A Guardiã escrita por Fernanda Melo


Capítulo 3
Desequilíbrio




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Terra 7

5 meses antes...

                Damien Darhk suspirou pesadamente ainda sentado em sua poltrona confortavelmente, pensando constantemente enquanto encarava a parede de seu apartamento morbidamente fria. Estava ansioso demais para não admitir que estivesse preocupado, fazia exatamente 1 mês sem notícias de Olivia, ele tinha lá suas desconfianças de onde a menina se encontrava principalmente quando ouvia notícias no jornal local.

                “- Mais uma vez foi descrito sobre uma figura feminina combatendo de forma violenta o crime. Será ela a manchar a boa imagem que os poucos vigilantes de bem conseguiram constituir nesta cidade?”

                Ele ouviu a mulher do jornal mais uma vez dizer o que já se ouvia a duas semanas diretas. Angustiado desligou a TV e se encaminhou para a garrafa de bebida mais próxima sentindo-se impotente por falhar na promessa ao seu amigo em proteger a filha dele a todo custo, havia feito a menina se tornar em um monstro descontrolado com sede de sangue.

                Para sua surpresa a porta se abriu revelando uma garota de feição irritada com seu cabelo loiro desgrenhado em uma trança que em algum momento tinha sido bem feita. Damien virou todo o líquido presente no copo para sua boca antes de pensar no sermão que daria na garota pelos seus atos suicidas.

                - A senhorita poderia me explicar porque diabos está fazendo tudo isso?

                - Não posso.

                - Então será assim? – Damien questionou colocando o copo com força sobre a mesa de centro de sua sala em seguida passando as mãos em seu cabelo levando os fios para trás em uma tentativa falha de manter a calma. – Simplesmente acontece? Acha que sou estúpido o bastante para acreditar nessas suas decisões Olivia?

                - Eu estou bem é isso que importa.

                - Não, você não está bem. – Ele aumentou seu tom de voz. – Fiquei duas semanas tendo notícias suas pela TV, notícias estas de assassinatos de pessoas que não tinham nada haver com a sua vingança. – Ele enfatizou apontando para a menina. – Você está doente Olivia.

                - A afirmação correta seria que eu sou doente. – Ela colocou um chiclete em sua boca. – Sinceramente Damien, não sei para que tanto drama. Estas pessoas também merecem morrer, elas fizeram mal para alguém sem pensar na outra pessoa.

                - Nunca apoiei este seu desejo de vingança, você sabe disso.

                - Então porque me ensinou a lutar? Para ficar em casa assistindo TV?

                - Para você não acabar em um túmulo como minha filha acabou. – Ele se exaltou descontrolado. – Eu prometi para seu pai que cuidaria de você antes dele morrer, mas agora vejo que teria sido melhor ter te deixado.

                Olivia podia não demonstrar por fora, mas aquilo que Damien havia lhe jogado na cara havia lhe machucado, apesar de tudo ela sempre o considerou uma família e era a única pessoa que lhe importava. Por dentro ela estava destruída ao ouvir aquilo, mas por fora ela apenas sorriu o olhando fixamente de uma maneira fria.

                - Eu não preciso mais de você Damien.

                - Então saia da minha casa. – Damien apontou para a porta. – Eu aceito a Olivia, aquela garota que estava desamparada pela perda da família, carinhosa e que me considerava alguém importante, mas não aceitarei esta assassina que você insiste em ser. Se é isso que você quer para sua vida vá construí-la bem longe daqui, bem longe de mim. – Ele passou a mão no rosto para livrar-se do cansaço e voltou a sentar-se em sua poltrona.

                Olivia saiu da sala indo pegar seus pertences mais importantes já tendo um destino certo para se instalar, suas novas companhias não eram as melhores pessoas existentes naquele mundo, mas foi sua escolha estabeler um vínculo de amizade com um jovem casal criminoso disposto a machucar pessoas em troca de dinheiro e poder, usando suas capacidades intelectuais avançadas para disseminar o mal no mundo. Caitlin Snow e Barry Allen a aceitariam de braços abertos.

                Terra 1

            12 dias antes...

           

            — Você tem que se concentrar. – Oliver chamou a atenção da menina novamente por errar a mesma esquiva de antes. – Desta maneira vou acabar te machucando.

                - Não me importo. – Ela passou a mão pelo cabelo retirando uma mecha que lhe fazia cócegas no nariz, sua exaustão era nítida, sua dificuldade para dormir deixava sua concentração a desejar, mas mesmo assim ela insistiu que deveria treinar para buscar a perfeição e acabar com aquilo o mais rápido que conseguisse.

                - Está bem, chega por hoje. – Oliver disse em um tom autoritário atraindo a atenção de todos presentes no centro de treinamento. Felicity começou a observar enquanto Diggle estava sentado ao seu lado realizando o mesmo ato.

                - Qual é pai, desse jeito eu não vou conseguir derrotar... Como posso chamar a minha versão abominável? – A menina parou para pensar. – Que seja, desta maneira vou acabar perdendo esta briga.

                - De qualquer maneira você irá perder, já parou para olhar para sua cara? Está cansada, com sono. Está pelo menos tomando os remédios que Caitlin lhe receitou?

                - Estou.

                No mesmo instante Oliver cruzou os braços sobre o peito e franziu o cenho, quando a menina bufou e revirou os olhos ele obteve sua resposta sem nem mesmo precisar ouvir saindo da boca dela.

                - Eu só preciso me distrair.

                - Você vai acabar se matando deste jeito Olivia.

                - Pai, por favor.

                - Maldita hora que deixei sua mãe colocar o mesmo nome que o meu em você, talvez sem ele você não herdasse minha teimosia. – Ele largou o bastão e desceu os degraus para sair do tatame.

                - Claro como se isso influenciasse em alguma coisa. – Ela jogou seu bastão para longe em seguida soltando seu cabelo enquanto caminhava em direção à porta.

                - Onde a senhorita pensa que vai?

                - Tomar um ar.

                - Não mesmo. – Oliver andava na direção da garota. – Você está correndo risco, não vai ficar saindo para tomar um ar por aí.

                - Agora vai me manter em cativeiro também? – A menina olhou meio incrédula do quanto seu pai poderia ser protetor quando queria.

                - Oliver?! – Felicity o chamou. – Não acha que devemos nos acalmar?

                - Você realmente não entende a gravidade disso não é?

                - Eu não quero entender mais nada, minha cabeça já está cheia.

                - Oliver é melhor esfriarmos a cabeça um pouco. – Desta vez Diggle chamou o amigo já levantando quando avistou o mesmo cerrar os punhos sem paciência.

                - Tudo bem, tente lidar com isso quando alguém se machucar devido a sua irresponsabilidade. – Oliver apontou para a menina que perplexa piscou inúmeras vezes para evitar que as lágrimas caíssem. Felicity levantou no mesmo instante e caminhou até eles antes que algo pior acontecesse, mas pelo o olhar de Olivia ela teve certeza que para a menina não teria como algo pior acontecer.

                - Obrigada pelo apoio pai. – Ela virou e seguiu seu caminho sem impedimento precisava de um momento só seu.

                - Oliver onde você está com a cabeça em dizer uma coisa dessas para Olivia? – Felicity bateu em seu peito. - Já existem muitos problemas para nos preocuparmos, não precisamos de mais um então vá atrás dela agora.

                Connor que até então não havia se manifestado largou seu notebook e foi em direção da porta que sua irmã saiu, mas antes de conseguir passar por ela sentiu seu braço ser puxado por seu pai.

                - Você não vai sair daqui.

                - Ela não vai querer ver o senhor nem pintado de ouro. – O garoto afirmou. – Eu vou ficar bem, afinal eu não sou o primeiro da lista. Eu volto logo.

                Connor caminhou até sair do centro de treinamento á procura de sua irmã por todos os cantos, ele logo imaginou o local em que ela mais gostava de se refugiar e provavelmente ela estaria no terraço. Ele escalou a escada até encontra-la lá em cima sentada de cabeça baixa pensando sobre alguma coisa.

                - Não deveria ficar aqui fora está frio. – O menino atraiu a atenção da garota para si. Ele tirou seu moletom entregando para a irmã que se encontrava com uma regata de tecido fino. – Eu sei que quando você fica chateada não quer falar muito, mas eu gostaria de saber o que está acontecendo.

                Olivia apenas olhou nos olhos do irmão, aqueles mesmos olhos azuis que ambos haviam herdado da mãe, mas naquele momento o de Connor apresentavam um carinho, uma luz enquanto o de Olivia tinha medo e desespero.

                - Liv estou sentindo sua falta, nós éramos tipo super irmãos vivíamos cuidando um do outro. Tenho saudades daquelas conversas que tínhamos. – Ele fez uma pausa quando a irmã encostou a cabeça em seu ombro. – Eu entendo que o papai pegou pesado, mas nós conhecemos como Oliver Queen perde a cabeça quando alguém meche com a família dele. Você não pode ficar assim Liv, você sempre foi forte nunca se importou com nada.

                - Agora é diferente Connor. – Ela fungou passando a mão rapidamente pela bochecha tirando aquela lágrima que escorria despreocupadamente pelo seu rosto. - Agora estão mexendo com a minha família, não é somente comigo.

                - Papai e William vão te ajudar e eu juro que se fosse bom com essas coisas de briga também lhe ajudaria.

                - Promete para mim Connor que você nunca vai entrar para isso.

                - Liv...

                - Por favor, Connor. – Ela voltou a olhá-lo. – Eu não quero te perder.

                - Você não vai. – O garoto suspirou. – Às vezes você é muito igual ao papai e deve ser por isso que vocês vivem brigando. Você é teimosa como ele e quer carregar os problemas do mundo todo sozinha, nosso pai luta contra isso buscando melhorar e ele está conseguindo, mas você não e ele só quer lhe mostrar que isso é algo que você não deve levar para a vida inteira, ele quer que você seja uma garota normal sem sentir culpa pelo o que acontecer para que você não tome a responsabilidade para si. Eles só querem o nosso bem aceite a ajuda, descanse um pouco e passe uns dias com Don.

                - Obrigada. – Ela o abraçou forte. – Obrigada por existir.

                - Bom tinha que ter um nerd na família para continuar o legado da mamãe, então, de nada. Agora vamos lá para dentro antes que você congele.

                - Vou ter que aceitar a proposta. – A menina levantou seguindo o irmão para dentro do centro de treinamento, Connor criando um novo assunto que arrancou algumas risadas de sua irmã da maneira que eles sempre foram perante a adolescência.

***

                Olivia estava passando à tarde na casa dos Allen mesmo com seu coração apertado querendo ficar em Star City perto de sua família. Sua mãe havia achado melhor que ela saísse um pouco para se distrair. As horas foram passando e Iris e Barry foram jantar fora junto com a filha caçula deixando o jovem casal ainda na sala assistindo filmes de terror.

                - Sério eu não sei como você não consegue ter medo disso. – Don concluiu desviando o olhar e fazendo uma breve careta.

                - Eu estou com a cabeça em outro lugar. – Ela sorriu ao ver a expressão do rapaz. – Qual é Don, é só um filme. – Ela apontou para a TV.

                - Que com certeza irá tirar meu sono hoje à noite, odeio esses filmes.

                - Então por que você concordou em assistir?

                - Porque você queria ver, eu sou um cavalheiro e aceito a sugestão da bela dama. - Olivia no mesmo momento desligou a TV e olhou seriamente para Don.

                - Não precisa chegar ao extremo para me agradar. Se você não gosta eu respeito sua opinião.

                Houve um momento de silêncio e uma troca de sorrisos confidentes, aqueles olhos esverdeados de Don fazia Olivia viver em outro universo, se sentir a garota mais especial do mundo e somente ele conseguiu fazê-la sentir esse frio na barriga em comparação dos outros dois namorados anteriores. Ela acreditava que de alguma maneira ambos eram especiais para a vida um do outro e mesmo que o relacionamento acabasse um dia eles continuariam a amizade, ela prezava e respeitava isso.

                - Você é a menina mais incrível que um pobre meta-humano poderia ter.

                - Sou muito areia para seu caminhãozinho Sr. Allen? – Ela riu enquanto ele se aproximava para roubar um beijo.

                - Está certo que sou um super-herói, gênio da engenharia química e tenho outros talentos por aí, porém, temos que concordar que algumas pessoas nasceram para brilhar mais do que qualquer um de nós. E esse alguém é você. – Ele encostou levemente seu dedo indicador na ponta do nariz da garota.

                - Não é bem assim.

                - Você foi escolhida para ser uma Guardiã Liv, isso é muita coisa para uma pessoa que sempre me disse que não queria ter a vida que seus pais tinham. Queria ser uma adolescente normal, estudar e se formar em uma faculdade, encontrar alguém que compartilhasse dos mesmos interesses e confesso que esta parte me chateou um pouco naquela época, mas você soube aceitar quando tudo isso aconteceu com você.

                - Eu não tinha muitas escolhas. – Ela pensou um pouco.

                - Você poderia simplesmente receber seus dons e ficar quieta sem fazer exatamente nada. – Ele parou e olhou para a menina. – Mas você abriu mão do seu sonho para salvar a humanidade.

                - E de lucro ganhei um namorado super-veloz. – Ela se aproximou para beijá-lo. – E que me ama demais pelo visto. – Ela sorriu para ele ainda com suas testas grudadas, ela fechou seus olhos para aproveitar o momento e sentir o perfume dele que era o seu favorito.

                Olivia não costumava ser daquelas garotas tradicionais no qual o homem sempre tinha que tomar o partido das coisas, ela adorava ser independente e aquilo atraia ainda mais a atenção de Don. Ambos formavam um casal divertido e engraçado, dependendo do encontro tornava-se até mesmo cômico. Don gostava de ser muito brincalhão e não gostava de invadir o espaço de Olivia e assim ela também respeitava o dele, pois, ambos achavam ciúmes completamente uma coisa desnecessária para a relação.

                Havia momentos nos quais ela o puxava para o beijo, que ela o chamava para jantar e nunca criava caso quando as coisas começavam esquentar e tudo terminava na cama. Ela sabia o que queria, sempre soube e odiava de fato quando algumas meninas diziam que ela leva o relacionamento dela de forma errada, mas ela nunca dava ouvidos, afinal, não havia pedido a opinião de ninguém.

                Quando o beijo deles começou a virar algo mais Don usou sua velocidade para chegar rapidamente no quarto, Olivia começou ajuda-lo a tirar sua camisa e em seguida o cinto que prendia sua calça, em meio a um beijo e outro mais peças iam desaparecendo de forma rápida e devagar do corpo de ambos até não sobrar mais alguma. Foi somente naquele momento que ela não se lembrou dos problemas, esqueceu das ameaças de morte contra sua família, esqueceu das outras terras existentes, esqueceu do Anjo Demônio. Ela apenas quis apreciar e sentir cada momento como sendo único.

                ***

                O jovem casal ainda dormia quando Iris e Barry chegaram em casa, ainda tendo os corpos nus cobertos apenas pelo fino lençol. Don foi o primeiro a acordar quando ouviu a porta ser fechada e se desesperou quando olhou para o relógio, ele realmente não queria acordar Olivia, ela dormia de uma forma tão tranquila. Então ele teve uma grande ideia de se vestir e descer até a sala antes que sua mãe ou seu pai lhe pegassem no flagra.

                Quando chegou até a sala sua irmã caçula de 9 anos pulou em seus braços como sempre adorava fazer com ele e seu pai. Enquanto sua mãe olhava orgulhosa para ambos os filhos se dando tão bem.

                - A Liv já foi embora maninho?

                - Não, ela está dormindo lá em cima no meu quarto. Promete para seu irmão que vai fazer silêncio para não acordá-la?

                - Eu prometo. – A menina cochichou arrancando risadas de todos os presentes.

                - Vamos tomar um banho e ir para a cama também mocinha? – Iris chamou a atenção de sua filha para si.

                - Ah mãe.

                - Já passou da hora de criança ir para cama.

                - Quando é que vou ficar adulta para dormir mais tarde? – A menina questionou com seus bracinhos finos cruzados.

                - Dawn quer um conselho do seu irmão? Nunca cresça. – Ele piscou para a garotinha, que em seguida seguiu a mãe para o andar de cima. Logo o rapaz conferiu a chave de seu quarto no bolso de sua calça, não querendo correr muito o risco de ser descoberto.

                - Olivia está bem? – Barry perguntou para o filho.

                - Está sim pai, ela só estava cansada, lembra que tia Felicity havia dito que ela não estava dormindo muito bem?

                - Sim. – Barry concordou. – Só acho estranho que...

                - O que?

                - Nada não filho. – Barry sorriu e encostou a mão no ombro do rapaz. – Eu vou subir para tomar um banho também antes de dormir. Só espero que tenham se prevenido. – Barry riu da cara de desentendido do filho.

                - Como você...

                - Sou seu pai Don, só não deixa o Oliver desconfiar ele é capaz de cravar duas flechas em suas costas. – Barry disse balançando a cabeça tentando livrar-se das memórias desta época.

                - Pode deixar pai. – O menino concordou frustrado por não conseguir disfarçar, logo voltou correndo para seu quarto e Olivia não se encontrava na cama mais a porta do seu banheiro estava entreaberta e o barulho do chuveiro era perceptível.

                - Don pode me emprestar uma toalha?

                - Claro vou pegar para você. – Don foi até seu guarda roupa procurando pela toalha, em seguida voltando para o banheiro para poder entrega-la. Quando ele entrou Olivia se enrolou na toalha e ele a trouxe para mais perto de si para lhe dar um beijo demorado. – Eu queria ter tomado banho com você. – O rapaz adotou em sua face uma expressão chateada.

                - Haverá próximas vezes seu bobo. – Olivia riu de sua expressão e o beijou novamente. – Agora eu tenho que me trocar para voltar para casa, meu pai já me ligou perguntando se havia acontecido alguma coisa.

                - Por Deus. – O rapaz imaginou a cena que seu pai havia lhe dito há pouco tempo lá em baixo.

                - Calma ele não vai te matar. – Ela fez uma pausa enquanto vestia sua blusa. – Pelo menos não enquanto eu estiver por perto. – Ela riu da expressão de desespero do rapaz.

                - Obrigado pelo o aviso. – Ele disse enquanto calçava seu tênis. – Esse é mais um motivo para que eu fique grudado em você por um bom tempo. – Ele a encostou na parede enquanto segurada sua cintura e a beijou. Olivia agora estava com seu cabelo amarrado em um rabo de cavalo alto e ele odiava aquilo, adorava quando ela deixava seu enorme cabelo loiro caindo sobre seus ombros, então, ele resolveu dar uma forcinha para si mesmo e soltando o cabelo da garota sem interromper o beijo.

                - Desse jeito a gente vai acabar voltando para aquela cama. – A menina disse tentando recuperar o ar.

                - Eu não acharia nem um pouco ruim. – Ele sorriu. Ela roubou um selinho dele antes de beijá-lo novamente e em seguida decidirem ir embora. No corredor apareceu Dawn toda sorridente com seu ursinho de pelúcia.

                - Você já está indo Liv?

                - Infelizmente meu anjo. Aproveitou o jantar com seus pais? – Ela se ajoelhou para conversar com a menina.

                - Sim, foi legal o papai me deu sorvete.

                - Poxa e eu nem ganhei. – Don cruzou os braços.

                - Outro dia volto para brincar com você, está bem? – A garotinha concordou dando um beijo na bochecha de Olivia e em seguida recebendo outro em troca.

                A menina voltou para o seu quarto enquanto o casal descia as escadas, Olivia se despediu do casal Allen e se dirigiu para fora da casa com Don ainda em velocidade humana.

                - Fico feliz que Dawn fique a vontade perto de você. – Ele disse preocupado com a irmã.

                - As garotas da escola ainda pegam no pé dela?

                - Meus pais vão tirá-la da escola e ver se ela se adapta em outra. Só espero que dê tudo certo, Dawn começou a ficar tão retraída e tímida, não conversa com quase ninguém.

                - Ela vai ficar bem, você verá. – Ela sorriu para o rapaz. – Pronto para correr Sr. Allen?

                - Sempre estou futura Sra. Allen. – Ela parou com uma feição pensativa. – O que foi?

                - Olivia Allen. – Ela fez uma careta reprovando. – Acho melhor eu continuar com Olivia Queen. – Don cruzou os braços e fez cara de sério.

                - Você está recusando meu pedido de casamento que eu ainda nem fiz? – Ele não conseguiu ficar sério perante a pergunta.

                - Não estou recusando me casar com você, só estou recusando acrescentar o seu sobrenome e você sabe que eu já odeio o meu nome pela crise de exagero dos meus pais, sério pra que um nome desse tamanho?

                - Está certo Olivia Megan Smoak Queen. – Ele riu deixando a menina irritada. – Até lá você já mudou de ideia.

                - Jamais.

                - Vamos, tenho que te deixar em casa. – Ele a pegou em seus braços. – Pronta?

                - Nunca vou estar. – Ela encostou sua cabeça no peitoral do rapaz, sempre que ela aceitava fazer aquelas velozes viagens ela sentia-se mal, ou era alguma vertigem ou uma breve sensação de vômito, mas nada que 10 minutos jogada de olhos fechados no sofá não resolvesse.

                Dias Atuais...

                Don correu a toda velocidade como se sua vida dependesse daquilo, ele precisava encontrar Olivia e alertá-la sobre o que iria acontecer. Quando chegou ao apartamento da família Queen ninguém atendia a porta, tocou a campainha inúmeras vezes e nada até que ele resolveu quebrar a fechadura. Quando entrou encontrou o apartamento revirado com sinais de luta e algumas manchas de sangue pelo local.

                Ele havia voltado no tempo, exatamente 24h antes do ocorrido, mas já era tarde demais. Ele procurou por todo o canto para ver se conseguia encontrar alguém, mas a confirmação foi à mesma, ele estava sozinho ali e voltar no tempo não resolveu muita coisa, ele precisava ser rápido, precisava ser esperto e acima de tudo precisava encontrá-la.


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