21/12/2015

Holland, como vai você?

Isso é uma besteira perguntar já que a vi na escola hoje de manhã e você não aparentava nenhuma doença ou algo pior. Ou apenas sabia esconder bem. Hoje é uma terça feira, dia da aula de educação física e é o dia em que você resolve se divertir jogando algo. Pelo que percebi seu esporte favorito é vôlei, já que fica mais animada quando o professor anuncia que é esse o esporte que vamos jogar na aula.

Espera, isso é para falar sobre mim, certo? Você vem na minha cabeça e me faz falar coisas relacionadas a você, eu tenho que parar com isso porque meus amigos estão ficando de saco cheio. Deixa eu te explicar como sou: eu tenho cabelo normal, um pouco pequeno e castanho. Tenho olhos castanhos e uso óculos – apesar de não precisar tanto, apenas para algumas leituras. Normalmente uso gorro na escola e uso roupas normais. E também tenho pintinhas espalhadas pelo corpo.

Crystal e Shelley dizem que eu sou fofo e gostoso até, mas acho que elas falam isso para aumentar minha autoestima sendo ótimas amigas. Cody e Tyler dizem que eu sou igual a eles, o que é mentira considerando que são uns dos caras mais desejados do colégio. Eles disseram que se talvez eu usasse umas roupas mais legais e iguais às meninas falaram, fofas, eu seria notado pelas mulheres. Eu te disse que usava roupas normais? Eu uso uma roupa mais nerd do que social mesmo, então eu menti, desculpe.

Bom, vai ocorrer a festa de natal no Hills e espero te ver lá, apenas ver mesmo e eu já fico contente com isso. Eu deveria explicar melhor minha paixão por você, certo? Ok.

Digamos que começou no primeiro ano, foi paixão a primeira vista. Digo paixão mesmo, porque te achei tão linda e maravilhosa que me apaixonei por você. Saiba a diferença entre amor e paixão, e o que eu sinto acredito que é paixão. Depois percebi o quanto era legal porque fez amizade fácil e depois percebi também que você não era para mim naquele momento, logo quando vi que Max se aproximou de você e vocês começaram a sair. Também vi que era meio maldosa, eu percebi os corações quebrados de alguns garotos que ficavam com você (já que seu namorado antigamente era um ficante sério) e cometiam o terrível erro de se apaixonar. Eu não queria que meu coração fosse quebrado, por isso eu me escondi de você.

Devemos pensar assim: você é a caçadora e eu a caça. Entendeu minha teoria?

Chega de falar de nós e vamos falar; ou escrever; sobre o meu dia. Eu escreverei antes de dormir, assim eu devo conseguir falar de tudo o que aconteceu.

Eu cheguei na escola e assim que passei pelo portão Cody me chamou para ficar sentado no banco enquanto o portão abre, já que a gente (Crystal, Shelley, Cody, Tyler e eu) chegamos antes do portão abrir. O assunto de hoje era sobre o baile de final de ano da escola, o que sempre ocorria na noite de ano novo e que esperávamos virar a noite para sair correndo até nossas casas e ficar o resto com nossa família.

— Viram a regra que fizeram? – Tyler comentou.

— Claro que vimos. É a única regra para passar o ano. – comentei.

— Não vir para a escola apenas de trajes íntimos e nem ficar apenas com eles ou sem eles durante a virada. – repetimos em coro e logo rimos.

— Acho que é culpa do Bob, ano passado ele resolveu vir de super-herói e quando deu meia-noite ele tirou a roupa e ficou apenas de cueca. – Crystal comentou nos fazendo soltar gargalhadas.

— Lembra que ele quase tirou tudo, só não porque a diretora apareceu e o impediu? Estava um verdadeiro streap tease.

— Todos juntos aqui, ás vinte e trinta como sempre? – Cody perguntou.

— Sim. – Tyler e Crystal, o único casal do grupo confirmaram.

— Sim. – eu e Shelley respondemos.

— Sim. – disse Cody, satisfeito.

— É o nosso último ano, não podemos terminar sem essa tradição. – todos pensaram no que eu disse.

Não falávamos muito sobre aquilo porque era triste. Eu queria ser algo ligado a arte, ou cantor e para isso me mudaria de Beacon Hills. Acho até, Holland, que não falar com você até agora tem sido uma ótima escolha. Imagina se decido ficar aqui por você?

Voltando ao assunto anterior, eu iria provavelmente para um lugar frio já que amo frio, acho que Atlanta está bom. Atlanta fica a quatro horas de avião ou três de carro.

Outra coisa que esqueci de mencionar é que tenho uma banda, penso que somos bons já que ninguém reclamou e a popularidade de Tyler e Cody ajudava também. Ter uma banda te faz famoso, menos a mim que não estou aí e pareço apenas a pessoa que canta então as meninas não dão a mínima, e quando os novos alunos entravam ficavam sabendo da banda por Tyler e Cody e tal, então isso ajudava. Crystal também era famosa, era linda e namorava Tyler, além de tocar teclado na nossa banda. Então provavelmente deveríamos morar juntos, todos da banda, só que eu acho que isso não daria certo.

Primeiro: somos adolescentes, queremos vários sonhos, nós amamos a banda, mas se não deu certo durante dois anos deveríamos tentar outras carreiras. Segundo: Shelley não era parte da banda. Ela arrumava shows agora para a gente, mas poderíamos ter uma que cuidasse da gente oficialmente se fossemos famosos mesmo; não que vamos deixar a Shelley por isso, a gente ia insistir para ela cuidar da gente se formos famosos. O que empata mesmo é o primeiro. Se não fizéssemos sucesso até o último dia que estipulamos, acredito que vamos desistir. E isso vai nos separar de perto um do outro.

— Vamos? O portão já abriu. – Crystal foi a primeira a se pronunciar depois de ficarmos todos calados pensando.

 Vou te dar um resumo do resto, já que já escrevi demais e meus dedos estão doendo. Conversamos mais sobre o baile e depois sobre alguns preparativos para a festa no Hills, que Tyler, Crystal e Cody se ofereceram para arrumar e disseram que iríamos tocar também. Não me ofereci para ajudar oficialmente porque já tinha que ajudar o chef de cozinha de lá. Eu sou tipo um aprendiz lá (fiquei curioso para aprender a cozinhar e acabei começando a trabalhar lá), então eu ajudo eles por fora. O resto do dia foi normal, amanhã te conto como é o meu dia normal.

P.S: Você se supera a cada dia com suas roupas.

Com os dedos doendo de tanto escrever,

Dylan O’Brien.