Não diria que o dia estava sendo produtivo. Porque isso seria mentira. Depois de sair daquela confusão na sala de reuniões levei Luce até seu quarto. Foi uma caminhada agradável, com ela rindo escandalosamente e os criados também. Até devo ter deixado escapar um pequeno meio-sorriso, felizmente, acho que ela não percebeu.

  Depois de deixá-la sã e salva no quarto de dormir, me dirigi ao meu e, obviamente, depois de um tempo, dormi. Se me perguntassem que sonhos eu estava tendo, não saberia dizer. Provavelmente estava pensando em como estava aquela idiota e os guardiães lá do outro lado da Itália. Quando se tem um irmão mais novo demente o mais velho se preocupa*. No meu caso seria irmã.

  Pelo que entendi estaríamos chegando em três horas e, Graças à Kami-sama, Minha companhia agora era um loiro que parecia muito um militar. Talvez pelo fato de estar fardado. Ele me contara sua história e eu contei a minha à ele. Pelo que entendi ele estava tentando buscar a sensei dele. Mas me pareceu que ele nutria algum outro sentimento por ela. Obviamente não iria falar isso em voz alta. Valorizo a minha vida e ele parecia não querer falar disso. 

  Meu humor não estava dos melhores porque eu recebi a maldita carta justo nas minhas férias e, mesmo que não fosse ele quem escreveu a carta, ele era culpado igual porque ele estava lá. Foi nesse momento que o loirinho resolveu puxar conversa.

  - Kora! Ele vai se surpreender, Vic-chan!

  - Olha, eu não saberia te dizer porque ele é meio indecifrável! Não só pra mim, mas pra todo mundo! E ela?

  - Talvez ela grite, me bata e depois fique corada! Kora!

  E depois disso, começamos a rir incansavelmente. Até que chegamos na enorme mansão onde, aparentemente, estava Reborn e uma tal de Lal Mirch, a mulher que o loirinho militar (que eu não sabia o nome) estava procurando. Continuamos à conversar sobre assuntos banais até nos enxotarem do ônibus em que estávamos. Entramos no lugar "meio que de penetra", acho que essa é a descrição para quem nocauteia os guardas. Oh, nada como ser irmã de um hitman maluco!

  Acordei no meio da noite como sempre para tomar café. Meus hábitos são muito pouco convencionais, tal como meus métodos. Mas depois de um tempo as pessoas em volta se acostumam. Eu acho.

  Minha surpresa não foi ver Luce fazendo brigadeiro na cozinha às três da madrugada. Foi ver Vittoria.

  - REBORN! - ela disse com semblante alegre gritando que nem uma das vítimas da Shinu ki Dan.

  - Ah, não! - Que fique bem claro, eu quase nunca falo isso, também são poucas as vezes que as pessoas me vêem surpreso. Talvez seja por isso que quando eu fiquei estupefato, minha imouto também ficara. E Luce estava se matando de rir atrás, mas sem se descuidar do doce.

  A situação estava estranha. Mas sem deixar de ser engraçada. A tal de Vittoria estava extremamente surpresa, assim como Reborn, que estava com uma expressão que nunca pensei ver em seu rosto. Estávamos fazendo brigadeiro e os dois tinham começado a discutir como duas crianças. Foi impressionante.