InFamous: Sombras do Passado escrita por Stravinsky


Capítulo 9
Visitantes inesperados




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A dupla de amigos chegou sem fôlego na praça do Obelisco Espacial e ao avistar o monumento, ambos se jogam no chão, querendo recuperar o ar que faltava. Eugene joga o óculos ao seu lado, vendo que já havia outro desde o encontro com Jessie, e Delsin ri enquanto recupera o ar perdido.

         - Melhor do que usar os poderes, não é, Eugene? - Delsin ria.

         - Você acha?

         - Seja sarcástico uma vez na vida, garoto. - Delsin se levantou e puxou Eugene pelo capuz, enquanto ele pega os óculos do chão. Ele percebe a movimentação no Obelisco, sendo que várias outras pessoas curiosas nas ruas observavam, querendo descobrir o que estava acontecendo e enxerga vários soldados militares. - Ah, maldição...

Os militares estavam por todo o Obelisco, sendo que haviam comboios e até tanques de guerra.

         - Nossa... - Delsin parecia surpreso. - Os militares não brincam em serviço.

         - Hã... Eu... Eu prefiro ficar longe disso. - Eugene começou a se afastar, estando assustado. - Boa sorte, Delsin!

Delsin agarra novamente o capuz de Eugene, impedindo que o garoto usasse seus poderes e saísse voando, o trazendo para seu lado novamente.

         - Você vai ir comigo, Eugene. Eles são praticamente o D.U.P., até piores! Só Deus sabe o que eles querem aqui em Seattle, se não for a minha cabeça pelo o que eu fiz com a Augustine e o D.U.P.

         - E o que eu tenho a ver com isso?

Os militares perceberam a presença de Delsin e Eugene e encaravam ambos, sendo que um dos militares, que estava com uma farda mais elegante e acompanhado de vários outros soldados, começa a se aproximar dos dois.

         - Delsin Rowe, sou o assistente pessoal do senhor Campbell e ele está o esperando para falar com você. Eu peço que me siga.

Mesmo com certas dúvidas, Delsin confirma com a cabeça e espera o assistente dar as costas para dar um forte tapa nas costas de Eugene, para o mandar andar. Os soldados juntos ao assistente esperaram Delsin e Eugene irem em frente para os escoltar até o Obelisco, onde havia vários outros militares, que encaravam os condutores. Campbell. Campbell. Aonde é que Delsin havia escutado esse nome? Ele se lembrou. Da conversa que ele havia escutado atrás da porta do quarto de Tess com Ben. O condutor de metais havia mencionado algum Campbell e provavelmente seria ele, mas pareciam ser dois. Ben havia mencionado “Os Campbell” e dois nomes de Vincent e Vincenzo.

         “E ai o Campbell e os outros teriam achado vocês. Você sabe que eu não ia me conformar caso você e o Nick fossem pegos pelos Campbell. Tanto o Vincent, quanto o Vincenzo, iriam revirar Portland até encontrar vocês dois”.

Seus pensamentos foram interrompidos quando o assistente parou ao lado de um homem velho com um terno bem elegante, muito diferente dos soldados que haviam por ali. O tal homem velho se virou ao perceber os condutor e abriu um sorriso no rosto. Ele até parecia amigável de longe.

         - Ah! Delsin Rowe! Eu estava esperando uma oportunidade para conhecer esse famoso condutor! - ambos os condutor continuavam a encarar o velho. - Eu sou Vincenzo Campbell, Secretário do Exército dos Estados Unidos.

Delsin engoliu em seco. Ele era praticamente o “dono” dos militares e estava na sua frente, em Seattle, junto com suas forças.

         - Ah... Que... Que ótimo! - Delsin falou, ironicamente. - Esse aqui é Eugene Sims, meu braço direito e condutor.

         - Como vai, rapaz? - perguntou Vincenzo, olhando para Eugene.

         - É um prazer, senhor. - Eugene parecia envergonhado.

         - Bom... Senhor Rowe, como pode perceber, eu trouxe praticamente todo o Exército dos Estados Unidos. E não pense que esquecemos o que você fez ao Departamento Unificado de Proteção, mais conhecido como D.U.P. e com a líder dele, Brooke Augustine. - Delsin ficou paralisado ao ouvir Vincenzo falar aquilo. - Mas não se preocupe, meu rapaz. Não viemos tomar satisfações!

Mesmo com Vincenzo rindo daquilo que havia acabado de falar, Delsin não parecia ter ficado mais tranquilo. Ele era um dos mais poderosos condutores agora, mas nem mesmo isso poderia impedir de ser morto por tanques de guerra.

         - Por longos sete anos, estamos patrulhando diversas cidades dos Estados Unidos para proteger os cidadãos em busca de algo que pode ajudar em pesquisas. - Vincenzo balançava as mãos enquanto falava. - Seattle foi a única cidade até agora que não foi alvo dessas patrulhas, então, eu lhe estou avisando que a partir de hoje, vamos fazer uma base em Downtown e começar a patrulhar tudo. Prepare-se para ver tanques de guerra e militares por todas as ruas de Seattle!

         - Tanques? - perguntou Eugene, com medo.

         - Legal! Tanques... - disse Delsin, sarcasticamente. Ele pensa sobre o porque de tudo isso e resolve enrolar o secretário. - Hã... A propósito, o que vocês procuram, exatamente em Seattle? Se... Se eu sou permitido a saber.

         - Mas é claro, meu jovem! Você tem todo o direito de saber, além do mais... Você é o protetor de Seattle. - Vincenzo riu e olhou para Delsin, que deu uma risada forçada junto com o secretário. - Senhor Rowe, existem pessoas normais e existem pessoas que possuem algo a mais, como você e os condutores. Essas pessoas que possuem algo a mais estão sendo procuradas e elas tem algo que pode ajudar a todos, inclusive os condutores.

         - Ajudar como? - perguntou Delsin.

         - Isso, meu rapaz, você vai saber com o tempo. - Vincenzo parou de mexer as mãos e as colocou nas costas. - Mas, é preciso que você saiba que eu me preocupo demais com os Estados Unidos e sou capaz de fazer de tudo para conseguir o que eu quero.

         - Está me ameaçando, Vincenzo? - perguntou Delsin, assustando Eugene.

         - Não duvide de mim, senhor Rowe. - o secretário passou a mão na rala barba branca que havia em seu rosto. - Eu apenas não o prendi pelo o que fez com o D.U.P. por pedidos de meu irmão, que Deus ponha juízo na cabeça daquele homem! - então haviam dois Campbell. Delsin se sentiu vitorioso, só restava saber quem era. - Mas eu realmente simpatizei com você, então lhe peço que abra seus olhos, pois do nada, as pessoas que você conhecia, podem se tornar algo que você não queria.

Delsin absorveu toda a história, se despediu de Vincenzo com um aceno de cabeça, deu alguns passos para trás e saiu correndo, com Eugene o seguindo. O secretário riu e estalou os dedos, chamando seu assistente pessoal ao seu lado.

         - Mande uma equipe seguir ele. - Vincenzo pensou em seu irmão e no que eles realmente estavam fazendo lá. - Quero ter certeza de que ele não tem nenhuma ligação com quem estamos procurando em Seattle.

         - Sim senhor. - disse seu assistente, já se afastando.

Enquanto o assistente ia ao encontro de vários outros soldados, Vincenzo coloca os braços as costas e observa o Obelisco Espacial. Eles já haviam perdido tempo demais. Sete anos de busca. E Vincenzo pretendia colocar Delsin ao seu lado, ao invés de o eliminar, como seu irmão tanto queria.

Após seu encontro com as forças armadas, Delsin e Eugene subiram em um prédio perto do Obelisco, indo em direção da casa de Fetch, para tentar a avisar do que poderia acontecer.

         - Delsin, o que, diabos, ele quis dizer com as pessoas que a gente conhecia podem se tornar algo que nós não queríamos? - Eugene se sentia confuso com o que havia acabado de acontecer.

         - E eu vou saber?! - o condutor perde o fôlego ao subir muito rápido o telhado de uma casa e se encosta em uma parede. - Porque eu sinto que isso tem a ver com a Tess?

         - Porque ela é militar?

         - Talvez.

         - Olha lá.

Eugene aponta para o outro lado da rua, aonde o carro azul de Nicholas havia recém sido estacionado no estacionamento do prédio aonde morava. Delsin observa o doutor pegar várias coisas no banco de trás e percebe que Tess sai do apartamento, avistando o pai. Ela corre até ele, o abraça, parecendo animada. Talvez os eventos do dia tivessem a alegrado. Após falar várias coisas com o pai, ela pega a maleta de seus braços e ambos entram para o apartamento, deixando Delsin mais tranquilizado. Ele pelo menos sabia que Tess estava com seu pai e que estava protegida. Mesmo sabendo disso, o condutor queria voltar para aquele apartamento e ficar bem próximo dela, tanto para a proteger, tanto para mostrar que a amava.

         - Muito bem, doutor. - Delsin falava consigo mesmo. - Cuide bem dela.

         - Delsin?

         - Estou falando comigo mesmo. Não posso?

         - Mas eu não disse isso! - Eugene havia se assustado com a pergunta do amigo.

         - Temos que ir, Fetch precisa saber disso.

         - Podemos, por favor, usar nossos poderes?

         - Você é fraco, Eugene. Mas sim, vamos usar nossos poderes.

Enquanto Eugene se transforma em um anjo e sai voando, Delsin absorve a fumaça de uma chaminé, a usando para pular nos dutos e conseguir avançar mais rápido. O que eles não perceberam foi uma tropa de militares no final da rua, que estavam o seguindo e perceberam a parada dos condutores naquele lugar. Um deles, que parecia ser o líder, começa a apontar em vários cantos da rua, querendo que seus soldados se espalhassem e conseguissem proteger o lugar. Agora era apenas esperar.

         - Delsin! Devolva meu casaco! - Fetch gritava e socava a porta do apartamento de Delsin, enquanto Eugene ria da situação. - Você não vai sair desse apartamento enquanto não devolver meu casaco!

         - Você sabe que eu posso simplesmente sair pela janela, não é? - gritou Delsin, dentro do apartamento.

         - Mas você não vai fazer isso! - Fetch socou a porta mais uma vez e bufou, querendo ter o poder de Ben para abrir as fechaduras. - Vamos lá, Delsin! Eu tenho que me encontrar com o Ben daqui a pouco! Preciso do casaco! - vendo que a situação não dava nenhum resultado, ela pensa um pouco e lembra de algo. - Eugene, você fica aqui, enquanto eu vou ficar olhando a janela e vamos impedir o Delsin de sair. Assim eu quero ver a desculpa que ele vai dar para a querida Tess dele quando ele não chegar no horário.

Fetch percebeu que a risada de Delsin havia parado e o apartamento ficou silencioso. A porta abriu, vendo o condutor com o casaco de Fetch em mãos.

         - Você joga baixo, Fetch. - Delsin arremessou o casaco para a colega.

         - Quantas vezes você já trapaceou? - Fetch pegou o casaco no ar e o vestiu. - Ok, agora você pode ir ver sua querida Tess.

         - Não me incomode, Fetch. - disse Delsin, enquanto fechava a porta e ia para o fim do prédio. - Vejo vocês mais tarde.

O condutor pula no duto que havia no limite do prédio e com a fumaça, vai indo em direção a casa de Tess. Fetch, arrumando o casaco, percebe a rapidez que Delsin ia voando para a casa da militar.

         - Ele gosta dela, não é, Eugene?

         - Ele beijou ela no rosto ontem de irmos ver os militares. - Eugene arruma os óculo e perde de vista o condutor de fumaça.

         - Beijou? - Fetch percebeu que não havia mais nada a fazer e cruzou os braços. - Eu ainda não me sinto chegada a ela, parece que tem algo errado.

         - Ela é legal, Fetch. Talvez com o tempo você goste dela.

         - Talvez sim, talvez não. Ela é militar, Eugene! Militar! Tem centenas deles agora por toda Seattle!

         - Nem todos os militares são ruins! - Eugene balançava os braços, tentando convencer a amiga.

         - Como eu disse, talvez sim, talvez não. Valeu por me ajudar com o D, preciso encontrar o Ben.

         - Você acha que pode me ajudar com a Zoey?

         - A garota do grafite? - Fetch riu, o puxou para seus braços e bagunçou seus cabelos. - Nosso Eugene está apaixonado! Cresceu tão rápido! Não se preocupe, Eugene, eu vou tentar te ajudar!

Com ambos rindo, Eugene consegue sair dos braços de Fetch e arruma o cabelo, colocando o capuz em seguida.

         - Eu pedi ajuda, não pedi para ter o cabelo bagunçado. - ambos começam a parar de rir e Eugene olha o horário no celular. - Olha, a hora! Você vai se encontrar com o Ben e eu vou ir na casa do pessoal falar com a Zoey.

Fetch, de braços cruzados, ri novamente e abraça o amigo. Eugene era como seu irmão mais novo, dela e de Delsin, sendo que eles sabiam que o garoto não era mais tão inocente quando eles haviam o encontrado. O condutor de vídeo havia melhorado sua sociabilidade e estava conhecendo muitas pessoas novas.

         - Boa sorte com a garota grafite, Eugene. - disse Fetch.

O garoto faz um sinal com a mão, mostrando que havia entendido, pula o prédio e se transforma em anjo, voando para longe. Fetch tinha saudades de três meses atrás, onde era apenas ela, Delsin e Eugene, os três protetores de Seattle. Agora... Agora aquela militar havia chegado e estragado tudo, o pior... Ela era praticamente irmã de Ben, até mais do que a verdadeira irmã dele, Bonnie. E a condutora de neon estava disposta a fazer Delsin esquecer aquela militar. E em sua cabeça, aquilo não era ciúmes...


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