Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora!



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—Estou tão feliz que você voltou. –Lissa diz assim que paramos. –É quase como nos velhos tempos.

—Para de falar assim. –Digo. – Isso não tem nada a ver com os velhos tempos.

—Sinto muito. –Ela diz com os olhos repletos por lágrimas. –O que eu fiz... foi completamente errado e imoral, você é minha melhor amiga, eu deveria ter feito algo.

—Eu chorei no seu caixão Lissa. –Digo. – Eu vi seu caixão ser enterrado.

Engulo o bolo de choro que se forma em minha garganta. Ela parece tão frágil e com uma postura tão caída, quase como derrotada. Percebo que guardar rancor contra ela é um total e completa perda de tempo, meses atrás éramos como irmãs, esse tipo de coisa não posso ignorar e esquecer.

—Pessoas me chamaram de vadia, me culparam pela sua morte.

—Eu não fazia ideia sobre Christian. –Seu olhar se perde atrás de mim e seus olhos se enchem com lágrimas. –Eu não fazia ideia de que ele poderia fazer algo assim. Mas também é culpa minha, não importa quanto tempo eu passei de cama, sua dor emocional sempre foi maior que a minha.

—Então por que não me procurou? –Gritei exaltada. – Por que não disse que estava viva? Eu precisava de você! Droga!

—Eu estava com medo. –Ela respondeu. –Estava com medo de você me odiar, de não querer olhar na minha cara por que fui embora.

Suas lágrimas voltaram a escorrer por seu lindo rosto angelical, eu não queria chorar ali, eu não queria ceder a qualquer que fosse a pressão imposta. Eu queria, ou melhor, eu deveria ser forte o suficiente para encarar essa briga de frente, se não, como poderia me defender de ataques alheios? Era só o começo, Lissa queria que as coisas voltassem a ser como era antes, mas isso era realmente possível? De alguma forma perversa, o destino havia encontrado um jeito de me marcar para sempre, e uma marca não pode ser esquecida.

—Não precisa se preocupar com isso. –Digo. –Eu não te odeio.

Os olhos de Lissa se encheram de brilho enquanto ela corria para agarrar minhas mãos entre as suas.

—Jura?

Eu afirmo com a cabeça.

—Mas nada será como antes. –Digo.

—Eu sei. –Ela responde um pouco triste, todavia, imediatamente volta com um sorriso otimista. – Mas vou reconquistar sua confiança, eu juro por tudo nesse mundo.

Eu assinto com a cabeça e me apresso para sair da sala deixando Lissa para trás, assim que abro a porta identifico a figura familiar de Dimitri encostado na parede oposta, seus olhos imediatamente me seguem.

—Ela deve precisar de você. –Digo indicando a sala onde deixei Lissa com a cabeça.

—Como está sendo o primeiro dia? –Ele pergunta.

Eu ergo uma sobrancelha confusa por sua pergunta.

—Me diga você. –Retruco. –Você é o novato aqui.

Um lindo sorriso torto surge em seus macios lábios.

— É um lugar agitado. –Ele diz. – Muitas pessoas.

—Pois é. –Digo. – A propósito, o que você está fazendo aqui?

—Vim para estudar. –Ele diz.

Eu rolo os olhos.

—Você entendeu o que eu disse Dimitri.

—Acontece que eu levei um fora. –Ele começa. – Levei um grande fora da garota que eu gostava.

—UAU, deve ter sido um pouco duro para você. – Comento sarcástica. –Sempre teve tudo o que sempre quis na mão.

Ele ri.

—Ela é um pouco maldosa também. – Diz. –E completamente complicada.

—Sério? - Pergunto. –Pensei que não existissem coisas complicadas para você.

Começo a andar para longe de Dimitri em direção ao refeitório, mas ainda posso escutar sua voz quando ele diz:

—Eu vim por causa dela. –Ele diz. –Não desisto tão fácil assim.

Continuo a caminhar para longe dali até que acabo por esbarrar em Adrian que me encara com ambas as sobrancelhas arqueadas de confusão.

—Por que está sorrindo? –Ele pergunta.

—Não estou sorrindo. –Digo.

—Está sim.

—Não estou.

—Está.

—Adrian! –Reclamo. – Não enche!

Ele cai na risada.

—Então era por isso que você não ouviu quando eu te chamei? Você estava meio alienada.

—Não fale besteiras, vamos comer, estou morrendo de fome.

O refeitório parece o fluxo de uma coméia, nós andamos entre as abelhas tentando não ser picados, todavia, abelhas só picam quando se sentem ameaçadas, e eu era claramente uma ameaça.

As pessoas cochichavam conforme eu passava por elas, mas eu estava apenas esperando alguma piadinha de mau gosto para poder começar com a catástrofe. Infelizmente, isso não demorou a acontecer.

—E olha quem apareceu! A probe criança violentada.

Eu paro imediatamente visualizando meu alvo picante em vermelho. A garota, um pouco mais alta que eu, estava sentada em uma mesa com diversos garotos e garotas bem vestidos, “Ótimo” – pensei – “Um grupo fajuto” a garota usava um decote muito chamativo e seus cabelos curtos balançavam à medida que a mesma ria com os colegas.

— Pobre. –Digo.

—O que? –Ela pergunta em meio as risadas.

—É pobre, e não probe.-Digo. – Você disse a palavra errada.

As risadas vindas dos colegas da garota imediatamente cessam, e o refeitório que até então prestava atenção em meus passos cai na gargalhada.

—Se vai fazer algum comentário, estuda primeiro, não tenho paciência para lidar com gente burra. –Digo.

Eu nunca vi tantas pessoas gritando e rindo ao mesmo tempo quanto naquele momento, talvez fosse por que naquele instante boa parte da escola estava sentada comendo ou caminhando com seus lanches nos braços, definitivamente eles achavam isso divertido.

—Quem você pensa que é para me corrigir? –A garota levanta irritada.

—Não sua professora de português como pode ver. –Respondo.

—Estúpida! –Ela grita.

—Opa meu bem, acho que está invertendo os papeis. –Digo. – Eu até te daria aulas de português, mas bem, olha para mim e depois para você, não faço caridade.

Há várias pessoas vermelhas de tanto rir próximas a mim, por fora mantenho a pose de durona, mas por dentro estou me dobrando de rir com a situação, eu já esperava comentários desse tipo acerca de mim, eu conhecia aquele tipo de gente mesquinho, me preparar psicologicamente havia sido minha missão desde o início.

Adrian e eu caminhamos em direção a mesa de nossos colegas. A face de Mia está completamente vermelha e ela se encontra sem ar enquanto de olhos fechados tenta controlar a risada. Mason levanta sua mão e nós trocamos um high-Five, ele ri.

—Senti saudade disso. –Ele comenta.

—Ela está agora, pode fazer isso todos os dias. –Diz Natalie. – Lembra como era antes? As pessoas saiam de seus lugares para Rose sentar.

—Não quero me lembrar disso, é idiota.

Natalie ri.

—É engraçado. –Retruca.

Lissa e Dimitri puxam cadeiras e se sentam.

— Rose bateu em alguém? –Lissa pergunta um pouco confusa.

—Fisicamente não. –Diz Mason. –Mas tenho certeza que o ego de Diana foi destruído. 

—Quem é Diana? –Lissa pergunta.

—Não vale a pena saber. –Mia diz. – É só mais uma.

—E então Dimitri, de onde você vem? – Pergunta Adrian.

Mason me oferece uma caixinha de suco que eu pego sem hesitar enquanto tento acompanhar a conversa.

—Vim de uma cidade litorânea. –Ele diz. –Mas minha escola não era tão grande.

—Você e Rose se conhecem? –Mia pergunta. –Existem boatos na escola.

—Meu Deus, eu cheguei hoje e já tem boatos? –Digo exasperada.

—Você é uma rainha fofa. –Natalie diz. – Desacostumou com o peso da coroa?


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Notas finais do capítulo

Romitri!!!!!! Vai ter beijo Romitri no próximo capítulo? talvez....... comentem!!!