Perturba-me escrita por Laila Gouveia


Capítulo 16
busque respostas no Google


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!!!
Sei que demorei. Mas, meu sumiço foi por causa de uma doença. Então relevem,por favor. Amo vocês.
Queria agradecer por todos os comentários.
E queria agradecer em especial para a Amanda, que lindamente recomendou minha fic. ♥
Amandita você sabe o quanto eu estou agradecida, pq já mandei um textão pra vc nas mensagens. Mesmo assim, aqui estou eu d novo. Obrigada, obrigada, obrigada!!!! Minha motivação por saber que estão gostando, se iguala aos ilimites do céu.
Estou muuuuuuito FELIZ sua linda!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/675337/chapter/16

 

Bellamy parecia estar mais surpreso que eu. Em sua frente, a garota o encarava aguardando alguma reação positiva, mas ele sequer se moveu.

Depois de um longo suspiro decepcionado, ela depositou os olhos em mim.

—Meu nome é Octavia. —Se apresentou com uma expressão animada. —Sou a irmã do Bell.

Forcei um sorriso educado e estendi a mão para cumprimenta-la.

—Meu nome é...

—Clarke. —Ela interrompeu certeira.

—Você sabe?

—Eu sei muito sobre você!!! —Octavia deu alguns pulinhos de empolgação e se jogou, abraçando-me fortemente. —Estou muito feliz por finalmente te conhecer. Não sabe o quanto eu ensaiei esta cena na minha cabeça.

—Finalmente me conhecer? —Falei surpresa, enquanto ela se afastava.

—Você é tão linda pessoalmente.

—O que você esta fazendo aqui? —Bellamy disse incrédulo, ainda observando a irmã sem aparente entendimento.

—Ela é tão cheirosa. —A morena concluía sua analise olhando para ele. —Muito cheirosa.

—Octavia! O que você esta fazendo aqui? —Seu tom de voz elevou-se.

—Vim conversar com você, Bell. —Ela fez um bico fofo. —Pensei que depois de tanto tempo estaria com saudades de mim.

O moreno ficou em silêncio e eu me senti intrusa naquela troca de olhares que os dois protagonizavam.

—Não sabia que tinha uma irmã. —Soltei sem pensar.

—O Bell nunca falaria de mim. —Ela respondeu chateada.

—Mas parece que eu fui um dos seus assuntos... —Encarei ele com desconfiança.

—Chega! —Antes que pudesse progredir com o questionamento, Bellamy pegou no braço dela e a obrigou sentar na moto.

—Mas Bell... Eu ainda quero ver os meninos. —Seus olhos claros entregavam um costume fácil de conseguir o que queria.

—Sem, mas! —Ele transparecia um incômodo maior do que minutos atrás no corredor. Aparentemente a presença da irmã tinha lhe perturbado muito mais do que descobrir sobre o beijo com Lexa.

Contra sua vontade, Octavia foi colocada no assento.

Conformando-se com o nervosismo dele, por puramente entender a personalidade do irmão, ela agarrou sua jaqueta e abriu o visor do capacete para me olhar. A moto saiu em disparada, deixando para trás a última visão dela sorrindo em minha direção, enquanto acenava feliz.

•••

O sinal do fim das aulas já havia tocado e eu ainda estava atônita perto do estacionamento.

—Ei, Clarke! —A voz aguda de Jasper ecoou pelo pátio.

Ele corria em minha direção, como uma criança corre até os braços da mãe.

—O professor Kane disse que você e o aluno novo mataram aula.

—E você desceu até aqui neste desespero todo, só pra ter certeza que realmente fiz isso?

—Eu sou o tipo de aluno que já esta com a mochila nas costas descendo as escadas, assim que o sinal toca. —Ele riu com a própria afirmação. —Mas... Confesso que fiquei curioso pra te perguntar.

—Houve um problema. Bellamy foi chamado pra diretoria.

—E você foi junto? Por quê? —Sorriu maliciosamente. —Peraí... você disse: Bellamy? Já esta chamando ele pelo nome?

—Sempre chamei ele pelo nome. —Contestei.

—Achei que no seu vocabulário, o primeiro nome dele era Idiota.

—Não sei do que você esta falando. —Cruzei os braços, nervosa. Jasper me olhou entregando todos os pensamentos impróprios que estavam rolando em sua mente. —Obviamente o professor disse que eu estou ferrada, né? —Tentei mudar de assunto o mais rápido possível.

—Ele não falou nada sobre punições. Apenas ficou reclamando sobre os jovens e o uso de drogas. Foi chato pra caramba. Pelo menos ele esqueceu que hoje tinha prova.

—Hoje tinha prova? —Abri a boca sob o efeito de raiva por mim mesma.

—É! Ele marcou naquela semana que você faltou.

—Eu estou ferrando com tudo. —Suspirei raivosamente. —Como nós três vamos cumprir a promessa de estudarmos em Stanford, se eu fico deixando que os problemas atrapalhem minha vida escolar. Eu nem sabia da prova! Não estudei pra nada! Vou acabar repetindo de ano.

—Alguém falou em repetir de ano? —Virei-me, encontrando Monty e Maya parados atrás de nós.

—Eu! —Levantei a mão desanimada. —Duvido que o conselho de Stanford vai me querer depois que olharem minhas notas.

—Não fizemos as provas finais ainda. —Maya partilhou da conversa com timidez.

—Eu sei... É que minha vida tem estado um caos.

—Definitivamente um caos. —Monty completou.

—Se você ficar muito tempo perto dela, logo vai começar a questionar sua normalidade. Pode crer! Somos fontes seguras sobre essa informação. —Jasper falou divertido, enquanto segurava a mão dela.

Olhei aquele gesto com certa surpresa. Não sabia que eles estavam juntos. Na verdade, não sabia de mais nada desde aquele dia em Portland. Tinha permanecido avulsa por todos os dias, me trancando no quarto e fugindo pelos corredores da escola de qualquer contato social. Érr, quem dizer... Qualquer contato social que não tenha sido Lexa. Porque com ela eu passara muito tempo.

—Também não sou educada o suficiente. —Sorri sem graça para a garota naturalmente pálida. —Nós não fomos apresentadas formalmente.

—Tudo bem. —Maya abriu um sorriso tímido. —Jasper e Monty falam muito de você. É quase como se eu fosse sua amiga.

Olhei para os dois, que se entreolhavam marotamente.

—Falamos dela só um pouco. —O pequeno Green relutou.

—Só as coisas irritantes. —Jasper completou.

—Então eles estão passando uma impressão ruim de mim? —Semicerrei os olhos.

—O assunto principal deles é você. E a maioria das coisas é histórias engraçadas que vocês viveram juntos. Eu me divirto muito imaginando como deviam ser na infância.

Não pude deixar de olha-los, dessa vez com gratidão. Os dois tentaram disfarçar, mas seus previsíveis olhares respondiam com o mesmo sentimento.

—Não os culpe por toda essa falação. Eles me veneram desde que nos conhecemos. É quase impossível me ignorarem ou não pensarem em mim a cada segundo.

—Venerar você? —Jasper riu provocativo, puxando Maya com calma, fingindo desfilar entre todos os carros do estacionamento. —Veja só eu te ignorando com estilo! —Ele gritou ao se afastar.

—Pelo menos o Monty é verdadeiro!!! —Gritei em resposta.

—Na verdade... —O pequeno sussurrou ao meu lado. —Eu estou aqui porque preciso de carona.

Esqueci meu automático debate, -depois do que ele dissera-, e fiquei concentrada olhando para a vaga que antes a moto preta estava estacionada.

Naquele momento, eu pude jurar que íamos nos beijar novamente. Até a questionável aparição de sua irmã ter nos atrapalhado.

O que tinha me deixado perplexa foi a naturalidade que ela agiu comigo. Ou a não naturalidade que ele agiu com ela. Ou então a face emburrada de Octavia, enquanto as palavras “eu ainda quero ver os meninos.” saiam de sua boca.

—Esta esperando alguém? —Monty quebrou meu devaneio.

—O que? Não.

—Pensei que fosse esperar Lexa.

—Por que eu a esperaria?

—Porque... Achei que fossem amigas.

—Somos amigas, só isso.

—Não estava insinuando algo mais, Clarke. —Ele sorriu.

Sequei a gotícula de suor que começara a se formar em minha testa. Aquele dia tinha sido cheio de revelações sobre meus sentimentos. Não queria ter de explicar minhas próprias confusões novamente.

—Gosto dela. —Monty afirmou sorrindo. —Foi um achado pra nossa turma.

—Também gosto dela. —Segurei sua mão levemente e sorri satisfeita com o que ele tinha dito. —Mas eu não vou abandonar você e Jasper. Sabe disso, não é?

—Espero que não. —Ele me encarou contente. —Se bem que... Jasper esta ligando muito pra gente esses dias.

—Isso foi sarcasmo? —Ri pelo nariz.

Monty começou a andar até meu velho carro estacionado e parou em frente da porta do passageiro.

—Gosto da Maya também. —Ele revirou os olhos. —Mas, é difícil gostar desses dois se agarrando na minha frente. Juro!

—É normal que fiquem assim grudados. Eles estão apaixonados. —Abri a porta e entrei no carro. Lá dentro, puxei o pino e abri a outra porta.

—Não conheço isso. É nojento. Pra mim sempre vai ser anormal. —Ele sentou colocando o cinto como primeira ação.

—O dia que você se apaixonar, vai entender que não temos controle das nossas atitudes e não conseguimos ficar longe daquela pessoa. —Aquelas palavras saíram como um diálogo do meu coração com minha razão.

—E você? —Ele me olhou curioso. —Já se apaixonou?

Limpei minha garganta tentando me recompor.

—Você sabe que não. —Dei um empurrãozinho em seu ombro e girei a chave ligando o motor. —Estamos na mesma, meu caro amigo. Conheço sobre paixão o mesmo que você conhece.

Ele balançou a cabeça, desacreditado.

—Sete dias. —Disse com uma expressão grave no rosto.

Franzi as sobrancelhas.

—Devo começar a te chamar de Samara a partir de agora? —Perguntei em tom de brincadeira.

—Não. Esse é o número de dias que estamos sem nos falar.

—É só isso? Achei que você iria me afogar no poço.

—Eu irei relevar, porque simplesmente não consigo ficar bravo com as pessoas. Mas poxa! Que vacilo! Tive que ficar sendo vela do nosso novo amigo namorador.

—Eu sei, eu sei... Foi mal. Não devia ter ignorado suas ligações.

—Então, você estava ignorando todas as minhas ligações?

—Não exatamente. —Dei uma falsa risadinha.

—Sorte a sua eu ainda gostar da Lexa.

—Pelo menos você. —Empurrei de leve seu ombro, com o cotovelo.

—Antes de me deixar em casa, tem como passar naquela loja de CD pra eu comprar palheta?

—Sinta-se sortudo por não ficar insistindo em fazer perguntas idiotas como o Jasper.

—Eu sempre compenso nesse sentido. —O pequeno ligou o rádio e deixou que o radialista nos apresentasse a nova canção de uma cantora inglesa.

Foi a trilha sonora perfeita para o silencio que minha alma fazia ao pensar naqueles olhos negros eufóricos de ciúmes e aquele beijo curto no carro ao luar.

Peguei-me sorrindo o caminho todo.

◘◘◘◘

▬▬▬▬▬▬▬

Blake. Ou melhor, os Blake’s. Tudo tinha desencadeado novas perguntas em minha mente agora que eu havia conhecido a irmã dele.

De repente não queria mais preservar minha sanidade. Os segredos de Bellamy faziam parte da minha vida desde que eu toquei na cicatriz.

Eu voltara a ficar curiosa e já que tinha começado, estava na hora de descobrir minha realidade de forma profunda. E eu só conhecia um mecanismo para isso.

•••

Naquela noite, não jantei. Deixei minha mãe cochilando no sofá e percorri o corredor até o escritório do meu pai. Liguei a IBM, um calhambeque em forma de computador.

O cômodo era pequeno, com teto inclinado, mais uma cumeeira do que propriamente um quarto. Uma janela suja com cortinas cor de laranja dos anos de 1970 desbotadas comtemplava o quintal. Eu não conseguia ficar ereta em 30% do cômodo. Nos 70% restantes, o alto da cabeça esbarrava nas vigas expostas. Não entendia como meu pai ficava horas trabalhando nesse local. Quando eu era pequena, achava divertido ficar girando na cadeira com rodinhas e fingir que o escritório era minha oca. Mas assim que cresci, comecei a passar menos tempo aqui dentro, até o dia que ele morreu, então nunca mais cheguei sequer perto desta porta.

Havia uma única lâmpada pendurada. Dez minutos mais tarde, o computador conseguiu completar a conexão discada com a internet e eu digitei "Anjo asa cicatrizes" na barra de buscas do Google. Demorei um segundo antes de apertar a tecla enter, com medo. Se eu fosse adiante, precisava admitir estar considerando a hipótese de Bellamy, -bem-, não ser humano.

Cliquei no primeiro link antes que pudesse mudar de ideia.

ANJOS CAÍDOS: A VERDADE ATERRADORA

Quando o jardim do éden foi criado, os anjos celestiais foram enviados para a Terra a fim de cuidar de Adão e Eva. Pouco depois, porém, alguns puseram os olhos no mundo, além dos limites do jardim. Viram-se como futuros governantes da população da Terra, desejando poder, dinheiro e até mulheres humanas. Juntos, tentaram e convenceram Eva a comer o fruto proibido, abrindo os portões que protegiam Éden. Como punição para esse grave pecado e por terem abandonado suas obrigações, Deus tirou as asas desses anjos e os baniu eternamente para a Terra.

Rolei a tela para ler alguns parágrafos, o coração batendo desvairadamente.

Os anjos caídos são os mesmos espíritos perversos (ou demônios) que, segundo a Bíblia, tomam posse de corpos humanos. Vagam pela Terra procurando corpos humanos para molestar e controlar. Tentam os humanos a fazerem o mal ao comunicar pensamentos e imagens diretamente em suas mentes. Se um anjo caído tem sucesso em levar um humano a praticar o mal, ele pode entrar em seu corpo e influenciar suas ações e sua personalidade.

Um corpo humano, porém, só pode ser possuído por um anjo caído durante dois dias do Cheshvan do calendário hebraico. Cheshvan, conhecido como “o mês amargo”, é o único mês sem qualquer feriado judaico ou jejum, o que o torna profano. Entre as luas nova e cheia do Cheshvan pactos podem ser formados.

Meu olhar permaneceu grudado no monitor. Não pensava em nada. Nada. Só na complexidade das emoções que se agitavam dentro de mim. Espanto, pânico e pressentimentos sinistros entre elas.

Passei os olhos rapidamente no restante do artigo.

Anjos caídos que mantêm relações sexuais com humanos produzem filhos super-humanos denominados nefilins. A raça nefilim é perversa, e não deveria habitar a Terra. Porém, ainda permanecem até os dias de hoje.

Afastei-me da escrivaninha.

É possível que seja tudo verdade? Contos de fada e histórias de terror? É possível que não exista nada sensato ou normal?

Eu tinha certeza sobre o que vi quando toquei na cicatriz e não conseguia duvidar das coincidências impostas desde que o moreno aparecera em minha vida. Se Bellamy e Raven fossem realmente estas criaturas, isto elevaria minha questão a: Por que eles vieram até mim?

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews?
Vem todo(a)s conversar comigo, estou disponível para criticas, debates e bate papo a toa mesmo haha
Estarei postando o prox cap no sabado ou domingo, ok?
Beijos e abraços anjinho(a)s



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perturba-me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.