Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 49
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

Quero dedicar esse capítulo a fofa da Regina Queiroz que recomendou minha história. Muito obrigada, eu adorei, eu amei, eu me apaixonei pela sua recomendação. :3



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Depois de duas semanas as coisas se tornaram... estranhas. A escola parecia exatamente do jeito que era antes, e quando digo EXATAMENTE, realmente, exatamente.

As pessoas que costumavam andar comigo rodearam-me novamente como urubus em busca da carniça, meu grupo estava formado – com exceção de Christian claro – e Lissa agia como se nada tivesse realmente acontecido.

Naquele momento sentada no lotado refeitório e com o barulho de centenas de pessoas conversando ao mesmo tempo me senti tonta, abaixei minha cabeça por alguns instantes, tempo suficiente para Lissa me dar um pequeno cutucão chamando minha atenção.

—O que foi?

A cabeça da pequena garota loira se vira apontando a entrada de duas pessoas familiares para mim. Dimitri ri de alguma coisa enquanto caminha lado a lado com Tati, as pessoas os cumprimentam conforme eles passam e Tati sorri mais ainda.

—Parece que meu primo está passando tempo demais com a Tati. –Comenta Lissa despreocupadamente.

Ninguém sabia sobre mim e Dimitri, e naquele momento aquele fato me estrangulou lentamente.  Foi torturante ver Dimitri sorrindo com Tati e andando como se nada estivesse acontecendo, mas eu tinha que cair na real, nada estava acontecendo, Dimitri tinha que viver sua vida e aparentemente ele tinha percebido como viver sem mim.

Como se notasse que eu o encarava Dimitri vira em minha direção, ele sorri, e impulsivamente abro um sorriso para ele também, Tati o puxa pelo braço e posso vê-lo revirando os olhos, ele é fofo e lindo em cada movimento que faz, assim que começa a andar para longe de minha mesa sinto um peso no coração, sinto ele se afastar e me sinto sozinha.

Meu celular vibra ao lado de meu prato na mesa e eu o pesco imediatamente desviando minha atenção do fato anterior.

Parece que seu namoradinho está te trocando...

A mensagem me deixa irritada. Olho para os lados para tentar achar a pessoa ao qual estava me perturbando, mas era meio impossível desde que estávamos em um refeitório escolar e a maioria das pessoas tinham seu celular em mãos. Decido responder:

Quem é você?  

Nenhuma resposta.

Pulo de susto quando uma latinha de coca cola cai no chão e estoura fazendo com que o liquido voe para todo lado. As pessoas na minha mesa riem, não dá latinha, mas da pessoa que a derrubou. A garota de cabelos castanhos claros se levanta rapidamente e recolhe seus pertences até então jogados ao chão, ela parece extremamente envergonhada. As pessoas ao meu redor riem de forma exagerada, eu reviro os olhos.

—Você está bem? –Pergunto me inclinando. 

A garota assente meio desconcertada e aponta para minha blusa que apresentada algumas gotas da chuva de coca cola que ela proporcionou.

—Eu sinto muito, muito mesmo, posso te dar uma blusa nova. –Ela diz um pouco rápido e aparentemente nervosa.

—Você sabe o quanto custa uma blusa dessa? –Lissa pergunta. –Com certeza muito mais do que todo o seu guarda roupa que é comprado na feira. –Lissa comenta.

Mal posso acreditar no comentário maldoso de Lissa. As pessoas se desatam a rir e a garota abaixa a cabeça.

Eu me levanto.

—Eu adoro roupas de feira, podíamos combinar para fazer compras juntas, o que acha? –Pergunto.

A garota levanta a cabeça parecendo extremamente assustada com o que acabei de falar, é meio cômico de se ver. As risadas morrem e dão lugar a olhares estranhos.

—O que está fazendo Rose? –Pergunta Mia.

—Vou até o banheiro limpar a blusa, já volto. –Digo.

A garota me segue, por quer que andemos as pessoas do refeitório soltam risadinhas lembrando da cena anterior, eu rolo os olhos.

—Não escute esses idiotas. –Digo. – São apenas isso, idiotas.

Ela dá uma tímida risadinha.

—Tudo bem, estou acostumada. –Ela comenta.

Me sinto mal por ela. Por que alguém tinha que ser acostumado a esse tipo de coisa? Ser motivo de piadas sem graça, fofoca, isso não era nada legal, o sentimento que ecoou por suas palavras fúnebres deixou-me triste.

O banheiro estava vazio. Assim que abri a torneira e comecei a entregar água nos pingos de refrigerante eu ri.

—Que situação. –Digo. – É até engraçada.

Eu viro minha cabeça quando escuto o leve tilintar da chave virando.

—O que foi? –Pergunto.

A garota abre um grande sorriso.

—Você não faz nem ideia de quem eu sou, não é mesmo?  -Ela pergunta encostada na porta.

—Do que você está falando? Qual o seu nome?

—As coisas eram muito melhores sem você aqui, sabia? Tati até que estava se saindo bem, sendo uma pessoa legal e tudo.

—Não estou entendendo o que você quer dizer.

—Você deve estar muito feliz, não é? Se livrou de todos os seus problemas, aposto que se sente aliviada.

—Eu não sei do que você está falando. Por favor, abre a porta.

Eu ando em direção a porta, mas a garota me empurra para trás agressivamente fazendo eu tropeçar e cair de bunda no chão.

—O que é? –Pergunto.

Então uma lâmpada se acende em minha cabeça.

—As mensagens, era você, não é?

Ela revira os olhos.

—Você é bem lerda sabia? Sabe o quanto foi difícil seguir você até aquela cidade mixuruca?

—Você me seguiu? Por que?

A garota abre sua mochila e de lá tira um revolver.

Meu coração se acelera em pânico quando ela o aponta para mim.

—É tão fácil ser rica, não é mesmo? Você vai aos melhores lugares, conhece as melhores pessoas e ainda sim sempre sai ilesa de qualquer coisa errada que faça, até mesmo do que aprontou com meu irmão.

—Seu irmão?

—Ele morreu por sua causa! –Ela grita enquanto agita a arma no ar ainda apontando para mim.

—Eu não sei do que você está falando! –Grito. –Abaixa a arma por favor.

—NÃO! Você o matou! A culpa é sua, e eu vou te matar agora.

—Quem é seu irmão? Quem é você?

—Eu sou Cintia Ozera.

—Christian tinha uma irmã? –Pergunto confusa.

—Ele não gostava que as outras pessoas soubessem, porque podiam me machucar.

—Christian morreu? –Pergunto catatônica.

Ela dá uma risada seca.

—Não finja que não sabia!

—Eu não sabia, por favor, abaixe essa arma.

Seu olhar era de uma pessoa instável, eu já podia vê-la disparando a arma e consequentemente o meu fim, meus pensamentos imediatamente correram para tudo aquilo que queria ou deveria ter feito e não fiz, meus olhos acumularam lágrimas, aqui estava eu, sentada em um banheiro vazio junto a uma garota que estava com tanta raiva de mim que me apontava uma arma.

—Por favor, me deixa ir embora!

—Não! –Ela diz. –Você vai morrer, você merece morrer.

—Eu não sabia sobre Christian!  -Digo. –Eu juro.

—Mentirosa!

—SOCORRO! –Gritei. –POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA!

A garota correu até mim e me deu um tapa forte no rosto.

—Não grita, eles vão acabar com nossa diversão. – Ela disse e riu.

O medo tomou conta de mim.


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Notas finais do capítulo

Gostou? a história tá acabando, e você consegue adivinhar o que vem pela frente? comenta!!



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