Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 43
Capítulo 43




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—Você não precisa voltar para escola hoje.

Eu mastigo mais um pedaço de meu sanduiche e em seguida tomo um gole de suco antes de responder meu pai.

—Eu já deveria ter voltado. –Respondo voltando a comer meu sanduiche.

Faziam duas semanas que eu estava aqui, ficar enfurnada dentro de casa começava a me dar nos nervos por isso meu pai havia ficado responsável de me rematrícula em minha antiga escola, em mal podia conter-me de animação por isso.

—Você parece animada por voltar. – Comenta meu pai que continua a encarar alguns papeis que estão à sua frente.

Na verdade, eu estava realmente animada, Deus me perdoe por isso, mas eu não via a hora de voltar naquela escola e encarar todas as pessoas que me julgaram de queixo erguido e de consciência limpa. Só eu posso me lembrar perfeitamente o quanto fui taxada de vagabunda, quando o boato sobre eu ser violentada se espalhou as pessoas passaram a cochichar sobre mim, como sempre, o atleta bonitinho ganhou toda a fama de coitadinho enquanto eu fui responsabilizada por transar com o namorado da melhor amiga.

Lissa ganhou a glória e a coroa, a pobre garota que sofreu um acidente traumático após flagrar a melhor amiga e o namorado perfeito na cama, fala sério, meses atrás estava eu chorando dentro de um banheiro sozinha tão escondida quanto poderia me esconder.

Voltar para aquela escola não era apenas questão de mostrar minha dignidade, mas também de fazer aqueles que zombaram se arrependerem.

—Talvez um pouco. –Digo.

Meu pai dá um meio sorriso de lado, sei o que ele está pensando, mas prefiro não entrar em um longo dialogo naquele momento. Me levanto quando acabo de comer.

—Estou indo.

Meu pai assente afirmando com a cabeça, a escola era perto da minha nova casa e por isso não havia necessidade nenhuma de eu ser acompanhada, mesmo assim, eu agradecia que meu pai estivesse tentando me fornecer algum espaço.

Eu peguei minha mochila e caminhei para fora.

Quando a fresca brisa bateu em meus cabelos soltos no portão de casa, junto com ela veio um enorme aperto no coração, imediatamente levei minha mão sobre meu peito do lado esquerdo.

—Por que isso agora? –Murmurei. – Já não foi o suficiente?

Eu retomei minha caminhada pela rua movimentada. Eu até mesmo sentira alguma saudade do uniforme da escola, aquela saia rodada e a blusa social pareciam gritar para mim boas lembranças de um tempo em que as coisas costumavam serem boas. Sorrio imaginando o que Dimitri pensaria de me ver nesses uniformes, ele provavelmente faria alguma piada quando a eu estar tão engomadinha ou então me lançaria uma cantada sobre como minhas pernas ficavam bonitas em uma saia. Eu paro, naquele momento Dimitri ainda se lembrava de mim? Dessa história toda a única pessoa ao qual eu gostaria de poupar era ele, pois quando minha mente retornava para aquela cidade aconchegando e longe ao qual ninguém me conhecia eu lembrava de meu irritante vizinho, poderia parecer pouco para alguns, mas quando ele sorria eu podia sentir meu coração bater mais rápido e eu rapidamente me aquecia por inteira.

Eu tinha sido tão péssima com ele, Deus, eu não poderia ter sido pior, mas se permitisse que ele gostasse ainda mais de mim eu iria magoa-lo, ele iria sofrer por gostar de alguém como eu. A dor no peito volta, naquele momento poderia ele estar fazendo outra garota sorrir como antes fazia comigo?  De repente eu não tinha mais pensamentos ruins, minha mente fora completamente culminada por pensamentos comtemplados por lindos finais felizes envolvendo eu e meu querido vizinho, é como dizem, sentimentos fortes – sejam de ódio ou amor- podem se misturar muito fácil.

Alguns passos e eu estarei frente a frente com pessoas de meu passado, decididamente encarando meu passado e assistindo ele lentamente colidir com meu futuro.

—Eu estou pronta.

Lembro-me do meu primeiro na cidade pequena, tudo era bonitinho, fofinho e meramente agradavelzinho – tudo no diminutivo- todavia agora eu parecia sentir alguma saudade. Lembro-me da irritante e curiosa Cassie e sorrio, poderíamos novamente nos encontrar em um futuro próximo?

—Bem-Vinda de volta!

Um alto e sincronizado coro de vozes grita assim que piso na calçada da escola, imediatamente noto uma enorme faixa cor de rosa com letras gritantes em vermelho “BEM VIMDA DE VOLTA ROSE” eu rolo os olhos.

Reconheço diversos rostos que me esperam no portão com sorrisos divertidos, todos de elite, filhos de pais ricos e de narizes empinados.

Tasha está a esquerda usando sua típica tiarinha de lacinho enquanto acena em minha direção – Espera – não foi ela que jogos ovos em mim em meu último dia por aqui?

Tomás levanta uma sobrancelha em minha direção e sorri – Okay Okay – lembro-me bem dele me chamando de vadia.

E não para por aí, eu reparo em rosto por rosto me lembrando detalhadamente o que cada um fez para mim, por sorte, encontro um grupo de pessoas ao qual posso sorrir pela familiaridade, Mia, Jessie e Mason.

Eu abro um enorme sorriso enquanto me aproximo.

—O que é isso? – Pergunto.

Tasha dá um passo à frente com um gigante sorriso.

—É sua festa de boas-vindas! – Diz batendo suas palmas como se para dar ênfase em sua curta frase.

— Você quer dizer festa da falsidade? – Pergunto.

O sorriso de Tasha vacila, mas ela continua.

—O que é isso querida Rose, o que passou, passou. –Ela diz.

—Aham. –Digo. – É bom te ver. –Ela se aproxima mais de mim. – Achei que depois desse tempo você se tornaria alguém menos hipócritas, mas espera aí, me enganei.

O sorriso de Tasha se desfaz rapidamente.

—É o ditado né, cobra troca de pele, não de alma.  

Um sorriso maldoso surge em minha face enquanto nocauteada minha antiga coleguinha recua.

— Por que está sendo tão grosseira, só viemos lhes receber. –Ela diz com a voz embargada pelo choro falso.

—Nossa senhora, está fazendo teatro agora? Você está virando uma ótima atriz. –Comento. Eu aponto para a faixa acima de minha cabeça. – Quem fez a faixa.

Lindsay – amiga de Tasha- se põe a frente.

—Todos nós fizemos, é um presente para você.

—Eu não quero. –Digo. – E a propósito, vocês escreveram “VINDA” errado.

A medida que caminho as pessoas abrem espaço para eu passar, algumas soltam risadinhas enquanto conferem o cartaz escrito errado, outras me fuzilam com os olhos, penso que meu cotidiano parece se encaixar novamente.

—Então você realmente voltou.

Eu sorrio enquanto paro ao lado de Adrian.

— Voltei. –Digo.

—Isso é bom. – Ele diz. – Parece que as abelhas rainhas retornaram para o castelo.

—Abelhas?

—Lissa também está de volta.  


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Notas finais do capítulo

Pensou que Romitri tinha acabado? HAHAHAHA sabe de nada inocente! o próximo capítulo vai te deixar de cabelo em pé! Comenta!