Ross estacionou o carro no prédio em que Mac morava, era o coração de Manhattan, mas de trinta andares sendo que cinco era apenas de Mac. Abriu a porta e o chefe saiu enquanto ajeitava seu terno.

— Até amanhã, Senhor Taylor. –Ross faz uma reverência quase imperceptível e segue para outro lado.

Mac caminhou em passos lentos para o elevador, entra, digita seus códigos e as portas se fecham. Ele odiava aquele síndico. Como que alguém coloca uma porcaria de música que dá vontade de vomitar, não que tivesse ligando, mas era igual as de companhia telefônica, irritante. As portas se abrem, dando deslumbre ao limpo e cheiroso apartamento dele. Era tão lindo. Todo bem decorado com cores clín. branco e azul escuro predominava alguns lugares. Era bem masculino não havia sinal algum sobre mulher. Ele sentou na poltrona, com o bico de um sapato ele apertou o calcanhar tirando um pé e o mesmo procedimento com o outro. Jogando a cabeça para trás ele passou as mãos em seu rosto. Queria arrancar aquela dor de seu peito, mas era como se todo dia a maldita culpa viesse o lembrar que ele era um filho da mãe desgraçado.

— Sim eu sou um puto, filho da mãe. – Sussurrou para sua consciência.

—Disse algo, Senhor? –Marie surgiu brotando do nada.

— Pelo amor de Deus mulher, faz algum barulho. – saltou da poltrona pulando de pé igual a um gato.

Afinal ele era um gato. Com seus quase quarenta, ele derrubava muito pirralho de vinte. O homem era puro charme, olhos azuis como o céu, rosto bem modelado e uma carranca que qualquer calcinha já ficava encharcada, ele sabia seduzir quando queria. Bastava apenas arquear a sobrancelha que aquilo já deixava qualquer mulher louca.

Mac não ligava para isso. Em sua vida, ele queria apenas uma mulher a sua Claire Conrad Taylor, a qual ele deu seu coração e sua alma, mas sua estupidez a tirou de si e isso ele não aceitava. Tentou uma vez se relacionar com uma renomada médica doutora Peyton Driscoll, mas não deu muito certo ele enfiou os pês pelas mãos, a chamando de Claire diversas vezes e isso a magoou. Então decidiu sair de cena, não ia se envolver com um maluco problemático que até na hora do sexo chamava outra, já tinha os seus próprios problemas. Ela o amava e amava muito só que além de amá-lo ela se amava, decidiu terminar por carta não conseguiria acabar aquilo olhando em seus olhos.

Mac achou aquilo ridículo. Como que o dispensou por uma maldita carta? Quem aquela doutorazinha achava que era? Ele era Mac Taylor, o homem mais poderoso daquela porcaria. Mas depois de ler umas dez vezes ele viu que ela tinha razão, ele era um problema e isso ela não tinha obrigação de aturar.

Pegando o controle de seu home, ele pôs a sua música favorita para aqueles dias difíceis, ou seja, todos "Avicci- Waiting For Love" por incrível que pareça o deixava um pouco mais calmo, apenas fechava os olhos e deixava a letra invadir sua mente, como ele queria estar velhinho e junto dela, mas isso era impossível.

— Sua comida está pronta, Senhor.

— Eu não quero nada, pode ir dormir. – Levantou-se retirando o paletó e seguindo para seu frio e vazio quarto.

Stella havia acabado de chegar ao trabalho e sua secretária a avisou que Brandon estava a sua espera. Com um imenso sorriso, ela pegou alguns documentos e seguiu para o escritório, onde encontrou o namorado à sua espera.

— Oi querido. Está tudo bem? - perguntou fechando a porta.

— Nós precisamos conversar, Stella. - a olhou.

— Sobre o quê?

— Sobre nós. O que mais poderia ser? - riu com deboche.

— Tudo bem, então. - e estranhou a grosseria dele.

Eles caminharam em direção ao sofá e sentaram-se.

— Nós não vamos mais poder ficar juntos. Eu quero terminar o nosso rolo. Não dá mais para ficarmos nisso, não dá mais certo sabe? E nem vem dizer que não entende o que estou falando. - a olhou.

— Como assim, Brandon? Não estou entendendo. - olhou confusa.

— Você é burra ou se faz de burra, Stella? Nós não vamos mais ficar juntos, entendeu? Temos a chance de acabar com essa idiotice agora mesmo, antes que seja tarde demais para fazermos isso. Eu não quero mais ficar com você, Stella. Tudo que existia entre 'nós' está acabando nesse exato momento.

— Mas você disse que me amava, Brandon. - Replicou já com os olhos queimando pelas lágrimas que iam rolar.

Brandon soltou uma gargalhada quando ela disse isso.

— Nossa! Como você é iludida, Stellinha. Achou mesmo que um cara como eu, lindo e rico iria ficar com uma mulher como você? iria amar você? Eu não tenho mais porque ficar com você, nem dinheiro você tem mais. E eu odeio pobre, até sinto alergia, só de pensa naqueles pobres medíocres se aproximando de mim. – fez cara de repulsa.

— Você não quer ficar comigo só porque minha família está na falência e isso? –Perguntou chorosa..._Sempre foi o dinheiro?

— Amor por você que não foi, minha querida. Quem poderia amar você? Uma sonsa, burra, idiota, imbecil, uma virgenzinha que quer se guardar para um maldito casamento, uma romântica que acredita ter encontrado o homem dos seus sonhos. –Ele riu debochado..._Sabe quando alguém vai se apaixonar por você? Nunca. Ninguém te olharia diferente e diria que estava apaixonado por você. Eu fiz isso e você caiu feito um patinho burro, nunca amaria você. – Cuspiu as palavras.

— Porque está fazendo isso comigo, Brandon? - perguntou já aos prantos.

— Deixa de ser burra, Stella. Eu estou mostrando a minha verdadeira face e você ainda me olha com essa cara e pergunta porque estou fazendo isso? Cai na real, minha querida. Eu nunca amei você e nunca amaria você, nem que fosse a última mulher que existisse na terra.

— Eu amei você mais do que tudo, Brandon. - Limpou a coriza que saia do nariz pelo choro compulsivo.

— Românticas incuráveis são assim. –Revirou os olhos frustrado..._Não que eu esteja julgando. Querem um romance que vá até o extremo. Que o rapaz a ame mais do que qualquer coisa, que faça milhares de declarações de amor, a convide para dançar, saia para jantar com

ela, a faça sentir-se a única. Quem faria uma coisa dessas? Isso é tão ridículo, sabe? Não combina comigo, porque uma coisa que eu nunca teria por você era essa coisa de amor, romance, paixão.

— E o que você sentiu por mim?

— Quer mesmo saber a verdade? - Levantou-se a encarando.

— Sim, eu quero.

— Eu nunca quis ficar com você, nunca quis namorar ou muito menos ter um relacionamento sério. Isso está fora de cogitação. Nunca iria querer namorar com alguém como você. Porque eu faria algo tão absurdo? –Riu..._Mas eu fiz esse sacrifício. Me aproximei de você, conquistei você, se apaixonou por mim e estava tudo indo bem, do jeito que eu queria que fosse. Eu só precisava de uma coisa, mas você... Ah, você sempre fugia de mim. Quando estava indo para onde eu queria, você fugia e dizia que não podia fazer isso, porque queria se guardar para o casamento. – A imitou..._A virgenzinha só iria se entregar para o primeiro marido e isso me deixou louco. Eu sou homem, tenho as minhas necessidades. Eu mal podia tocar em você que já se afastava e dizia que não podia. A única coisa que me importava era a garantia de que eu conseguiria levar você para a cama e depois que tirasse a sua virgindade, eu deixaria você e ainda ganharia uma boa grana por ter conseguido isso. Fiz uma aposta com alguns amigos naquela noite em que nos conhecemos naquele bar. Eu apostei U$900 dólares que levaria você para cama e tiraria a coisa mais valiosa que uma mulher tem: sua virgindade. Era só isso que eu queria nada, além disso. – Esbravejou com um sorriso de satisfação.

— Eu quero que você saia do meu escritório, agora! - disse com lágrimas nos olhos enquanto levantava-se e abria a porta para ele sair.

— Com o maior prazer, Stellinha. Mas só te digo uma coisa: Ninguém nunca vai amar você, nunca encontrará alguém que goste de você de verdade, nunca vai achar aquele cara que faria tudo por você. Por quê? Porque alguém iria querer ficar com uma mulherzinha como você, que não tem anda a oferecer e ainda por cima é pobre? Você nunca será feliz, nunca. –Apertou suas bochechas molhadas pelas lagrimas e saiu sorrindo.

Stella expulsou Brandon de seu escritório e fechou a porta com toda a sua força, onde escorreu pela porta caindo ao chão com as mãos no rosto, chorou copiosamente por um longo tempo, lembrando-se de todos os absurdos que Brandon revelou. Ele mostrou algo que ela nunca imaginou sobre ele. Era cruel e um playboyzinho babaca que não merecia suas lagrimas, ela ia superar isso e jamais iria se envolver com homem algum. Seu coração iria se fechar para o amor e relacionamentos.