Não se apaixone por mim escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 15
Capítulo 15




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—Jaspe.

Os olhos de Jaspe estão meio esbugalhados quando ele me encara, com o celular em mãos ele parece estar vendo um fantasma.

— Dimitri me ligou. -Ele diz, e então me dou conta de que meu querido irmão já sabe do ocorrido.

—Precisamos tirara mamãe daqui. -Digo.

Uma risada seca sai dos lábios de Jaspe e me pego o encarando.

—O que foi?

Ele dá de ombros.

—Parece que os papeis se enverteram, normalmente quem falava isso era Jade, enquanto um de seus amiguinhos te carregava de volta para casa.

Não deixo de perceber o veneno que destila de suas palavras, recordo-me muito bem de seu desanpotamento, e não posso culpa-lo quando ele obtinha a razão, eu era uma péssima pessoa.

—Não estou culpando Jade. -Digo.

—Eu sei. -Ele murmura. -Onde aquela doida estava com a cabeça?

Dou de ombros.

—Oh Mãe! Que tal comprarmos uma pizza? – Grito da cozinha.

— Nós já jantamos Rose! -Ela responde.

Jaspe me encara duvidoso enquanto responde:

—Eu estou com fome! E morrendo de vontade de comer pizza! 

Nos caminhamos para sala vendo nossa mãe mecher no controle remoto zapeando os canais. Jaspe passa por mim e a puxa pelas mãos forçando-a a se levantar.

—Vamos lá mãe, vamos comprar uma deliciosa pizza calabresa. -Diz Jaspe.

—Ficarei aqui esperando, sem problemas. -Digo.

Minha mãe lança-nos um olhar meio confuso enquanto pega as chaves.

—Tente enrolar o máximo possível. -Murmurro para Jaspe quando ele passa ao meu lado.

Ele balança a cabeça desacreditado.

—Jade nos deve essa. – Murmura.

Menos de cinco minutos depois dos dois terem saído posso escutar altas buzinas se aproximando, assim como o barulho de carros andando pela rua. Corro para a janela da frente e vejo o primeiro carro parar em frente ao meu portão.

Corro abrindo a porta e indo em direção a frente da casa. É incrível como notícias sobre festas clandestinas se espelham rápido, e mais incrível ainda como alguns adquirem a isso em velocidade anormal. Eu abro o portão e a multidão que está em frente a minha casa avança em minha direção para entrar, no entanto, eu avanço a sua frente em posição ameaçadora.

—Podem chispar da minha casa, bando bêbados! -Digo.

As pessoas parecem assustadas, vejo que algumas me encaram até divertidas, no entanto, bêbadas demais para entrarem em um bate boca rápido.

—Mas, disseram que aqui ia ter festa. – Diz uma garota pequena e sardenta entrando em meu campo de visão.

—Se enganaram, podem chispar daqui, ou vou chamar a policia! – Ameaço.

—Saiam da frente! -Uma voz fina e familiar grita ao fundo da multidão.

Ainda sem resposta, a garota ruiva avança abrindo espaço em meio as pessoas.

—Saiam da frente agora bando de hipócritas. -Ela urra feroz.

Aos poucos quando a ruiva é reconhecida as pessoas vão se afastando e abrindo caminho para Dimitri que vinha logo atrás com alguém desacordado em seus braços, não demoro para perceber que é Jade. Abro espeço para que Cassie e Dimitri entrem e fecho o portão.

—Vão dormir! -Digo. -Na casa de vocês,claro, porque se amanhã eu encontrar algum bêbado jogado na minha calçada não respondo por mim.

Viro as costas e sigo atrás de Cassie e Dimitri.

—Coloque-a no sofá. -Digo assim que entramos.

Dimitri deposita Jade delicadamente em meu sofá e eu corro para sua frente. Suas roupas parecem desajeitadas e amassadas, suas maquiagem está completamente borrada e seus cabelos um completo caos. Imagino o que ela pensaria de si mesma se a visse nessa situação.

—Muito obrigada. -Digo. -Ela aprontou muito?

— Ela tem algum tipo de problema? -Pergunta Cassie meio irônica. -Parecia uma selvagem!

—Cassie. -Dimitri adverte.

—Estou falando alguma mentira? Ou vai me falar que arrancar as próprias roupas e atacar as pessoas é normal?

—Atacar? Tirar as roupas? Do que vocês estão falando? -Pergunto.

Cassie me encara enquanto responde:

—Adoraria te contar, mas meu tempo expirou e eu tenho que ir voando pra casa. -Ela diz enquanto anda em direção a porta.

—Nos vemos amanhã na escola! Bye, bye. -Diz enquanto sai.

Observo sua figura magra desaparecer pela porta e de repente me sinto nervosa com a presença de Dimitri. Jade ainda jogada no sofá fazia barulhos estranhos com a boca e se remexia  desconfortavelmente.

—Vou leva-la lá pra cima. -Digo. -Muito obrigada por traze-la aqui.

Dimitri se apressa em responder:

—Não foi nada.

Nego com a cabeça. Talvez eu estivesse enganada a respeito de meu arrogante vizinho, talvez ele e Cassie não fossem como as pessoas que eu costumava conhecer e andar, no entanto, não estava pronta como confiar em um “talvez” e se eu não tinha plena certeza, eu não poderia confiar.

—Posso te ajudar a leva-la. – Ele oferece.

Mesmo tentada a me livrar do peso que seria carregar Jade – Ou melhor – arrasta-la, me peguei negando sua proposta:

—Não, valeu. Você pode ir pra casa agora.

Meu vizinho parece meio cabisbaixo com minha resposta negativa, mas não insiste.

—Tudo bem, nos vemos amanhã?

Sua pergunta soa insegura demais para alguém tão auto confiante como ele, mas eu afirmo com a cabeça sem mais delongas.

Quando Dimitri se vai, reposiciono meu foco totalmente em levar Jade para o chuveiro e tirar o cheiro incomodo de bebida que sai de seus poros, não posso deixar de pensar que a algum tempo atrás os papeis se tornavam invertidos, e a garota bêbada em baixo do chuveiro era eu. Jade acorda abruptadamente debaixo da água gelada e solta um grito.

—Deus!

Não posso conter a risada que irrompe por minha garganta.

—Fica parada. -Digo.

Minutos depois do chuveiro ser desligado e Jade estar com uma roupa limpa e deitada em sua cama ela volta a falar.

—Deus, me sinto péssima. -Ela murmura.

—Espere até acordar amanhã. -Digo.

Jade urra e coloca o travesseiro sobre seu rosto sonolenta.

—Desculpe. -Ela diz. -Não sei o que deu em mim.

Dou de ombros.

—Tudo bem, apenas discanse.

Ouço a porta ser aberta lá embaixo e em seguida as vozes de mamãe e Jaspe irrompem o ambiente.

—Quem aqui pediu Pizza?

Quando volto a encarar Jade, a mesma já caiu em um grande sono profundo. Sorriu com a imagem angelical de minha irmã e desço as escadas em direção a minha mãe a Jaspe.

—Onde está Jade? -É a primeira coisa que Jaspe pergunta.

—Está lá em cima. -Respondo. – Chegou faz algum tempo.

Jaspe me lança um olhar aliviado enquanto minha mãe absorta carrega a pizza para cozinha.

—Tudo bem, venham comer crianças.


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Notas finais do capítulo

Desculpem postar apenas uma vez na semana! é que não tenho tempo, mas farei o possivel e o impossivel, para pelo menos postar curtos capitulos no meio da semana. Comentários são bem vindos! beijinhos ;)



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