Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 34
Capítulo 34




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Caminho pelos corredores calmamente. Hoje parecia até bem monótono em comparação com o resto da semana passada. Alguém esbarra em meu ombro enquanto passa, reconheço o rosto do garoto ao qual lesionei o nariz, eu poderia pedir desculpas, mas não o faço, o agredi pelos motivos certos, no entanto com uma ideia errada.

—Ele ainda está bem bravo.

Dimitri acompanha meus passos pelo corredor com calma.

—Ele deveria. –Digo.

—Você não parece chateada.

—Fui eu que o bati, não o contrário.

Espio Dimitri pelo canto dos olhos e vejo um pequeno sorriso torto em seus lábios.

—Hoje tem educação física.

—Eu sei.

—Uau, já decorou a rotina toda?

—Não. –Eu rolo os olhos. –Apenas tenho tudo anotado, como uma boa pessoa organizada.

Dimitri bagunça seus cabelos e ri enquanto para no corredor, eu continuo meus passos, no entanto a vontade de parar e olhar para trás me domina.

—Hey Rose.

Eu paro, mas sinto que mesmo se ele não me chamasse eu teria feito.

—Quer sair comigo?

Penso em lhe responder “NÃO”, todavia meu coração martela descompensado e a vontade de dizer é a maior pelo qual pude provar até agora. Frustrado com meu silêncio, ele prossegue:

—Hoje ás 20:00.

—Mas eu não disse que iria. –Protesto com um mínimo sorriso transparecendo.

Ele dá de ombros e se vai sem mais delongas. Eu me viro para continuar tentando conter a vontade de sorrir, era indiscutível como ele fazia meus sentimentos se misturarem de uma só forma. Eu sentia um frio na barriga gigantesco e uma euforia sem igual. Eu não deveria me sentir assim, eu era a prova viva de que ilusões matavam.

Eu cheguei no refeitório já quase lotado e passei meus olhos pelo lugar. Cassie ocupava uma mesa com diversas pessoas, seus “amigos” supus, assim que me viu ela acenou delicadamente ara que eu me juntasse a ela. Eu gostaria de negar e ir em um canto sozinha, mas me rendi pela preguiça e após pegar o almoço daquele dia me sentei com eles.

— Ei Garota.

—O que foi? –Pergunto a Cassie colocando a primeira garfada de arroz na boca.

—O que vai fazer hoje à noite? Fiquei sabendo de uma festa...

—Hoje é segunda Cassie.

—Eu sei. –Ela diz. – Adoro festas de segunda.

Penso em implicar com sua ideia, mas por fim dou de ombros, não era um problema meu para que eu resolvesse.

—Eu não quero ir.

—Uau, direta e reta. –Ela comenta.

—Vai ser legal. –Uma garota de cabelos escuros e sorriso alegre disse. – As festas das segundas são as melhores.

A garota familiar lança uma piscadela pra Cassie que ri divertida.

—Concordo com a Evelyn.

Evelyn. Claro. Poderia muito bem me lembrar agora do rosto animado e contagiante da garota que jogou queimada comigo no primeiro dia. Ela comia seu enorme prato de batatas fritas sem se importar se aquilo iria lhe engordar ou não. O garoto ao seu lado roubou uma de suas batatas e Evelyn lhe bateu no braço.

— E então, vamos?

—Não posso, tenho um compromisso. – Digo.

—Que tipo de compromisso?

—Não te interessa Cassie.

—Toma Cassie. – Diz Evelyn.

—Não enche Evy.

As garotas imediatamente riem, mas suas risadas são congeladas no momento em que um pequeno e belo ser de olhos verdes claros entra no recinto, acompanhada de nosso vizinho, claro.

— É incrível como a hipocrisia ter pernas. –Comenta Evelyn.

Em seguida a morena olha para mim com ar de desculpas.

—Sinto muito, eu sei que ela é sua irmã.

Mordo o lábio, Jade era minha irmã e era obvio que em todas as oportunidades possíveis eu tinha que defende-la, no entanto, ela tinha causado tanta discórdia entre as pessoas que eu me sentia envergonhada por ela, e mais envergonhada ainda em tentar protege-la.

—Jade não é mais criança. – Falo calmamente.

Cassie chuta minha perna por debaixo da mesa e eu a olho irritada, no seguinte momento Jade para a nossa frente com Dimitri e um trio de pessoas ao qual eu não me importava o suficiente para lembrar os nomes.

—Posso me sentar aqui?

Sua pergunta não é para mim, é para Cassie. Reconheço uma disputa de territórios quando vejo uma.

Por alguns momentos penso que Cassie vai pular por cima da mesa e arrancar os cabelos de minha irmã, ela aperta as mãos em punhos e seus pés se movem por debaixo da mesa, antes que mais inconvenientes aconteçam, eu respondo:

—Claro Jade.

Cassie me olha furiosa e tentar se levantar eu a seguro e ela permanece na cadeira desviando os olhos para longe daquele tumulto de cadeiras se arrastando. Eu pego meu celular para lhe digitar uma mensagem, mas ela é mais rápida:

De Cassie:

O que está fazendo?

Meus dedos são rápidos e meio que deslizam pelo teclado:

De Rose:

É como um jogo de damas, atraia o inimigo com uma possibilidade favorável e o cerque sem piedade, se ela é falsa, a vença no jogo dela.

Penso que não deveria estar fazendo isso, eu não deveria jogar contra Jade, não deveria ser a onda que a levaria para baixo, mas era tarde demais, ela havia cruzado a linha que dividia o meu antigo mundo do dela, e eu não permitiria que coisas ruins a afetassem também.

Cassie respirou fundo e continuou a comer. A mesa estava dividida, metade comentava um assunto e a outra metade outro, Dimitri comia tranquilamente, todavia não existiam sombras de sorriso em sua face e isso fazia uma ruga de preocupação se formar em minha testa, o que teria acontecido? Pega pela curiosidade o chutei por debaixo da mesa ele me encarou no mesmo momento, creio que pela minha cara ele poderia notar minha preocupação pois sorriu levemente e voltou a comer. Ele estava me ignorando? Eu tinha feito algo? As perguntas não paravam de bombear minha mente cálida de forma sofrida, o celular vibrou em minha mão e eu o peguei:

De Dimitri:

Não poderei sair com você hoje.

 

Quando levanto meus olhos para encarar meu vizinho ele se levanta e desaparece do refeitório.


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Notas finais do capítulo

Eita eita, o que aconteceu?