Porto-Seguro - Corações Incompletos I escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 14
Alguém do Passado


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura... ❤.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674799/chapter/14

Um Mês Depois...

—Ana, meu bem, acorde.
—Mamãe, mais cinco minutos. —Peço.
—Amor, nós temos que sair daqui a pouco, levante.
—Ok. —Bufo.

Levanto-me e vejo Fadinha e Floquinho dormirem em cima da cama.

—Nós temos mesmo que viajar? —Pergunto.
—Sim bebê, é só um fim de semana, uma viajem de negócios, e você pode comprar o que quiser.
—Está bem.

Caminho até o banheiro e jogo um pouco de água no rosto, depois escovo meus dentes e vou me arrumar.
Visto uma calça preta, jaqueta de couro branco e botas pretas de cano baixo, coloco meu gorro e minhas luvas e acho que só.

—Está pronta filha? —Mamãe pergunta entrando no quarto.
—Sim.
—Seu cachecol?
—A é.

Pego meu cachecol e enrolo no pescoço.

—Suas malas e da Fadinha já estão lá embaixo, a do Floquinho está aonde?
—Aqui. —Digo pegando a mala de Floquinho.
—Tem certeza que ele vai ficar bem na casa do Christian?
—Tenho sim, o Christian vai cuidar bem dele, e como você disse é só um fim de semana, não é?
—É sim. Agora vamos.
—Ok.

Pego Floquinho e mamãe pega Fadinha, nós descemos as escadas e Max - nosso segurança - pega as nossas malas para podermos partir.
Depois de uma quadra o carro para e eu desço para levar Floquinho para Christian.
Toco a campainha de sua casa e é Mia quem abre a porta.

—Mia, oi, onde está o Christian? —Perguto dando-lhe um beijo no rosto.
—Na sala. Entra.
—Obrigada.

Sigo até a sala e avisto Christian deitado no sofá, aproximo-me e lhe dou um beijo rápido nos lábios.

—Oi.
—Oi baby.
—Eu vim trazer o Floquinho. —Digo entregando meu bebê para Christian. —Cuida bem dele?
—Eu já disse que vou cuidar.
—Você jura?
—Juro.

Christian se levanta com Floquinho.

—Agora vai, aposto que você está atrasada.
—Apostou certo.

Dou um beijo em Christian e outro em Floquinho.

—Tchau.
—Tchau baby.

Volto correndo para o carro e nós seguimos para o aeroporto, o que me dá tempo de dormir mais um pouco.

Quando chegamos ao aeroporto corremos para a porta de embarque e damos sorte pelo voo ter atrasado, embarcamos com Fadinha, Max e mais dois seguranças.
Sento-me na poltrona do avião e encosto a cabeça soltando um longo suspiro.
Fadinha desaba no meu coloco de tanto sono.

—Está confortável? —Mamãe pergunta e eu concordo com a cabeça.

Fecho os olhos e entro em um sono profundo.

Algumas horas depois chegamos na Georgia e eu me sinto mais descansada, ou com mais preguiça, não sei ao certo.
Desembarcamos e já encontramos um carro nos esperando, nós seguimos direto para um hotel e subimos para o quarto.

—Você se importa de ficar sozinha? Eu tenho uma reunião em meia hora. —Mamãe diz correndo para se trocar. —Que calor desgraçado que faz aqui.
—Tudo bem, eu vou ficar bem. Pode ir.
—Ok, qualquer coisa você me liga. Tem um carro lá embaixo se quiser dar uma volta, mas, por favor, não se perde.
—Ok. —Digo rindo.
—Ok, eu acho que peguei tudo.
—Pegou sua pasta?
—Sim.
—Carteira, chaves, celular.
—Celular. —Mamãe corre até a bolsa e pega seu celular. —Agora sim, tchau.
—Tchau.
—Eu te amo.
—Eu também te amo.
—Ama?
—Mãe você está atrasada.
—Ok, tchau.

Mamãe sai correndo e eu dou risada.
Doidinha.
Pego Fadinha e começo a brincar com ela.

—E ai Fadinha? O que vamos fazer hoje?

Fadinha me olha e morde meu dedo.

—Que tal um passeio? —Digo. —É, um passeio vai ser ótimo.

Levanto-me e caminho até as minhas malas, pego um short jeans, regata rosa e converse.
Pego a colera de Fadinha e a prendo, pego dinheiro, minhas chaves e... Há, celular. Pronto.
Saio do quarto com Fadinha e sigo para o elevador.
Entro no elevador com Fadinha e as portas se fecham.
Saio do hotel e avisto o carro que mamãe deixou para mim usar, abro o carro e vejo que ja há uma cadeirinha para Fadinha, coloco-a na mesma e entro, assim que fecho a porta meu celular começa a tocar.

—Oi. —Atendo sem ver quem é.
—Oi baby.
—Chris. —Sorrio.
—Como foi a viajem?
—Cansativa. Eu estou indo dar uma volta agora.
—Com quem?
—Com a Fadinha apenas.
—Há...
—Como o Floquinho está?
—Manhoso.
—Assim como o Christian! —Dou risada ao ouvir a voz de Elliot.
—Vá se foder Lelliot. —Christian diz.

Coloco o celular no suporte e ligo o carro.

—Onde você pretende ir? —Christian pergunta.
—Ainda não sei, mas acho que apenas no shopping, depois eu quero sair com a minha mãe.
—Ok...
—Ei, não fica triste, eu vou voltar domingo a noite.
—Eu sei, mas eu estou com saudades.
—Eu também.
—Posso te falar algo?
—Claro que pode. —Sorrio.
—Eu te amo.

Sinto meu coração parar por alguns segundos e voltar a bater muito rápido.

—Você o que? —Pergunto depois de minutos em silêncio.
—Eu te amo.

Fico em silêncio tentando pensar em algo para responder, mas nada me vem à cabeça.
Eu sei que gosto dele, mas não posso dizer que o amo, e eu não mereço o amor dele, ele já tem feito tanto por mim. Agora me amar? Isso é loucura.

—Você ainda está ai?
—Sim, mas eu tenho que desligar. Depois nos falamos.
—Eu entendo. Até logo baby.

Desligo o celular e tento me concentrar na estrada.
Porra!
Ele disse que me ama?
E eu não disse nada.
Merda!
Mas ele não pode me amar.
Minha mãe eu até entendo, mas agora ele?
Não. Isso não é certo. Não é.
O GPS começa a dar as coordenadas do shopping e eu vou seguindo ainda incrédula.
Entro no estacionamente do shopping e estaciono o carro. Pego Fadinha e prendo-a na coleira, depois sigo para ver as lojas.
Começo a andar sem conseguir pensar em nada a não ser no "eu te amo".
Merda!
Eu também o amo!

Sinto algo se chocar contra mim e me viro vendo que esbarrei em uma mulher pelo fato de estar tão distraída.
Preparo-me para pedir desculpas, mas quando a olho meu mundo para.

—Desculpe querida, a culpa foi minha. —Ella diz sorrindo.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto e eu dou uma passo para trás.

—Você está bem. —Ela diz levantando a mão para me tocar.
—Não. —Digo. —Não me toque mamãe.
—Anastásia? —Pergunta incrédula.
—Não encoste em mim.

Fadinha começa a latir para a Ella.

—Ah meu Deus! É você mesma:?
—Fica longe de mim! —Digo dando alguns passos para trás.
—Ana, calma, vamos conversar.
—Não! —Grito. —Não encosta em mim.
—Ana. —Viro-me e vejo Ray se aproximar.
—Papai! —Exclamo e corro para seus braços. —Fica longe da minha filha.
—Eu só queria conversar com ela.
—Não ouse chegar perto dela outra vez, entendeu?

Papai me leva para longe de Ella, e eu ainda choro bastante, nós chegamos ao estacionamento e nos sentamos em um dos bancos.

—Ei, tudo bem. —Ray diz tentando me acalmar.
—Me deixa sozinha Ray. Você me machucou assim como ela. Vá embora. —Digo me afastando dele.
—Me perdoe Ana, por favor.
—Você matou a Cacau.
—Você não sabe como eu sinto por isso.
—Por que você fez isso?
—Eu não sei ser um bom pai Ana.
—Sabe sim! Você me salvou dela, você cuidou de mim.
—Mas mesmo sabendo de tudo que você tinha passado eu te bati, eu fui um mosntro com você.
—Por que você fez tudo aquilo?
—Eu fiquei tão confuso, quando você foi levada eu não estava lá para de proteger. Você passou por tudo aquilo sendo tão pequena, e eu nunca pude fazer nada para mudar isso.
—Mas você me salvou.
—Mas era tarde, você já estava ferida demais, e eu não sabia como agir, eu tentava me aproximar, mas tinha medo, você era tão delicada e tinha tantos medos, e eu sempre fui um desgraçado, eu bati em você, depois de tudo que você passou. Eu não soube cuidar de você.
—Isso não é verdade papai, você cuidou de mim sim.
—Mas eu te magoei. Eu juro filha, eu fazia de tudo, eu bebia, eu ficava até mais tarde no escritório, só para não ter que ficar ao seu lado, eu tinha tanto medo de te machucar mais, e te perder. E eu fiz isso. Eu destruí nossa família.
—Papai você não destruiu nossa família, eu também tive culpa, eu não estava agidando certo. Eu tinha meus medos sim, mas eu esqueci que o amor pode vencer os medos, e mesmo com todas as suas tentativas eu te mandava para longe. Você sempre foi um bom pai.
—Me perdoa Ana, por favor. Me perdoa por tudo, por ter sido um filho da puta com você. Por fazer você e a mamãe sofrerem, por tirar a Cacau de você.
—Está tudo bem papai, essas coisas não importam mais. Eu só não quero mais ficar longe de você. Eu te amo papai.

Abraço Ray e ele me aperta em seus braços.

—Eu também te amo minha meninha, minha princesinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!