2 Semanas depois...

—Mudar de escola está virando um abito para você.

Eu dou de ombros e acerto o ombro de Adrian com um soco fraco.

—Não quero mais ficar aqui.

—Eu sei, é por isso que não te crítico. –Ele murmura. – Mas você acabou de voltar.

— Eu pensei que pudesse recomeçar aqui, esquecer o que aconteceu, mais eu não posso. Andar pelos corredores da escola me fizeram pensar no que eu realmente quero.

—Você vai voltar a morar com sua mãe?

—Sim. –Digo e em seguida solto um longo suspiro. –Ela está ansiosa por isso.

Adrian ri.

Já estava sendo chato demais receber tantas mensagens de despedida, mas Adrian era diferente, ele poderia falar comigo quantas vezes quisesse, a mesma coisa que eu não me importaria de ouvir. Me despedir dele novamente me deixava completamente deprimida. Lissa havia se despedido de mim mais cedo, ela não poupara lagrimas na hora de me abraçar e prometeu que me visitaria todos os fins de semana possíveis, eu sorri e assenti confirmando, era tudo o que eu podia fazer no momento, tentar reconstruir nossa amizade era importante para mim, todavia, não era uma prioridade.

—Iremos te visitar e conhecer sua nova escola.

Eu rio levemente enquanto fecho a minha mala.

— Claro que sim, leve a Sidney também.

O rosto de Adrian se transforma em uma gigante careta engraçada.

—Ela não está falando comigo. –Ele murmura.

—Você vacilou com ela de novo? Porque não pede logo ela em namoro?

Adrian revira os olhos.

—É complicado Rose.

—Complicado é você Adrian! Você está apaixonado por sua melhor amiga e não assume.

—Sim, mas a Jill...

—Esquece a Jill, nós dois sabemos de quem você gosta, e com certeza não é a Jill.

Adrian dá um suspiro exasperado e é minha vez de revirar os olhos. A história do triangulo amoroso da vida de Adrian é engraçada, Adrian sempre fora melhor amigo de Jill, e Jill sempre fora melhor amiga de Sidney. Adrian sempre foi apaixonado por Jill, todavia a mesma nunca lhe deu indícios de que queria mais que amizade. Adrian conheceu Sidney e eles viraram melhores amigos, a situação nem é tão complicada assim, mas as circunstâncias sempre fazem Adrian dar um passo para trás.

Alguém bate na porta e eu levanto minha cabeça vendo meu pai com as chaves do carro na mão.

—Já está pronta?

—Estou. –Respondo.

Adrian se levanta da cadeira e me ajuda a tirar a mala da cama e coloca-la no chão. Em seguida ele me abraça fortemente.

—Vou sentir sua falta. –Ele murmura. –Não vá para muito longe.

—Estou só a alguns quilômetros.

Ele assente com a cabeça e acabamos de nos despedir.

Papai carrega minha mala até o porta-malas e a coloca delicadamente.

—Tem certeza que não quer passar mais uns tempos com o seu pai?

Eu assinto com a cabeça.

—Já passei tempo demais aqui.

Minhas palavras saem duras demais então tento as amenizar completando a frase:

—Então venha me visitar mais vezes, sinto sua falta Pai.

Meu pai para, fico constrangida por ter dito tais palavras em alto e bom som e acabo por entrar no carro rapidamente para não ter que falar mais nada. Segundos depois, meu pai entra no carro com um enorme sorriso no rosto, ele liga o rádio e começa a cantarolar uma canção. Eu ligo meu celular vendo que já existem diversas mensagens me desejando boa sorte, paro quando vejo uma mensagem de Dimitri.

Me ligue quando você chegar em casa.  

Eu sorrio. Ser preocupado daquele modo era tão a cara de Dimitri que me senti mais segura após ler sua mensagem.

****

Papai me ajudou a carregar a mala até o portão, ninguém saiu da casa, a mesma se encontrava silenciosa demais e foi naquele instante que eu desconfiei que minha mão estava aprontando alguma.

—Não vai entrar para falar com Jade e Jaspe? –Pergunto a meu pai.

Ele nega com a cabeça.

—Tenho alguns assuntos para resolver ainda hoje, depois venho vê-los.

Eu dou de ombros e nos despedimos.

Eu abro o portão com minha chave e sigo puxando a mala de rodinhas pelo corredor até chegar na porta. A porta também se encontra trancada.

—Ou estão fazendo uma surpresa, ou saíram e esqueceram que eu chegava hoje. –Murmurei comigo mesma.

Assim que abri a porta um enorme coro de “Bem-vinda de volta” foi ouvido, houveram muitos confetes caindo sobre minha cabeça, muitos gritos e então eu estava sendo abraçada por diversas pessoas ao mesmo tempo.

—Rose! –Jade Disse.

—Querida! –Minha mãe.

—E aí chata. – Jaspe.

—Sentimos sua falta! –Cassie.

Eu rio enquanto tento sair de todos aqueles abraços. É tentando me desvencilhar de todo aquele alvoroço que o vejo. Ele está de pé ao lado do sofá, com um enorme buque de rosas nos braços e um sorriso maior ainda no rosto. Quando percebe que eu o encaro, ele pisca para mim.

—O que é tudo isso? –Pergunto.

—Sua festa de boas-vindas! –Cantarola Cassie. –Foi ideia do Dimitri, então você já sabe quem culpar caso não tenha gostado.

—Só ideia do Dimitri? –Provoca Jade.

Cassie sorri amarelo.

Eu rio.

—Está tudo bem, muito obrigada.

Meus olhos se conectam com os de Dimitri, estou meio que envergonhada por estar o encarando tão descaradamente, todavia, ele também o faz, fazendo com que eu me sinta ainda mais envergonhada. Quando mamãe percebe a tensão entre nós dois, chama todos – exceto Dimitri e eu – para ir ajudar a pegar a comida na cozinha.

Quando todos se vão Dimitri se aproxima e deposita o buque em meus braços.

—Você gosta de rosas?

—Você me pergunta isso depois que já me deu?

Ele ri.

—Rosas combinam com você.

—Não sei se isso foi um elogio. –Comento.

—Com certeza foi.

Dimitri de aproxima de mim e meu coração se põe completamente acelerado. Eu fecho os olhos esperando o contato quente e suave de seus lábios, mas isso não acontece, ao invés disso, seus lábios tocam delicadamente minha testa e eu me sinto nas nuvens, meu coração quase que explode em meu peito e eu posso finalmente desfrutar dessa maravilhosa realidade.