Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo! uhull



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Não são as pessoas maldosas que fazem as pessoas de bom coração mudar, são os machucados que elas carregam por tanto tempo sem cicatrizar que as fazem pender para o lado escuro.  Eu passei grande parte do meu tempo presa em um quarto escuro, as pessoas não tinham mais importância para mim, creio que preferi dar importância para as vozes acusatórias em minha cabeça acreditando merecer, no entanto, ainda acredito.

Não importa quantos dias minha mãe passou chorando ao lado da minha cama dizendo que não era minha culpa, todos apontavam seus dedos para mim e nunca me deixaram falar.

Quando Cassie se portou da mesma forma que eu, senti como se revivesse cada mínimo detalhe daquelas trágicas lembranças e algo dentro de mim se quebrou novamente, como na primeira vez.

—No que está pensando?

Tirei meus olhos do reflexo a minha frente olhei rapidamente para mamãe na porta. Uma ruga de preocupação se destacava em sua testa, seu olhar, no entanto, não parecia tão preocupado.

—Estou mudando novamente. –Digo. –É temporário.

Meus olhos voltam para o espelho e minha mãe prossegue.

— A velha Rose? – Ela pergunta com um tique de preocupação na voz.

Balanço a cabeça negativamente.

— Uma versão melhorada. Preciso ajudar uma amiga.

—Cassie?

Não pergunto como minha mãe sabe, ela tem a irritante mania de conversar com todos e ficar sabendo de boatos que muitas vezes nem chegou a meus ouvidos ainda.

—Jade me contou. –Ela fala. – Não prejudique sua irmã Rose.

Assinto com a cabeça.

—Mesmo sabendo que o que ela fez foi errado, não pretendo diminui-la, quero apenas ajudar Cassie.

Minha mãe se aproxima de mim a passos lentos e para atrás de meu corpo no espelho observando-me.

—Ela está passando por uma fase difícil, me lembra tanto de você na idade dela.

—Sim. –Murmuro. –Mas naquela idade, eu não tinha ninguém para se preocupar comigo.

Minha mãe pisca com a ríspida indireta e logo me apresso a dizer.

—Desculpe.

—Tudo bem. –Ela diz. –Você tem razão, mas quero que saiba que estou aqui por você agora.

— Eu sei.

Minha mãe sorri.

—Sabia que um dia você voltaria para os holofotes querida, quem nasce rainha, nunca perde a coroa.

Observo-me no espelho e um pequeno sorriso se abre em minha face, a empolgação toma conta de mim aos poucos enquanto repasso em minha cabeça tudo o que devo fazer.

—Que tal umas comprinhas? Se vai voltar a seu habitual eu não dá para continuar usando esses trapos.

—Hey! –Censuro. –Essas roupas são super. Confortáveis.

Mamãe ri.

***

—Anda logo Rose! – Gritou minha mãe do outro lado do provador. –É para você provar a roupa não para ir fabrica-la.

Passo a blusa pela cabeça revirando os olhos pela atitude de minha mãe, Deus, as pessoas deveriam estar a encarando nesse exato momento e lembro-me como era comum coisas como essas acontecerem. Antigamente o único momento em que eu e minha mãe conseguíamos conversar sem discussões era enquanto fazíamos compras, e estando aqui, encarando-me em outro espelho com roupas novas e piriguetadas, permitia-me pensar o quanto isso estava próximo a voltar.

—Já too saindo. –Digo, no entanto, sem obter resposta.

Puxo a cortina para sair.

—Tchã Rã! –Digo.

Sou pega completamente de surpresa pelo novo par de olhos me encarando. Mamãe sorri.

—Ficou ótimo querida, olha só quem encontrei aqui na loja! – Ela diz animada.

Meu vizinho descarado não pode nem mesmo acenar rapidamente o suficiente pois está ocupado demais prestando atenção em minhas pernas. Eu pigarreio chamando sua atenção e ele sacode a cabeça envergonhado.

—Está fazendo o que aqui? –Pergunto ríspida.

—Rose! –Mamãe repreende.

—Tudo bem. –Dimitri diz sorrindo. –Estou passeando, ou por acaso você é dona do shopping?

Dou de ombros ignorando-o.

—Mãe vou tirar essa roupa e vamos embora.

Ela assente e volta a conversar animadamente com Dimitri. Tenho vontade de socar a face perfeita de meu odioso vizinho, no entanto, controlo minha vontade assassina e respiro fundo contando até dez.

Retiro a saia rapidamente juntamente com a blusa e saio do provador para ver minha mãe e meu vizinho rindo e conversando animadamente, bufo irritada.

—Vamos mãe?

— Claro filha, vamos apenas tomar um sorvete. Nos acompanha Dimitri?

Respondo rapidamente:

—Ele não pode não, vichi, que pena né, deixa para outro dia. –Digo puxando minha mãe em direção ao caixa.

O sorriso de Dimitri se alarga e eu o fulmino com o olhar.

—Não, tudo bem tenho tempo livre agora.

Minha mãe sorri feliz e caminhamos em direção ao caixa da loja.

—Que ótimo! –Ela diz. –Deveríamos marcar um jantar entre vizinhos.

Rolo os olhos para sua tentativa de interação.

—Tenho certeza que minha mãe irá adorar a ideia. –Ele comenta. –Deixa que eu levo para você. –Diz Dimitri enquanto tenta pegar a sacola com minhas roupas dê minha mão.

—Não. –Digo. –Consigo carregar sozinha.

Dimitri não insiste e depois de passarmos pelo caixa pego rapidamente minhas sacolas para evitar que o mesmo tente novamente dar uma de cavalheiro.

Caminhamos até a praça de alimentação e sentamos. Mamãe passa seus olhos pela enorme e quase vazia praça do shopping até que acha um local perfeito para um sorvete, ela se levanta rapidamente.

—Você gostaria de qual sabor Dimitri? –Ela pergunta.

—Morango. –Ele responde. –Eu odeio sorvetes de chocolate.

Minha mãe enruga as sobrancelhas tão surpresa quanto eu e em seguida sei que ela tem algo a comentar:

—Rose também odeia chocolate. –Ela diz. –Seu preferido sempre foi morango.

Os olhos de meu vizinho recaem sobre mim e eu olho para todos os lados procurando não o encaras.

—Posso ir buscar os sorvetes. –Digo.

—Não, eu vou. Fiquem aqui. –Ela diz e sai quase que correndo para longe de nós.

Não acredito. –Penso.

Meus olhos continuam a vagar pelo nada interessante praça de alimentação quando Dimitri chama minha atenção com as mãos.

— Você está bem? –Ele pergunta. –Como está sua mão? Foi um belo soco.

Dou de ombros pouco interessada na conversa.

—Estou o.k.

—Defina “O.K”. –Ele pede.

Rolo os olhos e respondo:

—Queridinho, não sou obrigada a nada.

Dimitri ri.

—Seu humor ácido é realmente algo que me fascina.

—Jura? Por que eu não me sinto nem um pouquinho fascinada por você.


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Notas finais do capítulo

Eita eita! shooping com esses dois? algo a rolar? Deixe sei comentário e mil beijinhos ;)