Doce Desastre escrita por Kaline Bogard


Capítulo 5
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

TA-DA!



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Doce Desastre

Kaline Bogard

Capítulo 05

— Natasha dizia que meninas pretas não podem ter cabelo comprido.  Eu sei que é mentira e ela só diz isso porque é má.

 

Benjamin balançou a cabeça automaticamente, até que o sentido daquelas palavras foram entrando em sua mente e ele não teve muita certeza do significado.

 

— O quê?

—--

Elinor devolveu o olhar temendo ter dito algo errado.  Ao invés de responder, pegou um dos biscoitos e mordeu, antes de desviar a atenção para o programa na tevê.

Benjamin não entendeu a reação.  Teria assustado a menina ao insistir na pergunta? Aquela reação era normal?! Não entendia nada de crianças!  A única certeza era ter algo muito errado na relação da terceira esposa de seu pai e os enteados.  Se não conseguisse descobrir através da meio-irmã, o faria através do advogado.

Levantou-se sem persistir, aos poucos aprenderia a lidar com a pré-adolescente. Foi para a cozinha e sentou-se à mesa, apenas observando enquanto a senhora Esquer preparava o almoço.  Havia familiaridade e conforto na cena.

— Acho que... — se ouviu dizendo, enquanto acariciava o cavanhaque de leve — Vou ficar com essa porcaria de guarda.

Susan Esquer virou-se e apoiou-se no balcão, pegando um pano de pratos para secar as mãos.  Fez isso analisando o patrão, cujo ar desanimado e preocupado davam a entender que ele estava em busca de algum conselho, ainda que não se expressasse de um jeito direto.  Poucas vezes tivera um momento desses, com o homem que vira nascer preso em uma dúvida tão grande.  Não gostava de vê-lo no impasse, por isso aproximou-se e colocou a mão sobre a dele.

— Sei que é uma decisão difícil, mas você sabe o que é correto, não é, Benjamin? — num dos raros momentos que se permitia exteriorizar a intimidade, Susan o chamou pelo primeiro nome — Não se deve virar as costas para a família quando ela precisa de ajuda.

— O quarto de hóspedes está bom para a menina.  Mas o que eu faço com Hildebrand?  Mando morar na estufa? — perguntou um tanto amargo.  Se era para aceitar a meio-irmã em sua vida, então que pegasse o pacote completo então.

— Penso que o quarto dos seus pais é uma alternativa mais apropriada — Esquer insinuou.

Benjamin ergueu as duas sobrancelhas, sem esconder como a sugestão o pegara desprevenido.

— O quarto dos meus pais...? — perguntou pouco satisfeito com a opção.

— O senhor pode dar um bom uso a ele.  Faz quase dez anos que o mantém fechado, senhor Robinson.  Já é hora de seguir a diante, não acha? Houve tempo o bastante para cicatrizar as feridas, a prova disso é que está disposto a acolher sua meio-irmã.  O que é um cômodo diante disso?

Benjamin refletiu a frase sábia por alguns segundos, acariciando o cavanhaque com a mão.  Desde que a mãe falecera aquele quarto ficara fechado, recebendo limpezas ocasionais.  Não pretendia reutilizá-lo, mantendo o lugar quase como um santuário, justo como o jardim e a estufa.  Nunca pensara que fosse uma forma de manter-se preso ao passado.  Em sua mente estava apenas honrando a melhor época da sua vida.

Jamais se vira como alguém que precisa seguir em frente.

— Tem razão — cedeu mais fácil do que os dois pensaram — Zendeli vem amanhã, não é? Peça para o senhor Woodley vir também, vou apresentá-los formalmente.

— Sim senhor.

Tomada a decisão, levantou-se e foi em direção ao escritório.  Atravessou a sala ganhando um olhar discreto de Elinor, que já tinha devorados os biscoitos e apenas assistia o programa juvenil.  Sentou-se à escrivaninha e religou o notebook, para enviar uma mensagem a Walker.  Explicou que mudara de ideia (e intuiu que não seria surpresa para o advogado), que ficaria com a guarda da meio-irmã e de Hildebrand.  Mas deixou claro que queria saber de detalhes do processo contra Natasha Robinson e contra Hildebrand, afinal, o rapaz era um criminoso condenado.  Não seria condescendente.

Após isso deu-se conta de que era quase uma hora da tarde, o almoço já estava pronto.

—X-

Magicamente Thomas acordou bem na hora do almoço.  Veio bocejando para a cozinha e esfregando os olhos, meio tonto.  Trocara o pijama por uma bermuda que deixava a tornozeleira a mostra.  Não tinha outra opção, a Costa Oeste era muito quente para ficar de calça jeans em casa só pra esconder aquilo.

— Eu estava lendo — justificou sua ausência durante a manhã, omitindo que uma boa parte do tempo usara para recarregar o celular secreto.

— Eu assisti “Princesas Sereias”! — Elli contou animada — Parou na hora que o Fred descobriu que a Sarah é uma sereia.

— Nooooossa — Thomas falou entediado — Só faltava ele descobrir isso.

Elinor fez um bico e não falou mais nada.  Meninos não sabiam das coisas boas da vida! Era o que estava claro na sua face.

Benjamin olhou de um para o outro pensando em como revelar que mudara a decisão de revogar a guarda.  Seu jeito era direto e sem rodeios, e foi assim que respondeu, enquanto Esquer terminava de ajeitar as travessas com comida sobre a mesa:

— Vocês podem ficar aqui.

Os dois se entreolharam antes de fitar Benjamin.

— Até eu? — Thomas apontou para si mesmo, incrédulo com o que ouvira, todavia aliviado sem medidas.

— Sim, até você — Benjamin rebateu — Pedi que Walker viesse aqui hoje para esclarecer algumas coisas.  Elinor pode ficar no quarto em que estão, Hildebrand ficará em outro que precisa ser arrumado.

Um principio de dor de cabeça o fez soar mais azedo do que gostaria, sem sentir remorso.  Fato ignorado pelos dois meio-irmãos.  Para eles bastava saber que ficariam juntos sob o mesmo teto, e que Thomas não precisaria “dar um jeito” para evitar que Elinor fosse levada para uma casa abrigo.

— Obrigado, cara — Thomas falou sincero.  Um sorrisão de dentes perfeitos iluminou o rosto de pele escura.  Ele pareceu rejuvenescer um pouco mais, como se possível — Não sei nem como agradecer!  Se quiser ajudo com a casa, sei lá.  Posso capinar o jardim e...

— Não — Benjamin cortou, ainda que ajudar no jardim acabasse como uma possibilidade viável — Apenas não crie confusão.  Só isso.

— E eu?! Como posso agradecer?!

— Não derrube farelo no meu sofá e estamos quites — ele falou e não era exatamente uma piada.

— Combinado! — ela ergueu os bracinhos comemorando.

Esquer colocou a ultima terrina, sorrindo com a cena, gesto que serviu como um sinal para que os três começassem a se servir.

Fazia muitos anos que a governanta não via tanta vida naquela cozinha.  Como sentira falta.

—x-

Logo depois do almoço, Thomas e Elinor se apossaram da televisão na sala, enquanto Benjamin foi para o estúdio de música, se esforçar para a segunda parte do dia render.  Fechava a porta ainda escutando os dois meio-irmãos discutindo sobre que programa ouvir.

Mal se sentou ao piano de cauda e uma sensação de “está feito, não tem mais volta”.  Não saberia separar o quanto era preocupação de não dar conta e leve arrependimento por ceder à pressão e aceitar dar abrigo aos dois.

Surpreendentemente, a inspiração não o abandonou.  Deixou os dedos correrem pelas teclas, distraído, enquanto notas bailavam em sua mente, se agrupando e dando mais um pouco de vida ao OST que compunha.

Dessa forma a tarde passou rápida e de modo produtiva até que, seguindo orientações do próprio Benjamin, a governanta bateu na porta e o interrompeu para avisar que Walker acabara de chegar.

Benjamin orientou que o homem fosse levado para o escritório, enquanto finalizava seu trabalho dedilhando o piano e tocando tudo o que compusera da última melodia.  A intenção era sentir como tudo estava evoluindo.  Executou a canção duas vezes, gostando do resultado alcançado até então.  Faltava pouco para terminar a parte do piano.  Então iria para o notebook, usar os programas de edição e elaborar ainda mais, misturando instrumentos e enriquecendo a música.

Seguiu para o escritório e encontrou Walker parado próximo a porta que dava acesso ao jardim.  A vista era bela, poucos resistiam a admirá-la.

— Olá, Benjamin — ele cumprimentou ao ir de encontro ao dono da casa e cumprimenta-lo com um aperto de mão.

— Olá.

Em silêncio se acomodaram à escrivaninha.  Walker puxou a elegante pasta preta e tirou dois dossiês de dentro.  Estendeu-os para Benjamin.

— São os perfis de Elinor e Thomas.  Quanto a menina não há nada que deva salientar.  Ela precisa ser matriculada na quinta série do Fundamental, nada mais.  E cuidar do braço quebrado, claro.  Thomas já é mais complicado, ele está sob pena de liberdade assistida, isso quer dizer que todos os seus movimentos são controlados pela tornozeleira.  O que remete ao agente da condicional, será designado um novo agente a quem o senhor Hildebrand deve se reportar ocasionalmente.  Foi preciso uma ordem especial para que ele saísse da Costa Leste e viesse para cá, e o inferno me carregue se essa permissão não saiu em tempo recorde.

Benjamin pegou os dossiês e folheou as paginas do marcado com “Elinor Robinson”.  Ali estavam todos os documentos da menina, assim como a ordem de custodia em seu nome, assinada por uma juíza federal.  Não eram muitas páginas.

— Isso é estranho? — Ben indagou distante, acabara de pegar o dossiê “Thomas Hildebrand”, aquele tinha o triplo de páginas em relatórios, pelo menos — A permissão ser dada tão rápido?

— Evidentemente.  Ainda que envolva uma menor de idade e transferência entre as Costas, nunca vi sair tão rápido. Mas não consegui descobrir nada sobre o crime que o jovem Hildebrand cometeu.  Os federais classificaram como ultra secreto.

— Federais? — Benjamin ergueu as sobrancelhas, os dedos passaram de leve pelo cavanhaque — Tão grave assim?

— E hackers conhecem limites? — Walker deu de ombros — Vivemos uma nova era, Benjamin.  Esqueça os invasores de banco, armas e reféns.  Dinheiro virtual é a bola da vez.

— Thomas Hildebrand roubou um banco virtual? — Benjamin não acreditou na ousadia.

Mas o advogado descartou com um aceno de mão.

— Não.  Já disse que o caso não é de livre acesso.  A não ser que você me nomeie o novo advogado do garoto, para que eu possa rever todo o processo.

A insinuação não surpreendeu Ben.  Ele conhecia o advogado de longa data, e quando o homem se interessava por algo era capaz de muitas coisas para conseguir o que queria.  Como era o novo tutor dos dois jovens, nada mais justo que lhes indicasse um advogado competente e talentoso como Walker.

Antes que respondesse, duas batidas discretas ecoaram para, em seguida, a velha governanta entrar no cômodo.

— Senhor Robinson — ela disse num modo discreto de pedir licença. Trazia uma bandeja com uma garrafa de Red Label e dois copos, um deles com gelo — Se me permite...

— Obrigado — Benjamin agradeceu o ótimo senso de oportunidade de Esquer.  Esperou até que ela tivesse deixado a bebida sobre a mesa e se retirasse, para servi-los.  Uísque com duas pedras de gelo para Walker e seco em dose dupla para si.

— E então?

— Sim, parece ótimo.  Vou nomear você como novo advogado de Hildebrand e de Elinor — cedeu ao que lhe pareceu melhor.  A mão de dedos longos correu pelos fios de cabelo escuro.  Num gesto de preocupação.

— Excelente.  Como advogado de Elinor posso representá-la no caso da guarda definitiva e no processo contra Natasha Robinson.

— Então foi mesmo essa mulher que machucou a menina? — Benjamin perguntou girando o copo entre as mãos.  Estava mais do que óbvio que se tratava disso, afinal Natasha não perderia a guarda se o motivo fosse outro.

— Sim.  Mas não posso pegar o processo porque não sou o advogado dela.

— Não era.  Pode fazer os procedimentos para substituir o anterior.

— Claro — Walker observou o gelo que derretia lento e misturava-se com o uísque, deixando-o mais fraco, em uma tonalidade mais suave — Só para finalizar, creio que todas as informações sobre ambos estão aí, mas se ler e ficar com alguma dúvida me ligue.

— O mais urgente é matricular Elinor na escola — Ben coçou a nuca voltando a puxa e folhear o dossiê — Tem que colocar Hildebrand em alguma escola também? Faculdade?

— Não. Ele já se formou.  Apenas monitore, não o deixe zanzar por aí, muito menos ter acesso a qualquer meio se conecte à Internet. Smartphones, tablets, notes, nem mesmo aquele videogame...

— Videogames acessam a Internet? — Ben ergueu uma sobrancelha.  Não era tão aficcionado assim por tecnologia.  Apreciava as facilidades que o mundo virtual trouxera e como tornara muita coisa mais fácil. E só.  Nunca seria viciado em algo assim.

— Eu disse — Walker ergueu o copo — Bem vindo aos novos tempos.

— E o que eu devo fazer com Hildebrand o dia inteiro nessa casa?

— Trabalho voluntário? Seu jardim é grande, pode tomar muito tempo de alguém — o advogado serviu-se de uma nova dose de bebida, girou misturando o liquido âmbar com o gelo, antes de dar um gole — Você é um artista, use a imaginação.

Benjamin ignorou o leve arrependimento que bicou sua nuca, como um pássaro Cuco dando as horas.  Não voltaria atrás na decisão de assumir a responsabilidade. Apesar disso, respirou fundo, agitando o copo na mão e brincando com o líquido que ali ainda estava.

— Espero que dê certo — ele disse para si mesmo, pensativo.

— Se vai dar certo apenas o tempo dirá, Benjamin. Mas que é o certo, disso não tenho dúvidas.

Ben meneou a cabeça e virou o resto da bebida em um único gole.

—x-

Os dois homens ainda discutiram mais alguns detalhes a serem seguidos dali para a frente.  Por fim, Benjamin acompanhou o advogado até a frente da casa, onde se despediram.  Walker recomendou que ele lesse com calma as informações recebidas, e ligasse em qualquer momento se surgisse alguma dúvida.

Lentamente, Benjamin voltou para a sala, pronto para conversar com os dois novos moradores daquela casa.  Eles ainda estavam sentados no sofá, vendo televisão, contudo pararam para prestar atenção no dono da casa.

— Por enquanto vocês dividem o mesmo quarto.  Amanhã providencio o quarto novo para Hildebrand...

— Tommy — Elinor cortou — Pode chama-lo de Tommy!

Benjamin ergueu uma sobrancelha e mirou o rapaz, que parecia entediado com a situação. Era estranho ser tratado tão formalmente e isso ficou óbvio na face juvenil.  Apesar disso, Benjamin duvidava ser capaz de tratá-lo com tanta intimidade. Preferiu ignorar a sugestão por enquanto.

— Vou verificar o que é necessário para a sua matrícula em um colégio — voltou-se e mirou Elinor — Para que retome os estudos o quanto antes.

— Muito obrigada! — ela sorriu.  Gostava de ir à escola e sentia falta dos colegas que deixara na Costa Leste.  Teria que recomeçar praticamente do zero.

— E você — Benjamin dirigiu-se a Thomas.  Perdeu um segundo acariciando o cavanhaque, em dúvida sobre o que dizer — Apenas siga a rotina antiga.

Decretou sem ter certeza de que era o mais certo.  Enquanto não pensasse em algo produtivo pro rapaz fazer não podia deixá-lo simplesmente a toa.  Também não podia fazê-lo cuidar do jardim todos os dias, o dia inteiro.  Apenas algumas horas dos dias que o senhor Woodley estivesse ali.  O velho homem sentia um ciúmes de suas plantinhas...

— Tudo bem — Thomas afundou-se na poltrona, mais desanimado do que transparecia.  Era um milagre que Robinson aceitasse os dois ali.  O cara parecia legal, mas muitos pouco aberto a mudanças em sua vida.  Como exigir mais do que o que já recebera?

Benjamin balançou a cabeça, satisfeito.  Não sabia se estava fazendo direito, mas era o melhor que podia oferecer.

— Senhor Benjamin, o jantar está pronto.  Devo servir já? — Susan Esquer apareceu na porta.  Havia um brilho nos velhos olhos que Benjamin não lembrava de ver há muito tempo.

— Sim.  Vamos jantar.

O jeito, agora, era adaptar-se as duas novas presenças naquela casa e deixar a vida seguir o seu curso.

—x-

Depois da última refeição do dia, Benjamin retirou-se para o quarto, após estabelecer que era tarde demais para Elinor assistir mais televisão.  Ali estava seu novo papel de guardião.  Ou meio-irmão mais velho, que fosse.

No quarto, aproveitou para tomar um longo banho, cuja intenção era lavar mais do que o corpo, mas levar embora a insegurança que o acompanhara naquelas insanas ultimas vinte e quatro horas.

Era o momento derradeiro em que se permitiria agir assim e questionar as decisões que tomara.  Dali pra frente reassumiria o controle e seguraria as rédeas da situação sem mais hesitações ou dúvidas.  Era assim que vivia.

Depois do longo banho na suíte, pegou um livro para ler a luz do abajur.  Todavia, a noite insone veio cobrar seu preço e Benjamin logo adormeceu pesado.  Não dividiu o negrume da noite com nenhum sonho ou pesadelo.

No quarto de hóspedes, Thomas permitiu que a irmã se banhasse primeiro e assim estivesse rapidamente pronta para dormir.  Aproveitou o tempo para verificar se nEV3RF4Ke dera sinal de vida, mas não recebera nenhuma mensagem naquele espaço de tempo.

Debateu-se dividido entre dar o braço a torcer e mandar um e-mail ou esperar que o outro Black Hat entrasse em contato antes.  Não resistiu, se esperasse a birra do rapaz passar... demoraria uma eternidade.

Deu tudo certo aqui.  Robinson pegou a guarda e me deixou ficar na casa também.”, informou em resumo.  Anexou a foto de um meme otimista e enviou.  Não esperou resposta, pois em ocasiões assim ela nunca vinha rápido.

Escondeu o celular e esperou mais uns minutos até que Elinor viesse pronta para a noite de sono.  A ajudou a se acomodar na cama antes de ir ele mesmo tomar o banho para finalizar o dia de ótimas notícias.

Quando voltou a menina já ressonava de leve.  Como de praxe, foi até a mala (que poderia desmanchar em breve) e resgatou o smart lá do fundo.  A luz de alerta piscava, indicando um novo e-mail.  Deixava o aparelho sempre no silencioso, claro.

Excelente! Então continuamos no mesmo lado, dTR3U?”, a pergunta veio simplória, usando o antigo apelido de Thomas no mundo virtual.

Sim, cara, do mesmo lado.  Se Robinson não aceitasse a decisão judicial e tentassem separar minha irmã de mim, eu ia aceitar a oferta dos federais sem pensar duas vezes, pra poder cuidar dela.”

A resposta dessa vez veio rápida, como Thomas já esperava.

Daí seriamos inimigos e eu destruiria a sua vida”.

Thomas ficou observando a tela do celular até a luz se apagar.

— Sei disso, cara — sussurrou no silencio da noite — Sei muito bem disso.


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Notas finais do capítulo

O próximo demora um pouco :/



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