Preato - The Rift: NeoGEN — INTERATIVA escrita por THEstruction


Capítulo 5
Capítulo IV: Entre Inimigos


Notas iniciais do capítulo

Olá gais!
E aí, como estão?
Também estou ♥
Mais um capítulo da fic. É eu sei, demorou para sair, mas aí está. Boa leitura.



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— Querem me explicar que merda foi essa? – Perguntou Claire.

— Sabemos tanto quanto você. – Respondeu Rosie.

— Não vem com esse papinho.

— Ela não está mentindo. – Disse Alex olhando para os lados, procurando mais dos seres voadores – Nunca vimos nenhum desses monstros quando estivemos aqui. Soldados! Vamos andando e fiquem atentos.

— Aonde vamos? – Perguntou Luna.

— Vamos em frente. Eu diria que se conseguíssemos chegar à cidade, chegaríamos à prisão e daí...

— Seguiríamos o caminho das gramas tóxicas até a toca onde estavam a primeira ronda de Remanescentes.

— Exato, só que como apareceram esses seres na cidade, isso significa que há alguma coisa muito errada aqui.

— Por que não tomamos o caminho da floresta? – Perguntou Rosie.

— As coisas que nós encontramos na floresta dizem que devemos seguir pela cidade.

— Mas se...

— Quem dá as ordens aqui sou eu. – Disse Alex.

— Grande Capitão você. – Comentou Luna tomando a dianteira.

— O que você di...

— O que você ouviu, Alex. – Disse Luna ainda andando em linha reta.

— Aden, faça o reconhecimento do local e reúna as tropas, eu já venho. – Ordenou Alex voando até Luna, parando frente a ela.

Ao chegar à amiga, ele disse:

— Luna, qual é o seu problema?

— O meu problema? – Perguntou Luna – O meu problema é que hoje eu vejo o meu amigo no coma...

— Ah meu Deus, não vamos começar, por favor. E eu sei que não se trata apenas disso.

— Alex, diga-me que você sempre quis isso, mas diga de coração, porque se for verdade eu me calo e não falo mais nada.

Alex se calou.

— Eu imaginei. Por que, Alex, só me di...

— Porque eu não consegui tirá-los da cabeça, está bem? – Bradou o jovem, chamando a atenção de todo o esquadrão – Era isso que você queria ouvir? Pois bem, eu não consegui. Satisfeita? Agora vamos andando porque quanto antes acabarmos essa porra, melhor. Soldados!

— Ah Uh! – Exclamaram o esquadrão.

— Tomaremos o caminho da floresta, agora vamos andando!

Os jovens continuaram andando. Luna ficou calada olhando os soldados passando atrás dela. Aquela revelação tinha a deixado sem reação. Rosie chegou-se até ela e a indagou:

— O que foi aquilo?

— Tudo que eu precisava. – Disse Luna acompanhando o esquadrão.

Ao chegar perto de Foster, a agente disse:

— Ui, parec...

— Vai se foder. – Respondeu Luna para Foster.

— Corte rápido, Tramontina. – Sussurrou Claire.

Os jovens, o esquadrão e Aden continuaram cortando caminho pela floresta, até que Rosie reconheceu o local.

— Esse não é o local onde a gente lutou contra aquele monstro nojento antes de sermos capturados pelo Rei? – Indagou a jovem.

— Exatamente. – Respondeu Luna – Mas tem alguma coisa estranha, esse lugar não estava assim.

— Tudo está diferente por aqui.

— Continuem andando. – Ordenou Alex – Estaremos perto dos ceifeiros Kiuziks.

— O que são esses ceifeiros? – Perguntou Claire.

— São entidades que guardam a entrada dos Zênites. – Respondeu Luna.

— Wikipédia para quê? – Debochou por não ter entendido quase nada das informações

— Zênites são um dos grupos de humanos Remanescentes.

— O quê? Um dos grupos? Já? – Disse Foster ouvindo a conversa – Foi mais fácil do que eu pensei.

— Isso que é estranho. – Disse Rosie – Nada aqui é fácil. Monstros invadindo a cidade, floresta devastada, alguma coisa está muito errada.

Eles continuaram andando por alguns metros até que encontraram o suposto lar dos ceifeiros Kiuziks, porém, não como deveria estar.

— O quê? – Indagou Alex – Mas aqui não era...?

— Sim, era aqui, mas... O que aconteceu? – Disse Rosie.

O local estava devastado e o lago, abrigo dos ceifeiros, já não existia mais.

— Que merda. – Disse Alex.

— Alguém pode me explicar qual o problema? – Pediu Foster.

— Aqui ficaria a entrada que somente os ceifeiros Kiuziks poderiam abrir. – Respondeu Rosie.

— E quem são esses... ceifeiros “não sei o que”?

— Esse é o problema. Eles são uma espécie de entidade sobrenatural da qual nós não conhecemos. A primeira e única vez que os vimos foi quando tivemos que ter acesso ao grupo de Remanescentes desse local. – Respondeu Luna – Sem eles, não há outra forma acessar o local.

— Aí está mais um problema: que local? – Disse Alex olhando para cima.

Os jovens assim como Claire, Foster e Aden olharam para cima e constataram mais um problema.

— Onde está a nuvem? – Perguntou Rosie.

— Não faço ideia. Aden, re... Não, esquece, é inútil. – Disse Alex – Venham, vamos continuar.

— O que nós vamos fazer? – Perguntou Claire.

— Procurar o segundo grupo e se não os acharmos, voltaremos para casa. Soldados! Vamos andando.

Eles então continuaram em frente, passando através da área devastada. Após três horas de exaustiva caminhada, eles chegaram num bosque. O clima denso proporcionado pelas árvores e folhas do bosque auxiliado com a pouca e quase inexistente luz do sol, fazia com que o ambiente ao entorno fosse bastante gelado, isso dificultou a passo da caminhada e, ao ver os soldados com frio, Alex decidiu parar para descansar.

— Certo soldados, descansaremos aqui. Preparem as tendas. – Disse o Capitão, virando-se para Aden em seguida – Aden, prepare os equipamentos, nós ficaremos aqui por algumas horas. Sairemos daqui a três horas.

— Entendido.

Aden, através do controle tecnopata de microcápsulas esféricas, ativou-as e as mesmas se transformaram em tendas capazes de comportar até cinco pessoas em cada repartição. Os soldados se ajeitavam e construíam fogueiras, relaxando entre si, alguns até tomavam suco de laranja e outras bebidas para reporem as forças. Claire criou colunas de fogo para aquecê-los por conta do frio do bosque. Luna caminhava ao redor das árvores, lançando sonares telepáticos para identificar algum perigo. Tal sonar foi sentido por Aden, que via os olhos dela mudarem de cor. Ele então se aproximou da jovem e a indagou:

— Por que está fazendo isso, senhorita Luna?

— Isso o quê? – Perguntou Luna.

— Utilizando sua telepatia para identificar possíveis ameaças.

— Apenas precaução.

— A senhorita acredita na possibilidade de uma ameaça iminente?

— Bem... – Disse Luna, agachando-se e sentando sobre uma pedra – Estamos em Preato, aqui tudo é possível, acho que você viu isso há algumas horas com aquele monstro. E para de me chamar de senhorita, pode me chamar de Luna, ou Lu.

— Lu? O que seria isso?

— É meu apelido.

— Apelidos são designações informais das quais as pessoas que possuem um relacionamento interpessoal se comunicam.

— Que bom, temos um robô dicionário. Então, pode me chamar assim, mas não de senhorita.

— Desculpe, mas isso indica grau de proximidade com alguém. Proximidade é relativo à intimidade, onde os sentimentos são compartilhados entre duas pessoas. E sentimentos são fraquezas.

— Sentimentos são fraquezas? Por que acha isso?

— Os sentimentos impulsionam a ação. O ser humano age por impulsos, impulsos esses que são movidos de acordo com o que lhe trouxer benefícios pessoais. Isso configura uma constante busca pela sensação de auto-realização, que muita das vezes é chamada de “egoísmo”. Outras vezes, ele é movido pelo pensamento vingativo, de querer fazer com outro ser, o que lhe foi feito. Vocês di...

— Ok, eu entendi, sim, realmente, sentimentos em alguns dos casos são fraquezas, mas só para quem não sabe controlá-los.

— E você sabe controlar os seus?

Luna abaixou sua cabeça.

— Aonde quer chegar? – Perguntou a jovem.

— Eu vejo você discutindo com o Capitão Alex Delacroix, isso não é bom.

— Por que não é bom? Por acaso sente que há algo de errado com isso? – Perguntou ela, fazendo referência ao fato dele ser um robô e não possuir, tecnicamente, sentimentos.

— Não, eu não sei o que é sentir, porém minhas análises mostram que, sob pressão, líderes tendem a tomar decisões das quais podem colocar em risco a vida de todo esquadrão.

— Não é para isso que um Capitão serve? Para tomar decisões e comandar todo um esquadrão independente das circunstâncias?

— Se ele foss...

— Aden! – Exclamou Alex – Onde você está?

— Estou encaminhando-me ao senhor, Capitão. – Disse Aden saindo sem se despedir.

Luna se levantou e continuou a andar por entre as árvores. Porém, ao dar apenas sete passos para a direita, ela pisa em alguma coisa que faz um barulho contínuo de galhos se quebrando. Ela sente o perigo pela precognição e dá um salto mortal para trás, escapando de uma corda que fora içada pelo galho de uma árvore à sua frente, revelando-se uma armadilha.

Essa porra não funciona duas vezes — Pensou – Ale...

Antes que pudesse terminar ela teve sua boca tapada por uma mão avermelhada que pressionava a cabeça dela contra o tórax de alguém que segurava o braço esquerdo da jovem. Os lábios do sujeito se abriram e o mesmo disse:

— Não grite, não quero ter que te machucar.

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— Senhor, estou ouvindo um chamado da senhorita Luna Delavega. – Disse Aden.

— Pois vá verificar. – Ordenou Alex.

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Luna então lançou uma rajada de energia numa pedra que estava abaixo de sua mão direita. O homem então teve a visão ofuscada por conta da poeira e acabou afrouxando a mão que segurava o braço de Luna. A jovem pulou, flexionou os joelhos no ar e, com os dois pés, empurrou o abdômen do sujeito que se afastou e ela pôde pegar impulso o suficiente para parar seu corpo com as duas mãos a alguns metros. O homem correu na direção da jovem que lançou uma rajada de energia nele que o arremessou contra uma árvore.

— Alex! Rosie! Tem alguém aqu...

O homem lançou uma árvore contra a jovem que a repeliu com seu escudo cinético, porém, o sujeito lançou uma rajada de luz que a cegou por alguns segundos. Ele então avançou em direção da jovem que, cega, lançava rajadas de energia das quais o homem nem precisava desviar, pois todas elas estavam desordenadas por conta da cegueira da jovem.

Ao chegar perto de desferir um ataque físico em Luna, eis que Aden surge e se coloca na frente da jovem. O homem então soca a lataria metálica do robô que, por conta da tenacidade, acaba quebrando alguns dedos do homem que geme de dor e se afasta. Aden empurra Luna para longe, para afastá-la do perigo. O homem tenta atacar o robô com rajadas de luz que se mostravam inúteis à medida que Aden avançava, mostrando que aquilo não o afetava. Ele então pegou outra árvore e lançou contra Aden que a segurou e a destruiu com um tiro de plasma concentrado. O robô utilizou o mesmo tiro para atingir de raspão barriga do homem que caiu de joelhos enquanto o lado direito sua cintura sangrava por conta do tiro. Aden se aproximou dele, porém o homem havia o enganado. Ele pegou o robô pela perna e o lançou contra uma árvore. Aden planou horizontalmente e voou até o homem, transformando sua mão em um escudo que repeliu o soco do homem que amassou a proteção metálica do escudo. O indivíduo ainda desferiu mais golpes contra o escudo. Aden desfez a proteção e deslizou entre as pernas do sujeito para atacá-lo furtivamente, porém o homem rolou para frente, escapando da grande navalha que se tornara o braço do robô, tomando apenas um pequeno corte na panturrilha esquerda. Aden tornou a transformar seu braço em uma arma e lançou alguns tiros contra o homem que rolou para detrás de uma árvore.

Nessa hora, Alex, Rosie, Claire e Foster aparecem.

— O que houve? – Perguntou Alex.

— Um indivíduo potencialmente perigoso se pôs a lutar, colocando em risco a vida de uma das integrantes do grupo. – Respondeu Aden.

— Onde ele está? – Perguntou Claire.

— Atrás da árvore. – Respondeu o robô

Alex tomou seu bastão e, ao incendiá-lo, o homem sentiu o calor das chamas. Ele então rolou detrás da árvore e lançou um flash de luz que cegou os jovens, menos Aden que atirou contra o homem que utilizou um pedaço de madeira que havia arrancado do tronco da árvore como proteção contra o primeiro tiro. Após a cegueira ter passado, Luna lançou uma rajada de energia no homem que deixou ser atingido pela mesma. Ele ficou caído por alguns segundos.

— O que é isso? – Perguntou Claire assustada com as características físicas do homem.

— Ele não é humano. – Comentou Foster.

— Ele está morto? – Perguntou Rosie.

Luna fez o reconhecimento mental do homem.

— Não! – Respondeu ela e Aden simultaneamente.

— Vamos aproveitar par...

Antes que Alex pudesse falar, o homem lançou uma rajada de energia exatamente igual a que a Luna lançou nele, porém o Capitão foi protegido pelo escudo cinético de Luna.

— Como assim? – Disse ela.

O homem então continuou lançando rajadas até que lançou um jato contínuo contra o escudo de Luna que rachou tão fácil quando uma pressão sobre um vidro temperado. Rosie então ficou invisível e passou pela direita, indo até o homem que não a percebeu. Ela então o golpeou várias vezes, derrubando-o no chão. Ao perceber que se tratava de um ser invisível, o homem manipulou um flash de luz que fez com que a luz que antes passava em trajetórias regulares através do corpo de Rosie, tivessem trajetórias irregulares em movimentos desordenados fazendo com que a jovem e todo o ambiente ao redor, ficasse translúcido, deixando a visão dos jovens reduzida a meros borrões, menos para o homem que os enxergava perfeitamente, através da manipulação fotocinética e para Aden que, por ter uma visão adaptada tecnologicamente, conseguia enxergar com clareza. O homem então jogou Rosie para o lado, subiu em cima dela e apertou o pescoço da jovem, até que ele olhou bem para o rosto dela, soltou seu pescoço e disse:

— Você... Você é a irmã da Mayra?

Nesse momento Aden cria uma corda com um gancho de metal de seu braço esquerdo que puxa o homem e o arrasta até o robô que, mesmo recebendo rajadas de energia, mantém-se firme e enrola o homem com a corda de aço de grosso calibre, deixando o homem imóvel.

— Eu... Eu me rendo. – Disse o homem sem lutar para soltar-se das cordas enquanto tentava olhar para Rosie, desfazendo o efeito translúcido.

Alex pegou seu bastão e o inflamou, colocando-o perto do rosto do homem.

— Quem é você e por que tentou nos atacar? – Interrogou o Capitão ao homem.

O homem continuava olhando para Rosie que se levantava com a ajuda de Luna. Isso irritou profundamente Alex por ter sido ignorado que ele encostou o bastão flamejante no rosto do homem, porém, o mesmo não sentiu dor. Alex continuava encostando até que se irritou por estar sendo ignorado pelo homem que não tirava os olhos de Rosie.

— Aden, aperta bem a corda. – Disse Alex guardando calmamente o bastão.

Aden apertou a corda e Alex socou o homem com tamanha força, que todos ao redor deram dois passos para trás com a força do impacto. O homem foi lançado contra uma árvore, destruindo-a. Alex pegou a corda que continuava presa ao braço de Aden, puxou o homem que nem sequer revidava e, ao se aproximar do jovem, Alex o jogou contra o chão, apertando o pescoço do indivíduo.

— Me responde, seu filho da puta. – Ordenou Alex – Quem é você e porque tentou nos matar?

— Eu... Eu não queria fazer mal. – Disse o homem quase sem ar.

— Então porque atacou a Luna?

— Porque... Porque eu achei que ela fosse me matar.

— Aden, solte a corda.

— O senhor tem cer...

— Solte a porra da corda!

— Mas senhor, não há registros de esperma presentes na... – Antes que Aden terminasse de falar, Alex rompeu a corda e lançou o homem contra outra árvore, tornando a pegá-lo pelo pescoço.

Luna entrou na mente do homem e foi intervir.

— Alex, pode soltá-lo. Ele não vai causar nenhum mal. – Disse a jovem.

Alex a ignorava e continuava interrogando o homem.

— Alex! – Exclamou Luna.

— O que é? – Perguntou Alex virando-se para Luna.

— Solta ele agora.

— Quem você pensa que é para me dar ordens?

— Não estou ordenando. – Luna se aproximou do homem e começou a falar – Seu nome é Mandrak Aragor, você tem vinte e um anos e não é desse planeta e nem quer fazer nenhum mal para nós, certo?

O homem olhou para Luna, impressionado.

— Certo? – Indagou Luna mais uma vez.

— Ce-Certo. – Respondeu o homem.

Luna olhou para Alex que soltou o homem com violência contra o chão e afastou-se da jovem.

— Talvez você esteja certo, Aden. – Disse Luna.

O homem se recompunha lentamente e perguntou à jovem:

— Como você sabe quem sou eu?

— É uma longa história. O que você está fazendo por aqui?

— Eu est... Não, não posso dar essa informação.

— Eu já sei o que você quer, por que não conta a todos?

O homem suspirou e disse:

— Estou fugindo dos invasores.

— E quem são os invasores? – Perguntou Claire.

— Como assim quem são eles? Vocês não sabem? Espera... Quem são vocês?

— Viemos da Terra. – Respondeu Foster.

— Da Terra? O lar dos humanos?

— Exatamente. Luna disse que você não é desse planeta, explica isso.

— Certo, eu vim de um planeta chamado Velasmo. Sou o único sobrevivente da cidade de Lyria, ao norte de...

— Poupe-nos das localizações, somos terrestres e não Guardiões da Galáxia. – Comentou Foster.

— O quê? – Perguntou o homem, intrigado.

— Nada, continue. – Interveio Luna.

— Quando eu ainda era uma criança meu planeta foi atacado por soldados Preatonianos comandados por Taurus, o Rei de Preato...

Não apenas o seu planeta.— Pensou Rosie.

— Ele dizimou minha família e a grande parte dos meus conterrâneos.

— E daí você fugiu para cá? – Perguntou Claire.

— Na verdade eu me disfarcei como um dos soldados Preatonianos e viajei até Preato para “servir” ao Rei. Na verdade eu só queria me vingar daquele maldito. Só que eu fui mandado para uma missão da qual fiquei cerca de um ano e quando voltei recebi a notícia de que o Rei havia iniciado a missão de invasão da Terra por conta de algumas pessoas vindo da Terra.

— Muito bonita essa história, mas não temos tempo para perdermos com problemas pessoais, temos uma missão a fazer. – Disse Alex.

— Que tipo de missão? – Perguntou Aragor.

— É conf...

— Estamos procurando os Remanescentes. – Interrompeu Luna.

— Remanescentes? O que seria isso?

— São algumas pessoas que ficaram aqui nesse planeta.

Aragor abaixou a cabeça arregalando os olhos e em seguida olhou para Rosie, ato que chamou a atenção de Alex.

— Quer falar alguma coisa? Porque eu acho que você está olhando demais para ela. – Disse Alex referindo-se à Rosie.

— É que... Ela... Eu a conheço.

— Você me conhece? – Perguntou Rosie.

— Você... Você é a irmã da Mayra.

— Que Mayra?

— Como assim “que Mayra”? Espera... Quem é você?

— Eu sou Rosie. Agora me diga quem é Mayra.

— Não é possível, você é idêntica a ela.

— Vai falar quem é Mayra ou não? – Falou Alex.

— Mayra é uma garotinha terrestre que eu salvei quando vi um grupo de humanos lutando contra o Spriny, o monstro das árvores.

— Espera, você viu um grupo de humanos? Onde? Para onde foram?

— Alex, dá um tempo, deixa ele contar tudo. – Disse Luna.

— Isso não é um clube de literatura nem ao mesmo o acampamento da Srª Velasques para ficar contando histórias, não tenho tempo para isso. – Respondeu Alex – Agora me diga, onde eles estão?

— Eles foram capturados. – Respondeu Aragor – Os invasores os levaram na grande nave que pairou nos céus.

— Você só pode estar de sacanagem. – Disse Alex dando as costas para o homem, colocando a mão na cintura, abaixando a cabeça e tornando a ficar face a face com ele – Quem são os invasores?

— Eu não sei.

— Para onde eles foram?

— Eu não sei. Eles simplesmente apareceram e começaram a dizimar o restante de vida que havia nesse planeta.

— Restante de vida? – Perguntou Rosie.

— Após o sumiço de Taurus, as coisas começaram a mudar por aqui. Plantas morreram, muitas florestas desapareceram restando apenas alguns dos monstros que conseguiram evoluir, como o Phoblo, o pássaro, Guildius, a serpente, Hyu...

— Pule essa parte. – Ordenou Foster.

— Enfim, os habitantes Preatonianos começaram a morrer com o passar dos anos, foi quando vieram os invasores voando numa nave que tapou os céus e as nuvens se curvaram diante sua imponência e grandiosidade. Eles, com suas armas e equipamentos de guerra começaram a destruir o que viam pela frente, até que nos avistaram.

— “Nos”? – Indagou Alex.

— Sim, eu estava com o grupo de humanos quando fomos atacados. Eles tentaram me matar, mas eu sobrevivi e quando dei por mim, todos haviam sumido, não havia sinal de corpos e eles levaram a minha Mayra.

— Alex, isso explica a ausência das nuvens e dos ceifeiros. – Disse Luna.

— Senhor, provavelmente a devastação natural ocorrida anteriormente à invasão se deu pelo rompimento da ligação entre Preato e a Terra. – Completou Aden.

— Era só o que me faltava. – Disse Alex – Há algum sinal deles por aqui?

— Sim, há algumas naves espalhadas em alguns lugares do planeta. – Respondeu Aragor.

— Sabe onde encontrá-las?

— Sei sim.

— Então você virá conosco.

— O que vamos fazer agora? – Perguntou Foster.

— O nosso amigo aqui irá mostrar o caminho, certo Aragor? – Disse Alex.

— Com uma única condição. – Falou Aragor

— Lá vem... – Sussurrou Claire.

— Quero que me ajudem a encontrar os desgraçados que mataram o Taurus e a minha Mayra.

Alex olhou para os jovens e eles entenderam o significado do olhar, menos Aden.

— Os indivíduos em questão que foram mencionados por você es...

— Aden, calado! – Ordenou Alex – Reúna as tropas agora que já iremos partir. E você, Aragor, não tente nenhuma gracinha.

— Tem a minha palavra. – Disse Aragor.

— E você tem a minha de que se fizer alguma coisa, eu mesmo te mato. – Disse Alex – Agora vamos.

Alex tomou a dianteira e os jovens ficaram se olhando até que começaram a andar frente ao esquadrão.

Após alguns minutos de caminhada, Luna ouve Claire falando com Foster que não confiava em Aragor.

— Por que não confia nele? – Perguntou Luna.

— Não é muito legal ficar ouvindo a conversa dos outros usando essa sua telepatia. – Respondeu Claire com um olhar de reprovação.

— Dá um tempo, pelo amor de Deus. Fala logo.

— Ah... está bem. – Suspirou Claire – Não acredito nessa história dele vir desse planetinha, dessa vingança e tudo mais.

— Bem, eu posso te afirmar que a história é verdadeira.

— Claro, para você é fácil. Só ir entrando na mente alheia e pronto. Deve ser por isso que tem notas tão altas na faculdade.

— Acha que eu saio usando meus poderes para meu benefício próprio?

— Se a carapuça serviu...

— Bem, pode até ser, mas eu sei muito bem em qual mente entrar, principalmente para não ter que cair numa consciência de merda como a sua.

— Você não sabe nada sobre mim para falar assim, sua merdinha.

— Então por que não conta?

— Porque não é da sua conta saber da minha história.

— Estamos num ambiente hostil onde a morte praticamente sussurra no nosso ouvido e você está diante de uma telepata e ainda faz cu doce?

Aden ouvia a conversa, não porque queria, mas porque sua audição digital era extremamente apurada.

— Desde quando existe um alimento onde se usa o ânus de alguém em estado adocicado? – Perguntou o robô.

— Aden, dá licença? – Pediu Luna.

— Está bem, se você vai parar de encher o saco... Bem... digamos que eu não nasci num lar muito amistoso. Minha mãe engravidou aos dezenove anos e me deixou com meu pai quando eu era ainda bem novinha. Meu pai era legal se não fosse o fato de que ele bebia e me batia. Aquele típico filme de drama. Daí, para melhorar, ele viajou quando eu tinha onze anos, abandonando-me e fazendo com que eu tivesse que me mudar para a casa do meu avô e minha  avó paternos, um bando de velhos chatos do caralho. Mais tarde eu descobri que meu pai morreu.

— Sinto muito. E como você conheceu Alex e toda essa loucura?

— Eu o encontrei na saída de um bar, numa noite. Eu estava voltando de um passeio e foi quando ele me salvou de alguns assaltantes que tentaram roubar e me espantei com a força que ele tinha e sua habilidade de voar. Só que ele estava meio tonto da bebida, percebi isso quando ele deu um soco em um os homens e cambaleou em seguida.

Ele... Ele bebia? – Pensou Luna.

— Daí eu percebi que ele havia levado um tiro na perna e, como lá passa um artéria importante, fiquei com medo de o tiro ter perfurado a mesma, então o levei até em casa, já que ele recusou ir ao médico, aí eu cuidei dele.

— Melhor que Crepúsculo.

— Não enche.

— E depois?

— Depois ele sumiu no dia seguinte e deixou seu número. Mais ou menos três meses depois ele me liga e me fala do projeto NeoGEN. E aí estou aqui.

Foster aproximou-se das duas e comentou:

— Que fofo, já tiraram uma foto num ambiente paradisíaco e postaram no Facebook com a legenda “podia ser a gente amiga, mas o dinheiro não deixa”?

— Imagine seiscentos ‘cus’ e tome em todos eles. – Retrucou Claire.

De repente Aden sente uma variação sísmica e se abaixa, colocando sua mão sob o solo, lançando um sonar sísmico e percebe a presença de algo se movendo abaixo do solo.

— Senhor, tem algo abaixo do solo. – Comunicou ele.

— O que é? – Perguntou Alex.

— Eu não sei, senhor.

— Luna...

— OK. – Respondeu a jovem.

Luna usou sua telepatia para identificar do que se tratava, mas o que viu a assustou.

— Corram! – Gritou ela.

Os jovens então correram para trás, assim como os soldados que pegaram suas armas e, ao dar vinte passos, colocaram-se em posição de batalha, mirando contra o que causou o aviso da Luna e alvoroço coletivo. De repente, do chão, emerge uma criatura cuja altura e largura eram amedrontadoras. Sua calda era tão grande quanto cinco vagões de trens de carga e a largura se assemelhava a de um avião. Na ponta da mesma havia uma esfera com espinhos que brilhavam como lava. Lava essa que parecia preencher toda a parede bucal do monstro cuja baba dissolvia a terra abaixo de sua mandíbula que sustentava duas grandes presas, as únicas em sua boca. Seus olhos brilhavam como brasa viva. Seu corpo musculoso sustentava o monstro que a cada passo tremia o solo.

— Que porra é essa? – Perguntou Foster olhando para cima.

— Os invasores o chamam de Behemoth, é o guardião da terra incumbido de matar qualquer ameaça. – Respondeu Mandrak.

— Como a gente destrói isso? – Perguntou Luna.

— Não faço ideia.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Comentem, deixem sua opinião, crítica, teoria e tudo mais!
Até a próxima e beijos do THE



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