Preato - The Rift: NeoGEN — INTERATIVA escrita por THEstruction


Capítulo 13
Capítulo XII: Horror




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Hitier lançou os jovens contra a parede esquerda do corredor. Ian caiu no chão, pois Aden também foi arremessado. Claire usou sua fonocinese para atordoar Hitier que colocou as mãos nos seus ouvidos, deixando-a vulnerável para que Raysha se transformasse no Rhielos, um rinoceronte do deserto, partindo para cima da invasora, destruindo boa parte da sala e lançando-a contra outro corredor. Raysha tornou à sua forma normal enquanto Aden pegava Ian em seus braços. Claire passou a mão nos cabelos espetados do jovem, dizendo:

— Aguenta mais um pouco. Vai ficar tudo bem.

— Pessoal! – Chamou Foster – O “au au” não está aqui.

— Merda! – Disse Alex – Aden, você disse que ele estava aqui.

— O animal deve ter sido removido antes de chegarmos. – Falou Aden.

— Por que removeriam o Tama? – Perguntou Ian com uma voz enfraquecida.

— Não consigo responder a essa pergunta.

— Alex, temos algo mais importante para resolver agora. – Disse Raysha.

— O T-22. – Disse o capitão – Aden, leve-nos até a máquina que distribui o T-22.

Aden os conduziu através dos corredores, desativando os sistemas de segurança até que parou numa interseção.

— À direita fica a ala de transferência e à esquerda ficam as câmaras de isolamento onde estão os humanos.

— Certo. Luna, Foster e André, vocês vêm comigo, o restante vai com Aden e tentem libertar aquelas pessoas. – Disse Alex tomando o caminho da direita.

Os jovens corriam pelos corredores até toparem com alguns soldados. Tais soldados possuíam armas que criavam um escudo cinético a alguns centímetros de distância que os prendeu no corredor.

— Agora eu sei como devem se sentir quando eu fazia isso. – Disse Luna.

— Merda. – Disse Alex – Como a gente passa por isso agora? Só queria dar uma de Neo agora.

— A gravidade. – Disse André agachando-se e colocando as mãos no chão – Segurem-se em mim.

André então alterou a gravidade de maneira suficiente para que os soldados fossem arremessados para o teto do corredor, deixando suas armas caírem e, consequentemente, desfazendo a proteção cinética. Eles então continuaram correndo até, ao passar por uma porta, eis que surge Hitier e os joga contra a parede. Em sua mão, uma esfera de energia era criada pronta para ser arremessada nos jovens.

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As jovens, juntamente com Aden e Ian em seu colo corriam através do corredor até que desceram as escadas e se depararam com os humanos, presos em jaulas elétricas que eletrocutava ao chegarem perto. O setor era protegido por vários robôs que logo se prepararam para atacar os jovens. Aden colocou Ian no chão e em seguida transformou seu braço em um fuzil de Tesla e lançou rajadas elétricas contra os robôs até danificar seus sistemas. Claire então lançou chamas que, ao se misturarem com a energia do fuzil, causou uma explosão forte o suficiente para destruir a estrutura metálica dos robôs que caíram destruídos.

— E agora? – Perguntou Raysha.

— Acessarei o sistema e desativarei o...

Antes que Aden pudesse continuar falando, um robô surgiu na porta e o prendeu à parede. Claire tentou atacá-lo, porém teve suas pernas presas com uma corda parecida com um arame que a derrubou de cara no chão. Raysha foi intervir, porém recebeu um soco eletrificado que a lançou a metros de distância. Rosie ficou invisível, porém era vista pela visão de calor do robô que lançava raios capaz de cortar o solo por conta da energia de calor emitida. Rosie se esquivava até que Claire olhou para ela e fez vários focos de calor para confundir o robô, dando a chance de ela chegar até a máquina. Rosie deslizou entre as pernas do robô enquanto procurava um ponto fraco.

— Aden, como se destrói isso? – Perguntou Raysha.

— Não... Não sei. – Disse Aden lutando contra o controle tecnopata do robô.

De repente o braço do androide transformou-se num emaranhado de cordas metálicas que seguraram a perna de Rosie e a lançou contra a parede. Raysha correu até o robô que disparou rajadas elétricas contra a bestial que se transformou numa espécie de besouro com poucos centímetros de tamanho, escapando com facilidade dos tiros da máquina. Ao chegar perto, ela voltou à sua forma normal, porém com a força proporcional de uma formiga, que potencializou seu soco capaz de amassar o metal reforçado do androide.

Aden conseguiu se livrar do controle tecnopata, em seguida ele liberou as celas e disse para os jovens:

— Levem os humanos para um lugar seguro, eu os dou cobertura.

Aden afastou Raysha e pôs se frente ao robô que partiu para cima dele tentando usar a tecnopatia para fragilizar sua estrutura, porém Aden decifrou o código virtual que máquina usava, impossibilitando que fosse controlado novamente. Enquanto os jovens pegavam os humanos, Aden trocava socos metálicos contra o robô que usou seu braço direito para lançar um laser de energia que fez um grande buraco no peito de Aden que caiu no chão, porém não desistiu. Aden transformou seu braço numa grande foice e arrancou as pernas do robô com quem lutava fazendo-o cair no chão. Usando pequenos propulsores, Aden planou frente ao robô e, com pequenos mísseis em compartimentos escondidos no seu peito, lançou contra o robô que foi completamente despedaçado.

Porém, em poucos segundos, as partes metálicas se transformaram num metal derretido semelhante ao Gálio em temperatura ambiente, essas partes se juntaram como um líquido vivo e deram origem novamente ao robô que partiu para cima de Aden prendendo-o na parede com algemas eletromagnéticas e dizendo para ele:

— Eu sou indestrutível.

Das costas do robô surgiu um terceiro braço em forma de uma lança dupla serrada que penetrou na estrutura de Aden, destruindo-o de dentro para fora. Ao ver a cena, Claire voltou para ajudá-lo. A jovem lançou uma rajada de chamas contra o robô que atacava Aden, porém era tarde demais, Aden ficou em estado crítico.

Raysha mandou com que os humanos ficassem ali e voltou para ajudar assim como Rosie. Raysha tomou a velocidade de um Velorox, uma criatura semelhante a um velociraptor que habitou a Terra, porém mais velozes e mais fortes. Ela atacou o robô enquanto Rosie foi até Aden.

— Aden, Aden! – Chamava Rosie.

— Minhas... Minhas estruturas sofreram danos críticos. – Falou Aden retirando de trás de sua nuca um pequeno chip – Guarde isso e use no painel de navegação quando precisarem partir daqui.

— O que é isso?

— Eu. – Respondeu o robô desligando-se em seguida.

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André inverteu a gravidade jogando Hitier para o teto. Alex voou até ela e entrou em luta corporal contra a invasora que se mostrou superior a ele no combate, derrubando Alex com poucos golpes. André usou seu Amorphous para criar uma foice que lançou contra a invasora que desviou-se com maestria, pegando ainda sua foice, destruindo-a. André então correu até ela, fazendo um escudo do qual se protegia das esferas de energia que a invasora tacara, até que Hitier fez um buraco no chão, fazendo com que o jovem prendesse sua perna. Alex pegou na mão de Hitier e absorveu seu poder, invertendo-o e lançando contra ela um outro tipo de energia, uma força que a deixava lenta e impossibilitada de mexer-se com rapidez. Foster correu até ela e começou a desferir golpes contra a Hitier que, indefesa, apanhava bastante enquanto Alex ajudava André a se levantar. Nesse momento, Luna foi pega pelo robô que antes lutava contra Aden.

— Luna! – Disse Alex correndo até a jovem juntamente com André e em seguida, Foster.

Os jovens seguiam Luna pelo corredor. Alex tentou voar para adquirir tempo, porém o invasor-mestre apareceu em sua frente. Em suas mãos havia um equipamento semelhante a uma caneta do qual, ao apertar um botão que nele havia, Alex caiu imediatamente por alguns segundos até que desmaiou.

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— Bravo, bravo! – Dizia uma mulher com o torso semelhante a um humano, porém, da cintura para baixo, seus membros davam lugares a oito pernas metálicas e, no lugar de seu órgão reprodutor, havia quelíceras enormes com quase um metro de comprimento.

— O... O que? – Dizia Alex, meio tonto, fitando nos cabelos alaranjados que desciam sobre o abdómen aracnídeo que completava seu corpo. Um par de chifres adornava a cabeça daquele ser no mínimo bizarro.

A mulher aproximou-se de Alex que estava acorrentado e o beijou em sua boca com voracidade fazendo o jovem se assustar. Após beijá-lo, ela o abraçou, deixando o rosto do jovem colado em ambos os seios desnudos, tampados apenas por uma faixa preta desenhada como uma tatuagem.

Ao olhar para o lado, Alex percebeu que os jovens também estavam acorrentados.

— Quem é você? – Perguntou Alex.

— Meu nome é Nisa. – Respondeu a mulher levantando o rosto de Alex, dando-lhe um beijo no rosto – E eu estou muito grata por ter trazido o Pagpa de volta para nós.

— Como se eu quisesse ter feito isso. – Respondeu Alex – Solte meus amigos. Vocês já têm o Pagpa da Luna, para que precisam de mais?

— Não precisamos, meu amor, nós o queremos. O Pagpa não deve ficar em mãos erradas. Vocês são exemplo disso. Mataram o arauto desse planeta majestoso. Tiveram contato com outras pedras e para que usaram? Para a destruição.

— Como se soubéssemos da existência de outro planeta paralelo.

— Vocês não precisavam saber para cuidarem do seu próprio planeta. Nós o demos a vocês e como nos retribuíram? Tornando-se contra aquilo que os mantinham vivos. Vocês nos insultaram renegando aquilo que os dava o fôlego de vida. Acha isso correto?

— Tenho que responder?

— Não precisa, já temos o que precisamos. Iniciem o processo de extração.

Os jovens foram desacorrentados e uma câmara surgiu do chão, prendendo-os. Alguns soldados preparavam os cabos para conectá-los ao extrator do Pagpa.

Um dos soldados olhou para Ian e para Raysha e disse à mulher-aracnídea:

— Malika, e eles?

— Qual o problema? – Perguntou a mulher enquanto pegava seu cetro.

— Ele não é portador do Pagpa e ela é uma bestial.

— Ah sim, O T-22. Ele tem mais alguma utilidade?

— Acredito que não, Malika.

— Excelente, pode matá-lo. – A invasora aproximou-se de Raysha – Bestial é?! Ouvi falar de vocês. Os selvagens de Preato, as bestas guerreiras, dominadora dos animais, assassinos de homens.

— Não ouse falar mal do meu povo. – Disse Raysha.

— Ou que? Acha que vai quebrar essa estrutura novamente? Não sou idiota de cometer o mesmo erro duas vezes.

— Fica longe dela! Somos nós quem você precisa. Nem ela, nem o... – Disse Alex.

— Poupe-me de seu heroísmo barato, meu amor. – Interrompeu a invasora – Não entendeu que não está em posições de ordenar nada?

— Vai se foder! Pouco me importa se estou ou não na posição de dizer algo.

— Ah meu lindinho. – Disse a mulher aproximando-se da câmara – Acho que você não sabe com quem está lidando. Guardas! Escoltem-no. Venha comigo.

Os guardas o tiraram da câmara, nesse momento a mulher fez brilhar seu cetro, inutilizando os poderes do Pagpa presentes em Alex. Ela o levou até a câmara onde estavam os humanos que foram recapturados assim como os jovens.

— Diga-me: por que os quer tanto assim? Você é um capitão, um alto posto. O que te trouxe aqui?

— Por que isso te interessa? Você já tem a mim, não precisa deles. Eles não têm o Pagpa. – Disse Alex.

— Bem, já que não vai me falar, então vou supor algumas coisas. Eu suponho que você precisa deles. Eu suponho também que você não voltaria à Preato apenas por eles. Afinal, vocês já estiveram aqui uma vez, por que voltariam sabendo dos riscos? Só por essas pessoas? Não, não acho que você tenha tanta empatia por elas. Você é um guerreiro, um lutador, um capitão, um verdadeiro e autêntico soldado. Quantos homens você perdeu? Quinhentos? Mais? Não importa. O que importa é que você não se preocupou em perder todos os seus homens em função dessa missão não foi?

— Eu lutei por cada um deles. – Respondeu Alex com ódio evidente.

— É claro que lutou. E lutou bravamente. Tanto que o último deles morreu aqui nessa nave, assim como todos os bestiais que tentavam proteger o objetivo de sua... Vamos chamar de ‘missão de resgate’. Não seja hipócrita. Olhe para essas pessoas. Acho que você não se importaria se eu matasse uma por uma na sua frente, não é? E se eu matasse todas elas? Imagina só que tristeza.

— Você... Você...

— Calma lá, ainda não acabei. Por favor, espere aqui. – A mulher dirigiu-se até uma das gaiolas de grande porte onde estavam as pessoas, pegou uma pequena criança e trouxe até Alex – Qual o seu nome?

— Je... Jesse... – Respondeu a menininha enxugando as lágrimas.

— Ok Jesse. Gostei do nome. Você sabe quem é esse homem?

— Minha mamãe me disse que ele salvou a Terra.

— Ah sua mamãe te disse isso?

— S-Sim...

— Quem é sua mamãe? É aquela que te segurou quando eu te peguei?

— É ela sim. Você vai me machucar, não vai?

— Por favor deix... – Disse Alex.

— Alex, não interfira agora docinho. – Disse a mulher tornando a virar para a criancinha – Por que você acha que eu vou te machucar?

— Porque... Porque você está com uma faca na mão. – Respondeu a garotinha colocando as mãos juntas, apertando firmemente sua camisola rosa com bordados de cor branca nas mangas e na gola.

— Você é uma menina muito inteligente, Jesse. Eu gostei de você. Não se preocupe, eu não vou te machucar. Vem aqui. – Disse Nisa abaixando-se -  Pode me dar um abraço?

A menininha abraçou a mulher por alguns segundos e disse:

— Eu gosto do seu ‘cabelão’, é bem grande e é da cor do meu.

Nisa sorriu para a criança.

— Quer mexer nele? – Perguntou a invasora.

— Você deixa?

— Claro que eu deixo, minha lindinha, mexa o tempo que quiser.

Alex aliviou-se enquanto via a menina mexendo nos cabelos de Nisa. Seu coração que antes palpitava fortemente, agora havia se acalmado e tomado o ritmo normal.

Nisa olhou para o jovem e disse:

— Eu gosto de você, Alex também gosta, não é Alex? – Perguntou Nisa.

— S-Sim, Jesse, vai ficar tudo bem. – Respondeu Alex.

— Jesse, sabe quando a mamãe te manda fazer alguma coisa e você não faz? Então, o Alex aqui viajou muito longe para levar você, sua mamãe e todo mundo ali dentro para casa, mas ele não conseguiu. O que sua mamãe faz quando você não faz o que ela manda?

— Ela briga comigo. – Respondeu Jesse mexendo mais devagar no cabelo de Nisa e olhando para Alex.

— Ela briga com você, não é?! Pois bem, Jesse, quando ela briga, ela fala alto ou baixo?

— Ela grita comigo.

— Entendi, bem Jesse, agora sabe por que eu te peguei?

— Você quer que eu brigue com o moço?

— Sim, Jesse, você vai brigar com ele, mas você vai fazer assim como a sua mamãe faz com você. Você vai gritar com ele. Olhe nos meus olhos.

A menina olhou nos olhos de Nisa que pareciam como duas bolas de fogo. A invasora então sorriu para ela e disse:

— Adeus Jesse.

Tocando com o cetro no corpo da garota, Jesse começou a pegar fogo. Alex gritava e foi segurado pelos guardas que tamparam sua boca.

— Não Alex, você está recebendo uma bronca da Jesse pelo seu fracasso. Você deve ficar calado e escutar os gritos da bronca da nossa querida Jesse.

A menininha gritava enquanto as chamas tomavam conta de seu corpo. Ela correu em direção da mãe que desesperada tentava alcança-la, mas não conseguia por conta da grande. Alex se debatia enquanto era obrigado a assistir aquelas cenas horrorosas. Os pedaços da camisola da garotinha caiam ao chão, inflamados pelas chamas que pouco a pouco calavam a garota indicando que a morte já lhe dava seu abraço caloroso de boas vindas. Todos olhavam a gritavam desesperados. Alex, sem forças, parou de se debater e ajoelhou, olhando para a mãe que se desesperava enquanto tentava ser amparada pelos que estava ao seu redor. Em poucos minutos, Alex vivenciou o verdadeiro significado do desespero, da dor. Nada se comparava ao que ficou marcado em sua alma através de seus olhos. Como se não fosse suficiente, Nisa incendiou a todos os humanos nas gaiolas. Os gritos eram ensurdecedores, não apenas pela quantidade de pessoas incendiando, mas pelo desespero que emanavam de suas bocas enquanto se debatiam para tentar apagar as chamas que grudou neles como um concreto. De concreto a morte parecia ser a única coisa. Os gemidos de dor que iam se calando aos poucos fazendo o coração de Alex se despedaçar. Seus lábios trêmulos pareciam dizer algo, porém não havia sequer forças para levantar ou para falar alguma coisa. Seus olhos estáticos contemplavam o verdadeiro horror do qual lhe consumia por dentro com mais ardor do que as chamas que agora consumiam as cinzas daqueles pobres infelizes.


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Notas finais do capítulo

E então, o que achou? Deixe seu comentário gostoso aí para mim! Nos vemos na próxima, até mais!
BEIJOS DO THE



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