A Guardiã escrita por Fernanda Melo


Capítulo 2
De Anjo Para Demônio




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674561/chapter/2

Terra 7

6 meses antes...

                - Eu prometi, jurei sobre o corpo dos meus pais que iria matar cada um que colaborou para a morte deles e adivinha você é o último que resta e minha sede de vingança ainda sim é imensa. – Olivia gritou enquanto observava o homem amarrado na cadeira. – Eu me lembro de você, foi o que cravou a espada em minha mãe. – Ela levantou a lâmina do objeto pesado. – Eu quero que você morra como ela também morreu.

                Olivia deferiu um soco no rosto do homem, sua boca agora sangrando manchava sua barba grisalha, mas mesmo assim o homem ainda olhou para a menina com um olhar doentio e riu.

                - Você pensa que seu pai era um santo? É mesmo uma garota muito tola.

                - Não estou aqui para redimir os pecados do meu pai, estou aqui para vinga-lo. – Ela firmou a espada na garganta do homem deixando que uma linha fina de sangue escorresse livremente pelo local.

                - Como uma garotinha conseguiu derrotar R’as Al Ghul?

                - Eu costumava ser a escolhida para proteger este mundo e você tirou minha motivação, a minha esperança. – Ela cravou a espada no abdômen do homem. – Eu costumava ser como um anjo, mas agora estou mais para um demônio. – Ela deixou suas asas abrirem deixando o homem pasmo.

                - Você é uma aberração. – Ele sorriu.

                - Não mais do que você. – Ela torceu a espada e em seguida a puxou deixando o corpo do homem sem vida para trás, carregando consigo a espada que tirou a vida de sua mãe, mas que também tirou a vida do homem que a matou.

Terra 1

2 semanas antes...

                - No que está pensando? – Felicity atraiu a atenção da filha. – Acho que a pergunta certa seria porque está de pé tão cedo?

                - Primeiramente bom dia. – A menina disse com aquela sua voz rouca de sempre quando acabava de acordar. – Eu pergunto o mesmo. – A menina largou a caneca cruzando os braços e ajeitando seu óculos.

                - Desse jeito parece uma pessoa super séria. – Felicity pegou a caneca da garota deixando a mesma com uma cara de indignação.

                - Hei, como posso parecer séria aqui se nem autoridade sobre minha própria caneca de café eu tenho? – Ela deixou seus braços caírem sobre a bancada enquanto a Felicity lhe entregava outra caneca e a cafeteira.

                - Só para constar esta caneca é minha. – Felicity provou mais um gole do café. – Agora você pode me dizer o motivo de estar de pé tão cedo? E não me venha dizer que estava com vontade de tomar café.

                - E estava, principalmente este que você acabou de roubar de mim. – Felicity não conseguiu deixar de sorrir com a gesticulação da filha ao dizer. – Bom eu não consegui voltar a dormir.

                - Você não conseguiu voltar ou nem conseguiu pegar no sono? – Felicity segurou a mão da filha observando seu rosto mudar de um simples nada para mal entendida. – Você dorme no quarto ao lado, eu ouvi seus passos.

                - Você é meta humana Felicity Queen? – A menina questionou a mãe em um tom de brincadeira que fizeram as duas rirem.

                - Eu simplesmente sou mãe, o sono leve é uma das consequências permanentes. – Ela deu de ombro.

                - Tudo bem, eu não consegui pegar no sono.

                - Há quanto tempo?

                - O que?

                - Há quanto tempo você não dorme? Crise de insônia sabe?

                - Eu estou me formando para ser médica eu sei o que é insônia assim você me ofende.

A garota colocou a mão sobre seu peito fingindo desapontamento com a mãe, mas ela não sabia fingir por muito tempo e logo já estava rindo de si mesma.

— Alguns dias, em outros consigo dormir 3 horas seguidas o que já é um grande avanço antes de algum pesadelo me atormentar, mas está tudo bem. – Ela bateu seu dedo indicador três vezes sobre a bancada antes de voltar a olhar para a mãe.

Felicity apenas observou a filha, se não fosse pelo cabelo loiro e os lábios finos como os de Oliver, Felicity poderia dizer que a menina era sua imagem e semelhança principalmente quando a mesma falava coisas sem pensar no sentido correto ou tinha suas crises de genialidade, mas diferente de Connor as semelhanças entre elas acabavam aí. Olivia não apenas recebeu o nome em homenagem ao pai, mas também herdou o fato de querer carregar alguns problemas do mundo sozinho, ela sempre quis proteger o irmão e até mesmo já chegou a brigar com um garoto no colégio por implicar com Connor, assim como Oliver ela sempre teve um heroísmo dentro de si e assim como Felicity ela sempre foi uma pessoa forte e de bom coração.

— Isso vai passar não vai? Quando tudo isso acabar eu vou conseguir encostar minha cabeça no travesseiro e dormir.  – Felicity tocou o rosto da filha acariciando sua bochecha de forma tão delicada que a menina fechou seus olhos para aproveitar o momento.

— Vai. Tudo ficará bem. – Felicity sorriu confiante para filha tentando passar a segurança que a menina buscava.

***

Durante a noite Connor teve uma ideia de reunir alguns amigos próximos para uma sessão de filmes enquanto Oliver e Felicity reuniam-se com amigos para conversar sobre os assuntos mais sérios. Thea estava presente e por perto ainda havia Diggle, Lyla e Barry discutindo abertamente sobre o caso das ameaças. Olivia e Don até que tentaram assistir ao filme com os amigos, porém, eles estavam mais concentrados no que os outros conversavam na mesa dos adultos. Passaram-se alguns minutos e eles resolveram ir para a sacada tentaram esfriar a cabeça e finalmente matarem a saudade.

— Eu estava sentindo tanta a sua falta. – Don passou uma mecha do cabelo de Olivia para trás da orelha enquanto a mesma olhava sorridente para aqueles olhos esverdeados. – A universidade é legal, mas o fato de estudarmos em campus diferente a torna uma coisa ruim.

— Começamos a namorar em uma fase difícil, mas estamos conseguindo ligar com esses problemas. – Don suspirou pesadamente deixando Olivia um pouco intrigada. – Não estamos?

— É que... – Don desviou o olhar do dela, a loira já um pouco nervosa cruzou os braços e o olhou seriamente.

— Eu juro que se estiver dando em cima de alguma menina no campus não vai haver super velocidade que irá lhe salvar Don Allen. – Ela acertou um tapa no peito do rapaz.

 - Ai, ai. – O rapaz reclamou e começou a rir a puxando pelo braço para um beijo. – Eu jamais faria isso com você. Agora brincadeiras a parte sua mãe me disse que você não anda dormindo direito, eu aposto que tudo isso é saudades de mim.  – Olivia por um momento permaneceu séria observando aquele sorriso bobo de Don que ela tanto amava.

— Eu vou ir embora, não sou obrigada a ouvir essas coisas. – Ela até caminhou para voltar para dentro do apartamento, mas foi impedida. – Ela não mentiu, mas estou bem não se preocupe e ficarei ainda melhor quando tudo isso acabar.

— Você precisa descansar, como pensa em derrotar um inimigo sem sua atenção estar 100% voltada para isso?

— Não sei, mas não quero pensar nisso agora. – Ela o beijou e somente naquele momento ela conseguiu esquecer-se dos problemas, conseguia sentir um pouco mais leve sem a cobrança de que estava falhando em sua missão em proteger seu mundo, ela era uma Guardiã de nível 7 com quase todos os poderes já desenvolvidos e estava falhando em uma missão de deixar para as gerações futuras um mundo melhor.

Quando retornaram para dentro Oliver pediu para que a sua filha fosse até eles, ainda de mãos dadas Don observava o olhar assassino que Oliver lançava para ele e mesmo já namorando Olivia há quase um ano e meio ele ainda não havia acostumado com as tentativas de intimidação.

— Acho que seu pai quer atirar uma flecha em mim. – Ele cochichou para que somente ela pudesse ouvir.

— Ele sempre quer. – O menino olhou para ela com os olhos arregalados.

— E agora que você me fala?

— Você namora a garotinha dele, pensei que já estivesse ciente do risco. – Ela deu de ombros e sorriu. – Descobriram algo?

— Não, mas te chamei para saber se todas as pistas se encontram presentes.

— Sim. Todos os bilhetes de ameaças estão aí.

— Menos esta foto. – William apareceu jogando a foto sobre a mesa olhando seriamente para a irmã.

— Sério William? Agora vai ficar olhando minhas coisas? – Ela disse indignada com a abordagem do irmão.

— Eu não estava mexendo nas suas coisas, havia lhe pedido o celular emprestado e quando levantei de sua cama esta foto caiu. Você tem que ser bem clara com tudo Liv, ficar escondendo alguns fatos pode deixar de nos dar pistas importantes.

A menina suspirou olhando para a foto que havia sido tirada há alguns anos bem antes dela pensar em entrar para a faculdade, todos de sua família presentes na foto estavam com os rostos riscados de vermelho de menos ela, aquilo parecia uma mensagem de extermínio no qual a fazia arrepiar toda vez que observava aquela imagem.

— Agora sabemos que esta pessoa não quer lhe atingir diretamente. – Diggle disse cruzando os braços sobre o peito.

— O que ela quis dizer com: “Vou fazer com você como fiz com todas as outras”? – Barry perguntou meio aterrorizado pela mensagem. – Houve casos de assassinatos ou agressões em serie durante este tempo?

— Apenas civis sendo mortos por crimes comuns. – Lyla confirmou.

— Voltamos à estaca zero. – Thea comentou observando os fatos sobre a mesa.

— Pedi para Laurel fazer reconhecimento de digitais e a única que se encontra presente é a sua. – Oliver disse olhando para sua filha.

— Lógico que ele não seria tão tolo a esse ponto. – A menina argumentou.

— Gente só eu continuo intrigado com esta frase que eu acabei de citar? Tipo, ela fez algo para mais alguém e quando um vilão diz “Todas às outras” não são poucas pessoas. Olivia é mais uma da lista, temos que saber se esta lista está no meio ou no fim.

— “Você irá sentir minha dor” – Thea lia as outras mensagens. – “Terá que viver para sempre com isso”, “Não sobrará ninguém para te amparar”. – Thea sentiu um arrepio subir em sua espinha. – Tudo bem isso foi profundo. – Ela jogou os bilhetes de volta para a mesa.

                 Felicity que até então não se pronunciou começou a juntar os bilhetes como havia feito antes, por ordem que Olivia os havia recebido, mas não formavam mensagens com nexo e ela não havia se importado antes, ela então juntou da maneira que ela achou que faria mais sentido, mas a mensagem já havia sido passada.

                - “Vou fazer com você como fiz com todas as outras, você irá sentir minha dor e terá que viver para sempre com isso, pois, não sobrará ninguém para te amparar. Porque eu sou o seu maior pesadelo”. – Felicity leu em voz alta excluindo os bilhetes que apenas vinham escrito “Estou me aproximando” ou “Estou por perto” cada um dos cinco bilhetes que formaram a ameaça principal estavam escritos em uma foto que felicity virou uma por uma revelando a imagem.

                A primeira mensagem era escrita na foto da família, onde todos estavam com os rostos riscados de vermelho de menos Olivia, na segunda mensagem continha a foto de William, na terceira a foto de Connor, na quarta a de Felicity e por último o de Oliver.

                - Ela vai matar cada um de vocês. – Olivia sussurrou.

                - E provavelmente nesta ordem. – Concluiu Felicity.

                - Gente foi somente minha atenção que foi atraída pela primeira frase? – Barry apertou na mesma tecla.

                - Barry tem razão, quem são as outras pessoas que ela disse que atingiu? Ela conseguiu esconder tão bem a ponto de ninguém, nem mesmo a polícia encontrasse nada. – Lyla disse ainda séria.

                - Ela pode estar esperando capturar todo mundo. – Don se pronunciou pela primeira vez sobre o caso.

                - Então ela não estaria trabalhando sozinha. – Olivia o observou enquanto dizia.

                - E você acha que ela está?

                - Não sei. – A garota deu de ombros. – A única certeza que tenho é que esta pessoa quer se vingar por algo que deve ter acontecido com a família dela, mas não entendo o que eu tenho haver com tudo isso.

                Um momento de silêncio foi estabelecido entre todos, até mesmo os outros jovens presentes que já haviam acabado com o filme estavam um pouco aflitos com a discussão dos adultos, tudo aquilo parecia um completo filme de terror e Olivia sentia que estava ruindo a cada dia de cansaço e desespero por isso não acabar logo. Ela suspirou pesadamente e Don segurou sua mão fortemente.

                - Você tem tudo haver. – Uma figura de roupas negras e uma mascara que cobria todo seu rosto apareceu, Oliver pegou a arma que havia deixado debaixo da mesa estrategicamente para estes momentos, olhando para John para confirmar com o homem mentalmente sobre o plano. – Você tem razão, eu não trabalho sozinha. – Homens de capas negras brotaram como fumaça no lugar, tendo pelo menos oito deles.

— O que você está fazendo? – Olivia perguntou involuntariamente.

— Transmitindo a minha dor para cada uma de nós. - Ela foi se aproximando cada vez mais para perto de Olivia, ela abriu suas asas quando sentiu que Oliver e Diggle iriam disparar contra ela. Don e Barry tentaram se aproximar, porém, os encapuzados os impediram de se aproximar lutando contra os heróis velocistas.

— Oliver eles não morrem. – Barry disse assim que cravou uma faca de cozinha em um deles.

— Lógico que eles não morrem, eles não são humanos. – A garota de asas negras se aproximou de Olivia segurando seu braço observando a marca da Legião dos Guardiões gravada em sua pele. – Eu costumava ser como você, mas a vida tirou minha motivação para tornar minha terra melhor, agora tudo que restou em mim foi dor e me pergunto por que continuaria lutando por meu mundo para que todos tivessem uma vida tranquila enquanto eu não poderia ter. Então me juntei ao outro lado da força e resolvi vingar pela morte de minha família, mas minha sede de sangue apenas aumentava.

— E agora está sujando suas mãos com sangue de inocentes. – Olivia debateu mesmo sentindo medo e suas pernas fraquejarem. – Você não vai tirar minha família de mim. – Ela gritou furiosamente.

— E você que vai me impedir? – A outra garota riu. – Você não será capaz como todas as outras.

— Quem são essas outras pessoas? – Barry perguntou com dificuldade ainda tentando lutar.

— São todas como nós. – A garota de asas negras tirou sua máscara revelando seu rosto, deixando todos abismados e esclarecendo a principal questão. – Se eu não posso ter minha família nenhuma Olivia de nenhuma Terra também não terá. – Ela segurou Olivia pelo pescoço e a jogou contra a parede. – Segurem-nos. – Ela ordenou enquanto caminhava em direção à garota. Olivia levantou-se sentindo seu ombro esquerdo, mas mesmo assim lutaria se fosse preciso. Ela abriu suas asas tão brancas quanto algumas nuvens do céu e percebeu o seu clone sorrir. – Tão pura como um anjo. – Olivia da Terra 7 sorriu ainda mantendo a maldade em seu olhar. – Você deve ser a preferida dele.

— Não costumo ser a preferida de ninguém. – Olivia tentou acertar um soco no rosto da outra garota, porém, a mesma chegou a desviar passando a espada no abdômen de Olivia que mesmo sentindo dor manteve-se de pé. Quando Olivia da terra 7 avançou acertando um chute na lateral de sua perna esquerda ela aproveitou a queda para em seguida tomar um impulso e puxar a outra garota pela perna para o alto, Olivia acertou a outra em uma das pilastras do apartamento em seguida prendendo-a pelo pescoço olhando com fúria para a garota com o mesmo rosto que o seu.

— Você é tão boazinha, não é capaz de matar ninguém para salvar sua própria família. Mas se você optar seguir por este caminho veja bem como será seu futuro. Primeiro a mudança começa no seu coração e depois ela vai acabar em suas asas. Mate-me Olivia ou caso contrário assista sua família morrer.

Olivia apertou sua mão ainda mais contra o pescoço da outra garota que insanamente sorria.

— Você... É a única... Que está me... Me dando trabalho. – Ela sorriu deixando Olivia ainda mais nervosa. Uma lágrima caiu sobre a bochecha de Olivia e ao fundo ela ouvia sua mãe pedindo para não fazer nada que fosse se arrepender depois.

Olivia gritou, liberando todo o ódio de dentro de seu corpo enquanto seus pulmões aguentaram e quando eles começaram a queimar e sua garganta reclamou ela voou em queda livre em direção ao chão mantendo Olivia da Terra 7 por baixo, o impacto foi estrondoso e o trincado no chão era perceptível, mas o pior ainda estava por vir.

Mesmo com o impacto Olivia da Terra 7 jogou sua rival para longe e se levantou ajeitando suas asas de forma graciosa mesmo ainda tendo sangue escorrendo do alto de sua cabeça.

— Eu gostei de você Olivia. – Ela olhou para todos os presentes.

Connor vendo que a irmã estava tendo dificuldades para se levantar começou a caminhar em sua direção não se importando com o que estava acontecendo.

— Peguem-no. – Olivia da terra 7 ordenou para seus seguidores. Olivia no desespero achando que perderia o irmão tentou mais uma vez levantar-se falhando novamente.

— Não. – Ela sacolejou suas asas e quando aquelas figuras alcançavam seu irmão ela voou na direção dele envolvendo-o com suas asas.

— Muito bem, acho que cansei por hoje. – A voz fria da outra garota ecoou no recinto. – Lembre-se Olivia eu sempre serei o seu pior pesadelo, sempre serei o seu Anjo Demônio. – Em seguida ela voou para fora do apartamento e os encapuzados também desapareceram logo Olivia voltou a respirar e olhou para o irmão quando suas asas sumiam novamente, ela sentiu sua perna fraquejar e quase cair contra o chão, porém, Connor era forte o bastante para levar a irmã até o sofá.

— Liv. – Ele a chamou enquanto alguns se aproximavam, a garota estava lutando para não cair em inconsciência, mas tudo isso foi em vão. Logo Felicity pediu que Barry buscasse Caitlin para ajudar e o homem foi o mais rápido possível.

Depois de algum tempo Olivia já dava os primeiros sinais de consciência, ela sentiu sua mão ser segurada por outra tão firme e ao mesmo tempo delicada e ela sabia mesmo sem abrir os olhos de quem pertencia àquela mão.

 - Mãe. – Ela piscou diversas vezes como se a pouca claridade lhe incomodasse, olhou o recinto identificando o seu quarto, seu pai estava em pé na porta com os braços cruzados e uma feição preocupada enquanto Caitlin voltava com o aparelho para aferir a pressão da garota.

— Já posso aferir sua pressão?

— Claro.

— Sua mãe me disse que você não anda dormindo muito bem. – Caitlin argumentou prestando atenção no aparelho. – E sua pressão está consideravelmente alta. O stress com tudo o que está acontecendo está colaborando para isso e se você não se cuidar isso pode acabar piorando.

— Tudo bem. – Ela sentou-se na cama erguendo a blusa mostrando um curativo.

— Não precisou de pontos o corte foi superficial, faça os curativos corretamente e nenhuma cicatriz atrapalhará você usar seus biquínis no verão. – Caitlin piscou para a garota que sorriu.

— Você é a melhor tia Caitlin.

— Eu sei. – Ela levantou-se da poltrona beijando a bochecha da menina. – Se precisarem que eu venha vocês sabem a forma mais rápida de me encontrarem. – Ela sorriu. – Siga minhas recomendações e caso tenha dificuldades em dormir deixei alguns remédios com sua mãe.

— Obrigada Caitlin. – Felicity agradeceu à amiga e Oliver fez o mesmo. Enquanto Felicity acompanhou Caitlin até a porta Oliver sentou-se ao lado de sua filha e ambos mantiveram um silêncio confortador por alguns segundos.

— Você está com medo? – Olivia perguntou olhando para a janela de seu quarto.

— Um pouco. – Oliver observou a expressão da menina e quando ela não teve nenhuma reação continuou dizendo. – Mas daremos conta disso também.

— Eu não quero que nada aconteça com vocês. Quando ela disse para aquelas coisas pegarem Connor era como se adrenalina tivesse tomado conta do meu corpo e eu consegui reagir, mas eu ficaria devastada se machucassem ele ou qualquer um de vocês.

— Fico feliz em ver meus filhos tão unidos. Você e Connor têm um laço ainda mais forte e você o protege tanto quanto sua mãe e eu. – Ele segurou a mão de sua filha e olhou no fundo daqueles olhos azuis radiantes. – Vou lhe dar uma dica como Arqueiro Verde, não foque demais em proteger quem você ama é nesses momentos que eles se aproveitam para tirar tudo de nós, eles veem nossa vulnerabilidade, então, busque conhecer seu inimigo e seus pontos fracos, combate-lo é seu principal objetivo agora e assim você protegerá todos que deseja salvar.

— É bom ter o senhor por perto pai. – Olivia o abraçou forte arrancando um sorriso do homem.

— São anos de experiências ao lado de sua mãe e de seus tios, fico feliz que seja útil para ajudar você e seus irmãos. – Ele suspirou e levantou o dedo indicador. – Agora um conselho de pai, não carregue todos os fardos somente você mesma se tem mais alguém para lhe ajudar. – A garota sorriu recebendo um beijo na testa. – Agora vá descansar, você ouviu Caitlin, só saio do seu lado quando tiver a certeza de que está dormindo.

— Você lembra que tenha 22 anos não é?

— Meu Deus como os anos passam depressa. – Ele riu de si mesmo. – Vocês sempre serão nossas crianças. – Ele tocou a ponta do nariz da filha arrancando mais um sorriso dela.

— Te amo pai.

— Também te amo filha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Guardiã" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.