[Meridith Esly - Eleita da Província 6]

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Como eu estava feliz de voltar para casa. Fui recebido pelos meus pais, minha filha e um enorme banquete de boas vindas. Durante o jantar fiquei pensando nas eleitas, mais principalmente Meridith Esly, a criança de doze anos que seria facilmente abatida.

— Davi? — A voz do meu pai me fez emergir dos meus pensamentos.

— Sim? — Tomei um gole de vinho antes de encarar os olhos dele.

— Já tem alguma favorita em mente?

— Tenho três em mente.

Ele riu.

—Três?

— Sim.

— Terá que enviar presentes a elas amanhã.

Assenti com a cabeça. Os presentes eram um recado e uma armadilha. A garota que receber um presente saberá que meus olhos estão sobre ela, mas também será um chamariz para que as outras a tratem como alvo principal. Eu deveria encontrar uma maneira de tirar Meridith daquele lugar.

— Pai posso dar qualquer coisa a elas?

— Sim. — Ele falou enquanto mastigava. — Só não pode falar com elas, não por enquanto.

— Sim senhor.

Depois do jantar fui até o meu quarto e tomei um banho quente. Fazia tempo que eu não me sentia tão limpo quanto agora, os banhos nas províncias e nos vagões não são dos melhores. Vesti minha calça e me encostei na parede de vidro que dava vista para o jardim real, onde minha mãe e Anne estavam. Minha pequena olhou para cima e me acenou com um tchau, respondi sorrindo a ela e depois deitei na cama e cochilei. Acordei com o barulho de alguém batendo na porta.

— Majestade? — Uma voz feminina falava com um pouco de impaciência.

— Um minuto. — Tropecei enquanto caminhava até a poltrona onde tinha uma camiseta cinza. A vesti e abri a porta. — Sim?

— Seus pais o chamam para o jantar.

— Já estou a caminho. — Quando fechei a porta ouvi alguém batendo novamente. — Sim?

— Alma Kringer chegou agora pouco de viagem.

— Obrigado.

Sorri sentando na cama. Alma era filha do tio Phill com Ariel e faziam sete anos que não nos víamos, ela estava terminando de se formar em segurança na P7 e não conseguimos mais nos falar. Porém pelo visto ela estava voltando para ficar. Calcei minhas chinelas e desci para o jantar. Alma estava vestida de preto ao lado da minha mãe, elas pareciam estar colocando a conversa em dias.

Ela se parecia muito com a tia Ariel, a cor da pele e o modo de ser, os cabelos loiros eram do tio e toda a forma racional de ver as coisas também, com certeza seria a minha conselheira de segurança quando eu subir ao trono.

— Davi! — Ela quase gritou quando me viu.

— Oi Alma. — Ri enquanto ia na direção dela. O cheiro dela era tão bom que não me incomodei de por a cabeça perto do pescoço dela. — Como você está? — Me afastei.

— Ótima, principalmente agora que voltei para casa.

— Imagino.

— E como vai as eleitas?

— Está indo, minha cabeça parece borbulhar eleição vinte e quatro horas por dia.

— Vai passar daqui a um ano talvez. — Ela gargalhou.

— Não gosto das suas estimativas.

— Eu sei. — Ficamos nos olhando. — Eu soube de tudo que aconteceu, meus pêsames Davi.

— Isso já passou.

— Passou sim. — Minha mãe veio e me abraçou por trás. — Vocês terão muito tempo para conversar, agora vamos ao jantar.

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Sentei debaixo de uma árvore no jardim com o meu tablete na mão passando a foto das eleitas, eu deveria escolher um presente e teria que ser algo estratégico. O primeiro que eu ia dar era para Allis Menzel, não por ser favorita, mas a desconfiança da minha mãe me fez querer ver ela fora do palácio o quanto antes, nem que ela fosse tirada daqui em um cortejo fúnebre. Meu segundo presente iria para Meridith Esly, eu precisava protegê-la e por fim Kristen Lewis, a beleza dela havia me saltado aos olhos, talvez ela tivesse algo surpreendente a me mostrar.

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QUARTO NÚMERO 2

Abri a porta e uma caixa preta com um laço cor de mostarda estava diante de mim. Olhei para os lados e não vi ninguém. Sentei na cama e quando abri vi uma caixa de veludo e um envelope dourado. Dentro da caixa havia uma pulseira cheia de brilhantes e dentro do envelope havia uma mensagem escrita a mão.

Allis Menzel,

Espero que goste do presente e que não o tire do braço, estou com olhos em você.

Atenciosamente.

Davi Kroening.

Sorri. Será que eu era a única favorita dele?

QUARTO NÚMERO 6

Eu estava sentada perto da janela quando alguém bateu na porta. Levantei e peguei a caixa que tinha um lindo laço azul no seu topo. Sentei no chão e senti medo, eu não sabia o que poderia estar lá dentro e não sabia quem havia deixado. Abri e vi uma foto da minha família e um envelope vermelho brilhante.

Olá Meridith Esly,

Guarde bem esse presente, encontrarei um jeito de protege-la, se livre desse embrulho e não deixe que saibam do meu presente para você. Tome cuidado.

Carinhosamente.

Davi Kroening.

Rasguei a caixa e o envelope e joguei no lixeiro da cozinha. Abracei a foto e orei ao Senhor agradecendo pelo príncipe ter sido tão bondoso comigo.

QUARTO NÚMERO 3

Corri até a porta quando ouvi alguém batendo nela. Tirei a faca da minha bota e abri a porta. Era uma caixa com um laço verde esmeralda. Olhei para os lados e peguei a caixa antes que alguém visse. Era um presente e dentro dele havia uma pistola de hidrogênio.

Senhorita Lewis

Espero que faça bom uso do meu presente. Você é uma das minhas favoritas e peço que cuide da segurança da eleita da P6. Meus olhos estão sobre você não me decepcione.

Meus calorosos e confiantes abraços.

Davi Kroening.

***

— Enviou os presentes? — Minha mãe disse sentando do meu lado.

— Enviei, espero ter feito a coisa certa mãe.

Ela beijou o meu rosto e deu um sorriso tranquilizador como quando eu sentia medo das explosões dos festivais e o sorriso dela me confortava dizendo que estava tudo bem.

— Confie meu querido, você fará a escolha certa.

— Espero mãe.