Shinedown - The Dark Triumph escrita por Isa


Capítulo 11
Capítulo 10: I Promise You




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A noite finalmente caíra na Mansão Malfoy, e depois de terminados seus afazeres de sempre, Hermione pegara a caixa que fora deixada em sua cela e a abrira, contendo um vestido, uma máscara, sapatos... e um bilhete. Sabia que só podia ser de uma pessoa, pois era a única pessoa com quem tinha algum contato. Desdobrara o pergaminho e, numa caligrafia simples, mas elegante, relatava que esta noite ela deveria ir direto aos seus aposentos. Fez exatamente esse processo e bateu a sua porta. James a abrira e a convidara para entrar, como sempre. Ela tirou sua máscara colocando-a  sobre o baú, como de costume. Depois de seguir sempre esses mesmos procedimentos durante todos os dias em que estava aqui já nem conseguia imaginar uma vida que não fizesse aquilo. Do trabalho nas masmorras para James, depois para livros e feitiços sem varinha frustrados, e depois para a cela e trabalho, mais uma vez. Sentiu o olhar de James às suas costas e se virou para ele.

— Não estarei aqui por uns dias. Tenho uma missão a cumprir longe daqui. – Ele falou. Hermione se sentiu nervosa, se ele não estivesse, o que poderia acontecer a ela?

— Para onde você vai? E o que vai fazer?

— Não precisa se preocupar, ninguém te reconheceu até agora e ninguém mais tentou te machucar. Você vai ficar bem. – Ele disse, indo ao armário de bebidas. Ela se voltou para ele, irritada.

— Enquanto estiver fora, vou poder vir aqui? Para estudar. – Ela completara. James a olhou e suspirou sarcástico.

— Sério que você ainda acha que está “estudando”? Já te disse que aqui não é Hogwarts, eu não uso vestido e não tenho uma barba branca gigante. Meu sobrenome não é Dumbledore.

— James, me responde! Você entendeu o que eu quis dizer.

— Não tem como ninguém entrar neste quarto sem mim. Uns dias sem treinar não vai atrasar seu progresso... ah, é mesmo, você ainda não fez nenhum. – Disse ele, depois de dar um gole de bebida. Dito isso, se afastou com seu copo na mão indo para o quarto. Hermione o seguiu.

— Ser grosso e sarcástico comigo não vai me fazer ficar melhor. – Ele se jogou na cama, ainda segurando o copo como se não tivesse a ouvido. – James, você disse que me ajudaria a sair daqui. Que iria me mandar fazer coisas e até agora nada! Só me deixa lendo e tentando fazer feitiços de um jeito que eu nunca vou conseguir! É inútil tudo isso!

— Eu disse, e eu vou te ajudar a sair daqui. Eu tenho te protegido aqui e você não faz ideia do quão trabalhoso foi isso. E você disse que faria qualquer coisa que eu pedisse, então, acho que você deveria ser grata de estar apenas lendo e praticando feitiços. Agora, volte para aquela sala e tente, de verdade dessa vez. Porque choramingar não vai te ajudar em nada aqui.

— Só me fala se isso o que você vai fazer amanhã é para o meu lado ou para o lado deles? – Ela perguntou irritada, fazendo-o largar a bebida e se levantar e sair daquela nuvem de indiferença e sarcasmo. Hermione quase se esquecera do quão alto ele era. A distância entre eles era pouca e eles se encaravam de muito perto.

— Volte já para aquela sala. – Dissera ele, com uma voz gélida e letal, que a fez lembrar que ele era temido por comensais dali.

Hermione lera até tarde da noite e depois tentara os feitiços sem varinha, mas a pena ainda não se movia, a vela não se acendia e um tinteiro quebrado não se consertava. Era tudo em vão. Pensava nos tempos em que ela vivia na Ordem e em esconderijos com seus amigos, todos trabalhando juntos e se ajudando nos progressos que alcançavam e prontos para o incentivo de quando um fracasso ocorria. Antes de qualquer coisa, eles eram amigos, quase irmãos. Pensava que fora muito tola por esperar que tivesse um milésimo daquilo com James. Ele a salvara duas vezes, ela quem lhe devia algo.

Pouco antes de amanhecer, James saíra do quarto e caminhou até a poltrona, sentando-se de frente para ela. Hermione se concentrou no feitiço não verbal que lia no livro, tentando traduzi-lo, mas o olhar dele tirava toda a sua concentração. Colocou o livro de lado e olhou para ele. Não parecia que ele havia dormido.

— Na verdade você poderia duvidar de mim. Eu te disse sobre os perigos de confiar demais nas pessoas. – Ele falara, a encarando.  

— Esse é o melhor que você consegue para pedir desculpas a alguém? – Ela perguntou, levantando uma sobrancelha. – Tudo bem, eu agi como uma idiota também. Não vou deixar de ser uma menininha assustada nunca. – E abaixou a cabeça, mirando o chão, derrotada.

— Eu também não facilito as coisas. Nós dois sabemos que todas as respostas não podem ser encontradas apenas em livros. Não devia ter te deixado por conta tanto tempo. Eu odeio ensinar, ainda mais menininhas assustadas. – Ele sorriu quando disse essa última parte. – Mas será preciso. Quando eu voltar, prometo que vou mudar esses métodos.

Ela assentiu e, antes que o sol nascesse, levantaram-se das poltronas, e James ajudou-a a vestir a máscara. Ele a acompanhou até a metade do caminho que ela deveria ir, e seguiu o seu, se despedindo dela com um meio sorriso.

— Não é porque vou ficar fora que você estará totalmente sozinha.

 Quando descera todas as escadas e chegara na sala de quinquilharias, encontrou uma das garotas que estava na mesma situação que ela. Não sabia seu nome, nem nunca havia conversado com ela antes.

— Como você consegue andar depois de ficar tanto tempo? – A garota perguntou, entre risos. – Notei que você vai todos os dias, ele não cansa nunca? Ou é mais de um?

Hermione não respondeu nada, continuou seguindo para a sua cela. A garota a seguiu.

— Qual é o nome dele? – Ela perguntou, aos sussurros.

— Eu não sei. – Ela respondeu. Não era exatamente uma mentira, já que James já dissera que este não era o seu nome verdadeiro. A garota assentiu.

— Eu também visito um deles. Volans, é o nome dele. Não posso dizer que é algo ruim, digo, ele é incrível na cama.

Antes que Hermione pudesse se interessar ou fugir da conversa, a mulher esguia de cabelos negros surgiu no cômodo.

— O que vocês estão fazendo aqui fora? – Falou, com sua voz cristalina. Hermione reparou como seus olhos eram azuis e gélidos.

— Eu acabei de chegar, estava... acompanhada. – Ela falou, esquecendo-se de abaixar o rosto, como sempre fazia. Não importava quanto tempo passasse, sempre pensava que seria reconhecida, e agora que James não estava ela se sentia ainda mais em perigo.

— Entendo. E você? – A mulher voltou-se para a garota ao lado de Hermione.

— O mesmo. – Ela respondera, sem hesitar. Ela tinha cabelos louros escuros e sardas no rosto.

— Bem, voltem às suas celas. Durmam um pouco, até a hora do almoço e depois voltem ao trabalho. – E se retirou para os jardins. Sem mais uma palavra, as duas voltaram a suas respectivas celas.

Hermione tirou o vestido que usava e o colocou de lado. As roupas que mandavam sempre desapareciam depois que a tiravam, exceto o velho e largo espartilho e o vestido longo que James lhe dera para vestir no primeiro dia que se encontraram. Vestiu-o e se deitou. Pensava no que a garota de sardas queria falando com ela (talvez só conversar mesmo, se ela não tivesse alguém para falar ali, provavelmente já teria enlouquecido), e pensou em Ron e em Gina.  Principalmente em Ron, quando sentiu o familiar anel em seu dedo. Devia ter pedido a James que lhe trouxesse alguma notícia da AD, de Ron ou de qualquer um. Parecia que toda a guerra lá fora era apenas um pesadelo, ou como se tudo que tivesse passado antes de ter chegado ali fora uma outra vida.

Assim que acordara, comera seu pedaço de pão duro e seco com um pouco de chá frio e deixara o copo e taça vazios. Mais tarde eles seriam preenchidos com alguma comida que restara do almoço, pelos elfos. A garota que conversara com ela mais cedo já estava fora da cela, trabalhando com as demais garotas no quarto. A mulher a abordara, e ordenou que fosse limpar o andar de cima, que estava deserto.

A noite foi estranha sem suas leituras de sempre, mas fora segura, ninguém havia se aproximado dela, até mesmos as garotas estavam ocupadas sendo requisitadas ou apenas dormindo. Ela dormiu por todas as noites que ficara acordada estudando, embora acordara algumas vezes por algum pesadelo. Às vezes se pegava pensando em Harry, e que se ele estivesse vivo, o mundo bruxo estaria melhor.

 

Dois dias se passaram, ela conversara um pouco mais com a garota, Lisa, e percebeu que, de alguma forma absurda ela estava apaixonada pelo comensal, que nenhuma delas sabia o nome da mulher, e a chamavam apenas de A Mulher. Descobriu que uma das garotas estava muito fraca e doente e não teria muito tempo de vida. Soube que algumas crianças raptadas eram mortas na frente das mães e outras eram levadas para cima, sabe-se lá o que eram feitas a elas.

Ela trabalhara como de costume, limpando o chão, cavando alguns buracos e consertando algumas engrenagens na sala das quinquilharias. Ninguém a incomodara, embora tenha visto A Mulher observando-a algumas vezes. Lisa também percebera, mas não perguntara nada sobre isso.

Chegaram mais algumas garotas, e, mais uma vez Hermione agradecera mentalmente por não ter nenhum rosto conhecido. Não sabia o que aconteceria se encontrasse Gina ou Luna no meio daquelas garotas: se elas a chamariam primeiro, acabando com seu “disfarce” ou se ela mesma se entregaria. Precisava sair logo dali.

Finalmente, quando chegara a noite, ela recebera uma caixa, com um vestido, mas desta vez sem bilhete. Lembrou-se de que era uma noite de “festa” e assim, deveria encontrar com James no local. Quando todas (inclusive as recém chegadas) estavam prontas e de máscaras, A Mulher as conduziu para o salão e Hermione adentrou, já desviando o olhar das cenas que lhe causavam asco.

Continuou seguindo, olhando ao redor procurando James, enquanto as demais já eram abordadas por Comensais. O que ela mais temia, no momento, era que algum deles a levasse, antes que encontrasse James. Foi quando ela ouvira uma voz conhecida a suas costas:

— Sentiu minha falta?

Hermione sentiu seu corpo todo arrepiar. Não acreditava que era ele. De novo.

— O que você quer? – Ela perguntou, enquanto sentia ele se aproximando pelas costas e falando ao seu ouvido.

— Quero muitas coisas. Mas posso começar por você. – Falara Draco, se virando para ela, com seu sorriso sarcástico de sempre.

— Eu não acredito em você. Você é um mentiroso! Tudo o que você me disse aquele dia eu não esqueci. E tudo o que já vivemos não significou nada. - Ela falara, com a voz firme. Não entendia por que Draco viera torturá-la novamente. “Ele é um comensal, é o que ele faz” ela pensara.

Ela deu alguns passos à frente, tentando fugir dele e encontrar James, mas mesmo percorrendo todo o salão, não o vira em lugar algum.

— Está procurando alguém? – Perguntou Draco, a seguindo. Hermione não respondeu, não diria nada a ele, apenas se virou para ele, encarando-o.

— Chega desses jogos, Malfoy.

Draco a encarava de volta, se aproximando cada vez mais, enquanto ela dava passos para trás, tentando se manter distante. Não sairia correndo, não tinha para onde correr. E agora era claro que James ainda não havia retornado, e que ela poderia estar caindo em alguma armadilha.

— Se esqueceu do passado? – Perguntara ele, sorrindo perverso.

— Não, mas não tenho a intenção de repeti-lo. Você já deixou tudo bem claro no nosso último encontro. – Ela parara de andar pois havia se chocado contra uma parede de pedra. Os corpos dele quase se tocavam.

— Bom saber que ainda chama de encontro. Talvez você não tenha cortado todos os laços do passado. Talvez ainda se interesse por aqueles que fizeram parte dele. – Ele dizia, com os lábios tocando ocasionalmente em seu pescoço, fazendo suas pernas tremerem, e sem mais nenhum espaço entre eles.

— Sabe alguma notícia da AD? Rony, Gina? Eles foram pegos? – Hermione tinha gelado. Era provável que ele tenha vindo até ela sabendo de algo sobre eles, ou que só quisesse confundi-la mesmo. A verdade é que ela nunca conseguia saber o que Draco pensava. E nunca conseguiria.

— Até agora não foram. Mas você sabe que é uma questão de tempo. Sempre foi. Vocês nunca tiveram uma chance, de verdade, de vencer essa guerra. Não depois do...

— Então o que você quer de mim? – Ela interrompera, empurrando ele pelo abdômen, cortando o contato entre os corpos. Suas pernas tremiam cada vez mais sobre os saltos altíssimos. Ele suspirou e fiou sério.

— Você sabe que não tem como você sair daqui, não sabe? Foi feito um encantamento em você, em todos que são trazidos para cá. O seu sangue nunca poderá deixar essa terra. Você seria morta no segundo que pisasse fora daqui. – Ele falara. Por um momento, Hermione pensou ter visto um pesar tomando conta dele. Ela tentava manter a respiração constante e ficar de pé, não podia perder o controle, tinha que permanecer focada. “Pense”.

A garota fechara os olhos por um momento e pensara no que ele disse, de fato, uma parte dela já sabia disso. A Mulher havia dito algo assim no dia em que fora feito o encantamento. Instintivamente, olhou para a palma da mão que havia sido cortada, embora a pele parecesse nunca ter sentido o fio daquela faca. Lembrava de ter visto gotas de sangue atingirem o chão de terra e uma fumaça emergir. Lembrava de terem levado a garota Vane. E ainda se perguntava como não havia sido reconhecida.

— Eu não sei como não te reconheceram ainda. – Ele dissera, como se lesse os seus pensamentos. Ela voltara a encará-lo. – Sei que acha que tem como sair daqui, mas não tem solução. Eu não posso te ajudar, Hermione, por mais que eu queira. – Draco reprendeu a si mesmo por ter dito essa última frase. Sabia que se ela estivesse livre, a AD faria algo inteligente para intervir em Hogwarts, e que talvez eles tivessem alguma chance então. Mas não havia como ajudá-la, ninguém poderia. Draco não pensava que fazia aquilo por nenhuma razão que não fosse a mesma razão que o movera no seu segundo ano: só queria melhorar as coisas. Sabia o que era certo e errado. Não era porque ele havia escolhido o lado errado que não desejasse que as coisas fossem certas.

Hermione engoliu em seco. Se desencostou da parede e mirou o nada. Se Draco estava dizendo a verdade, James estaria mentindo. Mais do que nunca se sentiu perdida, sem a menor ideia do que fazer. Não queria acreditar que James mentia, mas queria que Draco fosse, ao menos uma vez, verdadeiro com ela. Era difícil separar o que ainda sentia pelo garoto implicante da escola com o Comensal que estava em sua frente. Ele podia estar sendo assim agora, mas tudo o que ele lhe falara no outro dia ainda estava fresco em sua cabeça.

— Prometa que não vai fazer nada estúpido. – Draco a encarara e Hermione assentiu. Como se relutasse, Draco se afastara da garota e tomara seu caminho, subindo as escadas. Hermione observou até ele sumir de vista na escuridão, até que sentiu uma presença ao seu lado.

A Mulher estava parada, com seus olhos gélidos azuis a encarando, quando falara:

— Já está tarde, e todos parecem bem entretidos. Volte para a sua cela, já que esta noite aquele que sempre a exige não está aqui.

Hermione assentiu com a cabeça e se retirou do salão. Caminhara até a sua cela e percebera que fora a primeira a voltar. Em situações normais, se é que havia algo de normal ali, ela teria dormido, porém seus pensamentos estavam frenéticos e sua mente girava. Olhou novamente a mão, sem nenhuma cicatriz de corte e depois o anel que Rony havia lhe dado, com a minúscula estrelinha brilhando fraca, pela pouca luminosidade. Por um breve momento, não sabia se havia imaginado ou não, o brilho aumentou, para depois voltar ao normal. Cochilava por alguns instantes e acordava, durante a noite toda, até que, quando começava a amanhecer, percebera um bilhete ser jogado para a sua cela. Abriu-o e reconheceu a caligrafia.

 

Quando entardecera, como mandava o bilhete, Hermione se banhou e vestiu o longo preto e subiu até o local onde eles haviam se conhecido. James estava onde ela o vira pela primeira vez, e ela subiu a escada para encontra-lo. Ele apenas sorrira, do jeito que só ele sorria e foram até seus aposentos, sem uma palavra. Quando a porta se fechara atrás dela, ela o ouvira perguntar:

— Então, como fez para sobreviver durante esses dias sem a minha adorável companhia? – Ela conseguira rir.

— Aproveitei minhas férias, três dias de descanso merecidos.

— A leitura e os feitiços não podem ser tão cansativos assim...- ele retrucara, indo até o armário de bebidas.

— Eu estava me referindo a aguentar você, mas eles também cansam um pouco. - Hermione dissera sorrindo e James rira, oferecendo a ela um copo de água, já que ela não bebia como ele.

— Pena que você vai ter que me aturar mais a partir de agora. Eu prometi antes de ir embora, e vou cumprir. Agora começa o seu treinamento de verdade. – Ele levantou a taça e Hermione o mesmo, fazendo um brinde. Ela se sentiu bem em aprender algo de verdade dessa vez, mas apreensiva também. Antes que pudesse perguntar algo sobre o que ele pretendia ensinar a ela, a garota disse outra coisa que lhe vinha à mente:

— É verdade que nunca vou sair daqui? Por causa do encantamento de sangue?

— O encantamento funciona, se é isso que quer saber. Não tem como ser revogado. Se colocar os pés para fora desta terra a pessoa morre. – Ele respondera, sem hesitar.

Hermione o olhou por alguns segundos. Ele estava sério, não parecia estar mentindo, e confirmava o que Draco lhe dissera.

— Mas então como pretende me tirar daqui? – Ela perguntou, nunca temendo mais alguma resposta. Se tudo fosse mentira o que ela faria então?

— Eu tenho meus meios. Você vai sair daqui, mas não tão cedo, infelizmente. Tenho que fazer alguns testes, ter certeza de que isso vai funcionar. Hermione eu sei que o que te pedi não foi pouco, mas preciso que confie em mim. Não pense, nem por um segundo, que você pode sair por aquele portão sem a minha ajuda direta. Quando a sua passagem daqui para o mundo lá fora for segura, você saberá por mim. Promete que não vai fazer nada estúpido?

— Eu prometo. – Respondeu Hermione, lembrando do loiro dizendo o mesmo a ela.

— Bem, eu soube que Draco Malfoy estava com você ontem à noite. Ele disse algo interessante? – Hermione prendera a respiração. Como ele poderia saber algo se ele não estava aqui?

Percebendo que a garota estava sem entender, tentando pensar em alguma resposta para retrucar a ele, James sorriu:

— Você acha mesmo que tem como esconder alguma coisa de mim? Hermione, não é porque eu não estou presente que eu não vou saber o que anda acontecendo. Mesmo que eu não esteja aqui, de certa forma, você não estará sozinha. – Hermione estava ainda mais confusa. Mas, pensando melhor, fazia sentido alguém como ele ter essa e qualquer tipo de informação. Sabia que James era poderoso.

— Por que Draco Malfoy me diria algo do meu interesse? – Ela retrucara, colocando sua taça de água sobre a mesa.

— Na verdade ele não deveria te dizer nada, porque, até onde todos sabem vocês nunca foram chegados, ele não te reconheceria usando uma máscara e você tem um noivo.

“Até onde todos sabem”, pensara Hermione, mas James não era como todos, ele quer que eu diga a ele, mesmo já sabendo da resposta. Mas como ele poderia saber?

— Ele me disse para não tentar fugir. Disse o mesmo que você: se sair eu estarei morta. 

— Não disse nada sobre a AD?

— Não. – Respondeu Hermione. – Me diga o que você sabe, James. Algo aconteceu, não pode ser coincidência.

— Estão vivos. Por que Draco Malfoy lhe diria alguma coisa? – Ele refez a pergunta, e Hermione não teve outra alternativa a sentar e contar tudo a ele:

— Nos aproximamos no 6º ano, por sermos monitores. Ficamos algumas vezes, escondidos, é claro. Quando eu percebi que ele escondia algo e que não buscaria ajuda nós nos afastamos. Nunca mais nos falamos. Até...até quando ele me viu saindo deste quarto, no dia em que nos conhecemos. Eu pedi para que ele me ajudasse a sair daqui, mas... como você pode ver não deu certo. Não sei o que ele queria falando comigo. Não sei o que ele pretende. Nunca soube. – Ela terminou, olhando para ele, que parecia esboçar surpresa.

— Interessante. Nunca me passou pela cabeça que você tivesse olhos para alguém além do seu noivo. – Ele falara, se levantando. Hermione o seguiu.

— Não é bem assim. Eu desprezo o Malfoy. Por tudo que ele já fez – disse ela. Não era mentira, ela sentia isso por ele, e mais alguma coisa que não identificava.

— E eu não me importo com o que você sente por ele, pelo Weasley ou por qualquer outro. Só precisava saber as intenções dele. – Ele andava em direção ao quarto, retirando o paletó e se sentando sobre um tapete e fazendo menção para que ela fizesse o mesmo, ficando frente a frente com ele.

— Não tem como saber as intenções dele. Não tem como entender o que ele faz.

— Isso é o que vamos ver. Mas chega desse assunto. Eu disse que iria te ensinar de verdade a partir de agora. E a sua primeira lição começa agora: quero que você feche os olhos e esvazie a sua mente. Não pense em absolutamente nada. Não sinta absolutamente nada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Até o próximo capítulo!! Abraços



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