Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

O que essa audiência aguarda em?



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Ainda era meio irreal para mim toda aquela situação. As palavras de Jade continuavam se repetindo em minha mente como em um lembrete claro de “ACREDITE” mas falar sempre é mais fácil do que colocar em prática.

Minha história de vida parecia um seriado de TV de HBO, tragédia, amor, surpresa, tragédia. É claro que que deveria ter me preparado melhor para isso, ou era somente o que minha mente continuava a dizer. Mas pensando minimamente, qual a probabilidade de uma morte falsa acontecer? Não há como, não há como pessoas esconderem isso tão bem sem que o resto do mundo saiba, foi aí que comecei a desvendar os mínimos detalhes daquela imensurável confusão.

De noite eu mal pude pregar os olhos, minha mente continuava inquieta e meu desespero era tanto que a agonia me sufocava sem trégua. Dimitri ficava retornando a minha mente junto ao rosto impassível de Lissa.

Peguei meu celular, já era tarde, possivelmente todos em minha casa deveriam estar dormindo, mas eu não conseguiria relaxar enquanto não soubesse de tudo. A cada minuto minha mente retornava com uma teoria mais absurda que outra para explicar o caos que estava a minha vida, e se eu continuasse a pensar sozinha, eu acabaria adotando as ideias absurdas e as tornando verdade. A chamada chegou a cair duas vezes, mas eu não desisti, e quando a voz docemente familiar voltou a soar preocupada meus olhos se encheram de lágrimas.

—Rose?

—Você sabia mãe?

—Você está bem-querida, aconteceu algo?

—Mãe. –Digo com um longo suspiro exasperado. – Você sabia sobre Lissa?  

Uma longa pausa se instala é e como se pudesse observa-la naquele momento em seu quarto, sentada na cama e segurando o celular com ambas as mãos, penso no que ela pode me dizer e no quanto aquilo pode me magoar, grande ironia do destino, há como magoar alguém que já está quebrada? 

—Querida...

—Por favor mãe, fala a verdade.

—Rose, seria melhor se conversássemos pessoalmente.

—Eu não quero, eu quero a verdade, por favor.

Um suspiro depois.

—Eu sabia.

—Desde quando? –Pergunto tentando conter as lágrimas.

—Jade descobriu horas depois de Lissa ser dada como morta.

—Como isso aconteceu? –Pergunto. Minha voz treme.

— Eu não sei querida. – Ela tenta me consolar.

—Por que escondeu isso de mim? –Digo. –Você não podia fazer isso!

—Foi para o seu bem Rose.

—MÃE!

—Acho que fico feliz por ver minha filha sofrendo pelos cantos?

—Mas é Lissa!

—Não me importa. –Ela diz. – Eu vi o que fizeram com você Rosemarie, eu vi como pisaram em você e como te transformaram em um lixo humano, eu vi o quanto você sofreu, eu só queria te proteger.

— Mas mãe, eu fiz isso com ela.

—Você não fez nada querida, a culpa não é sua.

—Você mentiu para mim.

—Rose...

Eu aperto o desligar antes que comece a gritar e acordar a casa inteira, tento controlar a imensa vontade de chorar e em parte eu consigo, consigo manter guardado todo o sentimento de ódio e frustração que me assolava. Não pude deixar de me perguntar se tudo aquilo estava acontecendo por eu ser uma pessoa ruim, era aquilo afinal, eu era tão ruim assim?

Naquele momento eu gostaria de poder conversar com alguém, eu gostaria de me sentir reconfortada, gostaria que alguém me abraçasse e dissesse “Tudo vai ficar bem” mesmo que fosse a mais pura mentira.

Abri meu celular para rever todas as novas mensagens que eu não leria, no entanto, a mais recente de algumas horas atrás me chama a atenção.

Eu gosto de você.

A simples e curta mensagem de Dimitri parece me reconfortar no momento certo, gostaria que ele pudesse deitar comigo agora para que eu pudesse abraça-lo com força e me sentir bem, me sentir feliz.

Como se sentindo o que acontece naquele momento, meu celular apita com o sinal de uma nova mensagem.

Meu coração está com você. Sempre.

Dimitri já saberia da verdade? Ele me odiaria depois que descobrisse sobre Lissa? Momentaneamente a raiva que sentia direcionada a Dimitri se apagou sendo substituída pelo medo crescente de seu desaparecimento de minha vida, imediatamente cliquei em seu número para chamar, gostaria tanto de escutar sua voz, o arrependimento e tremor da incerteza me bateu e eu estava prestes a cancelar a chamada quando a voz rouca de Dimitri se fez presente em meu ouvido:

—Rose?

Mesmo naquelas condições meu coração se agitou e pude sentir coisas diferentes se mexendo em meu estomago, seriam essas as populares “borboletas no estomago”? Que patético, o que toda aquela situação estava fazendo comigo?

—Você está bem?

Eu respirei profundamente certa de que ele podia escutar. Fechei os olhos.

— Rose o que aconteceu com Jade, foi ela, não eu. Eu não gosto dela de jeito nenhum, eu gosto de você.

Eu não sabia ao certo por que não queria responde-lo, todavia, sua voz em sussurros no meu ouvido era reconfortante mesmo eu sabendo que ele estava a quilômetros de distância.

—Vai ficar tudo bem Rose. –Ele sussurrou. – Eu prometo.

E com essa última promessa eu deliguei o telefone.

Minha cabeça estava tão confusa pela manhã que quando bateram em minha porta silenciosamente eu apenas sussurrei um “Entre”.

O que me fez despertar primeiro foram os irritantes barulhos de salto alto batendo sob a madeira do chão do quarto, eu me virei na cama procurando me levantar e então algumas sacolas foram jogadas sobre mim.

—Mas o que é isso? –Eu perguntei grogue.

O que incialmente chamou minha atenção foi o vermelho flamejante de seus cabelos e em seguida o sorriso diabólico em seus lábios.

—O que está fazendo aqui? – Pergunto afastando as sacolas de cima de mim.

Cassie me encarou com umas sobrancelhas erguidas.

—Veste a armadura princesa, estamos indo para a guerra.

Eu balanço minha cabeça negativamente rapidamente enquanto as ideias de Cassie começam a penetrar minha mente.

—O que? Não! O que está fazendo aqui? Você não faz ideia no que está se metendo.

Cassie nega com a cabeça.

—Alguém me ensinou que nunca devemos abaixar a cabeça.

—Cassie, isso aqui é diferente.

—Não é.- Ela diz. – Aqui é mais fácil Rose, é o seu reino, são os seus peões.

—Nem tudo é um jogo Cassie, essa é a minha vida, a vida real.

—Dane-se a vida real, dane-se as pessoas que a fizeram sofrer.

—Ficar aqui não ajuda. –Digo. –Eu too acabando comigo.

Cassie aponta para as roupas.

—Se troca, sua audiência começa daqui a pouco.


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Notas finais do capítulo

Hey pessoal! vou gravar um video lendo os comentários de vocês, então se eu tiver 25 comentários, o próximo capítulo além de chegar mais rápido, vai ser duplo!