Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Vocês estão mais perto do que nunca de saber o que aconteceu no passado da Rose!



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26 de março de 2014

— Qual é Rose, você não pode estar falando sério!

Lissa me encarou divertida por debaixo de seus longos e belos cílios, um sorrisinho sapeca se formando em sua face, ela sabia exatamente o que eu estava prestes a fazer e eu não me importava, àquela altura do campeonato as pessoas já deveriam saber sobre minha atual condição, e isso era inapropriado para mim.

—Vai ser hoje. –Digo. –Sem falta.

—Você não pode programar quando vai fazer sexo, é algo que acontece, não tem como você marcar um horário para isso, sem falar que Adrian não é nem mesmo seu namorado.

Dou de ombros.

—Não me importo se é meu namorado, ou se gosta de mim, ele me acha gostosa, para mim é o suficiente.

Lissa rola os olhos.

—Você é meia vaca. –Ela comenta.

Ambas rimos de seu comentário.

Christian chega de repente e abraça Lissa por trás, um grande sorriso se abre na face do anjo loiro quando ele e vira para encara-la.

—Oi princesa.

É minha vez de revirar os olhos para a melosidade do casal mais querido da escola.

—Você vai à festa hoje Rose? –Pergunta Christian.

Lissa dá uma risadinha.

—Claro que ela vai, ela tem assuntos para resolver né Rose. –Responde Lissa por mim.

—Essa festa vai ser ótima. –Eu digo.

12 de agosto de 2014

É verdade quando dizem que um coração pode se quebrar mais rápido do que se refazer, segundos para destruir aquilo que se passou tempos para restaurar.

Minhas pernas congelaram no lugar, meu coração bateu mais rápido e minha respiração parecia tão acelerada que o quarto girou. Do outro lado, Dimitri se afastou e gritou algo, alguns minutos de silencio se passaram e como se pudesse sentir a minha fraca presença nossos olhos se conectaram, Jade olhou em seguida e o estranho triangulo continuou até que uma enorme dor cresceu de forma alastrante por todo o meu corpo. Meus pés se moveram sozinhos descendo as escadas sozinhos, eu peguei as chaves do carro. Escutei Jaspe gritando ao fundo e em seguida minha mãe, mas já era tarde demais, eu estava controle automático. 

Eu não fazia ideia de para onde eu estava indo, só que eu precisava de um espaço que aqui não poderia ter., mas porque eu estava tão destruída? A resposta estava clara como água em minha mente agora, eu estava apaixonada, o meu coração não me pertencia mais, era dele, era tudo dele.

Eu estava prestes a começar a dirigir, mas Dimitri se jogou na frente do carro, sua face vermelha pela corrida, ele parecia apavorado, seus olhos esbugalhados tentavam me encarar por debaixo das fortes luzes do farol.

—Rose, não é nada disso que você está pensando. –Ele disse.

Eu liguei o motor.

—Sai da frente. –Eu digo.

—Rose não aconteceu desse jeito, deixa eu explicar.

Eu engolia em seco tentando controlar minha vontade de gritar e soca-lo, mas eu me Conti, de nada valia um escanda-lo agora.

— Rose eu gosto de você, eu nunca faria isso com você. – Ele diz. –E sei que você também sente algo por mim.

Eu nego com a cabeça já com minha visão embaçada.

—Saí da frente do carro. –Digo.

—Rose, você não chora, você não grita, você não me bate, porque não pode fazer uma dessas coisas? O seu silêncio me mata.

Eu dou partida no carro e desvio por pouco não pegando em Dimitri, limpo os olhos com as palmas das mãos e dirijo. Em certo ponto meu celular começa a tocar e a foto de Dimitri com a legenda “Vizinho cretino” pisca a todo momento.

Acho que já sabia que isso aconteceria desde que cheguei, garotas fortes tem suas próprias histórias tristes para contar, e essa seria mais uma que completaria minha coleção de histórias tristes e decepcionantes. A rua estava escura, e a cada minuto que se passava eu sentia uma enorme falta de ar e de repente era como naquele dia.

Foi como seu eu pudesse sentir minhas mãos sendo presas novamente, a horrível incapacidade de não poder se mexer e fazer algo que queira, a dolorosa agonia do medo. A sensação me tomou por completo.

Horas haviam se passado e eu continuava dirigindo, já era madrugada, meu celular apagado mostrava que sua bateria havia acabado. Eu estava sozinha no escuro novamente, a única diferença era que agora eu temia a mim mesma.

Só fui me dar conta de onde estava quando já fechava a porta do carro.

Parte de mim dizia que estar a noite em um cemitério era extremamente perigoso, mas a minha parte dolorida, a que continha machucados e a que sangrava aos poucos diziam que essa era a única coisa que eu podia fazer. Não haviam pessoas na porta, então eu apenas entrei, lá dentro, uma pequena bancada tinha uma televisão ligada ao lado, no entanto, não havia ninguém que pudesse me atender.

Determinada a continuar segui, eu sabia de cor esse caminho pois o refazia todos os dias quando saia da escola enquanto morava aqui.

O tumulo de Lissa estava lá, perto de meu alcance, a pedra fria não me deu conforto algum, eu apenas sentei lá e as lágrimas começaram a fluir, eu queria tanto abraça-la, eu queria tanto pedir-lhe perdão, eu queria tanto dizer o quanto a amava, mas eu não podia.

—Lissa. –Disse fungando. – Aconteceu o que você disse.

Algumas lágrimas continuam a cair enquanto eu prossigo:

—Eu me apaixonei. E dói Lissa, dói demais, eu não quero continuar amando Lissa, porque está me machucando mais que tudo.

Eu desabo novamente, quase posso escutar sua doce voz sussurrando coisas amáveis. Ouço barulho alto dos grilos que estão ao redor e uma brisa gelada me atinge fazendo eu me encolher.

—Acho que ele gosta da Jade. –Sussurro. –Acho que ela gosta dele.

As estrelas brilham no céu como se nada tivesse acontecido, um lindo céu cheio de pontos brilhantes, pelo menos naquele ponto, havia algo belo que poderia ser admirado.

— Eu não tenho mais medo, mas eu pensei que eu não tivesse mais coração. –Digo. – Ele colou todos os pedacinhos.

Não sei em que ponto cai no sono enquanto conversava com o tumulo de Lissa, mas quando acordei uma mante quentinha me cobria e eu estava no banco traseiro de um carro, tentei permanecer com os olhos fechados mais fui puxada para a escuridão novamente.


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Notas finais do capítulo

Hey Hey! bora sim bora continuar com essa história! Comenta pra ter mais capítulo!