Amor Improvável escrita por Lady Light Of Darkness
Semanas haviam se passado, Mac estava cada dias mais centrado no trabalho. Ele assinava alguns papéis quando Anna entrou abruptamente a sua sala, pálida e com os olhos vermelhos.
— Desde quando entra sem bater, Senhorita Newton? – ergueu a cabeça e a olhou, onde a viu branca como papel.
Ele já tinha visto aquele olhar, já tinha o visto daquele mesmo jeito. E o que viria de sua boca não seria bom.
— O que ouve? –Saltou da cadeira
— O seu pai senhor, sua... Sua mãe ligou. Ele... Ele teve um enfarte e morreu. –Disse chorosa.
Mac sentiu como se não houvesse chão sobre seus pês. Aquilo foi um baque horrível, como seu pai havia morrido? Esteve com ele há poucas horas isso não é possível, deve ter sido um engano isso não seria verdade.
Com a cabeça apoiada nas mãos, Mac sentiu as lágrimas caindo por seu rosto. Tudo agora seria mais difícil, como seguir agora sem o seu porto seguro, sem o homem que sempre o colocava na linha, o que lhe abraçava quando estava se sentindo um lixo, o que lhe diziam palavras reconfortantes quando achava que iria desmoronar. Como ficar sem ele?
— Eu tomei a liberdade de chamar Ross, ele o espera. Acho que devia ficar com sua mãe, não posso imaginar como ela esteja.
— Vou fazer isso. – limpou as lágrimas e saiu da sala.
Mac passou por ela e seguiu direto para o elevador, não queria falar com ninguém queria apenas chegar logo no colo de sua mãe e abraçá-la forte, sabia bem a dor que ela sentia os dois se amavam tanto que nunca em toda sua vida os viu brigar, apenas discussões bobas que se resolviam em segundos.
“Mamãe sempre tinha a razão e papai sempre errado”.
Stella estava de folga naquele dia, com a perda do dinheiro do pai e toda a dificuldade que passava, ela vendeu o carro e o apartamento e teve que voltar a morar com eles. Após uma briga feia, ela conseguiu vender a fazenda do Texas e alguns imóveis de Manhattan, com isso quitou algumas dívidas e o que sobrou sua mãe e seu pai gastaram com futilidades. Com a decepção que teve com Brandon ela se ligou mais a sua família eram loucos, mas a amavam. Ela disse a si mesmo que ele iria pagar por todas aquelas palavras cruéis que a disse.
— Querida, ainda pensando naquele filho da mãe? – Sua mãe entrou no quarto dela e sentou a beirada da cama, acariciando seus cachos rebeldes.
— O quê? Claro que não. – Mentiu.
Esther a olhou sabendo que a filha mentia. Stella era transparente demais para esconder coisas e mentir, sabia bem a filha doce e meiga que tinha.
— Então, porque estes olhinhos vermelhos? E não me venha dizer que foi um cisco, que sei que não iria cair nos dois. – Sorriu beijando sua cabeça.
— E se for alergia? – Lhe deu um fraco sorriso.
— Hum, também não. – Riu.
— Ah mãe. É tão difícil, sei que pareço idiota de ficar aqui, já sou uma mulher e estou aqui igual uma paspalha sofrendo por um babaca que me humilhou igual um cachorro sarnento. – Se virou e recostou a cabeça em seu colo como sempre fez quando estava triste.
— Que tal irmos ao salão meu amor? Você faz uma hidratação, se cuida um pouco e logo ficará bem.
— Mãe, eu aqui me abrindo e você pensando em salão. – Repreendeu.
— Tá bom, sua chata. – Ergueu as mãos em rendição.
Ela sorriu e ficou recebendo os mimos da mãe. Esther era fútil, mas jamais deixou de cuidar da filha, amava aquela menina mais que tudo e daria a vida por ela. Assim como seu marido, mas a ambição o cegava às vezes e de uns dias pra cá ele estava muito preocupado com a vida sentimental de Stella e com seus romances. Queria que ela se mantivesse solteira. Logo ele que sempre a empurrou para qualquer filho de amigos ricos dele.
O dia havia terminado e a noite estava assolando a mansão Taylor´s. Mac abraçava sua mãe que chorou o dia inteiro, não teve cabeça nem para cuidar dos preparativos do velório. Anna com toda sua sensibilidade e lealdade se prontificou a cuidar de tudo para eles. Mac lhe deu carta branca para cuidar disso, afinal ela era sua funcionária de confiança. Ele abraçava a mãe enquanto a conduzia para a Mercedes que os aguardava para levá-los a capela onde seria o velório.
O caminho foi em absoluto silêncio, apenas se podia ouvir o soluço de Millie agarrada ao sobretudo do filho que esfregava seus braços e beijava o topo de sua cabeça, mas não disse uma única palavra. Para o que houve não teria palavras que ajudasse a dor amenizar.
Na porta da capela a imprensa se aglomerava querendo fotos e notícias. Mac odiava aqueles urubus, nunca deu atenção a eles, era visto como o CEO mais sério e difícil de entrevista e isso deixava tudo mais intenso. Parando o carro na frente do lugar os flashes iniciaram.
— Chamo os seguranças, Senhor? – Ross o olhou.
— Por favor, Ross. Deixe estes abutres bem longe.
— Não filho, seu pai merece ser falado. E afinal, eles só estão fazendo seu trabalho. – Ela limpou as lágrimas.
— Ah dona Millie, sempre com este coração mole. -A olhou.
— Senhor? –Ross o olhou em busca do que fazer
— Chame os seguranças, mas mamãe irá responder algumas coisas. Duas ou três perguntas no máximo. –A olhou intimidado.
Confirmando com a cabeça, Ross saiu do carro e fez sinal onde mais de oito brutamontes surgiram na porta do carro para escoltá-los pelo lugar.
Assim que a porta se abriu, os brilhos das luzes das câmeras ofuscaram os olhos deles, uns empurrando os outros em busca do melhor ângulo.
— Mac, Mac uma declaração. Como ficam as empresas agora? – um repórter indagou.
Mac lançou um mortal e fulminante olhar para o sujeito. Como ele ousava? Seu pai mal havia falecido e já queriam saber disso. Millie segurou firme sua mão e o olhou com os olhos implorando que ele não se alterasse.
Após responder umas cinco perguntas, eles entraram no lugar e já foram recebidos por amigos e familiares. Millie seguiu para o caixão onde sentou ao lado e de lá não mais saiu.
—Meus pêsames, cara. –Don abraçou Mac.
Eles eram amigos de infância, Don era o homem de confiança de Mckenna. Tudo passava por ele.
— Obrigado, Don. –Forçou um sorriso.
O dia acabou e a noite foi se arrastando. Mac cumprimentou os amigos e familiares quando viu já havia raiado o sol eram 10h57min, seu estômago deu sinal de vida. Ele caminhou rumo à mãe e lhe disse algo no ouvido que negou e Mac concordou e saiu. Foi para casa tomar banho e se trocar, estava com a mesma roupa do dia anterior.
O cemitério havia uma fileira de carros de luxo, muitas pessoas e dor estampada na família Taylor. Foi duro para Mac e sua mãe ver o corpo de seu pai e marido sendo encoberto por terra. O nó na garganta dele se formou tudo que Mac mais queria era gritar, gritar como um louco para arrancar a dor que sentia. Ele não derramou uma lagrima no velório e nem no enterro guardou tudo para quando chegasse em casa.
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