O Sucessor escrita por Jessy F


Capítulo 6
Você tem que desopilar!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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[Alma Kringer - Filha de Ariel e Phillip]

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EDIÇÃO ESPECIAL DA NEWS SCINDET JORNAL

29ª ELEIÇÃO

Olá caros leitores, sou Merlyn Corrs, sua colunista oficial da Eleição no News Scindet Jornal. Já faz três semanas que as garotas foram confinadas em uma mansão para então serem observadas pelo nosso ruivo e simpático futuro rei: Davi Koening.

Até o presente momento as eleitas das províncias cinco, nove e oito foram retiradas da competição. Nessa eleição não conseguimos ver claramente uma favorita, mas fontes nos informaram que o príncipe enviou um presente para Allis Menzel, a escolhida da grande metrópole industrial P2. Será que escolher germânicos está no sangue dos Koening?

Bem, bem, não sabemos ao certo o quem Davi irá eleger, mas tivemos acesso às candidatas e elas nos concederam uma entrevista coletiva e as respostas foram das mais variadas, a luta entre elas está bastante acirradas, mas essa noite nossas expectativas serão cessadas, apenas seis poderão entrar no palácio para a próxima fase da competição. Façam suas apostas!

Fechei o jornal e o joguei sobre a mesa de estar. As pessoas acham isso uma grande diversão e orgulho nacional, mas para mim está sendo um grande fardo.

— O que está fazendo ai? — Alma Kringer falou se aproximando de mim com uma capa cor de rubi. — Decidindo quem irá trazer para cá?

— Um pouco. — Suspirei entediado. — Por mim eu daria um fim nessa eleição e pronto.

— Mas não pode.

— É. — Ri sarcasticamente. — Sou o futuro rei, mas não posso fazer o que eu quero, do que adianta esse titulo não é mesmo?

— Você está estressado. — Ela tirou o capuz da capa e cruzou os braços. — Precisa desopilar.

— Desopilar? Eu não tenho tempo para isso.

— Não? Como conseguiu arrumar tempo para ler essa baboseira? — Ela pegou o jornal que eu estava lendo e depois jogou em cima de mim. — Você aproveita tão bem o seu tempo.

— O que estão fazendo ai crianças? — Tio Phill falou enquanto entrava na sala tirando o seu capuz.

— Estou aqui aconselhando a vossa majestade a parar de ler baboseiras e ir relaxar um pouco, mas sabe como ele é. — Ela olhou para o pai. — Davi é um daqueles monarcas mimados que gostam de imitar bezerros.

Tio Phill começou a rir.

— Bezerros? — Levantei em protesto enrolando o jornal com as mãos.

— Quando empacam não tem quem consiga por eles para andar. — Phill me explicou enquanto Alma se encostava ao seu pai com os braços cruzados.

— Não sou bezerro. — Levantei uma sobrancelha e ela fez o mesmo.

— Prove-me que não.

— Não preciso provar nada a ninguém.

— Chega vocês dois ok?

— Não estou fazendo nada pai.

—Vá para sua ronda Alma.

— Sim senhor. — Ela me deu um empurrão e saiu.

Tio Phill ficou me olhando como quem estivesse esperando uma resposta minha.

— Que foi?

— Precisa saber ouvir conselhos. — Ele colocou o capuz e saiu.

Anne estava com sua tutora aprendendo sobre os animais e meus pais estavam na P8 dando os pêsames por mais uma garota que havia morrido. Coloquei minha capa e comecei a caminhar pelo palácio chutando toda pedra que eu via no caminho. Talvez tio Phill esteja certo e Alma também, mas todo esse assunto me deixa de mal humor.

Chutei mais uma pedra quando bati minha cabeça em alguma coisa, quando levantei vi um muro feito de acrílico transparente circundando uma mansão de paredes azuis. Olhei ao redor e não vi ninguém, o que era estranho demais. Andei um pouco e vi uma fechadura com um espaço para colocar a digitais e uma árvore praticamente unida ao muro. Eu tinha que entrar.

Tirei meus óculos escuros e escalei a árvore quando pulei para o outro lado vi Alma correndo. Ela gesticulava, mas eu não conseguia ouvir nada. Ela subiu na árvore e pulou também.

— O que está fazendo aqui?

— Você não disse que eu precisava desopilar?

— Eu disse desopilar não mexer no que está quieto. — Ela fez uma careta. — Porque você só me mete em confusão Davi?

Ela começou a andar perto do muro tentando encontrar algo que nos levasse de volta para o outro lado.

— Pelo que eu saiba não te chamei aqui.

— Mas eu estou e temos que sair daqui.

— Temos nada.

— Você não facilita. — Ela bufou.

Dei de ombros.

— Fica ai então, vou entrar e vê o que é isso aqui.

— Aqui é uma mansão ok? Será que você não sabe como é por dentro mesmo morando em uma?

Virei de costas para ela. Alma era uma das minhas melhores amigas, mas ela tinha o dom de me irritar e de me contrariar apesar de saber que era difícil alguém me convencer a fazer algo.

— Tchau Alma.

Comecei a andar e quando cheguei à varanda vi Alma ao meu lado. Ri pra ela e abri a porta. Era um imenso corredor que acabava em um salão cheio de flores brancas e vermelhas e havia seis escadas. Eu e Alma pulamos a barra que bloqueava a subida e seguimos os degraus de mármore branco. Em cada porta havia o nome da eleita a qual aquele dormitório pertencia. No caso aquele era titulado como: Ainda a definir, mais adiante tinha o nome de Beatrice, Meridith e Kristen, elas eram as três confirmadas a estarem ali dentro, as outras conseguiriam a vaga restante se sobrevivessem aos ataques entre si. Eu tinha o direito de resguardar três garotas e elas foram as que eu escolhi.

Beatrice Rust foi escolhida por mim porque ela continuava uma incógnita e sua beleza ainda me encantava, Meridith Esly e Kristen Lewis escolhi por motivos óbvios, as outras estavam entregue a própria sorte e isso não era animador.

— O que fazem aqui?

Quando viramos vimos o tio Phill olhando para nós. Ele estava serio e tinha uma pistola nas mãos.

— Vim tirar Davi daqui, mas ele não quis me obedecer.

— Eu pensei que elas ficariam no palácio tio.

— Vocês precisam sair daqui.

— Por quê? — Eu e Alma falamos juntos.

— As eleitas irão chegar a cinco minutos.

Depois de sermos praticamente enxotados a ponta pés para fora da mansão dei de cara com os meus pais parados na minha frente.

— Pensei que ainda estavam na P8.

— E eu pensei que você estava no palácio escolhendo o próximo presente que irá entregar em vez de estar mexendo onde não deve. — Meu pai falou sério. — Vamos voltar ao palácio.

— Sim senhor.

***

Ouvi batidas na porta e me escondi debaixo da cama. Provavelmente alguém queria me matar e eu não queria morrer. A porta se abriu e vi sapatos masculinos andando de um lado para outro.

— Allis? Sou eu, o príncipe Davi.

Príncipe Davi? Pensei. Será que as eleições haviam acabado?

Sai debaixo da cama. Minha cabeça pesava muito e eu mal conseguia abrir os olhos. Senti uma lâmina cortando meu abdômen e cai.


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