Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Como eu amo feriados! Feliz sexta feira santa para vocês!



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Estava tudo se repetindo.

Eu via os risinhos, os deboches e a baixaria estampada no rosto de todos a minha volta, mas dessa vez, a humilhação não estava estampada na minha cara, mas sim na de Cassie.

A semana passou voando. Jade não parou um segundo sequer no final de semana, pulava de uma festa para outra com seus novos amiguinhos da escola, e sobre o que todos falavam eu não preciso nem falar, não é mesmo?

Já era tarde quando a campainha da minha casa tocou, eu não estava esperando ninguém naquela monótona segunda feira, então me surpreendi por alguém estar em frente à minha casa.

—Eu atendo. – Disse Jaspe enquanto ia em direção a porta.

Dei de ombros enquanto continuava a ler meu exemplar de “Sonhos de uma noite de verão”. Quando escutei Jaspe retornar e o som da porta sendo aberta, perguntei:

—Quem era Jaspe?

Ele não responde, apenas tosse de forma estranhamente falsa fazendo com que eu me virasse para encara-lo.

E lá estava ele.

Seu cabelo continuava com o mesmo corte, no entanto, os familiares fios brancos agora estavam tingidos de um negro arrebatador, suas roupas também mais joviais tentavam passar um ar de pessoa mais nova. Quantas mudanças – pensei – mudar de esposa e largar os filhos até que fez bem para ele.

—Oi filhona, não vai vir falar com o papai? – Ele disse enquanto abria um largo sorriso e os braços.

Virei-me novamente para frente e subi o livro até a altura de meus olhos enquanto retornava a minha leitura.

—Rose! –Repreendeu meu pai.

Fingi ignora-lo e escutei o risinho na voz de Jaspe quando ele falou:

—Tudo bem, já viu a Rose, pode ir.

—Onde está Jade?

—Ela saiu.

—Para onde? Rose, porque não foi com ela? –Ele perguntou curioso.

—Sou babá dela agora? –Respondi enquanto virava a página do livro.

— Você está tão diferente. –Ele notou.

—Há, você reparou? Sério? –Questionei irônica.  – Cadê sua esposa, pensei que fosse trazer ela para dar uma volta.

—Rose, não fale de sua madrasta assim.

—Eu falo do jeito que eu quiser, afinal, o que você veio fazer aqui? Pensei que mandar dinheiro fosse o suficiente, não precisa aparecer aqui de vez em quando para parecer um bom pai.

Jaspe ri e então anda até o sofá oposto ao meu e se senta. Enquanto eu continuo lendo meu livro tentando prestar atenção.

—Não é bem assim Rosemarie.

—Ixi, chamou pelo nome completo. –Atiçou Jaspe.

—Vim porque tem um motivo. –Ele disse.

—Okay. –Digo abaixando o livro. –Fala e vai embora.

Meu pai caminha pela sala e para a minha frente, sua expressão séria me pega desprevenida, ele não parece chateado pelos meus foras e indiretas. Suas sobrancelhas estão unidas na testa em um claro sinal de irritação e preocupação? Eu pisco enquanto me ajeito no sofá.

—Fala. –Digo começando a ficar temerosa.

Ele respira profundamente.

—Onde está sua mãe?

—Não enrola pai. –Digo. –O que aconteceu?

Vejo as palavras brigarem para sair por sua boca, ele parece nervoso e encara diversos pontos distintos da sala sem conseguir me olhar, foi sempre assim.

— O tribunal marcou uma audiência para daqui a oito semanas. – Ele murmura. – Uma nova evidencia apareceu.  

As palavras ecoaram em minha cabeça por milhões de vezes até fazerem sentido, imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas e a ardência se fez suportável enquanto eu levantava e deixava o livro de lado.

— Christian estará lá, assim como todos os seus antigos amigos. –Disse ele, -É melhor você estar preparada.

Preparada.

Preparada.

Preparada.

Christian.

Lissa.

Minha cabeça começou a bombear mais informações do que eu era capaz de absorver. Minha respiração se acelerou e me senti afundando. Eu sabia exatamente o que significava estar preparada em seu vocabulário, era me tornar a vaca vazia novamente, voltar tempos atrás e ser a garota mesquinha e egoísta que não sentia e tão pouco se machucava. Mas esse é o problema, é impossível não sentir nada, pois quanto mais você se torna indestrutível, maior é a dor quando seu coração finalmente se parte.

— Ela não vai fazer isso. –Interrompeu Jaspe. – Ela voltará aos tribunais, mas não vai fingir nada para ninguém.

—Tudo bem. –Diz meu pai. - Mas você conhece aquela elite estúpida.

Eu assinto com a cabeça.

—Sim, eu era parte deles. – Digo.

Eu conhecia bem demais todos eles para saber em que enrascada eu havia me metido. Novamente me vi fundando no fundo do poço sem qualquer corda que pudesse me segurar. Meu celular tocou em sinal de nova mensagem em cima do sofá e eu o peguei imediatamente verificando a mensagem.

De Cassie

Para Rose.

Por favor, por favor, por favor

Eu estou estacionada em frente à sua casa, você pode dar uma volta comigo?  

 

Eu me recomponho e mando essa informação para uma parte distinta no meu cérebro.

—Eu tenho que sair para resolver umas coisas. –Digo. –Volto assim que puder.

—Você está bem Rose? –Perguntou Jaspe.

Assinto afirmando.

—Onde você vai filha?

Eu me apresso para ir e assim que alcanço a calçada vejo estacionado do outro lado da rua o caríssimo carro de Cassie. A porta se abre assim que me aproximo e quando entro no carro me deparo com alguém tão parecida com a minha eu do passado que é de cortar o coração.

—Cassie?

Sua maquiagem está borrada e seus olhos estão inchados, seus cabelos completamente desgrenhados e ela parece péssima. Noto que ela parece mais magra, não a há vejo a algum tempo, então constato que ela tem bolado algumas aulas.

—Rose, obrigada por vir. Preciso te pedir um favor. – Ela diz.

Calo-me, ela parece meio neurótica agora, e me pergunto o quanto cheguei a parecer com ela.

— Faça ela pagar por isso. –Ela murmura.

—O que? –Pergunto confusa.

—Volte a ser a Rose antiga, de uma lição em Jade.


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Notas finais do capítulo

O que será que vem agora? talvez a antiga Rose? comentem seus lindos! *Obrigada pelos 100 comentários* :3



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