Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 50
Capítulo 50


Notas iniciais do capítulo

É tão triste falar isso, mas infelizmente a fanfic está ACABANDO :( :(



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Quando Christian havia me encurralado eu fiquei com medo, eu chorei e gritei e tentei lutar, porque eu não queria que aquilo acontecesse, a situação pelo qual eu passava agora tornavam as memorias doloridas quase que inevitáveis de rondarem minha cabeça.

—Por favor, me deixa ir. –Digo.

—E então o que? Você volta para a escola como se nada tivesse acontecido, como se você fosse a rainha de alguma merda? Não, é tarde demais.

—Hey, sei pelo que está passando, seu irmão... – Dou uma pequena engasgada, todavia a garota não percebe. –Seu irmão morreu, mas a culpa não é minha.

—É sim! –Ela grita enquanto sacode a arma em minha direção.

Eu quase podia sentir sua dor. Em seus olhos eu não via uma pura maldade, apenas conseguia enxergar o fogo da vingança que ardia neles, e acima de tudo a dor da perda, o luto não aceito.

—Minha família se tornou uma bagunça depois de você, meus pais se separaram, eu fiquei completamente dividida, mas Christian foi o único que realmente sempre ficou comigo!

—E você acha que minha vida continuou às mil maravilhas? –Questiono. – Não tem um dia que eu acorde sem ter medo. Eu tenho medo de andar sozinha, tenho medo do escuro da noite e até mesmo de confiar nas pessoas, isso não foi escolha minha, foi somente o que seu irmão fez comigo.

—ROSE!

Ela me levantou imediatamente e tento correr até a porta quando reconheço o grito afobado de Dimitri do outro lado da porta.

—Estou aqui! –Digo.

A garota dispara a arma.

O barulho do tiro ecoa em meus ouvidos e meu corpo inteiro congela, demoro cerca de cinco segundos para perceber que ela atirou em uma das portas dos cubículos com vaso sanitário, isso não me deixa aliviada, pois agora ela mira a arma em minha cabeça.

—Não acabamos ainda. –Ela murmura.

—Você não pode me deixar em paz?

Ouço mais barulho do lado de fora e logo fortes pancadas na porta.

—Abre a porta! –Dimitri grita. –Abre a porta!

—Dimitri! –Eu grito.

—Rose! Você está bem? –Ele grita do outro lado.

—Estou. –Consigo dizer com minha voz tremendo em nervosismo.

—Cintia!! – Uma voz familiar grota do outro lado de fora. –Cintia sai daí!

—Depois da Rose, vou acabar com você Tati! Como pode me trair? – Cintia gritou furiosa enquanto encarava a porta como se pudesse enxergar Tati por trás dela, no entanto, a arma nunca saindo de minha cabeça.

Mesmo sem perceber eu já chorava, era inútil negar que eu estava apavorada, e novamente o passado me arremessava contra a parede. Tudo bem, eu não podia ficar apenas sentada, se era para morrer, eu deveria pelo menos morrer tentando me salvar. Outro baque na porta fez o olhar de Cintia se vidrar na mesma, aproveitei a oportunidade e pulei sobre minha agressora desviando a arma de minha direção, ela era alguns centímetros menor que eu e com certeza mais magra, todavia muito mais rápida.

—Me larga! –Ela gritou.

—Solta! –Disse tentando puxar a arma.

Ela me empurra ao mesmo tempo que a chuto e ambas caímos em direções opostas, a arma cai no chão, marcando uma linha invisível entre nós duas. Eu tento ser rápida e pegar a arma, mas ela a recupera primeiro, ouço o tilintar da arma prestes a ser disparada, todavia o barulho da porta sendo arrombada a assusta e momento depois Cintia é derrubada no chão. Tudo está acontecendo tão rápido que minha mente parece ter dado um pequeno circuito, alguém tenta me puxar pelo braço e eu me encolho fugindo.

—Rose.

Aquela voz. A voz que me chamava nos meus sonhos, a voz que fazia eu por muitas vezes sentir um conforto especial dentro de meu coração.

—Dimitri. –Choraminguei.

Imediatamente os braços fortes de Dimitri me envolveram e me apertaram com extrema delicadeza e amor. Cintia berrava enquanto tentava se soltar, mas na verdade eu não podia escutar seus gritos, minha mente estava muito distante, completamente longe de toda aquela bagunça.

Meu Deus, até quando serei a obrigada a vivenciar experiências traumáticas? Pensei que voltar tornaria as coisas melhores, mas eu só conseguia enxergar tragédia e mais dor, tudo por minha causa, por que tudo isso tinha que acontecer comigo? Eu nunca pedi para receber atenção, eu nunca pedi por nada, eu só fui eu mesma, e acabei assim.

Todo mundo perguntava se eu estava bem, tinha tantas pessoas! Mas Dimitri só passavam por elas me levando consigo e impedindo que outros se aproximassem de mim. Ele me colocou em um carro e rapidamente prendeu o cinto de segurança.

—Vamos para casa Rose, eu vou te levar para casa.

Foi o suficiente para mim, eu apenas fechei os olhos.

***

Eu estava deitada em uma cama extremamente confortável. Havia tantos cobertores em cima de mim que me sentia com calor e um pouco sufocada. Eu abri os olhos para encarar o teto sem cor completamente familiar. A definição de “Casa” de Dimitri foi realmente bem mais ampla do que pensei. Virei meu rosto para o lado e pude vê-lo sentado em uma cadeira ao lado de minha cama. Quantas horas haviam se passado? Sete? Oito?

Estávamos na casa de minha mãe, cidade de Dimitri, onde eu havia me mudado tentando fugir dos acontecimentos passados. Respirei bem fundo, o ano letivo estava acabando, o que eu faria a seguir? Toda a história trágica de minha vida havia tomado completamente o meu tempo e minha cabeça, eu nem mesmo havia chegado a pensar em fazer uma futura faculdade, Céus! Eu estava completamente perdida!

Tudo bem, eu havia passado por tantas coisas recentemente que não havia percebido o quanto a fundo eu estava em toda aquela situação, eu fiquei o tempo todo falando sobre ter minha vida de volta, mas em segundo sequer eu cheguei a viver novamente, eu estava apenas sobrevivendo e tentando esquecer, mas finalmente me dei conta de que eu não preciso, não preciso esquecer, preciso mudar, preciso recomeçar, e para fazer isso eu preciso virar essa página de uma vez por todas.


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Notas finais do capítulo

Fanfic entrando em reta final... Comente! Recomende! faça a autora feliz :3



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