Doce Desastre escrita por Kaline Bogard


Capítulo 4
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada: obrigada a lolippop por me incentivar a postar!

Boa leitura!



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Doce Desastre

Kaline Bogard

 

Capítulo 04

— É que Natasha não gostava que a gente comesse antes dela — voltou a dar de ombros, como se não falasse nada demais — Pensei que aqui também fosse assim.

 

Benjamin, que no fim das contas dispensara a academia aquela manhã, tão cansado estava da noite insone; parou na porta surpreso pelo que acabara de ouvir.

—--

— Não entendi — Esquer insinuou que queria mais explicações ao notar o patrão parado a porta, com as sobrancelhas franzidas de leve.

Mas Thomas balançou a cabeça descartando o que dissera, mais preocupado em abocanhar um pedaço maior das panquecas.  Estava tão acostumado ao tratamento que a madrasta lhes dava que esquecia que nem todo mundo era como ela.  Principalmente por estar em medidas restritivas desde os dezessete anos, quando a convivência com outras pessoas saiu de sua liberdade de escolha, momento em que o controle dela sobre os enteados ficara mais acirrado, já que o menor deslize mandaria um deles para a cadeia.

Benjamin notou que o rapaz não diria mais nada e resolveu entrar de vez na cozinha, ainda intrigado com o que ouvira.  Primeiro um braço quebrado, depois a notícia de que a terceira esposa de seu pai estava presa por maus tratos infantil, agora isso...

Sua chegada atraiu os olhos castanho-esverdeados de Thomas, que deu a impressão de gelar no lugar, com o garfo a meio caminho dos lábios entreabertos.  Ele olhou para Ben como se esperasse que o homem fosse dizer alguma coisa.  Mas Ben apenas sentou-se a cabeceira da mesa e aceitou a grande xícara de café que Esquer lhe estendeu, dando um gole mínimo para testar a temperatura.

— Bom dia, senhor Robinson.  Vou terminar de fritar o bacon e os ovos — ela tratou de acelerar a refeição.  Não esperava que seu patrão aparecesse uma hora antes do normal, mesmo com as condições fora do normal.

— Bom dia — Ben respondeu simplista.

— Bom dia, grandão. Devia por mais açúcar nesse café pra adoçar a sua vida — Thomas gracejou ganhando um olhar de alerta por parte de Ben.

— Meu nome é Benjamin, não ‘grandão’.

Thomas deu uma risadinha suspeita, voltando a comer as panquecas. Comer era algo que adorava! Quase tanto tecnologia, já que quando mergulhava no mundo virtual esquecia até mesmo de comer. 

— Bom dia — uma vozinha tímida e meio sonolenta chamou a atenção dos adultos.  Elinor estava parada a porta, meio escondida pelo batente, em dúvida se entrava ou não.  Ao contrário do irmão, trocara o pijama.

— Bom dia, tampinha — Thomas acenou e ela foi sentar-se ao lado dele.

— Tommy, você esqueceu isso — estendeu um vidrinho amarronzado para o meio-irmão — Seu besta.

— Ah, obrigado.  O que seria de mim sem você? — Thomas cantarolou, ganhando uma risadinha satisfeita em troca.

Ben observou em silêncio, imaginava que aquele moleque não teria a cara de pau de usar alguma droga ilícita tão descarado no café da manhã.  E, nesse caso, não lhe dizia respeito saber do que se tratava.  Dona Esquer tratou de encher um copo com água e estender para o hóspede, oferta que foi bem recebida.  Thomas jogou um comprimido na boca e empurrou com um grande gole de água.  Então se concentrou em servir algumas panquecas para a meio-irmã e cortá-las em pedaços menores.  Logo a governanta servia a refeição completa, com ovos e bacon, alem das panquecas.  Algumas frutas, cereais, leite e suco.  E mais café para Benjamin.  A primeira refeição era a mais importante na opinião de seu patrão.

O silêncio reinou entre eles, assim como o jantar na noite anterior.  Por alguns minutos só ouviram o som de talheres e nada mais.

Thomas foi o primeiro a terminar.  Talvez por ter começado antes, ou talvez por ser um esfomeado que devorara as panquecas até com os cotovelos, volta e meia levando olhares de alerta por parte de Elinor e até mesmo de Ben, surpreendido com o apetite voraz de alguém que parecia um cisco de vida.  Não que Thomas fosse baixinho, algo em volta de 1,75m, mas como era magrelo, parecia menor do que realmente era.  Assim que terminou cruzou os braços sobre a mesa e ficou esperando que os outros dois acabassem também.

— Podem ficar a vontade enquanto meu advogado não liga — Benjamin afirmou ao terminar de comer e levantar-se da mesa, sem aguardar que a meio-irmão finalizasse, como se quisesse evitar contato desnecessário.

— Não se assustem — a senhora Esquer disse em tom confidente de quem compartilha um grande segredo, nem bem o patrão saiu da cozinha.  Tinha a certeza de que Ben a escutaria — Ele ladra, mas não morde!

Os dois riram ao ouvir aquilo.  Thomas esperou Elli terminar e agradeceu pelo café delicioso.  Depois disso escaparam para o quarto.  Por mais que tivessem recebido o sinal de “estejam a vontade”, não era algo que pudessem fazer em um lugar desconhecido, quando sabiam que não eram nada bem vindos.  A melhor escolha que tinham era ir se entocar no quarto.

Elinor deitou-se na cama e ficou quietinha, sem nada melhor para fazer.  Thomas foi sapear o celular.  Recebera um e-mail de seu amigo Black Hat.

Benjamin B. Robinson, 35 anos, 31 de agosto de 1980. Dono das Empresas Robinson, filho único, nenhum perfil em redes sociais, SSN 424-15-2058. Porra, esse cara é entediante.  Nem aprofundei nas pesquisas, mas se quiser faço uma busca completa”.

Thomas disfarçou uma risada.  A mensagem chegara há quinze minutos atrás.

Entendi. Obrigado por cobrir minhas costas. Por enquanto to me virando bem, prefiro não envolver esse cara, ele parece legal e só quer seguir com a vida. Não precisa fuçar as coisas dele.  Eu cuido de tudo do meu jeito, confie”.

Ficou esperando a resposta que sabia vir rápido.  Ninguém era mais viciado ou veloz do que o seu amigo.  nEV3RF4Ke era o tipo de talento que já fizera pior do que Thomas e ainda não fora preso.  Uma verdadeira lenda, tão conectado ao mundo virtual que dava a impressão de viver as vinte e quatro horas do dia na Internet.  Nem Thomas conseguia tal proeza.

Não vá debandar para o lado inimigo, cara”.

Thomas ficou observando a tela por alguns segundos pensando na implicação daquela frase.  Não era tão simples quanto o outro fazia crer.

Pra proteger a minha irmã eu faço qualquer coisa. Menos me meter em mais confusão que pode piorar a pena, já te disse mais de uma vez.  Se precisar mudar de lado, mudo sem hesitar, você sabe disso. Mas é a minha última cartada, só vou usar quando não restar nenhuma outra opção.

A resposta demorou um pouco mais para vir, do que conhecia do outro hacker, a resposta negativa e malcriada o irritada um pouco.  E quando veio, era o código de ambos que encerrava a conversa, mostrando o nível de imaturidade de nEV3F4Ke, que não gostava de ser contrariado, ainda mais quando oferecia ajuda de modo tão explicito e contundente.

A falsidade sempre ruirá.”, encerrou a troca de e-mails por hora.

Thomas suspirou de leve e respondeu com a sua parte, sem insistir.  O outro hacker era cabeça-dura, quando ele recuperasse o bom humor entraria em contato novamente.

A verdade sempre prevalecerá.

Tinha certeza de que nEV3RF4Ke ficara insatisfeito com sua decisão.  Sabia que ele era muito ligado aos amigos virtuais e já fizera peripécias assombrosas para ajudá-los.  O rapaz não conhecia limites para conseguir o que queria e aí estava o perigo.  Thomas não queria se associar a nenhuma nova ação criminosa estando tão vigiado pelos federais.  Muito menos queria que algum amigo burlasse algo para ajudá-lo.

Sem outra opção guardou o smartphone, notando que precisava dar uma carga na bateria, mas provavelmente não conseguiria fazer algo assim tão já.  Não com Elinor no quarto e a casa desconhecida não lhe oferecendo confiança para arriscar usar uma das tomadas de fora do quarto.  A melhor opção era recarregar na hora de tomar banho. Demoraria um tanto a mais e ninguém desconfiaria.

Acabou pegando um livro da mala e o par de óculos que usava para leitura, e foi sentar-se na cama para ler.  Preferia usar o Kindle, devorando incontáveis e-books, mas até esse prazer tornou-se proibido, nem o inocente aparelho eletrônico escapara da lista de restrições.

—X-

O dia de Benjamin estava irremediavelmente perdido.  Dormira mal a noite, pouco conseguindo conciliar o sono.  Depois não tivera concentração e animo para se concentrar em qualquer tipo de exercício físico.

Agora permanecia sentado no escritório, tentando ler um e-mail da Diretoria da empresa pela terceira ou quarta vez, tendo a mente desviada para a incrível situação em que se via preso.  Walker ainda não ligara, então ficava inquieto sem ter notícias sobre a papelada.

Tentou ler o e-mail mais uma vez, sem sucesso.  Desistiu e levantou-se da cadeira, caminhando com as mãos no bolso até a porta de vidro que dava acesso ao jardim.  A casa era padronizada e nos cômodos convergentes, aquela vista era ligar comum.

Observou o velho jardineiro se movimentando dentro da estufa.  Via apenas uma silhueta meio entrecortada pelos pequenos vidros das janelas laterais.  Imaginou o senhor Woodley cantarolando enquanto revolvia a terra e cuidava das sementes, como vinha fazendo pelas últimas décadas.

A música sempre estivera presente em derredor de Benjamin, como um elemento que caracterizava cada dum de seus passos.  Por isso a amava tanto.  E por isso, sempre que pensava na vida, a imaginava como a mais sublime melodia, composta com cada uma das nossas escolhas, por cada um dos caminhos seguidos.

Ben gostava dessa alegoria, e gostava mais ainda que a melodia da sua própria vida fosse calma, controlada. Até um pouco previsível, ele diria.  Tudo o que menos queria eram notas sombrias e descontroladas, imprevisíveis.  Aqueles dois que passaram pela porta da frente no dia anterior.  Não, obrigado.  Podia passar muito bem sem isso.

E então, decidido isso, por que o assunto continuava dando voltas e voltas em sua mente, raptando sua concentração, assassinando sua atenção? Por que não conseguia por uma pedra sobre o tópico e seguir a diante?

Um tanto irritado consigo mesmo, observou o relógio no pulso.  Era quase meio-dia e a manhã não rendera nada.  E nem ia render, pelo que percebeu!

Decidiu sair do escritório, apesar de tudo. Caminhou despretensioso até a estufa e flagrou o senhor Woodley podando um vaso de hortênsias com uma tesoura pequenina. Um homem de estatura mediana e magro, que usava uma boina preta e desgastada pelo uso para esconder a calvice completa.

— Bom dia, senhor Robinson — interrompeu a canção que murmurava para saudar a chegada do patrão, voltando-lhe os olhos azuis baços por um princípio de catarata.

— Bom dia.

A próxima coisa que Benjamin notou foi as mãos do homem que tremulavam de leve.  Chad Woodley não era tão velho, o jardineiro tinha por volta de sessenta e cinco anos, e mesmo assim dava mostras de adquirir o terrível Mal de Parkinson, o que lhe dificultava a vida e dificultaria muito mais.

Assim como a governanta, o senhor Woodley trabalhara praticamente a vida toda para os Robinson, desde a época dos falecidos avós de Benjamin e já se aposentara.  Agora continuava trabalhando naquela casa, três ou quatro vezes na semana, não apenas pelos vínculos que criara, mas por ser um homem viúvo e solitário, cuja esposa falecera algum tempo atrás e o único filho viajava constantemente pelo mundo.

Distraído, Ben passou andar entre as fileiras de plantas em flor.  Não apenas a vista colorida era agradável, mas o aroma e a composição da cena, como um belo quadro vivo.  Seus pensamentos o levaram ao filho de Woodley, um rapaz esforçado que se formara em uma excelente faculdade de Medicina, graças ao suor do trabalho do pai.  E, para surpresa de todos a sua volta, abandonara todas as ofertas com remuneração de fazer inveja para um iniciante e ingressara em uma vaga no Médicos sem Fronteiras.  Um grupo de ajuda humanitária que ia até os lugares mais isolados do mundo, mais hostis e inóspitos para salvar a vida de desconhecidos,de pessoas que nunca viram na vida. E talvez nunca mais vissem outra vez.

Pela última notícia que tivera, ele andava pelos lados de Chade, no centro-norte da África, um lugar que passava por intensa guerra civil.  E, apesar disso, seu pai resplandecia de orgulho pela escolha do filho.  O velho jardineiro não escondia o medo e a angústia quando ouvia na televisão sobre algum eventual conflito mais violento na área.  Temia por seu filho único em igual proporção que se altanaria por ter criado um homem digno capaz de abdicar da promessa de salário farto e luxo em prol do bem estar de outros seres humanos.

— Já troquei a peça — a voz rouca pelo tempo quebrou o silêncio.  Ele se referia a um componente eletrônico queimado, que ajudava na iluminação da estufa.  Um mero acessório ornamental.

— Obrigado — agradeceu caminhando pelo lugar.  Quando sua mãe estava viva, antes de adoecer, a estufa era seu lugar preferido.  Ela era capaz de passar horas distraída cuidando das flores, plantando e replantando, podando, aguando, ajudando o senhor Woodley com o hobby que ambos apreciavam.

Por lembranças assim que jamais permitiria que a estufa e o lindo jardim ficassem sem os devidos cuidados.

Saiu da estufa sem se despedir e voltou para o escritório.  Ainda sentou-se atrás da escrivaninha e tentou bravamente reabrir o e-mail e analisar pelo menos um deles, mas foi inútil.  Estava sem concentração para cifras, porcentagens e outros dados financeiros.  Deu-se por vencido, assumindo para si mesmo que não conseguiria dar conta das tarefas daquela manhã.  Estava inquieto.

Mal saiu do escritório e adentrou a sala de estar e foi bombardeado pelo som da televisão.  Não que estivesse alto, mas a canção vinha entoada em uma voz desafinada de adolescente que sequer deveria ter sido gravada.

Aproximou-se com calma, cruzando os braços ao parar atrás da poltrona.  A grande tela exibia algum programa adolescente que envolvia meninas de cabelos longos enfiadas em (bizarras) caudas de sereia e meninos com penteados que desafiavam o senso de realidade.  Mas isso não parecia desanimar a menina que assistia o programa sentada no sofá, com o nível de concentração batendo nos cem por cento.  Observou a menina de modo analítico por algum tempo, sem que sua presença fosse notada.  Sua meio-irmã parecia uma boa menina, não podia negar.  Ela segurava firme um pacote de cookies com gotas de chocolate que não se lembrava de ter em casa e desconfiou ser obra da governanta.

Alguns segundos da cantoria das “sereias” e Benjamin já queria furar os tímpanos com a voz da aparente protagonista.  Acabou balançando a cabeça.

— Está enchendo o sofá de farelos — deixou escapar em um tom que revelava sua contrariedade.

Elli olhou por cima do ombro, sem parecer surpresa.  Mas um ar de culpa fez o sorriso tornar-se apenas uma simples sombra.

— Desculpa — pediu enquanto fez menção de começar a juntar os pedacinhos que caíram sem que se desse conta, tão entretida que estava com o programa — A senhora Esquer ligou a tevê pra mim.

— Deixe do jeito que está — Benjamin deu a volta e foi sentar-se ao lado da menina.  Ele não sabia como agir com crianças! Não tinha culpa por soar rude — Onde está o seu irmão?

— Está no quarto — estendeu o pacote para Benjamin, oferecendo as guloseimas que foram rapidamente negadas.  Seguiu a risca a ordem do meio-irmão, ignorando os farelos — O besta tentou ler e dormiu! Tommy não se dá muito bem com livros físicos — explicou lambendo a ponta dos dedos.

Benjamin deixou o assunto morrer.  Interagir com crianças nunca fora o seu forte, no fim das contas.  Nem sabia o que estava fazendo ali, na verdade!  Preparou-se para levantar-se, quando a voz de Elinor o manteve no lugar.

— Você parece o papai — falou pensativa, sem desviar os olhos da tela — É forte que nem ele.

A informação era esperada.  Seu pai sempre defendera o cuidado com o corpo e preparo físico, um homem tão alto quanto Benjamin e tão sério quanto.  Fazia tanto tempo que Charles partira, dera as costas a família... tanto tempo que não falara mais com o pai...

Se fosse somar os anos, inclusive após a morte dele, chegaria ao total de doze anos, mais de uma década.  Quase a idade daquela menina ligada a si pela herança de genética.

Foi então que Benjamin Robinson resolveu admitir o que estivera lhe perturbando desde o dia anterior.  Ele não podia simplesmente fugir aquela responsabilidade, dar as costas e lavar as mãos.  Fingira se enganando que contestar a decisão judicial era uma opção, mas não era.  Estava longe de alimentar os ideais do garoto Woodley de tornar o mundo um lugar melhor, todavia, seu caráter era justo e correto.  Não viraria as costas para a garota que dividia o sangue consigo.  Por isso se inquietara tanto, sua vida estava prestes a sofrer uma mudança assustadora que nunca pedira! Para a qual jamais se preparara.

Sua vida,  uma melodia composta em tons calmos e previsíveis, acabara de ganhar notas estrondosas como de tambores.  Como trovões.  Ou, muito mais provável, estivesse apenas exagerando.  Quanto trabalho uma menina de onze anos podia dar? Com toda certeza do mundo um homem bem criado e educado como Benjamin Robinson daria conta até de olhos fechados.  E isso incluía a outra metade do problema, o meio-irmão criminoso...

Indiferente ao ar pensamentos de Ben, Elinor retomou a fala:

— Papai era muito alto e eu sei que vou ficar alta que nem ele.  Já sou alta! Tommy morre de inveja, por isso me chama de tampinha, mas o pai dele não era muito grande, então ele que vai ser o tampinha da família — riu animada — Ele diz que é um azarado, porque nasceu mais baixo, com cara de nerd e com TDHA.  Morro de pena do meu irmão.

A última parte ficou registrada na mente de Benjamin.  Acabara de descobrir o que era aquele frasco de remédios.  Provavelmente Ritalina.  Isso o surpreendeu, pois acreditava que tal transtorno acometia apenas crianças e adolescentes.

— Quando eu tiver um lugar fixo para ficar vou deixar meu cabelo crescer daquele jeito — esticou e apontou com o dedo magro na direção da televisão.  A cena mostrava uma jovem negra com cabelos volumosos e longos, com os cachinhos chegando ao meio das costas.  Havia brilho e movimento nos fios muito bonitos — Natasha dizia que meninas pretas não podem ter cabelo comprido.  Eu sei que é mentira e ela só diz isso porque é má.

Benjamin balançou a cabeça automaticamente, até que o sentido daquelas palavras foram entrando em sua mente e ele não teve muita certeza do significado.

— O quê?


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Notas finais do capítulo

Continua em breve!!

Reviews??!! =^^=



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