Cartas para Você escrita por Acecena Scream


Capítulo 3
23/12/2015


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e que comentem gente :D



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23/12/2015

Holland,

Acho que menti mais uma vez não é? Eu disse que escreveria para você ontem, mas estou vindo escrever agora. Antes de explicar sobre isso, note que minha letra está diferente. Isso porque quando acordei eu pensei que não aguentaria ficar escrevendo conversas e outras coisas a mão, então pedi para o meu pai um netbook – e que também virasse um tablet, girando a tela. E quando eu disse que era para escrever sobre meu diário ele aceitou de bom grado. Então aqui eu posso escrever mais sem que meus dedos fiquem cansados e doídos. Ótima ideia não? Criei até uma pasta para isso. Aqui diz: “Diário do O’Brien”. Também posso tirar foto e depois salvar com a data. A propósito tentei achar a letra mais parecida com a minha e que desse para entender (sei que parece que fiz curso de caligrafia). E já reescrevi o que tinha falado para cá e vou guardar aquelas.

Indo para o fato foi que: estava muito cansado. Quando saí das aulas de quarta que eram praticamente todas de exatas, minha mente já estava pifando depois de tanta conta, fórmula e não sei mais o quê, tive que ir para o trabalho. Quase errei dois pedidos junto do chef, sorte que ele estava de olho. Depois ainda ajudei um pouco entre uma folga e outra a galera da banda com a decoração para amanhã. Ás dez eu era liberado, e depois disso fiquei ajudando e fazendo as atividades que vieram para casa. Então quando cheguei em casa apenas caí na cama e dormi de tão exausto. Espero que me entenda.

E quase expliquei meu dia normal, tirando a parte do extremo cansaço e de ajudar a decorar o Hills para a noite de natal de família e jovens (focado mais em jovens). Dois assuntos em uma explicação só, que tal? Perdoado né?

Então, deve ser os hormônios dessa idade porque quando vi você hoje me deu uma vontade extrema de ir até você e pedir que me beije. Pedir sim, porque não sei bem por onde começar já que seria meu primeiro beijo. Eu ia ter ele com a Shelley no primeiro ano em um jogo, mas desistimos porque era estranho. Já que aqui você não vê e não ouve, eu vou falar explicitamente: EU QUERO QUE VOCÊ ME BEIJE AGORA.

Minha psicóloga tem mesmo razão, isso é bom.

O assunto do banco de hoje era o que a banda iria tocar. Queríamos tocar e também curtir a noite, então fizemos uma pequena playlist, misturando algo leve e depois um pouco mais pesado. Gostamos do resultado, depois coloco os nomes das músicas (no final).

— Todos de suéteres natalinos. – Crystal falou. – Eu tenho um especial para você, Dylan.

Eu amava a Crystal, de verdade. Eu amava também a Shelley, mas era diferente porque a Crystal era tipo uma irmã mais velha que ás vezes parecia mais nova. E Shelley era algo mais que somos amigos, muito amigos, tipo bffs. Resumindo: sou mais próximo da Crystal. Ela me dava ótimo presentes de natal. Ano passado me deu um fone que eu queria muito para ouvir músicas em paz (eu dei para ela uma corrente legal também). Esse ano ela vai me dar um suéter.

— Na verdade é para todos. – explicou. – Minha mãe e minha vó resolveram tricotar para todos nós, e eu aceitei a generosidade me evitando pagar presente para todo mundo. – rimos juntos.

Eu também gosto do natal porque era a época que minha mãe mais adorava. Depois de jantarmos a ceia, víamos desenhos que passava na TV – comíamos alguns cookies com leite – e íamos dormir. Na verdade eu ia dormir, ela ficava contando histórias para eu dormir. Uma das histórias é a minha favorita porque se passa justamente no natal. O Pequeno Jovem Sonhador.

— Está pensando na sua mãe, né? – ela se aproximou me abraçando. – Que tal contar a sua história favorita de natal para a gente?

Tyler não sente ciúmes da Crystal, pelo menos não comigo. Ele sabe que é uma relação de irmão e irmã e até sorriu para mim com a ideia que Crystal contou.

— Está bem, é quase um resumo e o que me lembro ok? Ela dizia que se chamava O Pequeno Jovem Sonhador e que ela inventou. – todos assentiram. – Havia um jovem, um garoto de dezesseis anos que tinha o sonho de se casar com a princesa do reino dele. O tal garoto foi ao baile organizado pelo rei para seus súditos, era época de natal e por isso ele fazia isso. O baile era feito apenas para os súditos e raramente a família real aparecia. Quando o jovem percebeu isso, ficou triste. Uma mulher com um capuz se aproximou dele e perguntou por que ele chorava, ela respondeu que era porque ele queria ter o primeiro beijo dele com a princesa, já que em sua família eles se casavam com a primeira pessoa que os beijassem, mas nem sempre eles queriam casar, já ele dizia que estava apaixonado pela princesa. A menina comovida segurou o rosto dele e o beijou. Ele não sabia bem o que fazer, mas ela parecia tão entregue e tão legal que ele aceitou o beijo e por um instante esqueceu da princesa e aprofundou o beijo. Era o beijo de natal, dizia que quem fosse beijado nessa época encontrava o amor da sua vida. A menina parou o beijo e correu. Ele não sabia quem era e ela havia desaparecido. Com o passar dos dias ele começou a trabalhar no castelo, via a princesa de longe e parecia que ela não era a mesma pessoa que ele gostava. Foi só quando os dois se deram de frente que o coração dele acelerou e ele conseguiu ouvir o dela. Ela o beijou e ele sentiu a mesma coisa com a menina de capuz. Ela confirmou que era a menina e ele se casou com o primeiro amor.

Crystal e Shelley estavam com algumas lágrimas nos olhos e os meninos piscavam sem parar, e já resolvi deixar a lágrima que veio descer.

— Eu mudei o nome da história para O Beijo de Natal. Achei mais conveniente.

— Que lindo Dylan. Pare de ser tão fofo. – Shelley fez uma careta e Crystal também. – Se já não gostássemos de alguém, nós juraríamos que seríamos apaixonadas por você.

— Opa. – limpei meu olho. – Por quem Shelley está apaixonada?

O clima meio triste foi cortado e ela ficou feito um tomate, rimos e ela desconversou perguntando como estava o ‘tio’ John. A conversa seguiu. A história é linda, não é Holland? Espero que goste dela tanto quanto eu.

Eu te vi com o Max e sua turminha, você não parecia feliz. Parecia entediada, triste. E eu não gostei de ver essa expressão no seu rosto, porque eu adoro fazer as pessoas felizes. Então você me viu a encarando, e eu abaixei o olhar para minha mesa e depois voltei para você. Vi que havia mudado de posição e começado a me encara. Eu dei graças que nossos amigos estavam conversando sobre algo qualquer que não viram nosso olhar, nem mesmo seu namorado. Eu sorri para você e você ficou com a mesma cara, então eu abri ainda mais o meu sorriso esperando que isso a fizesse sorrir e funcionou, porque abaixou a cabeça para a mesa cruzando os dedos com as mãos pra cima e com os cotovelos apoiados na mesa e depois encostou seu rosto em um das mãos e ficou me olhando. Achei que alguém pudesse notar, então fiz um ‘tchau’ com dois dedos e me virei para a minha turma.

Agora eu estava mais feliz, eu tinha feito você sorrir e isso é bom, acho que um dos melhores presentes que você pode receber de alguém é o sorriso dela.

Eu resolvi pensar sobre grupos. Você é do grupo: somos bonitos, ricos e isso nos faz populares. Já eu sou do grupo da banda da escola, todos nos adoravam (pelo menos que nos escutava) e que somos populares por isso e por alguns serem bonitos – a maioria menos eu, que insisto em dizer que não tenho a beleza.

Depois disso pensei em você. Pensei no seu olhar: oi, eu sou perigosa, cuidado que você pode se queimar. E acho que eu sempre quis me queimar com você, não que a gente vá pular para dentro de uma fogueira, mas eu queria ficar com você. Acho que entendeu certo? E você é muito bonita. Na verdade é maravilhosa e linda. Cabelos lindos, olhos verdes e corpo que deixa qualquer um louco. Acho que sua personalidade também deve ser assim, louca e legal, um dia eu descubro. Pode não ser hoje, ou pode ser daqui a uns dez anos. Ou pode ser amanhã.

Playlist:

Pass Me By

 (I Can't) Forget About You

Ain't no way we're going home

Christmas Is Coming

Do Pequeno Jovem Sonhador,

Dylan O’Brien.


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