ir direto ao ponto. Em meio às vozes ele pedia:

— Por favor! Ei! Pessoal! PESSOAL!

O barulho sessou. O grupo parecia ao ponto de esmurrar uns aos outros.

— Por favor! Vigias! Se encontrarem ou perceberem alguma coisa estranha nos avise. Só isso. Não queremos causar nenhum tumulto. — dizia ele com seriedade — Tudo bem?

Ouviram-se alguns murmúrios em concordância, outros simplesmente acenando com a cabaça. Todos retornavam a sua posição, enquanto o grupo de Corredores se dispersava deles.

+++

A lua cheia iluminava grande parte da nova Clareira. O céu estrelado era uma vista perfeita para quem quisesse se deitar na grama e ficar observando-o sem ver o tempo passar. A brisa e o barulho dos grilos formavam uma perfeita sintonia relaxante.

No caminho para a grande cabana, Thomas alcançou Brenda em meio aos Corredores. Estavam todos se recolhendo para ir dormir. Ele tocou o ombro dela, e esta se virou na mesma hora.

— O que foi?

— Vem comigo? Eu quero te mostrar uma coisa.

Os dois seguiram por uma trilha extensa atrás da cabana, em meio à floresta, até encontrarem um pequeno cais coberto e circular na beira de um pequeno lago. Vagalumes sobrevoavam ali por perto.

Eles pararam em frente ao lago, apoiando-se nos parapeitos, um ao lado do outro. Thomas segurava a mão dela.

— Tom, isso é lindo. Como você encontrou esse lugar. — Ela falava maravilhada, enquanto observava tudo.

Ele se virou para ela.

— Foi há um tempo ao atrás. É demais não é?

— Sim — disse ela encarando-o. Thomas fitou-a. Ela colocou a mão em seu rosto, acariciando sua bochecha com o polegar e toque dela fez com que Thomas se sentisse em paz com o mundo. Eles se aproximaram e Thomas pôde sentir Brenda enlaçar os braços em seu pescoço, enquanto ele a puxava para mais perto, pela cintura. Ele a beijou com cuidado. Sentia o toque suave dos lábios da garota, assim como a respiração descompassada. Suas mãos dançavam na borda da blusa dela, e rapidamente se atreveram por de baixo da mesma. Podia sentir a pele macia, arrepiada ao toque de seus dedos.

— Thomas... Espere. — Falou Brenda interrompendo o beijo.

— O que foi? — Perguntou Thomas, com evidente preocupação.

— Nada, eu... Bem... É só que...

— O que houve? O que há de errado? — Ele tentava parecer o mais compreensivo possível.

— Eu só... Acho que deveríamos ir mais devagar.

— Tudo bem. Eu entendo. Eu... Me desculpe. Não queria deixa-la desconfortável.

— Sim, eu... Eu sei.. Eu...

E com o suspiro cansado de Brenda, encerraram o assunto. Em silêncio, ficaram observando os vagalumes, um pouco sem jeito, voltando para a Clareira de mãos dadas algum tempo depois.

 


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