Amores de Verão escrita por Patty M Lee


Capítulo 3
II - Uchiha Sasuke


Notas iniciais do capítulo

Caramba, já faz muito tempo desde a última vez que estive aqui... Pois é, não me matem! Então não vou me estender muito...
Boa leitura :v



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674005/chapter/3

Inúmeros rostos se viraram em nossa direção quando a respiração do bilheteiro escapou alta e ruidosa de sua boca. Seu semblante não estava nada contente enquanto observava Naruto revirar os bolsos da jaqueta nada chamativa laranja berrante.

Revirei os olhos, e continuei olhando para frente, mantendo minha expressão mais inalcançável possível, como se de fato, não conhecesse o idiota sentado ao meu lado.

— Senhor, eu preciso de sua identidade para ultima verificação do seu bilhete — o bilheteiro disse, havia um bocado de mal humor em seu tom profissional.

— Mas você já pegou meu bilhete!

— Sim, porém é necessário essa verificação. Por mais inquebrável que seja nosso sistema de segurança na Estação 561, essa última precaução é para sua total segurança. Assim evitar pessoas não autorizadas para entrar na Ilha de Nova Caillen. Isso estava no terceiro parágrafo do contrato que, creio eu, assinou.

— É claro que assinei! — Naruto gritou, ofendido.

Revirei os olhos pela décima vez só no último cinco minutos.

— Enquanto o sr. Uzumaki procura, você, sr. Uchiha — ele verificou a prancheta, e ergueu o olhar cansado. —, poderia me passar a sua identidade?

Ergui-me e enfiei a mão no bolso traseiro da calça, acabei encontrando apenas o ar. Um risco de surpresa atravessou meu semblante, o bilheteiro suspirou outra vez, e Naruto riu, olhando-me com aqueles dentes brancos pra fora da boca, lembrando-me um cavalo relinchando.

— Eu tinha certeza que estava comigo — murmurei impaciente.

— É, tinha...

Ignorei o bilheteiro e seu olhar nada agradável, e alcancei a pequena mala no bagageiro. Revirei-a de cima à baixo. De um lado ao outro. Nada.

— Cala a porra da boca, Dobe. — murmurei enquanto Naruto não parava um segundo de falar.

— Que? Teme, essa não foi a educação que a tia Mikoto deu à você.

— Vai ver eu esqueci n-

— Na sua casa? É, Teme, seria uma boa hora de pegá-la de volta.

Vários rostos arregalaram os olhos.

— E enfiá-la no seu c-

— Coração. Isso mesmo, coração — Naruto riu. Ele encarou o casal sentado no outro extremo do vagão que parecia horrorizado com nossa educação. —, temos uma relaçã-

— Relação uma merda. Cale a boca e procura a porra da carteira onde está todo nosso dinheiro.

Isso pareceu acordá-lo para situação, pois no mesmo instante deixou de fazer gracinha e assim como eu, passou a revirar sua mala. Porém, ambos já tínhamos a noção do que tinha acontecido. Embora a esperança fosse a última a morrer, a nossa já tinha sido incinerada.

A todo vapor, o trem seguia pelos trilhos, despejando no ar a fumaça negra-cinzenta. Faltava poucos minutos para chegar na estação final da Ilha de Nova Caillen. Os passageiros se espremiam na janela, olhando o horizonte, e de certa forma, agradecia mentalmente por aquilo.

Não durou muito. Duas montanhas pararam à nossa frente, com braços cruzados e olhares sério.

— Sr. Uchiha, sr. Uzumaki queiram nos acompanhar, por favor. — o bilheteiro instruiu e eu já começava a me arrepender de ter aceitado participar daquela viagem de verão.

Maldito Naruto.

Só foi preciso ouvir um dedo estalando do guarda e tanto eu quanto Naruto já estávamos de pé, segurando nossas mala. O bilheteiro — um senhor de cabelos bracos, traços marcantes e olhar caído, com um crachá limpinho, onde indicava sua função —, saiu na frente, seguindo para outra cabine, e diante o olhar duro dos segurança, começamos a segui-lo. Antes de abandonar o vagão, atrevi-me a sorrir maliciosamente para uma garota, que desde que entrara ali, eu estive flertando. Ela não pareceu mais tão encantada em mim.

Há locomotiva era enorme, atravessamos inúmeros vagões, e sempre quando atravessamos a cabine que dava acesso ao outro vagão, rostos se viraram para nós, contemplando-nos com curiosidade. A cada segundo que seguíamos, os espaços deixavam de ser sofisticado e se tornavam mais humildes, até nos deparar com um vagão onde as poltronas ultra confortáveis fora substituído por assentos de plásticos, empilhados um ao lado do outro. Neles, empregados — babás, assistentes de grandes empresários — se misturavam com a criadagem que servia os aposentos.

É claro, os mais privilegiados não gostariam de ter sua imagem capturada junto de serviçais. Ou oferecê-lhes o melhor que a locomotiva tinha a oferecer, sendo sua comida de primeira qualidade ou as confortáveis poltronas.

— Os senhores deverão permanecer aqui até o fim da viagem — o bagageiro disse, olhando enojado aos outros ocupantes do vagão. Ele pigarreou. —, onde serão encaminhados à Central de Segurança e em muito em breve, retornarão às suas casas.

— O quê? — Naruto disse, num tom alto.

Intervi, ficando à sua frente ao vê-lo aproximar das montanhas. Perto deles, Naruto parecia uma gaivota sobrevoando, perigosamente, perto de uma avalanche.

— Já pagamos nosso bilhete, e como pode ver na mer-... Prancheta em sua mão, entregamos. É um direito nosso permanecemos na Ilha.

O funcionário empinou o nariz, e nos encarou como desprezo, como se fossemos meros insetos. Apertei o punho, sentindo pela primeira vez desde o incidente meu sangue ferver.

— Regras são regras, moleques. — decretou, virando de costas e partindo daquela área. Ele pôs a mão na maçaneta, e nos olhou sobre o ombro. — Daqui a pouco, arruaceiros como vocês, irão deixar essa Ilha.

Dito isso, ele sumiu, e os dois brutamontes ficaram ali, nos encarando, esperando algum motivo para exercitar seus músculos em nossa cara. Se fosse por mim, iria deixá-los na vontade!

Naruto escorregou no banco lateral da locomotiva. Olhei-o, ele está incrédulo demais para dizer alguma coisa, protestar. Desde o verão passado ele atormentava minha cabeça por causa dessa dita Ilha. Não sei bem o que o leva querer passar semanas ali e, de certa forma, saber que dali algumas horas estaremos em casa é algo bom. Nunca fiz questão de estar ali mesmo.

Com um breve suspiro, encarando a cara de enterro dele, me sento ao seu lado. Cruzo os braços e passo a fitar os outros ocupantes do vagão. Todos tem a cara cansada, como se há dias não tirassem folga, como se não quisessem estar, de fato, alí. Muitos não tem a escolha, tem seus filhos para criar, suas bocas para alimentar, aluguéis para pagar. Eu nunca precisei pensar nisso, mas sei pois nos vários sermões que a sr. Mikoto dá à mim, ela sempre exalta.

O trem solta um apito, às rodas sobre os trilhos começam a rodar mais devagar. Estamos chegando. Olho pela janela: o mar nos abandonou, em questão de segundos, já estamos na estação final da Ilha. Ouço um ranger de dentes, um estalar de dedos ao meu lado. Reviro os olhos, sabendo o que vira dali.

Quando passamos tempo demais ao lado de idiotas, nos acostumamos com o improvável. Àquela seria só mais uma entre às tantas que ele planejava fazer. Os segurança estão perto, mas não o suficiente para nos ouvir. Inclino para perto de Naruto:

— Qual seu plano?

— Fuga, que nem o Dr. Lancaster, quando descobrem que ele na verdade é o vilão, e ele pula do avião sem paraquedas, e cai sobre a aeronave. — Ele olha para o lados, com medo que o ouçam.

Minha vontade é de acariciar sua bochecha com um murro, mas deixo de lado, e passo a compreender o que ele quer dizer: fugir é nossa melhor opção. Afinal, estar em casa, participando de uns rachas nunca passou pela minha cabeça — sinta a ironia. Citar 'As aventuras do Dr. Lancaster' não foi nada cômodo, não é como se fôssemos gatos — na verdade, eu sim! Eu sei, humildade passou longe —, e possuísse mais de sete vida. Àquele seriado americano é bizarro.

— Certo. E como faremos isso, dobe? Não estamos em um avião, e não temos uma aeronave sob nós, se quer saber, no máximo, há àqueles tubarões morrendo de fome.

Naruto estremesse, e eu aposto o relógio de ouro no meu pulso que ganhei de Itachi que ele está imaginando o seu corpo ser desfigurado por pressas afiadas. Uma gota de suor desce da teste, e ele pigarrear, talvez, mandando o medo para longe. Ótimo, consegui alguns dias de pesadelos para ele. Isso de certa forma alivia o meu descontentamento de estar aqui, e fazer o que imagino que irei fazer.

— Tumulto. Vamos criar um tumulto e sair correndo. Tá vendo aquelas pernas? — olhei para onde ele indicava: às pernas malhadas dos brutamontes, que mais pareciam toras. — Eles são lentos. Podemos correr como se nossas vida dependesse disso.

— Talvez nossa vida, não... Mas nossas caras...

— Que seja. Vamos aproveitar que os passageiros estão saindo... Vai!

Pisco os olhos, e me deparo com Naruto correndo, tentando empurrar uma daquelas montanhas, e passar pela porta já aberta para os outros vagões. Seja o que for que ele tenha pensado, não deu certo. Não deu tempo nem de eu pensar em levantar e ele foi agarrado por um dos seguranças. Ele se esquiva tentando se soltar, me mandando um olhar sobre o ombro. Mas quando penso em levantar, o outro já me agarrou e torceu meus braços às costas. Mesmo meus três dias na semana malhando, lutas de boxe, treino aos sábados, e basquete ao fim da aula, nada disso ajuda a me soltar.

Luto para me soltar, mas nada surge efeito. Somos arrastados para o outro vagão, passamos por riquinhos esnobes que nos encaram com perplexidade, alguns caras gargalham, algumas garotas arregalam os olhos, e os mais velhos nos vê como se fossemos algo nojento. Minha vontade é de mandá-los tomar no cu, mas minha mão está ocupada de mais.

Naruto é arrastado à minha frente, ele se contorce como uma artista de circo que comi há um ano, após meus pais insistirem em ir naquele negócio beneficente, que eles doavam dinheiro para às crianças carentes, e os faziam esquecer por breves horas suas vidas famintas e aproveitavam o show. A lembrança é boa, mas a situação me obriga a sair da onda nostálgica.

Atravessamos a saída direto para a estação: somos arremessados, como frutas podres, e nos ralamos no chão de concreto. Vários pares de olhos estão sobre nós. Conseguimos um feito: paramos a estação. Quando a ideia de fugir dali passa por minha cabeça, já somos novamente presos, e arrastados para uma cabine de segurança.

Bendita hora que aceitei estar naquela Ilha!

+++

Aquele mini cúbico era claustrofóbico. Era uma mini prisão improvisada similar aos grandes presídios que abrigava réus. Todo o conforto que exaltaram no site da Ilha, definitivamente, não estava ali. É claro, eles não gastariam dinheiro com quem não merecia. As paredes eram de blocos cinzento, o chão de reboco, e o único assento ali, de tijolos: duro e nada 'sentável'. A única luz vinha de uma pequena abertura da janela, grande o suficiente para passar um corpo — claro, se não fosse a grade de proteção dentro da cela.

Eles já estavam ali há alguns minutos desde que foram arrastados da estação.

— Teme, precisamos sair daqui. — a voz de Naruto soou rouca.

— Diga algo que eu não saiba.

— Eu comi à sua ex... — ele confessou, cruzando os braços à nuca.

— Foi uma pergunta retóric.... Quê?

Sasuke encontrou os safiras, eles estavam arrependidos. No instante seguinte, seu punho esmagaram a bochecha de Naruto, que com a intensidade do golpe, caíra no chão, liberando o assento a Sasuke. Ele não estava brabo: sempre soubera a vagabunda que tinha se comprometido, mas àquele soco, há horas seu punho já estava ardendo para se encontrar com Naruto.

O Uzumaki se levantou acariciando a bochecha, enquanto olhava o amigo de relance. Ficou aliviado ao perceber que o mesmo não estava brabo.

— Estamos quites. Da próxima vez, eu tiro o ar superior dessa sua cara feia!

— Como se à sua fosse muito bonita!

— É o que a dona Kushina diz... — ele sorriu lembrando da mãe.

Naruto sentou-se novamente ao lado do Uchiha, e ambos se puseram a achar uma alternativa de saírem dali. Eles olhavam cada canto, buscando um solução. Uma alternativa invisível. O imperativo-cabeça-oca começou andar em círculo na cela, com às mãos à cintura, uma ruga acentuava na testa, os lábios estava repuxados paro o lado. Aquela movimentação já começava a tirar o Uchiha do sério, quando uma lâmpada imaginária acendeu sobre sua cabeça. Sua feição séria foi substituída rapidamente.

Ele olhou àquela janela, e fitou o próprio corpo. Seria arriscado, mas tentaria. Não estava tão ansioso para reencontrar os seguranças da estação.

— Dobe, me ajude aqui — Ele falou, levantando-se e rumando para a janela. Não era muito alta, mas a grade fixada na parede seria de difícil remoção. — Segura a grade, fixa os pés na parede, e impulsiona o corpo para trás, entendeu?

Naruto assentiu, centrado, e executou a ordem do Sasuke. Ambos estavam pendurados, e a grade sequer fez barulho. O Uchiha o encarou:

— No três. 1... 2... 3!

Ao sinal, ambos com toda a precisão que tinham, arquearam os corpos másculos para trás. Uma energia vibrante explodiu em Naruto ao ouvir um trincar baixinho ecoar pela cela. Ambos se olharam, e num pedido mudo, executaram o mesmo movimento, repetidas vezes.

Do outro lado da porta que dava ao corredor e, consequentemente, às celas, eles ouviram o som de várias chaves, como se o segurança às rodopia-se no dedo.

Com certeza, à cela não fora projetada para arruaceiros do escalão deles. Na décima tentativa, com a porta sendo destrancada, eles foram de encontro ao chão, com a grade em mãos. Após três segundos, onde grunhido doloridos foram soltados, ambos levantaram-se. Sasuke foi o primeiro à se segurar às pontas dos dedos na abertura da janela semiaberta. Com um empurrão, a mesma se abriu, e numa desenvoltura invejável, ele rapidamente posicionou-se com dificuldade, e passou os pés pela abertura, num movimento, ficou suspenso no ar com às mãos segurando a o metal da janela. E saltou, quando Naruto começava a executar o mesmo movimento.

O Uzumaki olhou sobre o ombro e viu o segurança estático, encarando-o com a boca aberta. Ele sorriu abertamente, mandando um joinha com a mão, o que acabou ocasionando à ira do agente. Enquanto o mesmo tentava abrir a cela, se atrapalhando com o bolo de chaves, Naruto saltou, caindo com os joelhos flexionados, dando de cara com Sasuke que esboçava um quase sorriso de lado. Conhecia o amigo suficiente para saber que a adrenalina da fuga o deixou revigorado. Ele gostava de emoção.

— Qual é, isso foi fácil demais! — tirou sarro enquanto a respiração se normalizava.

Sasuke iria dizer algo, porém sua fala foi cortada ao ver a cara do agente aparecer no vão da janela, mandando-lhes inúmeros palavrões, exigindo a captura, atraindo a atenção para eles.

Ambos se deram conta de quantas pessoas os encaravam, e no outro extremo, mais segurança como os brutamontes do trem começava a correr em direção à eles. Não demorou nem dois segundos, e a toda velocidade, ambos partiram dali, esbarrando em vários passageiros que ainda estavam andando pela estação.

Às colunas da estação cinzentas de metal resistente eram artisticamente bonita de se ver. Igual catedrais, possuía um enorme relógio oval com ponteiros de prata. A beira dos trilhos, comércios de pratarias, cafeteria, loja de doces e sorvetes, com vitrines de roupas com vários clientes a espera. O som de apito rompeu o ar, Naruto e Sasuke apertaram os passos, já sentindo a exaustão da viagem e da pequena aventura castigar às pernas.

Ao longe deles, os guardas corriam o mais rápido que podiam, deixando pedidos de desculpas no ar ao esbarrar em pessoas, ou mandar longe às malas. Quanto mais corriam, mais companheiros se juntavam à eles.

No mesmo segundo, ambos olharam para trás, fitando aqueles que os seguiam, o que não foi o melhor dos feitos, pois não enxergaram uma passageira, igualmente distraída, à frente deles.

Naruto foi o primeiro a vê-la:

— Cuidado! — seu tom saiu alto e ecoou por todo recinto.

Nem isso foi capaz de evitar a colisão dela com Sasuke. Naruto, no último instante, pulou em outra direção, atrapalhara-se e rolou como uma bola de Gude, encerando o chão empoeirado. O grito de Naruto o fez brecar, mas não rápido o suficiente. Ela tinha os olhos arregalados quando aconteceu o baque, às mãos dele foram imediatamente para à cintura dela e seus corpos foram de encontro ao chão, rolaram por instantes, até a velocidade cessar e ele acabar por cima dela, os rostos próximos.

Quando ele encarou de perto àqueles olhos, às franjas desgrenhada na testa, os lábios semiabertos, a pela alva a centímetros da dele o primeiro pensamento que lhe veio na mente foi: "Preciso fugir..." E fora isso que ele fez, sem olhar para trás, Sasuke ao lado de Naruto, partiram do local, sob o olhar atento dela.

Hiashi se aproximou, preocupado. Segurou o rosto de Hinata, que não o olhava.

— Você está bem?

Ela assentiu, ainda olhando às costas deles desaparecerem da sua vista.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu ri muito escrevendo esse capítulo... Sim, eu sou bem boba! Acho que por a fic ter essa pegada mais leve eu me sinto mais livre pra fazer isso... Perdoe-me por qualquer erro, e deixem comentários! ❤ Beijos, meus amores :v



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amores de Verão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.