Shinedown - The Dark Triumph escrita por Isa


Capítulo 12
Capítulo 11: Rescue Me


Notas iniciais do capítulo

Oi oi!! Lembram de mim?
Faz muito tempo que não posto, eu sei, mil desculpas!
Mas tenho aqui um presentinho de Natal para quem ainda acompanha esta fic!
Obrigada a vc que ainda não desistiu! Eu não desisti daqui tbm!!
Boa leitura!!



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A noite avançou sem nenhum progresso. Por mais que Hermione mantivesse sua mente calma, se concentrando em sua respiração ou divagando, não era suficiente. James lhe dissera que aquilo era um tipo de meditação e que iria ajudar a canalizar sua energia, para assim poder usar magia. Hermione já havia lido sobre isso, nos livros de runas que traduzira ali, mas necessitava de tempo e prática.

— Não é como se tivéssemos tempo de sobra. - disse James. – Precisa da prática, intensivamente.

Mas ela estava exausta, física e psicologicamente. Percebendo seu estado, e antes que desmaiasse, James dissera para dormir ali mesmo, não voltar para a sua cela e continuar praticando pela manhã. Com um estalar de dedos, as luzes se apagaram, restando apenas algumas velas na sala e uma única sobre a mesa de cabeceira.

Hermione não se sentia à vontade com isso, não queria dividir uma cama com ele, mas murmurou um agradecimento e deitou-se sobre a cama, puxando sobre si os lençóis negros e macios e dormiu antes que pudesse notar.

Quando acordou, continuava sozinha no lado em que se deitara na cama, o outro lado ainda imaculado e James se encontrava na sala. Levantou-se, lavou o rosto e foi encontrá-lo. Na mesa, onde sempre ela vira livros haviam diversas comidas deliciosas, frutas, sucos, torradas e geleias, intocados. James optara por se sentar sobre o baú e bebia whisky.

— Não é a melhor opção para um café da manhã. – Dissera Hermione a ele, para quebrar o silêncio.

— E você não é a melhor companhia no momento. – Respondera ele. Permanecia com as mesmas roupas do dia anterior e não parecia ter dormido. – Agora coma alguma coisa, pelo menos você fica calada.

Hermione nem podia recusar: comeu um pouco de tudo que tinha ali. A comida era deliciosa e lembrava-lhe Hogwarts. Depois de ter se alimentado de restos frios, pão seco e queijo duro, aquilo parecia um banquete.

— Vou voltar ao treino. – Disse Hermione quando terminou de comer. Já que James ficara calado e estava com seu (mau) humor de sempre, o melhor era voltar a seus estudos.

— Espere. Tome um banho antes, relaxe. Use os sais do pote azul. – Disse James, sem tirar os olhos do livro que estava lendo. Hermione assentiu e rumou para o banheiro. Ela estranharia o pedido, mas com ele nada era previsível.

Fez exatamente o que ele havia mandado, e quando saiu da banheira, percebeu que estava mais calma e focada. Um vestido preto surgiu, como da última vez, mas desta vez ele era de um tecido mais resistente, transparente apenas do joelho para baixo, com os ombros caídos. Vestiu-se e foi até o quarto, sentando-se sobre o tapete, na posição de lótus. Fechou os olhos e começou focando apenas em sua respiração. Não sentia nada. Não se preocupava onde estaria, com quem ou com mais alguém. Por um momento, sua mente pareceu tão vazia quanto o nada. Mas não sentira nada de diferente. Depois de ficar assim por um tempo, abriu os olhos e tudo estava igual a noite passada.

Levantou-se e se deparou com um James a examinando irritado:

— Nada. Nenhum progresso. – Falou ele, contendo a vontade que tinha de dizer outras coisas a ela.

— Eu sinto muito. Acho que não sou uma bruxa tão boa quanto eu imaginava. Na verdade, acho que eu só sirvo para memorizar livros. – Disse Hermione, com o rosto abaixado. Tinha vontade de chorar, mas sabia que não deveria fazê-lo na frente de James.

— Estranho, por que eu sempre ouvi dizer que você era racional, lógica e podia fazer qualquer feitiço. Em qualquer circunstância. – Falou James, já sem conter tanto assim da sua irritação. – E o que eu vejo aqui é bem diferente. – Acrescentou o bruxo, com desprezo. Hermione sentiu como se aquela última parte fosse a última gota para que um jarro transbordasse.

Ela o encarou e tomou fôlego:

— O mundo ficou diferente! As pessoas ficaram diferentes! Antes eu tinha o apoio dos meus amigos, minha família! Eles sempre foram tudo para mim! E desde que a guerra começou eu tenho perdido alguém! Meus pais, eu tive que fazer com que me esquecessem, deixei Hogwarts, as aulas, meus amigos. Me tiraram uma chance de... me tiraram Harry! Agora Ron e a AD! Eu não aguento mais perder... – ela dizia com a voz mais alta do que de costume, enquanto grossas lágrimas escorriam dos seus olhos castanhos. Não conseguiu segurar o choro. Estava com raiva daquilo, de tentar tanto, sem conseguir nenhum efeito. Estava farta de perder pessoas, batalhas, oportunidades e esperança. Quando não conseguira se tornar animaga na AD se sentiu decepcionada, pensara que não seria mais útil depois daquilo. Quando perderam a batalha em Hogwarts, achou que era o fim. Agora estava furiosa por falhar novamente, falhar em mais uma chance de mudar tudo. Dum spiro, spero. Essas palavras nunca fizeram menos sentido.

— Não há tempo para suas lágrimas. – Respondera James, com seu tom ríspido, e, puxando-a pelo braço, a levou até a porta. Hermione sentiu medo naquele momento, achou que poderia machucá-la. Ela tentara se soltar, mas só sentiu aumentar a pressão em seu braço. Quando já estava na soleira, ele a soltara, e ela olhara de relance dele para onde ele a segurara. Estava avermelhado, mas não doía. Ela o encarava desafiadoramente, embora ele nem se afetasse.

— Só volte aqui quando conseguir controlar seus sentimentos. Você é que controla a sua mente, não o contrário. – E fechou a porta com um movimento rápido, produzindo um estrondo a centímetros de distância de um rosto vermelho de raiva e molhado pelas lágrimas.

*****************

Ser um animago tornava muitas coisas mais simples, porém, encontrar uma forma de entrar na Mansão Malfoy não dependia apenas dessa capacidade, já que era protegida por centenas de feitiços. Assim, Ron esperou encontrar algum grupo de seguidores de Voldemort para que eles fossem a sua ponte. Chamavam de seguidores aqueles que ainda não tinham a confiança e que não haviam provado a sua lealdade. Ser um Comensal era algo importante e não era oferecido esse título a qualquer um. Ron sentia falta do tempo em que só chamavam esse tipo de gente pelo que eles realmente eram: sequestradores.

 Eles estavam em um galpão, provavelmente uma pequena fábrica abandonada e ele os observava de uma janela quebrada, podendo ouvir e ver muito bem tudo que acontecia ali. Numa noite, enquanto três deles esperavam o resto do grupo (que havia deixado o esconderijo para procurar por rebeldes), Ron, em forma de falcão, observara e descobrira que eles haviam uma chave de portal com hora marcada (uma adaga sem corte, velha e enferrujada). Assim, cada grupo de seguidores chegava em algum momento diferente e o que e quem trouxessem com eles seria levado a algum destino. Pelas conversas, também pode notar que todos sempre “descarregavam” na Mansão, seja lá o que trouxessem, fossem pessoas, armas ou informações. Apesar do Ministério estar controlado por Lucius e todos os bruxos que não estavam escondidos estivessem de acordo, a Mansão Malfoy ainda era o quartel general, como se houvessem muitas coisas a serem escondidas por entre aquelas paredes.

Pouco antes de amanhecer, os demais chegaram, totalizando sete seguidores, e, enquanto se preparavam para partir, Ron decidiu agir: voltou a forma humana, quebrou o resto da janela e utilizou o Gás Petrificante antes que qualquer um deles pudesse se defender. Para se certificar de que não descobririam que ele esteve ali, usou um pouco de Essência de Lockhart, como George chamava a poção que causava o mesmo efeito de um Obliviate, apagando as memórias de alguns minutos anteriores. Quando o encontrasse novamente, pediria mais alguns desses e talvez uma que causasse o mesmo efeito de um Confundus. Esses “feitiços no pote” eram muito poderosos e fáceis de serem usados nessas situações.

Pegara um manto verde escuro de um tecido grosso e um pouco gasto que estava com um dos sequestradores petrificados e o vestiu, cobrindo seu cabelo ruivo e uma parte do seu rosto. Era importante manter sua identidade em segredo, afinal, um ataque poderia ser de qualquer membro da Resistência, já um ataque liderado pelo Weasley era uma forma de provocação tão quanto o próprio Voldemort sair andando pelas ruas. Além disso, Ron tinha medo que sua aparição colocasse em risco os demais, de modo que ficasse tentador algum Comensal atacar alguém da AD.

Esperou mais um minuto para dar a hora marcada e tocou na chave de portal, sentindo seu corpo ser puxado, aterrissando em um campo de terra dura e pouca vegetação. Um pouco a sua frente havia um portão de grades de ferro simples e um pouco retorcido, com menos de 5 metros de altura, mas grande extensão, e além dele podia ver uma construção ao longe. Olhou a suas costas e havia, ao horizonte, um muro rochoso, dessa vez com aparência muito resistente e muito alto, parecia tocar as nuvens, o que lhe causou um arrepio leve. Largou a adaga enferrujada e foi recebido por dois seguidores vindo em sua direção, vestindo capas pretas desbotadas. Eles destrancaram o portão, com um gesto de varinha, atravessaram e voltaram a trancá-lo.

— Nem sequer um sangue-ruim? - Perguntou um deles. Tinha um cabelo até abaixo dos ombros emaranhado e escuro. O outro era careca e com uma barba cheia que deveria ser loira, mas estava tão suja que era difícil distinguir a cor.

— Sabe o que acontece com quem não consegue o que prometeu? Eles não vão ficar satisfeitos. Aqui só há aqueles que estão mais próximos de serem Comensais, e você, garoto, está mais próximo de ser um cadáver. – disse o careca barbudo, rindo de forma irônica. Os dois se aproximavam mais dele.

— Tem pelo menos alguma informação? – os dois se posicionaram e andavam de modo a fazer um círculo ao redor do ruivo, que permaneceu imóvel, apenas os seguindo com os olhos. - Ou, então, que sejam as suas últimas palavras? – Voltou a perguntar o de cabelo emaranhado. Nenhuma palavra. O careca voltara a falar:

— Olha, os dementadores estão do outro lado do muro, mas isso não significa que não podemos trazê-los até aqui.

Ron permaneceu calado, preocupado em achar, tateando pelo bolso do manto verde, aquilo que necessitava. Ambos os seguidores pararam em sua frente e sacaram suas varinhas, apontando diretamente para Ron, que determinou que esse era o momento.

— Na verdade, tenho sim. Dum spiro, spero. – Falara, um segundo antes de jogar um Detonador de Fogomaldito nos dois. Conseguiu desviar por um triz, de um raio verde que o homem careca lançara, pulando para o lado assim que uma esfera massiva de fogo consumisse os dois bruxos, queimando a terra e as poucas árvores já mortas que haviam ali e jogando Ron para trás, com força. Ele sentiu suas costas baterem fortemente no chão, seus olhos se fecharem com a claridade e o calor atingir seu corpo, mas não percebeu nenhum ferimento grave.

Respirou fundo, sentindo as costelas doerem, mas nada mais sério, e antes que o fogo se extinguisse, se levantou e percebeu que mais seguidores vinham ao longe para ver o que havia acontecido. Jogando um pouco de Pó Escurecedor do Peru e, em seguida, mais um frasco de poção foi quebrado no chão. A capa verde estava junto à grama quando Ron transformou-se novamente em falcão, assim que cruzou o portão de ferro retorcido em meio ao caos de fogo, fumaça e trevas.

********************

Hermione voltou a sua cela, secou suas lágrimas no vestido e antes que se juntasse às garotas nas tarefas do dia, a Mulher surgiu ao lado das suas grades, abrindo-as.

— Seu serviço hoje será nas cozinhas. Surgiu uma vaga, e a partir de hoje ficará responsável por esse serviço. Siga o corredor da esquerda, do andar superior. Se apresse, o almoço não deve demorar a ficar pronto. – Finalizou ela, dando as costas e Hermione obedeceu.

O corredor era de pedra, muito antigo e úmido. Formava uma rampa, com muitas curvas, para um lado e para o outro, e parecia que nunca acabaria de descer. Evitava pensar sobre o que havia acontecido mais cedo, mas não conseguia. Não entendia o que havia acontecido com ela mesma. Talvez, se encontrasse com si mesma alguns anos no passado, ela não se reconheceria. Talvez se seus amigos a vissem se comportando daquela maneira, eles se envergonhariam. Ou ela sempre fora uma tola e agora estava se dando conta disso. Também a perturbava o que James e Draco disseram sobre o feitiço ser legítimo. Se James estivesse a enganando dizendo que a tiraria dali e não o fizesse, ela teria sido usada, para sabe-se lá qual fim. Era difícil confiar nele. Mas era a única coisa que lhe restara naquele lugar. Já Draco, era outra história: ele não mentira sobre o encantamento, mas não a ajudou com nada. Sua habilidade em confundir tudo aquilo que ela parecia ter certeza continuava afiada. Entre outras habilidades as quais ela preferia não pensar. Com Draco, seus pensamentos sempre funcionavam na direção das teorias moldando os fatos. Mas ela sabia que, pela lógica, os fatos é que devem moldar teorias.

Finalmente, quando chegou a uma porta grande de madeira com entalhes, que estava entreaberta e com muita movimentação de elfos, ela deixou esses pensamentos e entrou, se deparando com uma cozinha tão grande quanto a de Hogwarts, com diversas mesas e bancos de madeira, lotado de elfos, caldeirões de diversos tamanhos, alimentos variados e algumas garotas como ela. Foi recebida por um elfo, que a lembrou um pouco de Monstro, pelo modo como olhou para ela. Não disse nada a ela, apenas apontou um lugar próximo a uma cesta de maçãs, um banco e uma faca sobre ele. Hermione entendeu o recado e sentara ali e começou a descascar as maçãs. Era a primeira vez que segurava algo com que poderia se defender, mas duvidava que teria como levar algo da cozinha.

Já havia descascado algumas, mas ainda restava boa parte da saca de maçãs, quando uma garota de cabelos curtos e crespos se levantara da bancada mais próxima, em que estava a cortar temperos. O mesmo elfo que lembrava Monstro assentiu para que ela seguisse caminho e Hermione viu que a pequena faca havia desaparecido assim que a garota terminou sua atividade. Ela passou por Hermione e deu um breve sorriso triste e seguiu caminho. Realmente, não havia como pegar nada que pudesse se defender. É óbvio que nenhum comensal permitiria isso, pensara ela. Mas talvez por estarem ali tão próximas, aquilo se tornasse mais agoniante. Finalmente, a última maçã estava sendo descascada, e, embora tenha se levantado, esperando o elfo assentir e a faca desaparecer, a criatura apenas grasnou para ela:

— Acha que é só isso? Ainda há mais 2 sacas para descascar. Vá pelo túnel do lado oposto buscá-las no depósito! E nem pense em enganar Gorgum!

Hermione atravessou a cozinha a passos rápidos em direção ao túnel e se demorou um pouco por lá: ela percebeu que o túnel era na forma de uma rampa, iluminada fracamente por luzes acinzentadas, e que ela subia alguns metros. Quando finalmente vira a luz do dia (um pouco menos cinzenta do que as luzes do túnel), encontrara um pátio de pedras, que servia de depósito para mantimentos. Ali havia as duas sacas e mais algumas caixas. Quando levantou uma das sacas, seus olhos encontraram com os de um falcão que ela conhecia. As maçãs se esparramaram pelo chão.

********************

Quando mergulhara para a nuvem escura, o falcão pousara em um galho de uma alta árvore próxima à propriedade. Era imensa, tantas portas, janelas, escadas e túneis que não estavam ali quando esteve na Mansão Malfoy pela última vez. Não que gostasse de lembrar do ocorrido. Aquela expansão não fora esperada por ele e seria bem mais difícil encontrar Hermione ali.

Percebeu, um pouco longe dali onde estava, uma aglomeração de pessoas, pareciam estar construindo algo. Levantou voo e foi mais perto verificar. Diversas jovens estavam carregando vigas e colocando-as dentro de pequenos buracos no chão de terra. Tudo feito sem magia, e, mesmo ao longe, conseguia ver o cansaço e a fome que deviam estar passando. Ron sabia o que esperar de um cativeiro controlado por Comensais, mas não era agradável de ver, nunca era. “Ela tem que continuar viva, ela tem que estar bem”, pensava ele. Mas não foi ali que encontrou quem procurava.

Voou mais um pouco, em outra face da mansão. Sentia cheiro de comida, carne de porco, e percebeu o quanto estava faminto. Já fazia várias horas que não se alimentava, e apesar de muito ter mudado, o apetite de Ron ainda era o mesmo. Se aproximou mais da edificação de pedra, podia ver um pátio deserto, apenas com algumas caixas e sacas. Sentiu outro odor, algo doce desta vez, maçã provavelmente, mas não foi isto que o fez pousar no galho mais próximo, e sim, a visão de uma jovem preenchendo aquele pátio vazio. Era magra; de cabelos castanhos longos, ondulados e armados; vestia algo longo e preto e exalava um perfume que nunca sentira antes.

Antes que pudesse pensar, um sorriso escorregou pelos lábios de Hermione. Mas rapidamente se extinguiu. O animal se aproximou, saindo do seu poleiro improvisado e indo direto para o pátio, pousando sobre uma caixa lacrada. Ele olhou rapidamente para os lados, abriu o bico algumas vezes e foi substituído por um rapaz ruivo, de olhos azuis brilhantes e sardas no rosto.

Hermione sentiu vontade de socá-lo, por ser tão idiota para se arriscar por ela, por deixar a todos apenas para ir atrás dela. Contudo, ela não o fez: antes que se desse conta, eles já estavam abraçados, uma lágrima escorria do seu olho direito e ele murmurava seu nome, baixinho. Os braços dele estavam envolvendo sua cintura, e os dela, seus ombros.

— Não sabe o quanto sonhei em ter você assim, em meus braços mais uma vez. – Dissera o ruivo, ainda a abraçando, com o rosto entre os cachos castanhos. Ela estava mais magra do que se lembrava, o rosto mais marcado, mas os olhos castanhos que os encarava eram os mesmos: o olhar doce e terno de sempre.

— Eu deveria pegar alguma coisa para bater em você, Ronald Weasley. Como você faz algo assim, tão imprudente? Não pensou nos riscos... – Hermione disse quando se afastaram um pouco, uma ou outra lágrima ainda escorria pelo seu rosto e percebeu, quando os lábios se colaram por um instante, que Ron sorrira.

— Pensei, mas achei que valeriam a pena se eu pudesse tentar trazer você de volta. – falou ele, quando se soltaram. – Eu quero saber tudo o que aconteceu, Hermione. E vamos falar sobre o que quisermos depois, quando estivermos em local mais seguro.

— Como estão os outros? Estão seguros? – Perguntara, temerosa com a resposta.

— Estão todos bem. Todos sentem muito a sua falta. Foi a Gina que descobriu onde você estava, vou te contar depois o que ela aprontou. – Ron falara, já imaginava o alívio de todos quando chegasse com Hermione na sede. Porém, ainda havia mais uma fase para passarem e chegarem bem até lá. - Agora nós precisamos sair daqui o mais rápido possível, antes que alguém perceba...

— Eu não...n-não posso! Não há uma maneira de eu sair daqui. – A garota falara, de um modo muito mais fácil do que imaginou dizê-lo. Ron a olhou interrogativo, sem entender o que ela queria dizer com aquilo.

O som de um elfo grasnando pelo túnel que levava ao pátio interrompeu os dois, e Hermione conseguiu convencer Ron, em segundos, a se transformar em falcão e se esconder embaixo de uma cesta, enquanto ela se voltava ao chão para pegar as maçãs caídas. A mente do garoto mal conseguia manter a forma animaga, pensando na resposta dela.

— Nem para isso os sangues-ruins servem, minha antiga senhora sempre teve razão... – resmungou Gorgum. Hermione mantinha a cabeça baixa, tentando controlar seus sentimentos para que a criatura não desconfiasse de nada. Elfos eram criaturas perspicazes, se ele visse que seus olhos estavam úmidos e levasse em conta o tempo que estava ali fora...

 – Dê a Gorgum essas maçãs que Gorgum mesmo fará o serviço. A sangue-ruim pode se limpar e voltar pra cela. A sangue-ruim não vai mais fazer esses serviços, vai voltar a fazer a limpeza lá dentro. – Dissera ele, com desprezo para Hermione, e, sob mais resmungos de “sangue-ruim” e “imprestável”, voltou a subir pelo túnel.

Passado o perigo imediato, Hermione voltou a se levantar e Ron voltou à forma humana, jogando a cesta que estava em sua cabeça para o chão. Voltaram a se encarar, bem próximos. Ron continuava com seu olhar sedento para que ela lhe explicasse.  

— Foi feito um encantamento com todos os reféns. Pelo menos com todas as outras mulheres que estão nesta parte. Se qualquer uma de nós colocar os pés para fora desta propriedade, nós morremos. – Continuara Hermione. Ron não compreendia. Será que tudo que havia feito para chegar até ali teria sido em vão? Não, ele a viu pelo menos, teve muito mais do que alguma notícia. – Eu sinto muito, Ron. Mas não há como eu sair daqui agora junto com você.

— Não, não, tem de haver algum modo! Eu não vou desistir de você Hermione! Ei, não fica assim, deve haver alguma saída...- dissera ele, tentando consolar ela e a ele próprio, abraçando-a novamente.

— Talvez haja. – Sussurrara. O ruivo a encarara surpreso, esperando que lhe desse alguma tarefa, mas a garota balançou a cabeça. – Sei que parece impossível, mas tem uma pessoa me ajudando. – Ela dissera, com um sorriso nervoso. - É verdade, eu pensei que fosse alguma armadilha, mas não acredito mais nisso. Nem todos aqueles que estão aqui estão com ele.

Ron parecera que havia ouvido algo sem o menor sentido, alguma loucura, porém, manteve-se concentrado no que ela dizia.

— Eu não posso dar mais detalhes, é só uma longa história. Apenas saiba que há um bruxo que me salvou quando um comensal me reconheceu. E que diz que é capaz de me libertar em algum momento.

— Mas quando? – perguntou, impaciente e preocupado.

— Eu não sei.

— E como? – perguntou, mais preocupado.

— Eu também não sei.

— Quem é? Eu conheço? – tentou o ruivo, mais uma vez.

Hermione deu os ombros, em silêncio. Ron suspirou, derrotado. Hermione segurou seu rosto entre as mãos, encarando-o.

— Um dia vou te explicar tudo. O que preciso que você entenda é que não posso sair assim. Contudo, não significa que não vou poder sair daqui nunca. Essa pessoa está e vai continuar me ajudando. Só preciso que você confie em mim. – E, entregando a ele a aliança, beijou-o rapidamente.

— Eu prometo, vou voltar para buscá-la. – Ele disse. Os dois sorriram levemente, Ron assentiu e fechou a mão ao redor do anel.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam? Curtiram? Detestaram? hahaha
Me contem tudo!
Ah, eu prometo atualizar mais rápido da próxima vez!
Beijos!!
Isa



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