Preato - The Rift: NeoGEN — INTERATIVA escrita por THEstruction


Capítulo 11
Capítulo X: Invadindo os Invasores


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! To sem criatividade para as notas iniciais de hoje, nos vemos lá embaixo.
Boa leitura!



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Raysha tecia algumas bolsas enquanto os jovens dormiam. Ao fundo, era agraciada com os gritos de dor de Ian que ecoavam pela montanha e chegavam suaves aos seus ouvidos. Ao ouvir o som de galhas, a jovem Bestial empunhou uma adaga, porém abaixou logo a arma branca ao ver de quem se tratava.

— Não consegue dormir, não é? – Perguntou Raysha.

— Pois é, o barulho da explosão ainda está na minha cabeça. Toda vez que eu deito ou que fecho os olhos, tudo que eu vejo é um cogumelo negro com chamas ascendendo aos céus. – Respondeu Alex.

— Sinto muito pela sua amiga. Sei como é perder alguém. Já perdi vários amigos antes, Luna parecia ser uma boa menina.

— Luna era excepcional. Ela era do tipo de pessoa que quando cria amizade com alguém, ela ama com toda sua alma. Ela sofre junto, ela se alegra junto e gosta de ver a gente sempre contente, não importando como está sua vida ou seu estado sentimental.

Os olhos de Raysha mudavam de cor à medida que percebia o quanto Luna era importante para Alex.

— Era notável o grande coração dela. Ela tinha a essência de uma Bestial, tinha força, tinha amor, controlava seu ódio e preferia paz à luta. – Comentou Luna.

— Vocês têm muito em comum. Obrigado por estar nos ajudando. Sei que é difícil confiar em pessoas de outros planetas, sei que podemos ter causado muitos males, mesmo lá no nosso planeta. O povo da Terra não sabe conservar o que temos de melhor. Quando achamos algo bom exploramos ao máximo, sem pensar em longo prazo o que isso pode nos causar. Muitos de nós somos oportunistas e egoístas, desprezamos a natureza e sofremos com sua fúria. Tsunamis, terremotos, falhas naturais, crateras se abrindo repentinamente dragando tudo ao seu redor e não abrimos nossos olhos para isso.

— Sabe Alex, mesmo com tudo isso eu gostaria de conhecer a Terra, talvez eu pudesse ajudar vocês a utilizarem os recursos com inteligência e...

— Espera, você quer conhecer a Terra? O que pode ter de bom depois de tudo que eu falei?

Raysha abaixou a cabeça e em seguida sorriu para Alex e disse:

— Pessoas como você.

Alex engoliu a saliva e prosseguiu com a conversa.

— Sei que você sempre procura o lado bom das coisas, mas já deve ter me conhecido tempo suficiente para perceber que eu não sou um mar de rosas.

— Eu sei que não é, eu também não sou, mas... – Disse Raysha tocando o peito de Alex – aqui dentro você carrega dor, sofrimento, mas, acima de tudo, esperança, resiliência, tenacidade. Você é forte, é inteligente, mesmo tendo esse seu jeito mais duro, você é amoroso, cuidadoso, você se importa com os outros e algo me diz que sempre foi assim. É por isso que gostaria de ir à Terra, porque se de lá saíram pessoas como você, então é bem provável que também haja pessoas maravilhosas assim.

— É incrível como você consegue me fazer ter calma mesmo diante dessa confusão de pensamentos na minha cabeça. – Disse o jovem pegando na mão de Raysha que pairava sobre seu peito – Obrigado por não desistir de mim.

— Não precisa agradecer. Eu te agradeço por me mostrar o que é ser um humano de verdade.

Raysha deslizou suas mãos sobre o rosto de Alex que também deslizou suas mãos sobre as de Raysha. Suas mãos fortes e musculosas desciam pelos braços da jovem, tocando o seu ombro, descendo em direção à cintura quase desnuda de Raysha que não tirava os olhos do jovem capitão que retribuía o olhar fitando nos olhos de Raysha que alternava entre várias cores claras, provenientes do vermelho. As mãos de Raysha moviam-se lentamente em direção do pescoço de Alex, com seu rosto se aproximando cada vez mais do rosto do capitão que trazia todo o corpo da jovem bestial para perto do seu. As testas de ambos se tocaram e a ponta do nariz de ambos também. A respiração ofegante de Raysha se misturava a serenidade na respiração de Alex que fechara os olhos assim como a jovem bestial. Com a boca meio aberta, Raysha perguntou:

— O-O que estamos fazendo?

— Lembra que você me perguntou o que era beijar? – Disse Alex.

Os lábios de Raysha se aproximavam gradativamente à medida que Alex apertava a cintura da jovem causando arrepios em todo o corpo da bestial que, mesmo em meio ao frio da floresta, ardia como chamas. Raysha, com os lábios a milímetros da boca de Alex, revelou com as seguintes palavras:

— Eu sei o que é.

Raysha então beijou Alex timidamente, por alguns segundos, porém, ao parar, um desejo tomou conta de si, desejo esse que era completamente recíproco por conta de Alex, então, mais uma vez, os lábios dos dois se tocaram e eles deleitavam-se com cada detalhe do beijo. Os galhos das árvores se mexeram e cipós e raízes subiam pelas pernas de Alex e de Raysha envolvendo-os como correntes, algo que se mostrara completamente desnecessário, pois, não havia nada que os fizessem querer parar.

Alex a tomou no colo e tornou a beijá-la. Os galhos os conduziam até a beira do rio onde Raysha se banhava. Alex deitou Raysha entre as flores de cores vibrantes sem, contudo, deixar de beijá-la. Pequenos vaga-lumes e insetos voadores incandescentes voaram em uma espiral colorida ao redor deles trazendo uma iluminação maravilhosa aos jovens amantes que tinham suas vestimentas delicadamente retiradas pelas raízes das plantas que cercavam o local onde aproveitavam intimamente um do outro.

As unhas de Raysha cresciam e arranhavam as costas musculosas de Alex cuja dor era a última coisa que o jovem sentia naquele momento. Os longos cabelos de cor ébano da bestial se uniam às flores da qual deitara seu corpo desnudo, suas costas eram suavemente massageadas pelas pétalas das flores que pareciam vibrar mediante ao movimento que Alex fizera com suas mãos, tomando as mãos de Raysha ao topo da cabeça da jovem como quem a prendera, entrelaçando seus dedos nos dedos da bestial que sequer conseguia deixar de beijá-lo.

*******************( ͡° ͜ʖ ͡°)*******************

O uivar de Tama anunciava o início da manhã. Claire, acordada com o uivar do cão, pediu para que ele a levasse até Ian. Ao chegar no topo da montanha deparou-se com poeira, crateras no solo e algumas árvores destruídas. Ao levantar seus olhos, Claire fitou em Ian que estava suado e ofegante. O jovem estava ajoelhado e sem forças com a marca das correntes em seus pulsos e tornozelo. Claire, ao ver a situação dele, colocou suas mãos na boca, impressionada. Seus olhos se encheram de lágrimas assim que Ian, enfraquecido e com o rosto molhado pelo suor e pelas lágrimas olhou para ela e disse:

— Eu... Eu aguentei... Eu aguentei de novo.

Claire correu até ele e derreteu as correntes, abraçando-o em seguida antes que Ian caísse no chão. A jovem se comoveu profundamente com a situação do rapaz. Ela colocou Ian, que estava inconsciente, nas costas de Ig o qual chamara por um assobio e pediu para que o levasse a um riacho.

Ao acordar, Ian percebeu que estava sem camisa e assustou-se ao ver Claire com sua camisa nas mãos secando-a com o calor produzido pela sua pirocinese. A jovem foi até Ian e entregou-lhe sua camiseta.

Ian vestiu sua camisa e disse:

— O-Obrigado. Como eu vim parar aqui?

Claire sentou-se ao lado do jovem e respondeu:

— Tama uivou e me acordou, então eu sabia que tinha algo e lembrei de você na montanha, fui até lá e te trouxe para cá.

— Você... Você me banhou? – Perguntou Ian, corando.

— Na verdade sim, não se preocupe, não abusei de você.

— Não... Eu sei que não, nem pensei nisso. Eu agradeço, mas... Por que você fez isso?

— Está querendo saber por que eu te banhei?

— Não, eu quero saber o porquê de ter sido você a me banhar.

— Ah entendi. – Disse Claire sorrindo e atirando pedras ao rio – É porque eu sou meio arrogante, fechada, egoísta e tudo mais não é? Olha, sinceramente eu não sei muito bem. Quando fiquei sabendo de sua história, eu fiquei impressionada. Eu achei que soubesse o que é sofrer, mas você superou tudo que eu imaginei que fosse o conceito de sofrimento e ainda assim você não enlouqueceu. Quando meu pai morreu, eu entrei em parafuso. Fiquei fechada, fria, perdi amigos e essas coisas. Aquilo foi chocante para mim, principalmente no dia que recebi a notícia de sua morte. Nunca imaginei que fosse superar. Isso me fez perder as pessoas com que eu mais me importava e com quem mais se importava comigo. – A jovem tirou de seu pescoço um colar que escondia – Esse colar era da minha mãe. Meu pai escondeu numa caixa junto com um bilhete que dizia: “Sei que te abandonar não é a melhor decisão, mas sempre que usar esse colar saiba que você estará segura e que independente do que ocorra, você conseguirá achar uma saída e ficará tudo bem”. A partir daí eu comecei a usá-lo, carrego sempre comigo.

— Eu entendo, sinto muito pela sua perda.

— Sinto muito por isso que te aflige, mas se tiver uma maneira de curar isso, eu te ajudarei. Acho que te conhecer mudou um pouco da minha perspectiva de vida. Ai não, não torne isso meloso, pelo amor de Deus.

Ian sorriu.

— Não se preocupe, seu segredo estará a salvo comigo. – Disse Ian levantando-se.

— Que segredo? – Perguntou Claire.

— De que você tem um ótimo coração.

Claire sorriu para Ian que virou-se e estalou os dedos para Tama que o acompanhou.

—______________________________

Os jovens tomaram suas coisas e se prepararam para sair. Os soldados escoltavam os humanos que ficavam juntos uns dos outros para que não sumissem. Eram cerca de quinhentos soldados Bestiais que protegiam os humanos, alguns deles possuíam cachorros bestiais consigo, cerca de trezentos. Eram animais de um metro e sessenta que carregavam algumas coisas úteis em seus colares e também serviam como farejadores e até mesmo como locomoção para os humanos que se cansarem durante a caminhada ou durante uma fuga de emergência.

Alex deu a ordem para que todos marchassem, os cães iam à frente farejando o caminho para uma nave enquanto os demais iam mais atrás. Foi quando eles avistaram no horizonte uma grande nave pousando. Eles observavam a grande nave abrir as escotilhas, foi quando um som muito forte chamou as demais naves que se encontravam no planeta para que se reagrupassem. Os céus então se encheram de naves que voavam em direção àquela que os chamavam.

— É a nossa chance, vamos! – Disse Foster.

— Calma. – Impediu Alex – Vamos ser cautelosos.

— Não tem como sermos cautelosos, eles vão nos ver de um jeito ou de outro. – Disse André.

— André, você consegue trazer as naves abaixo? – Perguntou Alex.

— Posso tentar, por quê?

— Se conseguirmos derrubar uma quantidade boa de naves, teremos mais chance de entrar na nave, pois isso causará uma distração.

Alex então se concentrou bastante e começou a alterar a gravidade ao redor. As naves começavam a cair a centenas de metros dos jovens e explodiam com a queda. Ao perceber a queda de várias naves menores, a grande nave ativou um sistema de gravidade própria que impedia que André continuasse.

— Droga! – Disse ele.

— A nave está ligando os propulsores para voar. – Disse Uric.

— É nossa chance, temos que ir. Soldados! – Gritou Alex para os Bestiais – É agora, protejam os humanos para que cheguemos à nave.

 Raysha repassou as informações para os soldados que se prepararam e assobiaram para seus cães. Cada cão colocou um humano em suas costas e se prepararam para correr enquanto os soldados escoltavam os humanos, fazendo barreiras em volta deles.

— Agora!

Os jovens, os humanos e os soldados bestiais correram até a nave. Ao serem avistados, vários soldados vindos da nave correram até os jovens, atirando contra eles e contra os soldados bestiais que utilizavam raízes especiais que os seus cães carregavam em pequenos compartimentos para controlá-las e proteger os humanos. Ian criava várias barreiras de cristais que impediam que os jovens fossem atingidos.

— Claire, chamas. – Disse Rosie.

Claire fez uma barreira de fogo de frente para os inimigos enquanto Rosie, invisível, subiu em Ignisacer que voou sobre os vários inimigos e soltou a jovem que eliminava furtivamente alguns deles. Claire os atordoou com uma freqüência de som que os deixou tontos, dando tempo suficiente de Tama correr até eles e ajudar Rosie a destruir a armadura de alguns. Raysha transformou-se em um lobo Preatoniano, que a deu mais agilidade e velocidade. Ao se aproximar e ver que os soldados iam atacá-la, Raysha transmutou-se em um inseto que emana energia e eletrificou alguns dos soldados. Foster pegou um bastão de madeira que um soldado havia lhe entregado e, transformando-o em uma espaça o utilizava para cortar e dilacerar seus inimigos. Alex voava entre eles, invertendo as chamas da barreira que Claire criou em gelo e congelando alguns dos soldados que tinham armaduras, permitindo que Uric, André e Ian destruíssem os soldados mais fortes.

Eram muitos inimigos, quase o triplo da quantidade de soldados bestiais. De repente as naves começaram a atirar contra os jovens. André montou em seu dragão e voou em direção às naves, destruindo-as aereamente uma por uma com a ajuda de Ignisacer e seus vórtex de ar. Enquanto isso, os soldados davam suporte aos humanos, fazendo-os passar entre os vários invasores até chegarem às comportas da nave que começavam a se fechar. Os jovens então correram até a comporta, porém Rosie foi pega por um dos soldados. Prestes a ser imolada pela espada do soldado cuja armadura exoesqueleto estava escrito “UJK”, André desceu de seu dragão a toda velocidade, batendo no soldado e rolando no chão junto com o mesmo. Rosie ficou invisível e tentou passar por entre os soldados, porém ela era observada por conta da visão de calor de alguns deles que lançaram correntes eletrificadas contra ela, como se fossem Tasers, imobilizando-a, porém deixando a jovem no limiar da consciência, permitindo que ela sentisse a dor que a eletricidade a causava sem poder se mexer.

Alex segurou a comporta com todas as suas forças. Uric e Foster correram até Rosie enquanto André lutava contra alguns soldados com a ajuda de sua enormefoice.

— Foster, preciso de um bastão. – Disse Uric, socando um soldado.

Foster criou um bastão e jogou para o soldado que o pegou e o lançou contra o pescoço do soldado que eletrificava Rosie fazendo com que o mesmo caísse agonizando e parasse de eletrificar a jovem que se levantava lentamente. André lançou sua foice em um soldado e, controlando-o pela gravidade do qual conseguira concentrar no bastão lançou-o para o alto e em seguida para o chão com tanta força que o reservatório de chamas que o soldado carregava em seu exoesqueleto explodiu, dispersando alguns soldados de perto de Rosie, permitindo que Foster a pegasse e a ajudasse a ser trazida para perto de André que pegou de volta sua foice e dava cobertura para Uric, Foster e Rosie.

Os quatro então passaram pela escotilha e Alex soltou rapidamente as comportas, jogando-se para trás, exausto pela força que exercera para impedir o fechamento das portas de quarenta centímetros de metal. Eles então continuaram a caminhada até que, ao entrarem numa sala, foram capturados por um escudo cinético. Enquanto isso, os soldados bestiais lutavam com suas vidas para proteger os humanos que ficaram do lado de fora.

De repente, uma voz robótica chamou atenção dos jovens que tremeram ao ouvir tais palavras:

— Vocês estão invadindo nossa nave, invasores devem ser eliminados.

Claire então reconheceu a voz e disse:

— Alex... Essa voz...

— Sim, é ele. – Respondeu Alex pegando na mão de Raysha.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?! Deixem seus comentários gostosos aí para mim, vai! Até a próxima!
BEIJOS DO THE!



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