Preato - The Rift: NeoGEN — INTERATIVA escrita por THEstruction


Capítulo 8
Capítulo VII: O Refúgio


Notas iniciais do capítulo

Meus bebês, estou de volta ♥
Então, é o seguinte: o capítulo muito provavelmente terá erros ortográficos porque não tive tempo de revisá-lo no dia da postagem, então o revisarei posteriormente, mas desde já agradeço pela disposição ao lê-lo, AMO VOCÊS.
Nos vemos lá embaixo.

PS: dica de música para a cena de luta das naves (The Usung War - Ace Combat Soundtrack)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674684/chapter/8

— Amigo de vocês? – Perguntou o homem.

— Nunca o vi antes. – Perguntou Rosie.

O homem que havia descido do dragão andava ao lado do mesmo até os jovens que de certa forma temiam a criatura colossal, cujos passos causavam leves tremores no solo. O montador de dragão aproximou-se dos jovens enquanto suas vestes balançavam ao vento. Ele então colocou a katana que carregava no chão e disse:

— Eu vim em paz, guerreiros.

— Que coisa mais fofa. – Ironizou Claire.

— Quem é você? – Perguntou Alex.

— Eu sou André Simons, filho de Kash Simons.

Os jovens se silenciaram.

— É, de acordo com o Wikipédia eu acho que ninguém se importa mesmo. – Disse Claire.

— Espere, vocês não conhecem a família Simons? – Perguntou André.

— Olha, não estamos aqui para pesquisar a árvore genealógica da sua família ridícula. – Disse Alex – Temos mais o que fazer.

Alex andou e o homem tirou a espada do tipo Katana e colocou no pescoço do jovem.

— A menos que queira que essa sua faquinha de cortar pão pare no meio do lugar que você gosta de inserir pênis alheios, então tire-a do meu pescoço.

— Sugiro você demonstrar respeito, você não me conhece e não estou a fim de brigar.

— Que pena, porque eu não me importaria.

O cão do homem a quem os jovens enfrentaram a alguns momentos atrás não parava de latir.

— Dá para fazer esse sarnento calar a boca? – Pediu Foster.

— Quem você acha que... – Disse o dono do cão.

— Ele não é um sarnento, trata-se de um animal da família dos Canidae...

— Aden, cale a boca. – Pediu Rosie.

— Eu tenho mais o que fazer. – Disse Alex tirando a katana de André de seu pescoço.

— Nós ainda não acabamos. – Disse André pegando na gola de Alex.

— Chega, porra! – Exclamou Luna – André, eu sei quem você é, sinto muito pela sua família, mas sinceramente não temos nada a ver com sua vingança...

— O que você sa... – Disse André indo em direção de Luna.

— O suficiente para saber que você não vai nos causar nenhum mal.

— Quem são vocês afinal? – Disse o homem dos cristais, tentando acalmar o cachorro.

— De novo a história será contada... – Disse Rosie.

— Somos terrestres, viemos do Planeta Terra que fica em outro plano cósmico e astronômico paralelo a esse. Estamos aqui numa missão de busca e resgate de humanos Remanescentes.— Explicou Aden.

— Viu? Não tem nada a ver com o que você quer. – Disse Luna – Afinal, por que está aqui?

— Estou procurando por respostas e por vingança. – Respondeu André.

— E você homem-diamante? Aliás qual seu nome? – Perguntou Claire.

— Eu não sei meu nome. É uma longa história. – Respondeu o homem.

— Ah meu Deus do céu. Luna, pode descobrir o nome dele?

— Virei banco de dados do Governo agora? – Indagou Luna.

— Anda logo.

— Não, não faç... – Tentou dizer o homem.

Luna entrou na mente do homem e, após alguns segundos, seus olhos começaram a sangrar e ela caiu ajoelhada, sendo amparada por Alex.

— Lu, o que foi? – Perguntou o jovem Capitão.

— Ele... Ele... – Luna tentava dizer algo, mas estava tão abalada que só conseguia olhar para o homem.

— O que você fez com ela? – Exclamou Alex indo para cima do homem.

Raysha meteu-se entre os dois apaziguando-os.

— Revolver não nada brigar vai. – Disse a mulher.

— O que ela disse? – Perguntou o homem e André simultaneamente.

— Liga não, ela fala errado assim mesmo. – Disse Foster.

— Ela disse que brigar não vai resolver nada. – Respondeu Mandrak.

— Sei que eu cão homem do nenhum o mal causar não vai. Menos dragão muito cavaleiro o do.

— Ela disse...

— Já deu para entender, homem de lata. – Disse André.

Alex se afastou.

— Venham, vamos. Luna, você está bem? – Perguntou o Capitão.

— Sim, a-acho que sim. – Respondeu a jovem levantando-se.

— Aonde vocês vão? – Perguntou André.

— Continuar nossa mi...

De repente uma grande explosão próxima ao local lança todos eles longe dali. Ao se levantarem, eles viram do que se tratava: uma grande nave havia atirado e depois aterrissado no local.

— O que foi isso? – Perguntou Foster.

— São eles. – Disse Mandrak, indo espiar, deixando todos invisíveis.

Os jovens observavam três seres saírem das naves e atirarem contra a perna de um outro ser de cor negra como os olhos de André. Foi quando pôde ser ouvido o ser que, coberto por um manto de cor roxa, disse enquanto arrastava o ser de cor negra que gritava de dor:

— Venha demônio maldito.

André arregalou os olhos e gritou partindo para cima dos três tripulantes da nave que olhavam para ele enquanto o homem que corria o mais rápido possível. Um dos seres, através de um bracelete de seu braço acinzentado lançou raios elétricos contra o jovem que moveu o solo a sua frente e criou uma espécie de parede. Ele rolou para a direita da parede de terra e de repente uma marca que havia em sua nuca já exposta após o mesmo ter tirado seu capuz começa a brilhar e movimentar-se em seu corpo até que ela toma a forma de um arco e flecha do qual o jovem utiliza para atirar contra um dos seres que através de um escudo que fora moldado em seu corpo derreteu o a flecha.

— Mandrak, quem são? – Perguntou Rosie.

Os invasores. – Respondeu Mandrak.

— São eles? Então vamos! – Disse Alex.

— Ficou maluco? – Perguntou Luna.

— Se conseguirmos capturar um deles com vida, nós o interrogaremos.

— Você está com o braço quebrado, fique, nós iremos. – Disse Luna.

— Nem a pau.

Luna olhou para o dono do cachorro e disse:

— Pode me ajudar?

— Certo.

O homem então criou uma redoma de cristal ao redor de Alex, prendendo-o. Os jovens então correram enquanto observavam André lutar com maestria contra dois dos invasores enquanto um colocava o ser enegrecido na nave. André entrava em luta corporal contra os dois ao mesmo tempo, foi quando Claire decidiu intervir lançando fogo contra os dois seres que através de seus braceletes repeliram o fogo e lançaram novamente contra ela que desviou das chamas. Aden criou um canhão de plasma em seu braço, mas antes que pudesse ser ativado, de repente, ele foi desligado por conta de uma carga elétrica monstruosa e caiu no chão, religando-se aos poucos. Foster criou novamente a foice dupla ligadas por uma corrente e lançou uma das partes da foice no galho de uma árvore, prendendo a foice e permitindo que a jovem pudesse usar como corda para balançar e ficar acima dos seres. Ela então caiu entre eles e começou a lutar corpo a corpo junto com André. Foi quando eles foram lançados a metros de distância pelo ser que estava carregando aquele a quem chamou de demônio.

Rosie ficou invisível e partiu para cima dos seres que ouviam seus passos e a atingiram com facilidade. Mandrak usou um jato de luz concentrado para tentar queimá-los, porém não foi efetivo e não causou dano algum em seus oponentes. O cão então desviava das rajadas de um material que parecia ser lava capaz de dissolver instantaneamente qualquer um que fosse tocado por ela, tudo graças a sua intangibilidade. O animal então girou numa espiral e foi em direção aos homens que se defendiam graças a uma proteção conferida por seus braceletes. O cão girava contra a barreira até que o seu dono teleportou para trás dos seres e, com seu braço cristalizado, socou os invasores até que destruiu a projeção holográfica da barreira permitindo que fossem atingidos pelo cão que controlou o corpo de um deles graças a sombra de seu corpo. Eles tiveram suas pernas quebradas na altura da canela por conta da umbracinese do cão. Luna aproveitou esse momento e lançou uma rajada de energia contra os dois, lançando-os de costas contra a nave.

Nesse momento, um dos tripulantes apertou um botão da nave que funcionou como um sonar. Então, da terra, emergiram vinte monstros com formatos de uma tardigrada e mais três monstros de seis metros de altura parecidos com um golem de pedra.

— Droga! – Disse Luna – O que a gente faz?

— Vamos nos dividir. – Disse Foster – Luna, pegue o Aden e ajudem o André a cuidar dos invasores, nós cuidamos do resto.

Luna fez como Foster ordenou e o restante focou nos monstros.

— Quem destruímos primeiro? – Perguntou o homem dono do cão.

— Vamos focar nos gigantes. – Disse Claire partindo para cima dos gigantes.

Os jovens então se dividiram só que, antes de atacarem, Raysha colocou-se frente aos monstros, tentando argumentar com eles para que parassem, mas os monstros estavam sob comando dos invasores e tentaram atacar Raysha que, através da força metamórfica de um besouro, segurou a mão do monstro. Claire aproveitou lançou chamas contra os gigantes, porém não surtia efeito algum. Mandrak os cegou e eles ficaram atordoados permitindo que Raysha recuasse.

— Mate não os. – Pediu a mulher.

— Ou nós os matamos ou eles nos matarão. – Disse Rosie.

Nesse momento, tentáculos saíram das costas do monstro e pegaram Mandrak puxando-o para próximo dos monstros. Foi quando um dos monstros pegou Mandrak em sua mão e o apertou na tentativa de esmagá-lo.

— Tama! – Disse o homem a seu cão – Ajude-o.

O cão então correu desviando-se dos inimigos menores até subir na mão do monstro. Porém, ao chegar lá, um dos monstros menores entrou no monstro maior e caminhou abaixo de sua pele constituída de rochas até chegar na palma da mão do monstro que tentava esmagar Mandrak. Foi quando o monstro menor foi lançado no abdômen de Mandrak, entrando em seu corpo. Mandrak então caiu no chão e começou a se levantar, porém, ele estava diferente.

—___________________________________________________

André tentava golpear os invasores com sua espada, porém não surtia efeito. Até que ele levou um golpe de um dos tripulantes da nave, jogando-o contra uma árvore. Raysha viu o que acontecera e foi ajuda-lo, enquanto Luna e Aden, já com seus sistemas restaurados, lutava ao lado da amiga que o ajudava a escapar das rajadas de energia elétrica que os invasores os lançavam. Raysha levantou André e, através da seiva de uma planta medicinal que carregava num pequeno pote de madeira em sua alforja, curou a ferida profunda no peito do jovem que olhou para ela, impressionado.

Porém, ao fitar na nave, André viu o ser negro, machucado, tentando sair da nave que o olhou de volta e disse:

— An-André?!

André então se levantou e correu em direção aos invasores. Aden tomou uma rajada de energia dos inimigos tripulantes e se pôs de pé em seguida. Ele então, tomando controle tecnopático da nave, viu que o sistema dos braceletes deles estava conectado a interface de uma antena receptiva. O robô então destruiu a conexão, deixando-os vulneráveis e implantou um vírus que os eletrificou derrubando-os e deixando-os vulneráveis para que André o jogasse contra o chão, socando ambos repetidas vezes, até que Raysha o puxou e pediu para que ele parasse com isso. André então foi até o homem da nave e o puxou para a porta da mesma.

—___________________________________________________

Mandrak partiu para cima dos jovens, cegando-os e golpeando todos eles. Após a cegueira passar, eles continuaram sendo golpeados pelo Velasmiano que se aproveitava de sua invisibilidade para golpeá-los furtivamente. Os monstros pequenos aproveitavam que os jovens estavam sendo massacrados pelos punhos extremamente fortes de Mandrak e criaram uma espécie de supernova e lançou nos jovens. Porém, Tama, o cão do homem sem nome, girou numa espiral e, ao tocar na supernova, acabou fazendo com que ela explodisse, lançando os jovens e o animal longe por conta da força do impacto.

Ao se levantarem, o homem vê seu cão desmaiado no canto de uma árvore. Uma fúria desmedida toma conta dele ele corre em linha reta. Ao olhar para o chão, vê o passo de Mandrak que preparou para golpeá-lo, porém ele transformou seu braço em cristal e socou Mandrak, lançando-o entre as pernas do monstro de pedra. Ao se aproximar de todos os monstros, o homem, movido por uma fúria quase incontrolável, teleportou-se para os céus e transformou-se em um grande meteorito cristalizado do qual teleportava-se a cada milésimo de segundo, adquirindo através dos constantes teleportes, uma força de aceleração tão forte que, ao cair o chão, o homem teve que criar uma redoma ao redor dos jovens e seu cachorro com o dobro da espessura da qual estava prendendo Alex para que não fossem atingidos pela força do impacto que gerou uma onda cinética capaz de destruir mais da metade da vegetação do local incluindo os monstros.

A redoma então foi desfeita e eles viram a destruição que fora causada no local. Raysha colocou a mão na cabeça, entristecida. O homem andou cambaleando até seu cão e, ao ver que ele estava bem, acariciou-o.

Enquanto isso, André ajudava o homem da nave.

— Quem é você? – Perguntou André – Como me conhece?

— Eu... Eu conheci seu pai. – Disse o homem.

— Você o que? Vo-Você é realmente um demônio?

— Sim, eu sou. Fico feliz que esteja vivo.

— Espera, eu preciso saber ma...

De repente um dos rifles que havia dentro da nave dos quais estavam balançando cai sobre o painel central e a porta da nave se fecha antes que Aden pudesse ter o controle da mesma, partindo o demônio ao meio.

— NÃO! – Exclama André mexendo no corpo do demônio que, em poucos segundos, se desfez como poeira – MERDA!

O monstro saiu de Mandrak, morrendo a alguns metros de seu hospedeiro. Mandrak levantou-se e foi, junto com Raysha até o corpo do homem, pegando algumas ervas e curando suas feridas.

De repente, um abalo sísmico provindo de André começou a tremer o solo, foi quando Raysha viu-se na necessidade de impedir isso.

Ela colocou-se frente ao jovem empurrando-o e vociferando:

— Chega! Chega! Chega! Entendem acaso por não vocês? Natureza toda destruição essa faz eles mal nós também à. Só brigar destruição trará redor tudo a. Destruição chega de.

Alex, já com a redoma desfeita, aproximou-se dos jovens, ficando impressionado com a destruição ao redor.

— O que aconteceu aqui? – Perguntou ele vendo o sangue dos monstros espalhado por todos os ambientes.

— Nada. – Disse Rosie.

Ao ver os invasores no chão, Alex se aproximou de um deles e o jogou contra uma árvore, interrogando-o.

— Quem são vocês? O que querem aqui?

O invasor falava numa língua estranha da qual ninguém conseguia traduzir.

— Aden, consegue traduzir? – Perguntou Rosie.

— Não há registros desse idioma em meu banco de dados. – Respondeu o robô.

Luna então lembrou-se de algo.

— Aden, tente unir hebraico, sérvio, holandês, bielo-russo, alemão e latim. – Disse a jovem.

Aden então encontrou a tradução das palavras e as pronunciou:

— “Somos a evolução da própria existência, somos a parcela da essência da vida encarnada em corpos indignos de conceber tamanha glória. Vocês, seres patéticos, tiveram sua chance de redenção, mas a ignoraram e utilizaram dessa dádiva para que...”

— Como sabia? – Perguntou Rosie.

— Neo. Ele havia nos dito sobre o Jinacon quando nos encontramos com Katrina pela primeira vez.

Alex socou o rosto do homem, Raysha tentou apaziguar, mas Alex logo a repreendeu.

— Não vem com seu ambientalismo para cá, já deu. – Disse Alex.

— É melhor ficar na sua, Pocahontas. Exatas e humanas não se misturam. – Comentou Rosie.

— Me fala o que vocês querem aqui e de onde vieram. E sem rodeios senão eu vou continuar a te socar tanto que você vai implorar por perdão. – Falou o Capitão.

O ser falava poucas palavras e Aden as traduzia.

— “Tu não tirarás nenhuma palavra de mim, raça imunda. Vocês precisam de nós. Seu mundo sujo já causou mal demais à nossa criação”.

— Do que ele está falando? – Perguntou Foster.

— Eu não faço ideia. – Disse Alex – Ao olhar para o homem.

De repente uma das peças do bracelete do invasor voa em direção ao seu pescoço, o degolando. O mesmo acontece com os outros dois tripulantes.

Alex solta o corpo morto do invasor que emanava um líquido biológico extremamente fedorento. Foi quando o homem dono do cão das sombras começou a gemer com uma dor incontrolável. Todos o olhavam e Luna foi até ele para tentar ajuda-lo, porém, com uma força assustadora, ele arremessou Luna que rolou pelo chão. O homem, com os olhos avermelhados, tentava pedir desculpas enquanto uma dor sem precedentes tomava conta de seu corpo, até que cessou. O suor em seu rosto e sua respiração ofegante demonstrava que algo estava terrivelmente errado. Ele não tinha forças para ficar de pé, por mais que tentasse. Seus olhos tornaram-se da coloração normal, um azul claro, quase fluorescente.

— M-Me... Me desculpe, eu não... – Tentava dizer enquanto suas lágrimas inundavam seu rosto.

Raysha pediu que todos se afastassem e chegou perto dele.

— Aconteceu o que? – Perguntou a mulher.

— Eu... Eu... Não posso ficar aqui. Já vai anoitecer.

— Já saquei! – Disse Claire – Teen Wolf?

— O quê? – Perguntou Alex.

— É uma série de televisão que estreou em 2011 cujo enredo foca na vida de Scott, um jovem que é mordido por um lobisomem e te... – Explicou Aden.

— Pode parar.

— Preciso eu silêncio. – Disse Raysha.

— P-Por, por favor. Me ajudem. – Pedia o homem.

Os olhos de Raysha mudavam de cor à medida que ia entendendo a gravidade do problema. Mandrak, por conta da assimilação dos sentimentos mais profundos do homem, soube exatamente o que ele estava sentindo e por último, Luna começava a chorar sem parar.

— Querem me contar que porra está acontecendo aqui? – Disse Alex.

De repente o homem começa a se contorcer e gritar de dor tão alto que os pássaros voaram. Nesse momento um grupo de aproximadamente vinte e dois soldados, dos quais dois carregavam as peças do portal aproximaram-se de Alex e, sujos de sangue, disseram:

— Senhor Capitão. Sofremos uma emboscada, um esquadrão inteiro de naves e monstros parecidos com esses aí no chão mataram todos os soldados. Estão vindo para cá.

Claire começou a rir e disse:

— A gente está se fudendo mais que prostituta mal paga.

— Alex. – Chamou Raysha – Ele continuar tem de não condições e desvantagem na nós estamos.

— Merda... Venham, vamos correr. – Disse Alex tomando o homem em seus braços e seu cão se abrigou na sombra do corpo do dono que se formava com o fim do sol da tarde.

André percebeu que nesse ritmo eles jamais chegariam e, através de uma conexão cerebral com seu dragão o chamou.

“— Ig, preciso que nos leve até um local seguro, agora!”

“— Estou indo, senhor” — Respondeu o enorme dragão dando um voo rasante e aterrissando frente aos jovens.

— Venham! Disse André.

Os jovens e os soldados subiram no dragão que os levou para os ares. O homem não parava de se contorcer e o cão assentado ao seu lado, choramingava enquanto suas caldas balançavam ao vento e o branco de seus olhos deixavam rastros como luzes se movendo na escuridão. Foi quando o gigantesco dragão foi atingido em uma de suas asas por uma das naves que tinha uma capacidade de voo maior. Ele então se recuperou, obrigado os jovens a se segurarem em seu pelo enquanto a turbulência passava. O tiro não causou danos aparentes nas asas do grande ser mitológico por conta da tenacidade e quase total impenetrabilidade de sua pele.

Ao olharem para trás, os jovens se deparam com uma tropa de cerca de cento e quarenta e três naves indo em direção a eles e atirando nos mesmos.

— Ig, tire a gente daqui, agora! – Disse André.

— Eles nos seguirão, não importa o quanto eu tente. – Respondeu o grande dragão com uma voz serena e grave.

Ao ver uma das naves aproximando-se deles, Aden se pôs de pé e, através do controle tecnopata da nave, conseguiu fazer com que seus sistemas falhassem e a nave caísse em uma espiral direto para a morte.

— Consegue fazer isso com todos? – Perguntou Rosie.

— Há um bloqueio de transmissão de rede que me impede de controlar as naves mais distantes. – Respondeu o robô.

— E se chegarmos perto?

— Haverá uma possibilidade maior de um ataque nos sistemas deles, mas é muito arriscado visto que...

— Eu já entendi. Ig, onda de vento! – Disse André.

O dragão subiu e em seguida desceu e ficou abaixo das naves surpreendendo-as ao emergir girando, causando uma onda de vento que as desestabilizou e, as cinco que se encontravam mais perto do dragão, Aden conseguiu derrubar. Até que uma das naves ligou uma espécie de bloqueador de sinais que embaralhava a transmissão sem fio dos sinais tecnopatas de Aden. Os soldados atiravam inutilmente contra as naves.

— Isso não é bom. Meus sinais foram bloqueados – Disse o robô.

— Temos que fazer à moda antiga. – Disse Alex após desviar de um dos disparos de uma das naves.

— Boa não ideia é uma. – Disse Raysha.

— Tem ideia melhor? Seja lá o que esteja acontecendo com ele – Disse Alex apontando para o homem cujo cão permanecia imóvel – não irá durar muito tempo assim.

Raysha se calou.

Alex voou até a nave mais próxima e tentou socar o vidro da parte do piloto que fazia manobras insanas na tentativa de tirar o jovem dali.

— Ig, eu tenho que fazer isso. – Disse André.

— Meu senhor, não é uma boa ideia. – Respondeu o dragão.

— Fazer o quê? – Perguntou Foster.

André se calou olhando para Alex que fizera uma nave bater na outra onde as duas dispararam uma contra a outra, explodindo-as e jogando o jovem contra outra nave, tendo que se segurar no canhão desintegrador do veículo aéreo que se preparava para atirar.

— Tama, certo? – Perguntou Foster.

O cachorro levantou a cabeça e abriu a boca.

— Sei que está preocupado com seu dono, mas ajude nosso amigo. – Disse a agente deixando seus olhos lilás.

O cão envolveu a nave num manto de escuridão formado pelo seu corpo e a destruiu quase que por completo, Alex soltou-se do canhão, mas voou em direção à outra nave. Ele pegou seu bastão e, convertendo gelo em fogo, acabou por congelar uma das naves. Luna lançou uma esfera de energia que destruiu a nave congelada. Foi quando todas as naves tiveram sua estrutura externa aquecida a ponto do gelo de Alex não ser efetivo e o jovem teve um canhão mirado em sua cabeça. Foster viu que a nave se preparava para atirar e ordenou para Mandrak que lançava uma jato de luz em uma das naves, cegando o piloto e fazendo-o colidir nas árvores de troncos de pedras que tinham altura suficiente para chegar às nuvens.

— Me joga grandão. – Disse Foster.

Mandrak lançou Foster em direção a uma das naves e a agente assoviou para Tama que foi até ela. O ar parecia não surtir efeito no cão que flutuava como uma água-viva no mar. Ao chegar até ela, Foster disse:

— Abre um buraco nessa lataria.

O cão girou numa espiral até que a lataria foi danificada. Foster entrou na abertura e enfiou a espada no piloto, co-piloto e um soldado que manipulava a torreta que quase matara Alex há poucos segundos. Ela então viu uma série de botões e apertou todos e um desses botões era o bloqueador de sinais que fora desfeito. Aden percebeu o que a agente fez e trouxe a nave dela para mais perto, permitindo que ela e o cão subissem novamente no enorme dragão, derrubando a nave em seguida.

Porém, Luna esbarrou na bolsa que carregava o portal e Rosie, ao ver que a mesma caía pelo corpo do grande dragão, se jogou para pegar a última esperança de volta para casa. Aden a segurou, porém um dos tiros provindos de uma das naves fez com que ele tivesse que atirar com seu canhão de plasma para repelir o tiro e o impacto entre as duas diferentes munições fez com que ele desequilibrasse e, numa tentativa de salvar Rosie, a jogou para cima, precipitando-se ao solo.

— Não! – Exclamou Rosie.

Alex percebera o que aconteceu e voou para ajudar o robô, porém, uma garra metálica agarrou sua perna e o puxou para dentro da nave.

Ao ver a tristeza no olhar de Rosie, André não viu outra opção. Foi quando ele colocou as mãos nas costas de Ignisacer e de repente Aden parou no ar e todas as naves começaram a cair a toda velocidade assim como o dragão. Ao ficar paralelo ao dragão, Rosie puxou Aden para as costas de Ignisacer.

— Senhor, não faça isso! – Disse o dragão ao ver que ainda caíam.

— Eu preciso, Ig. Senão eles não irão parar. – Retrucou André.

— Você sabe o que pode acontecer.

— Tenho que correr o risco.

Dentro da nave, Alex lutava contra a corrente elétrica de uma algema que o imobilizava. Luna, através de um sonar telepático, viu que o amigo estava em apuros.

— André, pare! – Disse Luna – Alex está lá dentro.

— Eu não posso permitir que mais tropas venham, estamos em desvantagem e logo Ig se cansará. – Disse André – Eu sinto muito.

Luna, irritada, se preparou para pular, porém Mandrak a empurrou para trás, socou André, fazendo ele parar com o controle gravitacional e disse para Aden:

— Homem de lata, derrube-os.

Mandrak então pulou na nave onde estava Alex e deixou ser capturado pela garra metálica. Ao ser jogado para dentro da nave, ele cegou a todos que estavam lá e tirou Alex que estava enfraquecido pela intensidade dos choques micro-neurais que cortaram temporariamente as sinapses do cérebro com os membros do corpo, impedindo que ele se movimentasse.

Mandrak o levou até a parte superior da cabine e colocou o corpo de Alex para que os jovens vissem. Porém, um dos tripulantes introduziu um bastão de metal que secretou uma substância no corpo de Mandrak que socou o tripulante, cortando-o ao meio com seu jato de luz. Mandrak subiu, porém sentiu seu corpo estranho. Ele sabia que o invasor havia feito algo com ele.

Os jovens o olhavam com esmero e o coração de Luna apertava para que eles conseguissem. Mandrak, cambaleando, só conseguiu dizer:

— Homem de lata, pegue!

Mandrak lançou o corpo de Alex para cima e Aden esticou seu braço, porém a estrutura metálica do robô não permitiu que fosse esticado o suficiente para ele segurar o jovem capitão. Foi quando Raysha correu no braço de Aden e pegou Alex. Utilizando um ramo de planta parecida com samambaia, ela fez a planta crescer quase que instantaneamente e, utilizando-a como uma corda, laçou a mão metálica de Alex enquanto Aden os puxava.

Mandrak, caiu sobre a nave e olhou para Rosie. Uma gota de lágrima caiu de seu rosto. Foi quando Luna, fitando nele, entrou na sua mente e viu a tristeza dentro de si. Não pela certeza da morte que se aproximava a cada metro que a nave caía, mas por sua missão pessoal não ter sido cumprida. Foi quando ela utilizou seu controle mental que estava bem debilitado e criou uma ilusão que fez com que Mandrak imaginasse que Mayra estava em seu lado.

O jovem mártir Velasquiano pegou na mão de sua querida e a abraçou. Porém, Luna, debilitada mentalmente, não conseguiu manter a ilusão por muito tempo, mas foi o tempo suficiente para dar uma morte feliz a Mandrak que, mesmo a milésimos de segundos antes da morte conseguiu sorrir, desfazendo a lágrima que escorria nas arestas de seus lábios.

A explosão das naves anunciou a morte de alguém que se sacrificara por um estranho. Alguém que mesmo não cumprindo a sua missão, teve sua participação marcada na vida dos jovens, salvando Alex e mostrando a eles o caráter de um Velasquiano.

O grande dragão continuava a voar rumo a um destino incerto enquanto Luna observava a explosão com tristeza, porém, a sensação de ter ajudado a aliviar a morte de Mandrak preenchia parte de seu coração partido por não poder ter feito mais nada.

=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=§=

Ao chegarem perto de um riacho, numa floresta a quilômetros dali, os jovens desceram do grande dragão que descansava suas asas colossais.

— Obrigado Ig. – Agradeceu André.

— É... Obrigado... – Disse Claire, abalada.

Aden pegou o homem sem nove enquanto ele não tinha nem mais forças para gritar, apenas agonizava e o colocou no chão.

— Pode fazer alguma coisa por eles? – Perguntou Rosie a Raysha.

— Amigo ficará Alex seu bom horas algumas em. – Respondeu Raysha – Homem sinceramente quanto esse a sei acontece ele com não.

Tama, o cão, deitou-se ao lado de seu dono esperando ele melhorar.

Os jovens sentaram e se olharam.

— Riacho eu um irei até banhar-me para. Demorar irei não. – Disse Raysha andando entre as árvores, como se estivesse acariciando-as.

— Vamos ficar aqui, igual uns idiotas, olhando um para a cara feia do outro? Menos a minha, claro. – Disse Foster.

— Tem ideia melhor? – Disse Luna.

— Sim, vamos procurar de onde estão vindo esses stormtroopers e assim descobrir seu plano.

— É uma péssima ideia. – Disse um dos soldados tirando um estilhaço de sua mão e seu braço.

— O que foi soldado?

— Eu disse que é uma péssima ideia.

— E quem pediu sua opinião?

— A vontade de sobreviver. Vocês têm poderes e nem sabem como usá-los ao máximo. Quase viramos picadinho de aliens e você está querendo ir direto para a morte? Pense, por que eles estariam aqui?

— Diga você, diferentão. Dr House, Gabriel, o Pensa...

— Foster, não começa. – Disse Claire.

— Olha quem está fa...

— Foster! – Exclamou Luna – Dá para dar um tempo?

Foster percebeu que estava errada.

— Ok, foi mal.

— O “alien” em questão nos disse que nós tivemos nossa chance de redenção. E disse que fizemos mal à sua criação. Tem ideia do que seja isso soldado... – Explicou Rosie.

— Meyers, Uric Meyers. – Respondeu o soldado – Fizemos mal à sua criação? Significa que eles criaram a Terra?

— É um bom palpite. – Disse Claire – Mas se eles criaram a Terra, eles teriam criado os humanos, e nós, como humanos já teríamos sido mortos por eles e não sofrendo uma tentativa de invasão dos Preatonianos.

— A menos que... – Pensou Aden.

— A menos que? – Perguntou Foster.

— A menos que a criação deles seja Preato.

— Mas isso não faz sentido. – Refutou Rosie – Preato foi criado a partir das três pedras.

— E quem te contou essa história estava aqui na criação? – Perguntou Foster – É o mesmo que tentar descobrir se Adão e Eva existiram.

— As pedras existem. – Argumentou Luna – Isso é irrefutável.

— Porém, se elas fossem realmente a causa da criação de Preato, elas seriam também a causa de sua destruição ou no mínimo seria possível criar outros mundos a partir delas. – Disse Aden.

— Se eles criaram as pedras e Preato em si, então podem estar procurando pelas pedras. – Completou Rosie – E isso os levaria à Terra.

— Outra invasão? – Perguntou Meyers.

— Eu não faço ideia do que vocês estão falando. – Disse André.

— Estamos apenas... Afinal quem é você? – Perguntou Claire.

— Eu já disse, sou fi...

— Disso eu sei montador de Smaug, comece do início, por favor.

— Certo. Eu sou um Andumodis, metade anjo, metade demônio...

— Noventa e nove por cento anjo, perfeito, mas aquele um por... – Cantou Foster em voz baixa

— Calada! – Disse Rosie.

— Enfim... Eu nasci pouco antes de minha mãe morrer, então não cheguei a conhecê-la. Ela era um anjo, porém seu erro foi ter conhecido o homem que seria meu pai, Bara. Os dois se apaixo...

— Está parecendo uma história de livro infantil. – Comentou Claire.

— O que é um livro? – Perguntou André.

— É um objeto onde as pessoas escrevem histórias fantasiosas e às vezes de verdade. – Comentou Luna.

— Sim, e parece um conto de mentira.

— É foi isso que eu ouvi a minha vida toda. – Disse André.

— Onde está Raysha? – Perguntou Luna.

— Ela entrou na mata. – Disse Rosie – Continua André.

— Bem, eles tiveram um relacionamento até que o imperador de Nack, cidade onde vivia a família da minha mãe, achou esse relacionamento errado e decidiu acabar com tudo porque os demônios não eram bem vistos lá em Atlos, meu planeta natal. Noche, o imperador ordenou a morte de todos os demônios, porém, antes de morrer, minha mãe roubou o Amorphous, a arma mais poderosa dos demônios. Ela então fugiu ferida para Entaris montada em Ignisacer, porém, antes de morrer por conta de suas feridas, ela deu a luz a mim. Então desde que me conheço por gente eu só sei disso da história.

— Isso é... bizarro. – Disse Luna – Nosso conceito de anjos e demônios é completamente diferente. Mas isso não vem ao caso agora. OK, você nasceu e depois?

— Fui trazido para o palácio de uma família real em Entaris, porém minha infância foi um pouco conturbada.

— Pai alcoólatra? – Perguntou Claire.

— O quê? – Perguntou André.

— Ignora. – Disse Foster.

— Eu recebi treinamento militar e educação de primeira, mas eu acabei com tudo. – Disse André – Em um acesso de raiva durante um dos treinamentos eu acabei matando-o e destruindo palácios reais inclusive onde eu e minha “família” morávamos. Foi então que fui expulso pelo Rei de Entaris e fui obrigado a vagar por aí até que encontrei um ex-oficial do rei de Nack, Juha. Ele me ensinou a controlar essa minha... Minha raiva interior, digamos assim. Porém, Noche descobriu meu paradeiro e matou todos que estavam na caravana de Juha, ele conseguiu salvar, mas... – André suspirou fundo e continuou – A partir daí eu tenho procurado por saber mais sobre quem são os anjos e quem são os demônios e também quero vingança pela morte de meus pais.

— Isso é irado. – Disse Claire – Não o bagulho da morte de seus pais, mas a história em si.

— E como você chegou aqui? – Perguntou Luna.

— Ig me encontrou enquanto eu estava lutando contra alguns soldados que tentaram me emboscar e de repente, um portal se abriu e nós entramos nele.

— O quê? Um portal simplesmente se abriu? – Perguntou Rosie.

— Sim, por quê?

— Isso não é possível, não se abrem portais assim.

— Também não tenho uma explicação plausível para isso.

— Se um portal se abriu tem que ter uma explicação. – Disse Luna.

— Pessoal, estamos cansados, por que não dormimos um pouco? – Comentou Meyers.

— Oxe, quem você acha que é soldado? – Perguntou Foster.

— Acho que você não entendeu, Foster. Não existem mais soldados. Somos um grupo tentando sobreviver. Não há mais esquadrão e escalas hierárquicas para obedecermos. – Disse Luna.

— Que seja. – Resmungou Foster, deitando-se numa folha de uma árvore cujo galho servira como cama para eles.

Os jovens deitaram e dormiram.

Alex então acordou e Rosie e Luna perceberam que ele havia despertado.

Alex avaliava o braço regenerado pela ajuda de Raysha e Rosie, Luna conversava com sua amiga enfermeira e as demais dormiam. somente a bestial não estava à vista.

— Ei Alex, como está? – Perguntou Rosie, abraçando o amigo.

— Estou bem, eu acho. Onde estamos? – Perguntou o jovem.

— Em um lugar seguro. – Respondeu Luna.

— Estamos em Preato, não há lugar seguro. Cadê a Raysha? - Alex pergunta.

— Ela disse que iria até um riacho verificar alguma coisa e que não demoraria. – Rosie respondeu.

— Se bem... Sem bem que já faz um tempinho que ela sumiu não? – Luna parecia um pouco preocupada.

— Então eu vou verificar. – Disse o jovem levantando-se.

— Tem certeza? E o seu braço? – Perguntou Rosie.

— Já está bem melhor. Durmam um pouco, prometo não demorar.

Alex adentrou a trilha indo em direção ao riacho onde a bestial deveria estar, conforme se aproximava ele começava a sentir uma sensação diferente que ainda não tinha sentido enquanto estava em Preato, uma sensação de alívio e conforto que não conseguia descrever direito, contudo, essas sensações eram acompanhadas de uma voz que se fazia ouvir naquele instante ao passo que se aproximava do riacho, até perceber que a voz na verdade era um canto melodioso em um tom singular e instigante.

O jovem chegou mais perto podendo ver o riacho e nele Raysha que se banhava e cantava só para ela mesma, contudo, conforme sua voz saia algumas criaturas apaziguadas pela sua melodia se aproximavam curiosas e luzes diminutas dançavam em sua face fazendo-a rir graciosamente quando passam entre seus cabelos esvoaçando-os.

— Isso... Isso é surreal.

A dor do braço de Alex para e quando ele menos percebeu notou que algumas flores e outras plantas minúsculas, vagarosamente brotavam do chão como se respondessem a um chamado da vida e ele fica sem fôlego diante da figura serena da mulher banhada pela luz da lua. O rapaz não entendia muito bem o que estava acontecendo, só sabia que era melhor não interferir, porém no momento que resolve se retirar acaba pisando em um galho denunciando sua presença e fazendo as criaturas que cercavam o riacho fugirem pelo alerta do som. Raysha fita a direção do barulho e sai do riacho pegando suas roupas e começando a se vestir.

— Alex, cheiro conheço seu, precisa não esconder se, sair pode, já vestida estou.

Alex saiu tímido detrás da árvore e fica um pouco desconcertado por ela ter descoberto sua presença indiscreta ali.

— Deseja algo? – Ela perguntou enquanto secava os cabelos.

— Eu só queria saber se estava bem, porque Rosie disse que você tinha saído para verificar algo há algum tempo e por isso saí para ver se estava tudo bem... Desculpe-me, eu não quis... – ele vira o rosto.

Raysha não tinha entendido direito o que ele estava dizendo.

— Oh sim. Saído eu verificar havia arredores os local do descanso de banhar para aproveitei e me.

— C-certo e está tudo bem com o perímetro?

— Sim. – Respondeu ela sem rodeios ainda curiosa com a face vermelha de Alex.

— Ótimo, então acho melhor voltarmos, não quero que pensem que você... eu... Nós... Ah você sa...- Alex começou a ir embora, mas assustou-se quando viu que Raysha já está na sua frente lhe encarando.

A bestial simplesmente puxa a cabeça de Alex e encosta a testa dele na sua.

— O que você es...?

— Hmm, febre é não, que bom. – Raysha o soltou. – Achei febre que porque estava com alguma inflamação...

— Raysha... Você pode falar na minha língua? Não é difícil. Vou te ensinar.

Os dois passaram alguns minutos com Alex ensinando Raysha a falar segundo a estrutura da língua dos jovens terrestres e, por incrível que pareceu, Raysha aprendeu quase que imediatamente.

— Isso aí! – Disse o jovem vibrando enquanto riam por Raysha ter aprendido.

A alça da veste de Raysha caiu sobre seu braço, deixando quase totalmente o seio esquerdo dela à mostra. Alex, encabulado, virou para o outro lado. A bestial segurou na mão do jovem e puxou lentamente o pescoço dele encostando a testa e o nariz dela na dele.

— E agora, o que está fazendo? Na minha língua, por favor.

— Você ficou vermelho do nada como ficou há alguns minutos. Pensei que poderia ser uma crise febril causada por alguma inflamação por conta da ferida em seu braço.

— E o que constatou?

— Que não passou da vergonha de ter visto minhas costas e nádegas nuas enquanto eu saía do riacho. Não é?

Alex engoliu em seco.

— Bem, vamos voltar? - ela sorri com a maior naturalidade do mundo.

Alex só assente vigorosamente e começou a voltar andando na frente sem ver que atrás de si Raysha sorria graciosamente das expressões corporais do rapaz. Ela então o empurrou contra uma árvore e falou.

— Pobre homem, tão forte, tão poderoso e impetuoso, porém tão doce e sensível que é incapaz de ver uma estranha à vontade se banhando e fica tão fraco ao se ver frente a mesma mulher. – Disse a bestial.

— Eu... Eu...

— Está sem palavras? O que significa isso em sua língua?

— Significa que eu não sei o que responder a você e que se virem a gente aqui, desse jeito, vão pensar coisas das quais você não vai querer ouvir.

— Seu povo não pode ver um homem e uma mulher a sós dialogando?

— Não é isso, é porque... Porque eles podem pensar que estamos fazendo outro tipo de coisa.

— Como...?

— Beijos e outras coisas. Venha, vamos vol... – Alex tentou sair, porém Raysha o empurrou novamente contra a árvore.

— O que é um beijo?

— Não é hora para isso, Raysha. – Alex tirou a mão dela de seu tórax – Agora vamos.

Os dois se encontraram com o grupo que estava dormindo e deitou-se no canto e Raysha subiu na copa da árvore, fechando seus olhos com um sorriso no rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Deixa aquele seu comentário gostoso aqui embaixo que me ajuda muito. Incentive esse pobre escritor :) Muito obrigado por ler.
Até a próxima.
BEIJOS DO THE



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Preato - The Rift: NeoGEN — INTERATIVA" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.