Primaveras escrita por Melli


Capítulo 45
Capítulo 45




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Os adultos haviam acordado cedo e o motivo para que isso acontecesse era único: A nossa partida. Depois do almoço nós iríamos voltar para casa e por isso, mamãe e papai começavam a arrumar as malas. Enquanto isso, a galerinha estava toda esparramada nos colchões que estavam no chão, e todos nós dormíamos feito anjinhos. Seria muito triste ter que ir embora da praia, porque com certeza iria demorar para que voltássemos novamente e consequentemente, isso significava que eu não veria meus primos por um bom tempo. Meus tios decidiram dar a nós um café da amanhã especial, assim como aquele que ganhamos quando chegamos aqui, por isso, enquanto meus pais estavam ocupados com a bagagem, os dois estavam posicionando na mesa do jardim as gostosuras. Lá na sacada, alguém havia acabado de acordar, enquanto os outros ainda estavam dormindo, e isso me incluía. Sage era quem acabara de acordar e quem estava deitada ao seu lado? Se estão pensando que era eu, estão enganados! Era Sagi. Eu estava na ponta do colchão, do outro lado e ele fez questão de ir até lá. Sentou-se no chão e ficou me observando dormir.

“ Tantas vezes você já dormiu em casa... Porque nunca coloquei atenção em seu rosto enquanto dorme? Talvez a resposta seja símples. Você não é mais uma menininha, cresceu e está mais bonita...”

Enquanto eu estava dormindo, ele se aproximou de meu rosto e de forma delicada, o acarinhou.

— Sage... – Sagi sussurrou para o irmão. – Estou vendo o que está fazendo!

— Não é nada de mais, ué...

— Precisamos conversar! – Rapidamente Sagi se levantou da cama e levou o irmão para o jardim.

— Sobre o que você quer conversar? Eu não tenho nada a dizer...

— Acho que algumas coisas não estão claras para mim... Você estava fazendo carinho no rosto da Melli ou eu estava vendo coisas?

— Não! Eu estava passando pasta de dente no rosto dela! Sim Sagi... Eu estava... – Ele estava um pouco desconfortável em falar sobre este assunto. – Agora posso ir ao banheiro?

— Não, espere aí... Você as vezes fica esquisito... Tá gostando dela?

— Aff... Porque você vem me perguntar uma coisa dessas agora?

— Porque você foi pego em flagrante... Conta, eu não falo nada pra ela.

— Pára de me encher, Sagi!

— Está com vergonha? Olha só... Você nunca foi tímido! Hahahahaha! Ai que gracinha!

— Está bem, eu vou dizer... Eu estou gostando dela sim, agora sai daqui!

— Own... Que amoooooooor! Hahahahahahaha! – Sagi esfregava o cabelo do irmão. – Meu irmão está apaixonado, que lindo!

— Pára com isso!

— Daqui a pouco tem casamento, e chegarão os filhinhos!

— Chega, Sagi...

— Não precisa ficar vermelhinho... É nossa amiga e boa pessoa...

— Não fala mais disso não, tá? E nada de falar para o Saga!

— O que não é para falar pra mim? – E logo apareceu no jardim o resmungão.

— É que o hmmmmhmhn. – Na mesma hora, Sage tampou a boca da irmã. – Sagi! Assim vai estragar a surpresa!

— Oi genteeee! – Também apareci por ali. – O que vocês estão fazendo?

— Conversando sobre o que vamos fazer hoje na praia! – Sage falou rapidamente, para que sua irmã não dissesse nada.

— Ah... Vocês irão surfar hoje? – Perguntei.

— Sim! Quer ir junto? – Sagi perguntou.

— Acho que não... Eu tenho medo, então vou ficar só no raso mesmo.

Após o café, todos fomos para a praia. Eu teria de tirar muitas fotos, porque sempre o último dia é aquele em que tiramos mais. Adrian e Tiffany seguiam de mãos dadas e eu começava a sentir pena dos dois, pois iriam se separar. Os trigêmeos correram direto para o mar com as pranchas que haviam comprado, meus tios e pais ficaram em baixo dos guardassóis, enquanto eu e minha prima fomos conversar em baixo da sombra das palmeiras.

— E então prima... Eu percebi que na noite de ontem você estava junto com ele em frente ao mar. Rolou alguma coisa?

— Não... Nadinha, mas ele me perguntou se eu gosto dele.

— E o que disse? Você não deixou o menino sem resposta, não é?

— Na verdade eu deixei... Sagi apareceu por ali e eu não tive tempo de responder, e ainda bem, porque eu estava quase me escondendo, de tanta vergonha!

— Vai chegar uma hora, que não vai dar mais pra esconder, e você vai ter que dizer! Não é tão ruim assim... Ele é seu amigo, não vai deixar você por causa disso. E se ele gostar... É muito bonito que dois amigos se transformem em namorados, e eu acho que nunca você deixará de ser amiga dele.

— Eu acho que devo ser uma espécie de irmãzinha mais nova para ele... Nos conhecemos muito novinhos ainda, sempre estudamos juntos. Eu vou mudar de escola, e eles irão comigo também. Acho que você tem razão quando diz que ele não vai deixar de ser meu amigo, porque quando eles foram morar no japão, mesmo assim não se esqueceram de mim. Isso me da certa confiança, sabia?

— Que bom! Eu espero que a sua confiança aumente! E acredite sempre que você pode sim conquistar um menino! Você é bonita, simpática... E ainda é amiga do boy! Tem tudo pra dar certo!

— Uma coisa é estranha... Ele me tratava muito mal quando eu era criança. Nós brigávamos muito, ele me fazia comer areia... Mas de uma hora pra outra, mudou!

— Hahahaha! Ele cresceu e você também! Acho que ele percebeu que arrumar encrenca não é a melhor coisa.

— Hmm... Acho que não foi isso não, porque ele se mete em cada encrenca... E para me defender! Tanto ele, quanto a Sagi.

~ alguns minutos depois...~

— Semana que vem vamos fazer a matrícula? – Em baixo dos guardassóis, eu perguntava para a minha mãe, me referindo a nova escola.

— Sim! Daí você vai comigo para conhece-la!

— Obaaa! Eu espero seja mais legal que a Red Roses!

— Ei Melliiiii! – E lá vinha Sagi. – Vamos com a gente dar um mergulho! Só falta você!

— Vai lá, filha... Vá brincar com seus amigos! Aproveite!

— Tá, vamos lá!

Nós duas saímos correndo em direção ao mar, onde o restante do pessoal estava.

— Chegou... – Saga dizia, com a sua cara que nem preciso explicar como é.

— Cheguei! Eu estava conversando com a minha mãe... Mas... Onde é que vocês estão indo? Pra lá? – Apontei para o local onde parecia ser bem mais fundo.

— Sim... – Sagi respondeu. – Vai com a gente?

— N-não...  Vou ficar aqui mesmo observando vocês.

— Vamos, Melli... Eu te levo. – Sage segurou em minha mão, e logo meus olhos saltaram.

— Não é fundo, prima! E se a onda vier, você da um pulinho pra cima! – Disse Emily.

— Se é que ela vai alcançar o pé no fundo. Hahahaha!

— Não seja besta, Adrian! Mas se você sentir medo, pode ficar no raso.

— Ai, olha a onda! – Me escondi atrás do Sage, segurando nos braços dele.

— Hahahaha! É pequena aqui, não se preocupe!

— Deixa ela aí, Sage...

— Tá doido, Saga? Vamos, estamos...

— Não, por favor... – Apertei a mão dele, morrendo de medo.

— Calma... Não vai acontecer nada!

— Estou com medo, por favor... Fique aqui comigo... – Onde estávamos, a água relava na cintura.

— Tudo bem, mas... Não precisa apertar tão forte a minha mão. Hahaha!

— Desculpa...  Estou com medo de me afogar. Eu gosto do mar, mas é muito perigoso!

— Ah, que nada... Relaxa! Aqui onde estamos, não vai te acontecer nada! Eu estou aqui com você, não vou... – Naquele mesmo instante, uma onda violentamente me acertou. – Opa! – Rapidamente ele me segurou pela cintura, não deixando que eu fosse levada.

~ naquele mesmo instante... Um pouco distante dali...~

— Mas onde o Sage se enfiou? – Sagi perguntava, ao mesmo instante em que procurava o irmão.

— Está com a minha prima... Não se preocupe!

— Hmmm... Eu fiquei sabendo de uma coisa hoje...

— Dos dois? Aaah, me conta?

— Ah, eu não posso... Eu só posso dizer que... O meu irmão está apaixonado!

— Aquele que está com a Melli?

— Sim!

— Oh! Coitadinha... Ela não pode ficar sabendo disso! OLHA A ONDAAA! – Emily agitava os braços para cima, enquanto deu um pulo.

— AI CARACA! Se vier mais uma dessa, me leva pra longe!

— Hahaha! Tem que tomar cuidado!

~ voltando para o raso...~

— ... – Enquanto Sage ainda me olhava, eu procurava desviar o olhar.

— Hahahaha! Qual é? Tem medo de mim?

— Não... É que me da vergonha as vezes...

— Porque vergonha? Sou tão feio assim?

— Não, não é nada disso... Eu sou muito vergonhosa.

— Hahaha! Já percebi isso faz teeempo... Mas sabe, é legal te ver sem graça.

— Você é malvado...

— É engraçado! Hahahaha! E... É fofo.

— Ai... – E lá estava eu vermelhinha novamente.

— Tá, vou parar... Vamos nos sentar lá no raso.

— Tudo bem!

As ondas estavam um pouco forte ali, ainda bem que ele quis sair de onde estávamos. Que amor estava esse rapaz... Será que estava interessado em algo? Mas que bobagem. Deixe de pensar porcarias, Melli!

— Quando eu era menor, era aqui que eu me sentava com a minha mãe...

— Quantos anos você tinha quando veio aqui pela primeira vez?

— Ah, eu era bem pequena. Deveria ter uns cinco ou seis anos... Você já foi a praia quando criança?

— Já, já fui e me lembro quando a mamãe me enchia de protetor solar. Eu não gostava...

— Hahahaha! Tadinho... Mas é bem assim mesmo. Quando somos crianças, queremos brincar, e quando os adultos ficavam nos segurando pra passar protetor, tudo o que queríamos era correr pro mar. Eu também era assim...

— Quando nós vinhamos até a praia, eu e Sagi trazíamos muitos brinquedos. Espalhávamos tudo na areia...

— Aiai... Saudades da infância...

— Pois é... Isso me faz pensar que já faz um bom tempo que nos conhecemos.

— Nossa, é mesmo... Faz bastante tempo!

— Depois que eu voltei do Japão, parece que você mudou bastante.

— Pra melhor ou pra pior?

— Claro que pra melhor, né Melli! Cresceu, seu rosto mudou um pouco... E ficou bem mais bonita.

— Ai, obrigada! Hahahaha! Assim você me deixa sem graça, mas tem razão. Tirei aquele aparelho feioso dos dentes e chega de mechas coloridas!

Não demorou muito para irmos para a casa dos meus tios, afinal, ainda tínhamos de almoçar, acabar de arrumar as bagagens e iríamos nos despedir do pessoal. E assim fizemos! Nossa viagem foi muito boa e chegamos bem até o nosso destino final. Tiffany estava um pouco tristonha, mas feliz por seu namoro. Pensava de que maneira iria contar isso para a avó, ou se iria esconder, já que isso era possível, pois Adrian não havia lhe comprado uma aliança, então a avó não iria desconfiar de nada. Pra falar a verdade, eu não sei se esse namoro é mesmo sério. Não por Adrian não ter comprado uma aliança para a Tiffany, mas porque não seria possível os dois namorarem com essa distância toda. Acho que não seria saudável para os dois, mas eu não quis opinar a respeito disso com minha amiga. Talvez estivessem somente ficado e quiseram brincar com o resto do pessoal, sei lá. Esta hipótese não está totalmente descartada de minha mente. Enfim, dias após a nossa viagem, tudo o que eu pensava era o primeiro dia na tão sonhada escola nova, a Sweet Amoris!

— Já retirou os cadernos velhos de seu guarda-roupas, filha? – Mamãe me perguntava, aparecendo na porta do quarto.

— Ah, estou tirando, mãe... Eu gostaria de ficar com eles. É mesmo preciso que jogue tudo fora?

— Mas é claro que é preciso! Se você não der espaço, não irá ter onde guardar suas novas apostilas.

— E as apostilas da Red Roses? O que faremos?

— Sempre no começo do ano alguns alunos se interessam em comprar as apostilas, se lembra?

— Hmm... É mesmo! Sai mais barato comprar usadas do que novas.

— É mesmo! Quanto dinheiro não gastei com essas apostilas...

— Espero que na escola nova também tenha venda de livros usados, porque assim poderemos economizar bastante!

— Só de não mais pagar mensalidade já é um alívio, minha filha! Aliás, devemos algo para a vovó, porque ela nos ajudou a pagar as mensalidades quando estávamos apertados.

— Puxa vida... É mesmo! Ela não ficou chateada em saber que vou mudar de escola? Você contou pra ela?

— Eu contei sim, mas ela não ficou chateada. Ela disse que eu sei o que é melhor pra você, e que está feliz com a escolha. Começou a dizer que você está crescendo, virando moça...

— Tadinha...  Deve sentir saudades de quando eu era pequena. Bem, eu vou acabar a minha arrumação.

— Não se esqueça que seus uniformes velhos irão para a doação também!

— Até o maiô das aulas de natação?

— O maiô não, né Melli... Só os uniformes mesmo. O formal, o de educação física...

— Por favor, mãe... Me deixe ficar com um... Unzinho só! – Fiz cara de cachorrinho pidão.

— Tudo bem, eu deixo! Mas outros serão vendidos. Vou lavar e passa-los, para que possam ficar prontos para o dia da doação. Não conhece nenhuma amiguinha que se interessa em comprar suas coisas?

— Não, até hoje não conheci nenhuma menina menor que eu... Somente as meninhas do primário. E... – Meu celular que estava em cima da cama começou a tocar. – Alô? – Era Sagi, me convidando para ir até sua casa. – Ah, claro! Estou arrumando meu armário, mas assim que eu acabar, eu vou tá?..... Ah sim! Estou acabando!.... Ok, um beijo! Tchau! – Desliguei meu celular.

— Deixe eu imaginar... Sage te ligou. – Disse mamãe.

— Não, foi a Sagi. Quer que eu vá até a casa deles para passar um tempo. Assim eu aproveito e vejo o Aoizinho! Deve estar uma coisinha tão gostosa...

— É mesmo, filha, eu me esqueci! Eu comprei um presente pro menininho lá na praia! Leve para mim, por favor! Vou lá no quarto buscar. – Mamãe se retirou e foi até o seu quarto.

Enquanto isso, eu continuava retirando cadernos velhos do guarda-roupas, quando derepente algo caiu de um dos cadernos. Era uma fotografia que fora tirada na escola e eu não sabia por qual motivo eu a deixava em meu caderno. Na fotografia, eu estava junto de Sage sentada em um galho da árvore que costumávamos nos sentar na hora do intervalo. Estávamos tão diferentes na foto... Meus cabelos relavam nos ombros e eu estava com cara de novinha. Sage estava parecendo um menininho e o rabo de seu cabelo ainda nem tinha tanto cabelo assim. Logo virei a fotografia, e atrás comprovei que a foto era mesmo antiga: 21 de Setembro de 2006. Mas que fofura! Estávamos com doze aninhos! Olhei aquela foto por alguns instantes... Com doze anos, eu já sentia algo pelo meu amigo, porém eu era uma criança e o que de amor eu entendia? Na verdade, até hoje me custa saber o que realmente é o amor, e compreender alguns dos meus sentimentos para mim é difícil. Mas não tenho dúvidas quanto o que sinto por você. Estava maior, mais forte, os cabelos maiores e com toda certeza algo em seu olhar me atraía, sem contar com o sorriso. O laço de amizade estabelecido entre nós dois era tão forte, que ouso dizer que crescemos como irmãos e meu peito se enche de alegria sempre quando penso em você e quando sua imagem vem até a minha mente, suspiro pensando em quando será a próxima vez que iremos nos ver, mas algo me deixava triste... Eu gostaria de me aproximar de você, de ficar em seus braços e me sentir segura, pois eu admiro a sua coragem e...

— Não é possível... Está no mundo da lua! – Pois é, mãezinha... Eu estava mesmo!

— Desculpa, mãe... O que dizia? – Sentada no chão, escondi em baixo de minha perna a fotografia.

— Eu já achei o brinquedinho! Já terminou de arrumar?

— Ah... Eu... Preciso dar uma olhada nos cadernos! – Eu estava com medo de jogar fora alguma fotografia ou outra coisa.

— Ah, Melli... Joga tudo fora, minha filha! Vamos comprar materiais novos, você não vai mais precisar desses!

— É que eu encontrei uma fotografia dentro de um dos cadernos! Pode ser que nos outros também tenham! – Eu agitava os cadernos, esperando que algo de importante caísse deles.

— Olha só a papelada... – Mamãe olhava espantada para a quantidade de papéis que caíam dos cadernos.

— Ok, parece que não há mais cadernos. Eu dou uma olhada nisso depois! – Juntei todos os papéis e coloquei dentro do guarda roupas. – Pode jogar os cadernos fora!

— Vai com essa roupa na casa dos seus amigos?

— Eu não vejo problema... – Eu vestia uma camiseta velha e um short curto.

— Pois eu sim! Vamos... Tire logo isso aí e vista algo decente!

— Não vá você também me dizer que tenho que vestir roupa bonita por causa do Sage...

— Ah, também...

— Aiai... Todo mundo diz isso!

— Tome, vista essa roupa! – Mamãe me passou uma bermuda e uma blusa estampada com cachorrinhos.

— Obrigada! Vou me vestir rapidinho e vou pra lá!

~ Alguns minutos depois...~

— Eu vou chama-los, tá? – Dizia tia Sara, se referindo aos trigêmeos.

— Tia... Eu posso conversar com você sobre uma coisa?

— Ah, mas é claro! Só irei colocar o Aoi pra brincar e daí já podemos começar! – Tia Sara logo colocou o pequenino no chiqueirinho que estava ali na sala. – Pronto! Sobre o que quer conversar, querida?

— Por favor... Não ria de mim, tia... Eu... Estou passando por uma situação... Que as vezes eu não sei o que acontece. – Um pouco desconfortável, desviei o olhar.

— Você ficou mocinha?

— Não, eu sou mocinha desde os onze... Não tenho muita preocupação quanto a isso, mas sabe... Faz tempo que eu conheço a Sagi e o Sage... Somos amigos desde criança, e a tia sabe como somos inseparáveis.

— Sim, é mesmo algo muito importante a amizade de vocês! Minha casa não seria a mesma sem a alegria de vocês! Hahaha!

— E os anos foram passando e... Por favor tia! Não conte pra minha mãe que conversamos sobre isso!

— Assim você me deixa preocupada, Melli... Está acontecendo alguma coisa?

— A tia Sabe como é se apaixonar, afinal, gosta muito do tio Leon... Estou com tanta vergonha em dizer isso... – Escondi meu rosto nas mãos.

— Você está apaixonada? Não se preocupe! Somos amigas e você pode contar pra mim o que está acontecendo, eu posso te ajudar!

— Ah tia, me alivia saber disso. Eu estou apaixonada sim... E é pelo Sage. Por favor, não diga nada para ele!

— ... – Olhei para o rosto da tia Sara e não poderia estar mais surpreso. – Mas que gracinha, Melli! Vocês se conhecem há tanto tempo... Eu suspeitava mesmo que algo pudesse acontecer entre vocês dois!

— Eu queria conversar com a senhora, porque é a mamãe dele e... Eu gosto muito da tia e sei que pode me ajudar!

— Diga, querida... Abra seu coração, sou toda ouvidos!

— Eu gosto muito dele... E sabe, eu tenho muita vergonha de dizer o que eu sinto, mesmo sabendo que uma hora eu vou ter que contar tudo. Eu queria saber o que a tia me aconselharia...

— Ah, Melli... Pode dizer! Ele não vai te tratar mal, porque gosta muito de você. Ele mesmo me disse que você está entre as melhores amigas dele. Sage é esquentadinho as vezes, mas pode ter certeza que ele nunca te trataria mal.

— Ele não acabaria com a nossa amizade mesmo não gostando de mim como namorada?

— Não, ele não faria isso. Aparentemente ele é durão, mas tem um coração muito bom! Ele não se esquece dos amigos jamais. Ainda mais tratando de você, que é como uma irmã pra ele.

—Mesmo sabendo disso, eu sinto como se algo ainda me atrapalhasse. Acho que é minha insegurança... A tia já sentiu que era menos bonita que as outras mulheres?

— Olha, eu já passei por isso quando era adolescente, inclusive no começo do meu namoro com o pai dos trigêmeos, mas com o tempo eu fui aprendendo a gostar mais de mim. Maquiagem pode ajudar você a se aceitar melhor se esse for o seu problema. Eu não digo você se encher, mas passe um batom bonito, se olhe no espelho e veja como ficou! Você pode gostar... Mas você não precisa de muito, porque já tem um rosto bonito!

— Bem, eu vou tentar... Talvez eu me ache mais bonita, mas eu não consigo passar muita maquiagem, porque eu não gosto. E obrigada por me elogiar, tia! – Sorri acanhada.

— É bem pouquinho! E vai ver, ele pode notar que está usando batom. Mas deixe-me perguntar... Desde quando começou a gostar dele?

— Quando a tia se casou, eu achava ele bonito. Eu era muito novinha pra essa coisa de amor, e aliás, acho que até hoje sou. Foi nessa época mais ou menos...

— É, naquela época ele estava com doze anos e você também... Eram crianças, e eu concordo quando você diz que era muito pequena, mas agora já está uma moça e é normal pensar nisso. São coisas da adolescência!

— O que eu devo fazer para que ele goste mais de mim?

— Hmm... Ele já gosta bastante de você, mas se quer saber como se aproximar ainda mais dele, eu digo pra você acompanha-lo na hora do intervalo, marcar de sair... Eu diria que você já está na metade do caminho! Ele me diz que ri muito com você, que é muito engraçada! Acho interessante vocês ficarem sozinhos por um tempo.

— As vezes eu penso que ele não pode gostar de mim, porque ele gosta tanto de aventuras, é tão agitado... E eu sou tão pamonhona, tão parada... Ele gosta de meninas delicadas?

— Ele não tem preferências. Não estando metida em problemas, pra ele tudo bem.

— Isso me deixava bem insegura, tia... Por sermos tão diferentes, eu achava que eu nunca poderia ser o tipo de menina que ele gosta.

— Esqueça isso. Deixa rolar... Esquece a vergonha e vai! Ele gosta de você e não tem motivos para ficar com medo. Quando ele te vê, desemburra na hora! Hahahaha!

— Senhora... – Rachel se aproximou de onde estávamos. – Desculpe interromper, mas seus filhos estão perguntando se a amiga já está aqui. Digo para descerem? Ah, Olá Melli!

— Por favor, Rachel!

— Ooii! – Respondi.

— Ok, com licença.- E a empregada se retirava.

— Tem mais alguma pergunta, Melli?

— Acho que por agora é só... Obrigada, tia! – Eu a abracei como forma de agradecimento.

— De nada! Sempre que você quiser conversar, eu estou a sua disposição! Sage e os irmãos já irão descer!

— Oba! E o Aoi, tia? AH! Eu me lembrei que minha mãe mandou um presente que ela comprou lá na praia, eu vou pegar!

— Não precisava se preocupar... Mas tudo bem, vai lá! – Tia se aproximou do chiqueirinho do Aoi – Oi meu amooor! – Logo o retirou.

— AEEEEEEEEEEEEEEEEE!!! – E lá vinham os três.

— Vocês não aprendem mesmo... O que eu disse sobre a gritaria aqui dentro?

— A Rachel disse que a Melli chegou, cadê ela? – Dizia Sagi, toda eufórica.

— Ela não está aqui... Ela...

— Ah... Ô Melli, vem aqui!! – Sage berrou.

— Ela já volta!

— Pronto tia, eu já peguei! – Apareci ali na sala, segurando um embrulho cheio de estrelinhas.

— Ah, que gracinha! – Tia Sara abria o embrulho, onde continha uma coleção de coloridos patinhos de borracha. – Ele vai adorar!

— E aí Melli, beleza? – E logo ele já se aproximava de mim. Sim, é claro que estou falando do Sage.

— Beleza! E vocês? Estavam brincando?

— Estávamos jogando videogame! – Respondiam os outros dois.

— Mas cansamos. Estava começando a ficar chato!

— Hahahaha! Você estava perdendo, Sage... – Sagi ria do irmão.

— Quer segurar o Aoi, Melli? Eu vou lavar os patinhos para que ele possa brincar... – Tia Sara me perguntava, tendo em seus braços o pequenino.

— Eu quero!

— Vai com a Melli, a mamãe já vem! – Tia Sara passou o pequenino para os meus braços e logo foi ao banheiro levando os patinhos.

— Oi nenêêê! – Aoizinho logo deu um sorriso. – Olhem, está rindo pra mim!

— Vai ver a hora que morder o seu nariz... – E mais uma vez, Saga tentava me deixar triste.

— Não tem problema! Hahahaha! Você não vai morder meu nariz não é, Aoi?

—Auaauuaa! – Balbuciava o pequeno.

— Pronto, já lavei os patinhos! – Tia Sara descia as escadas com os brinquedinhos em mãos. – Aoii, olha só quantos patinhos a Melli trouxe pra você brincar!

— Ok, vamos pra piscina... – Sagi dizia aos irmãos.

— E não irão levar a Melli junto? – Tia perguntou.

— Ela está brincando com o Aoi...

— Eu não trouxe biquini... Podemos brincar de outra coisa?

— Podemos brincar na cama elástica lá no quintal! – Saga sugeria.

— Vamos! – E lá iam os três correndo e me deixando para trás.

— Ei, esperem! Tia, toma aqui o Aoi. Depois eu volto pra brincar com ele, tá?

— Tudo bem! Divirta-se e cuidado!

No momento em que cheguei ao quintal, os três já estavam pulando na cama elástica. Ei, nem me esperaram? Acho que seria melhor eu somente olhar por enquanto, pois sentia um pouco de medo, porque achava que poderia me machucar. Me sentei no gramado próximo a cama elástica e observava os trigêmeos brincarem de quem saltava mais alto.  Talvez nem perceberam a minha presença, porque eu sequer dei uma palavra. Eu estava com o olhar retido nos cabelos avermelhados aos ares, e isso acabava aumentando ainda mais vontade ainda em ter um cabelo comprido. Esse desejo não era de hoje, já que na minha infância eu sempre tive os cabelinhos curtos, parecendo um capacete. Haha! Quando bem jovenzinha, eu era quase careca, tendo somente alguns fiozinhos lourinhos no topo da cabeça, e nessa época, se não reparassem que eu usava brinquinho, diriam que eu era um menininho. Fui crescendo e os cabelos começaram a nascer como capim, ou seja, com uma velocidade surpreendente! Foi então que minha avó resolveu corta-lo, e o corte sempre era o mesmo: franja curta, e comprimento até a ponta da orelha, o famoso capacete que tanto falo. Fui crescendo e minha vontade de fazer rabinhos no cabelo só aumentava, então chegou uma época em que eu disse a minha mãe que não queria mais o meu cabelo como o de um menino e aos seis anos meus cabelinhos já estava no comprimento do pescoço. Hoje, aos quinze, meus cabelos estão um pouco pra baixo dos ombros, e meu “projeto rapunzel” ainda continua! Quero cabelos no meio das costas, para poder deixa-los ao vento, para trança-los, penteá-los e acarinha-los. É lindo, é encantador, é mágico!

— Ei Melli! – Sagi me chamava.

— Oi?

— Vem aqui com a gente!

— É que... – Acho que acabei fazendo cara de assustada.

— Xi... Tá com medo! – E lá estava Saga me provocando, mas era a pura verdade.

— Não precisa ter medo, Melli! Vem... – Sage me chamou.

— Acho que tem muita gente aqui pra ela pular... Saiam vocês dois!

— Ei! Porque nós temos que sair? – Sage perguntava.

— Porque eu quero pular com ela! Vai, os dois pra fora! – Sagi empurrou os irmãos.

— Vem Melli... Da a mão, eu te puxo aqui pra cima. – Sagi estendia a mão para que eu segurasse. – Já tirou o sapato, né?

— Sim! Obrigada... – Segurei firme na mão dela, e assim que coloquei o pé lá em cima, me desequilibrei e levei um tombo daqueles.

— Pffff... Hahahahaha! Nem consegue ficar em pé! – Saga ria de minha situação.

— Mas que implicância! Deixe a menina em paz! Deve ser a primeira vez que ela está pulando em uma cama elástica.

— Weeee! Olhe como eu pulo alto! – Sagi falava comigo enquanto saltava.

Eu tentava pular, mas sempre caía.

— Me dê sua mão... – Sagi parava de pular, e logo segurei em suas duas mãos. – Vamos pular juntas! Assim você não vai cair.

— Tá!

— Ah Sagi... Deveria ter deixado ela cair, estava engraçado!

— Cala a boca, Saga! – Sage dava uma cotovelada do irmão.

— Viu? Você consegue pular sim! – Sagi me dizia.

— É mesmo!

Alguns minutos depois, nós acabamos entrando, pois estávamos ficando enjoados de pular. Acabava cansando também, e além do mais, eu acho que os três começavam a ficar com fome. Fomos até a sala nos sentar e todos estavam em silêncio.

— Então gente... Estão preparados para a nova escola? – Perguntei.

— Ah! Sim, nós estamos. – Disse Sagi.

— Mas não estou ansioso... – Saga não esboçava alguma reação.

— Acho que vai ser legal. Sem Karen, sem professores chatos... – Sage respondia. – E você, está animada?

— Estou muito! Não vejo a hora de visitar a escola e fazer a minha matrícula. Quero conhecer os clubes!

— Ah, ainda não falamos para mamãe a respeito dos clubes que queremos entrar. Na verdade eu nem sei em qual devemos entrar. São tantos clubes legais... – Sagi respondia.

— Nossa, que fome... Rachel... Onde será que ela está? RACHEEEL!! – Saga gritava.

— Preciso dizer algo para você... – Falei baixinho perto do Sage.

— Ok... - Ele não parecia estar preocupado.

— Mas em particular...

— Ah, porque não diz aqui? Pode falar... – Ele se levantou do sofá e se colocou no centro da sala.

— M-mas... Seus irmãos... – Me aproximei dele.

— Não ligue para eles. Não tem o que esconder, vamos...

Enquanto isso, os dois nos olhavam curiosos. É agora, não tem mais escapatória! Diga logo de uma vez, sem medo! Nada de mal vai acontecer, nada de mal vai acontecer...

— Você me perguntou lá na praia... – Eu alisava meu braço e olhava para os lados, tentando não olhar diretamente para ele. – Se eu gostava de você...

— Sim, eu perguntei. E o que isso tem a ver?

— Acontece que eu gosto sim de você... – Eu pensava tanto em uma reação negativa da parte dele, que senti até uma lágrima escorrendo em meu rosto.

— Ei, espere... Não chore. – Ele se aproximou de mim.

— Mas você não gosta de mim... Você sempre preferiu outras ... – Ele me interrompeu, segurando em minhas mãos.

— Mas... – Ele estava surpreso. – Calma, não precisa ficar assim. Eu nunca disse que preferia outras garotas, Melli...

— Você não gosta de outras meninas? Não prefere garotas mais interessantes?

Enquanto isso, Saga e Sagi observavam tudo, como se já soubessem o que se passava há tempos.

— Não... Para mim não existem outras meninas interessantes. Eu gosto só de você, e se pensa que é só como amiga, está muito enganada...

— Você gosta de mim como sua namorada?

Olhei pare o rosto dele, e logo me confirmava, agitando positivamente a cabeça. Quando assim fez, ele aproximou seu rosto do meu, puxou para o lado alguns fios de minha franja e senti seus lábios tocar de forma delicada a minha testa. Eu não estava me aguentando, de tanta felicidade! Aparentemente era um beijo simples, mas que me deixou agitada por horas! Não, isso não estava acontecendo. Será que eu estaria sonhando? Ele disse que gosta de mim como sua namorada? Não é possível! Eu acho que é sim possível. Após o suave beijo, me confortei nos braços de meu amado. Eu estava tão envolvida com o momento, que até mesmo o toque de seus cabelos em minha pele me arrepiava. Estávamos tão próximos, que eu arriscaria até mesmo dizer que estava sentindo o coração dele palpitar. Deveria estar tão apaixonado quanto eu estava.

— Aaaaaaaaaaah nós já sabíamos de tudo! – Diziam os dois, que depois de saírem do sofá, saltavam sobre nós dois.

— Nossa gente... Estava tão na cara assim? – Perguntei.

— Pfff! E como você dava na cara hein, Melli! Fugia do Sage, deixava escapulir algumas coisas... Ficava com cara de boba na frente dele... – Olha, Saga reparava mesmo, hein!

— Sem contar o tanto de vezes que ficaram sozinhos!

— E vamos ficar mais, não é Melli? – Sage me perguntava.

— Eu eu... Acho que sim né...

— Agora não precisa mais de vergonha, hein! Aliás, nunca precisa porque não vou te morder.

— Aaaaaaaaaaah que gracinha vocês dois! O casal mais amorzinho da escola! Nééé Sage??? – Sagi apertava a bochecha do irmão, enquanto ele começava a ficar vermelho.

— Tá vermelhinho... Tá assim porque está em frente da sua namorada né? Hahahahahaha! – Saga também caçoava do irmão.

— Parem vocês dois!

— Desculpa estar me intrometendo na baguncinha de vocês, mas eu tenho que dizer algo para a Melli! – Rachel se aproximava da sala.

— Oi? A minha mãe ligou? – Perguntei.

— Ligou sim, e me pediu para avisar que vai vir te buscar, porque você vai sair.

— Ah... Você deveria dizer pra mãe da Melli que ela iria dormir aqui! – Sagi dizia.

— Hm? Dormir aqui? – Pensando no que pudesse acontecer, o meu rosto logo se avermelhou.

— Hahahahaha! Olha a cara dela!

— Não ria, Saga... Espero que você não ligue pra esse tonto, Melli...  Ah, vou ao banheiro, Já volto!

— Ah, eu não ligo. Todo mundo se apaixona um dia... O seu dia vai chegar, Saga! –Falei.

— Vamos deixar o casal sozinho. Bora lá pra cima terminar o nosso jogo! – Sagi levava Saga juntamente com ela para o andar de cima.

— Ei Melli... – Rachel susurrava pra mim, enquanto Sage não estava ali.

— Oi Rachel...

— Você está namorando com o Sage? – Ela se sentou ao meu lado no sofá.

— Hahahaha! Não, eu só... Agora você me deixou confusa... Eu disse que gosto muito dele, e ele disse que gosta de mim.

— Ah, tá certo! Acho que vocês combinam!

— O horóscopo não diz isso, mas se você acha...

— O horóscopo falha as vezes! Hahaha! Deixa eu ir, Sage está vindo. – A empregada olhava para o lado e percebia que o menino se aproximava.

— Pronto, voltei. – Ele sentou-se ao meu lado. – Está assustada? – Acho que eu deveria estar com os olhos arregalados.

— É que... Eu ainda não estou acreditando que você possa mesmo gostar de mim.

— Sempre gostei... Não é de hoje. Você é uma menina bonita, e muito legal! – Sem que eu percebesse, ele colocou o braço em cima do encosto do sofá, deixando-o bem próximo ao meu pescoço.

— Ah, obrigada! Você também é um rapaz... Muito... Bonito.... – Desviei o olhar para o chão.

— Não deveria ficar olhando pro chão, sabia? – Inesperadamente, sua mão acariciou meu queixo.

— Porque?

— Seus olhos são lindos...

— Hahaha! É estranho te ouvir dizendo isso...

— Eu só estou sendo sincero! Hahahaha!

— Obrigada! Aliás... Os seus são de uma cor bem parecida que os meus. – Eu ainda sentia um pouco de insegurança para elogia-lo, por mais que quisesse.

— Exatamente... Ah, sua mãe poderia te deixar aqui hoje.

— Eu também gostaria de ficar, mas não posso. Minha mãe disse que iriamos até a festa de uma amiga do trabalho dela e não posso ficar sozinha em casa, então não tenho outra saída...

O– Puxa... É chato quando isso acontece. Pelo menos quando eu vou nas festas das amigas da mamãe. Mas não vai ter ninguém da sua idade por la?

— Ah, eu não sei... Mas eu gostaria de ficar aqui com você... – Apoiei minha mão em cima da mão dele.

— Não se preocupe! Pode ter certeza que vai ter comida boa! – Senti seus dedos acarinhando minha mão, e enquanto isso acontecia, meu rosto tornou-se rubro.

— Eu espero que sim! Hahaha! – Nossos olhares de cruzaram. - ... – Desviei o olhar.

— Melli, sua mãe está te esperando na sala de jantar! – Rachel apareceu mais uma vez por ali.

— Tchau, Sage... – Beijei-lhe a bochecha.

— Tchau... Nos vemos depois! – No mesmo instante, ele carinhosamente me abraçou.

Eu me retirei, mas não tinha noção do que o meu beijo tinha feito com ele. Sabe a cara que eu faço toda vez que me assusto com algo? Ele fez uma cara parecida. Estava espantado, pois acho que não esperava que eu estivesse gostando dele. Mal fui embora e já sentia saudades dele, e isso foi algo estranho, porque até então eu nunca tinha sentido coisa parecida. Minha vontade era de abraça-lo, beija-lo e não mais soltar, entretanto eu não iria fazer isso na presença de alguém, e aliás eu achava que hoje poderia rolar um beijo... É... Um beijo mesmo, como fazem nas novelas. Aqueles que começam com carícias e vai esquentando, entretanto eu tive um beijo meigo, de admiração. Talvez ele não estivesse demonstrando, mas estava com um pouco de vergonha em me beijar em sua casa e na frente de seus irmãos. Eu pude sentir  a reciprocidade de seus sentimentos apenas olhando em seus olhos, que aliás não se pareciam com um de rapaz furioso que morre de vontade de bater em quem lhe insultou, mas era doce, seguro e tranquilo. Um olhar que eu nunca havia me deixado tão apaixonada quanto eu estava. Eu já estava na festa, e ainda pensava nos momentos que passamos juntos, entretanto, minha mãe não pode saber de nada, pelo menos por enquanto.


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