Only You escrita por LivOliveira


Capítulo 27
Tudo ficou bem


Notas iniciais do capítulo

Como eu havia dito, estou postando esse capítulo seguido ao anterior. Espero que tenham gostado do anterior e espero que gostem desse. So... Boa leitura.



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— Ei, xerife. - A voz de Arthur interrompe o meu choro. - Está tudo bem?

— Você acha que está tudo bem?! Tem um homem que amo muito dentro do carro que está á poucos metros de mim e talvez ele esteja morto. Um casal de filhos da mão me doparam e fizeram isso com ele. Então, sim, claro, está tudo ótimo! - Respondo.

— Desculpa. Deixa eu te ajudar. - Ele começa á desamarrar as cordas nas minhas pernas. - Ele me deu dinheiro falso.

— Eu pensei que trabalhava para ele.

— Não. Ele só me mandou fazer um pequeno serviço: Te atrair até lá. Em troco, ele me daria mil dólares.

— E você aceitou.

— Estou desesperado. - Ele termina e solta a corda, logo parte para desamarrar minhas mãos. - Eu vim tirar satisfações com ele quando vi vocês aqui. Também presenciei o acidente, embora não tenha entendido nada. - Ele termina.

Me levanto rapidamente e vou correndo até o carro. Abro a porta do motorista e me assusto ao ver que o eirbag não funcionou. O carro está bastante destruído, mas não é isso que me assusta. Killian está desacordado debruçado no volante.

— Ele está bem? - Arthur pergunta.

— Cala a boca e me ajuda. - Peço.

Então me vejo com Arthur carregando Killian para fora do carro. Ele está cheio de arranhões por causa do vidro quebrado. Mas tem um ferimento que aparenta ser profundo em sua cabeça, próximo aos primeiros fios do seu cabelo. E... Vê-lo assim... Me parte o coração e dói. Dói de uma forma que... Eu merecia estar no lugar dele. Não deveria ser ele. Era pra ser eu.

Percebo que estou chorando tanto que minhas lágrimas estão se misturando com o sangue dele em minhas mãos. Esse corte na cabeça está sangrando mais do que deveria, eu tenho que impedir ou dificultar a saída de sangue.

— Eu vou chamar a ambulância. - Arthur diz. - Tem um telefone público logo ali.

— Você pode ligar para meu pai? - Pergunto sem tirar os olhos de Killian.

— Sim. Qual o número?

— Ligue para a delegacia. Rápido, por favor. - Peço.

— Sim. Claro. - Arthur diz antes de ir.

Engulo á seco e tento controlar as lágrimas. Não tem nada para eu impedir o sangramento a não ser... A minha regata. A tiro, a embolo e prenso no corte dele.

— Killian, por favor, acorda. Por favor. Eu prometo dizer todos os dias que você é lindo. E você é, estou assumindo. Só que você tem que acordar agora para ouvir isso. - Eu digo enquanto seguro minha blusa contra seu corte na cabeça a fim de impedir a saída de tanto sangue.

Essa foi a pior coisa que já me aconteceu. Na verdade, quem está sofrendo é ele. E nada que tento funciona. Minha blusa já não é mais branca e Killian não parece que vai acordar, embora seu pulso ainda esteja sinalizando que ele está vivo (mesmo estando fraco). E ficamos assim: Killian deitado no chão totalmente ferido com a cabeça apoiada em meu colo, eu sentada com uma blusa cheia de sangue tentando impedir o sangramento da cabeça dele e com apenas um sutiã preto vestindo como parte superior. Mas não importa se estou seminua até a cintura, o que importa é que estou tentando salvar a vida dele.

Acho que quando estamos ansiosos com algo, o tempo passa devagar. E para mim, foi uma eternidade até ouvir a sirene da ambulância. Parei de chorar e fazer juras de amor para ele, apenas levantei o olhar e observei a ambulância estacionar.

Deixo-os levarem Killian para dentro da ambulância com cuidado. Eles me fazem algumas perguntas e eu respondo. Eles estão fazendo os primeiros socorros em Killian quando me afasto um pouco, tentado me recompor. E é aí que a viatura, que meu pai sempre usa, chega.

Meu pai sai correndo da viatura e me abraça forte.

— Pai, me diz que vai ficar tudo bem. Me diz! - Eu peço entre lágrimas e soluços.

— Vai sim, Emma. Sempre fica bem. - Ele responde.

— Mas hoje é diferente.

— Eu sei. Eu sei. Vai ficar tudo bem. Um tal de Arthur ligou para a delegacia e me contou o que aconteceu. Eu sinto muito.

— Todos nós sentimos, pai.

— Vem. Vista a minha jaqueta. - Ele se afasta, tira a jaqueta e me veste. Fico olhando para o chão enquanto ele ajeita e fecha o zíper da jaqueta em mim. - Ei, Emma. O que aconteceu com a minha filha otimista? - Ele coloca a mão em meu queixo e ergue meu rosto.

— Não estou muito otimista, pai.

— Vai ficar tudo bem. Sua mãe já está vindo, ok? - Balanço a cabeça positivamente e ele me abraça de novo.

E é nos braços de meu pai que choro pela décima vez. Isso tudo é culpa minha. Tudo é culpa minha.

********* Três meses depois ********

O despertador toca. E como uma semana atrás, o jogo no chão quando o vou desativar. A porta se abre e Henry vem correndo para minha cama.

— Bom dia, mãe. - Ele me abraça.

— Bom dia. - Respondo. - Henry, por que está tão feliz?

— Vou falar para Violet que tenho uma queda por ela.

— Como assim? Não acha que está meio novo?

— Não vou namorar com ela, só vou dizer que gosto dela.

— Ah, sim...

— Vamos logo, não posso me atrasar. - Ele me puxa para fora da cama. - E o despertador quebrou de novo.

— Eu sei. - Digo saindo do quarto com ele.

* * *

Depois de deixar Henry na escola, volto para casa. Estou tomando um café da manhã normal. Nunca tomo café da manhã completo com Henry. Só bebo um café e o observo devorar a comida. Mas agora eu tenho meu momento sozinha, pensando na vida.

Meu problema é pensar demais na hora de comer. Eu sempre fico olhando a comida e depois de um tempo, perco o apetite. Sequentemente eu vou para o closet com sorvete de flocos chorar um pouco. Costumo fazer isso quando estou deprimida.

A porta da minha casa abre e já sei quem é: Regina. Ela sempre pega minha chave extra e entra sem avisar. Isso porque eu estive negando a presença dela durante três semanas.

— Bom dia, senhorita Swan. - Ela diz da sala. - Está fitando a comida de novo? - Ela entra na cozinha. Provavelmente deve ter deixado a bolsa no sofá. - Me deixe adivinhar: Você vai subir com um pote de sorvete para closet e chorar tomando sorvete.

— Acertou. - Digo.

— Você vai comer tudo, agora.

— Não vou.

— Então espera só eu ligar para David e dizer que a filha dele está se recusando á comer.

— Eu estou comendo!

— Você só come na frente de Henry para ele não perceber, mas todo mundo sabe que você não está se alimentando bem.

— Ninguém tem como provar.

— Você está visivelmente mais magra.

— Ah, tanto faz.

— Você vai comer, Swan.

— Swan?

— Não é seu sobrenome?

— Killian me chamava assim. - Olho para a comida.

— Você não está melhorando, Emma. - Ela se senta na minha frente.

— Tudo me lembra ele, o que posso fazer?

— Você não tem que esquecê-lo.

— Não quero. - Olho para ela. - É tão louco, né? A gente ama alguém de uma forma que... Dói. Chegou um ponto que a saudade já não bate, espanca. E eu já estou cansada de sofrer tanto assim.

— Eu ia te dizer que ele vai ser liberado do hospital hoje.

— Que bom. - Bebo meu café todo num único gole.

— Você precisa ver ele.

— Para quê?

— Deixe de ser rebelde, você acabou de dizer que sente saudades.

— Ele não é o mesmo. Sinto falta do outro.

— Ele é o mesmo, só não se lembra.

— Estou morrendo de amores por um homem que nem lembra de mim.

— Você deveria reconquistá-lo.

— Como? Foi ele que me conquistou. Com aquele sorriso... Aquele olhar... Meu Deus, eu amava beijar ele, o ver sem camisa e...

— Ta bom, está ficando meio pessoal, não?

— Se eu soubesse que aquele dia seria o último, eu teria aproveitado.

— Emma, ele está bem agora. Você vai falar com ele hoje de tarde.

— Não vou.

— Emma, eu tenho que trabalhar.

— Vá.

— Você vai comer.

— Ta bom...

— E depois você vai ver Killian.

— Não. Claro que não. Já detonei demais a vida dele. Se eu não tivesse...

— Para de se torturar pelo o que aconteceu. - Ela me interrompe. - Ele está bem, não é?

— Sim. Acho que sim.

— E você?

— Não sei.

— Emma...

— O que foi? Estou deprimida e sofrendo.

— Você tem que apenas esperar, vai que ele se lembrou.

— Esperar dói. Esquecer dói. E não saber se devo esperar ou esquecer dói mais ainda. - Me encolho na cadeira. - Eu o decepcionei.

— Se você acha que se decepcionar com alguém é ruim, experimenta se decepcionar consigo mesma.

— Estou decepcionada comigo mesma. Esse é o problema.

— Desde quando você fica se arrependendo?

— Desde que falhei com ele.

— A culpa não é sua, é de Neal.

— Nunca mais fale esse nome perto de mim.

— Deixe de show, Emma.

— Show? Que show? Você não sabe o que tenho passado.

— Se deixasse de ser tão idiota, não estaria passando por isso.

— Idiota?

— Coma, se levante, erga a cabeça, vista aquela sua jaqueta vermelha e vá falar com ele.

— A jaqueta está na casa dele. Eu deixei lá naquele dia.

— Está vendo? Mais um motivo para ir falar com ele.

— Para com isso, está me torturando...

— Você que está torturando á si própria.

— Eu vou deixar ele ir. E quando ele se lembrar... Talvez ele volte para mim.

— Emma, não se iluda. A única coisa que vai embora e depois volta, é a sua fome. Então eu acho melhor você parar de reclamar e tomar logo esse café, senão eu vou te obrigar.

— Eu já topei comer, mas não falar com ele.

— Deixa de frescura.

— Não é frescura. Para você deve ser, você está de fora apenas observando.

— Vou ignorar isso e você vai comer e vai sair comigo. Vou te levar á um lugar.

— Onde?

— Coma primeiro.

* * *

Fiquei com os olhos fechados o caminho todo. Regina disse que se eu olhasse ela iria sequestrar Henry, morar com ele no Paraguai e nunca mais voltar. Não sou tola em acreditar nisso, mas mesmo assim fiz o que ela pediu.

— Não olha. - Ela pede quando sinto o carro parar. Parece que chegamos. Ouço a porta se fechar, em seguida a do meu lado se abrir. - Vem. - Regina me ajuda á sair do carro e fecha a porta. - Pode abrir. - Abro os olhos. Ah, não...

Como fui tão idiota em cair nessa? Estamos em frente á casa dele. De Killian.

— Não acredito que fez isso comigo. - Eu falo.

— Regina sempre consegue o que quer. - Ela responde.

— Eu vou te matar.

— Antes você precisa recuperar sua jaqueta.

— O que vou falar para ele?

— Eu não sei. Vai pensando enquanto ele vem. - Ela toca a campainha e logo se esconde atrás do carro.

Olho para ela e depois para a porta. Em alguns segundos, o ouço gritar:

— Já estou indo!

Engulo á seco e espero pacientemente. Logo ele abre a porta, me deixando com vontade de pular em cima dele para um abraço e nunca mais soltá-lo.

— Posso te ajudar? - Ele pergunta.

Killian está apenas de toalha e com o cabelo molhado. Que tipo de pessoa atende a porta só de toalha? Ele. Amo quando seu cabelo está molhado, destaca seus olhos. Foi muito tempo sem ficar hipnotizada em seu olhar. Seu cabelo está bem maior desde da última vez que o vi, no hospital. E... Espera. Ele está sem barba? Ele cortou a barba e o bigode! Como assim? Eu gostava tanto. O deixava mais sexy do que já era. E agora ele está tão... Fofo. Eu não quero ele fofo, eu o quero sexy.

— Hã... Eu... Eu sou... - Engulo á seco. - Meu nome é Emma. Emma Swan.

— Prazer, eu sou...

— Killian Jones. - Completo para ele.

— Como sabia?

— É meio complicado.

— Então... Posso te ajudar, Emma Swan?

Sim. Muito. Voltando para minha vida ajudaria muito.

— Ah, não sei... É que...

— Ela precisa pegar algo. - Regina vem dizendo quando sai do carro.

— Oi, Regina. Tudo bem? - Killian pergunta para ela.

— Vai ficar quando você devolver a jaqueta vermelha de minha amiga aqui. - Ela responde.

— Está falando da jaqueta que encontrei na minha cama quando cheguei? - Ele pergunta.

— Se é uma jaqueta e for vermelha, sim. Traga. - Ela pede.

— Entrem. Eu vou pegar. - Ele dá espaço para nos duas entrarmos. Entro primeiro e me sento no sofá, já Regina fica em pé. - Não saiam daí. - Ele tira o cabelo do rosto, deixando á amostra o curativo do corte e sobe.

— Posso te dizer algo? - Pergunto para Regina.

— Já está dizendo. - Ela responde.

— Amo quando o cabelo dele está molhado, destaca os seus olhos. - Digo.

— Aliás, é impressão minha ou o cabelo dele está maior?

— Está. Como ele sabe quem você é?

— Acompanhei ele no hospital.

— Eu também.

— Em vez de ficar chorando pelos cantos, eu me apresentei á ele como a prefeita da cidade.

— Eu pedi para Aurora pegar para mim. Ela já está vindo. - Killian fala enquanto desce as escadas, já vestido.

— Aurora? - Pergunto meio perplexa. O que Aurora está fazendo aqui?

Não que eu esteja com ciúmes (talvez um pouco), mas por que ela estaria aqui?

— Sim. - Ele responde. - Querem alguma coisa? Sorvete... Pizza... Refrigerante...

...Você.

— Hã... Não. Acabei de comer. - Respondo.

— Também não. Talvez na próxima, Killian. - Regina responde.

— Não sei porque mas... Acho que te conheço, Emma. - Ele se aproxima de mim.

Meu coração está batendo á mil. Será que ele se lembra de mim?

Depois do acidente, Killian ficou um tempo em observação no hospital. Ele progrediu muito na recuperação. Whale disse que se eu não tivesse usado a minha blusa para impedir o sangue de sair com tanta quantidade, Killian teria morrido. Ele até se recuperou bem, mas tinha um único problema: Ele havia esquecido de várias coisas, inclusive de mim. Até onde sei, ele se lembra de estar dirigindo muito rápido, desviado de "algo" do qual ele não se lembra (no caso, eu) e batido na árvore. Ele se lembra que veio para Storybrooke, mas não de mim, Regina, meus pais e Henry. Mas ele se lembra perfeitamente de Graham, que estava morando no hospital.

E tudo isso aconteceu de vez. Regina diz que devo ficar um pouco com ele, para saber do que ele realmente lembra e para ele me "conhecer" também. Segundo ela: "Vai que ele se apaixona por você de novo?".

— Me conhece? - Pergunto radiante.

— Você estava no hospital no dia em que acordei. - Ele conta.

— Ah, sim. - Concordo um pouco triste. Quer dizer que ele ainda não se lembrou de mim.

— Achei. - Aurora diz descendo as escadas com a minha jaqueta. - Oi, Regina. Oi, Emma. - Ela nos cumprimenta.

— Oi. - Regina responde. - Como ele está indo?

— Muito bem. - Aurora responde e me entrega a jaqueta.

— Ótimo. - Regina exclama.

— Hã... Killian, eu vou ter que ir para casa agora. Se precisar de algo me avise, ta bom? - Aurora o abraça e pega seu casaco.

— Me espere, vou sair com você. Te dou uma carona. - Regina pede.

— Obrigada. Ah, Emma, você pode ficar um pouco com Killian e garantir que ele não irá beber? - Aurora pede. Regina balança a cabeça positivamente para mim.

— Sim. - Respondo.

— Eu não preciso de babá. - Killian protesta. - Mas, por outro lado, será um prazer... - Ele pisca para mim. Então percebo que ele continua o mesmo, embora não se lembre de tudo.

— Killian, se comporte. E Emma, tome cuidado, okay? Ele ainda está sensível. - Aurora me avisa. Acho que entendi o que ela quis dizer. Talvez eu não devesse agir como antes e contar tudo para ele.

— Tudo bem. - Respondo.

— Eu não sou sensível. - Killian discorda.

— Ela entendeu. - Aurora fala e sai com Regina, fechando a porta e me deixando sozinha com Killian.

— O que ela quis dizer com sensível? - Ele pergunta.

— Está com fome? - Pergunto me levantando.

— Não. Me conte sobre você, Emma Swan. - Ele se senta no sofá.

— O que quer saber? - Me sento de novo, ao seu lado.

— Quem são seus pais? - Ele se vira para mim.

— Mary Margaret e David.

— Tem namorado?

Eu gelo. O que devo responder?

— Sim, mas... É complicado.

— Estão dando um tempo?

— Mais ou menos. E você?

— Não sei. - Ele ri. - Se eu tiver uma namorada, ela deve estar sofrendo por mim. Ninguém merece amar alguém que nem sabe que você existe.

Uau. Eu amo esse homem. Ele derrete meu coração.

— Se você encontrasse com ela, o que iria dizer?

— Sinto muito.

Ficamos alguns minutos em silêncio. Ele olhando para mim e eu olhando para minha perna.

— Você já assistiu Tron: O Legado? - Killian pergunta. Eu não consigo evitar uma risada. Me fez lembrar daquele dia em que ele fingiu não ter assistido o filme.

— Sim. - Respondo depois da minha crise de riso.

— O que foi?

— Só lembrei de uma coisa. Esquece.

— Que horas são?

— São... - Olho no relógio que tem ao lado da televisão (será que ele esqueceu que tem um relógio ali?). - Onze e meia. Por quê?

— Eu tenho que tomar o remédio e trocar o curativo.

— Deixa que eu te dou. Onde está? - Me levanto.

— No balcão da cozinha. - Ele responde. Vou até o local que ele indicou e pego o remédio. Aproveito e pego um copo d'água e entrego tudo para ele.

— Obrigado. - Ele agradece e toma o remédio.

— Onde está o kit de primeiros socorros para eu trocar seu curativo?

— No armário ao lado esquerdo do balcão, na cozinha.

Caminho de volta até a cozinha e abro o armário do lado esquerdo do balcão. O armário não tinha nada mais a não ser o kit.

— Por que você coloca o kit de primeiros socorros na cozinha? - Pergunto o pegando.

— É um lugar que frequento muito. Muito prático.

Volto para a sala com o kit e me sento de frente para Killian, bem próximo á ele. Então tiro o curativo e vejo o quão profundo foi o corte. Abro o kit e começo á limpar a ferida.

— Ai. - Ele dá um pequeno gemido de dor. Deve estar ardendo, e muito.

— Tudo bem... - Sussurro. Talvez eu tenha dito isso para mim mesma, porque estou mais apavorada que ele.

Ele não tira os olhos de mim enquanto coloco o outro curativo. Ele fica me fitando como se estivesse sentindo minha falta, mas por algum motivo, não sabe porquê. Deve estar sendo difícil para ele encarar tudo isso. Eu sei que não foi culpa dele. Foi minha. Mas talvez seja a hora de eu tentar melhorar as coisas. Eu errei uma vez, talvez duas, ou três. Mas agora eu não vou errar de novo. E não vou fazer isso por mim, vai ser por ele.

— Já terminou? - Ele pergunta ainda me olhando.

Isso é totalmente louco porque ele acabou de me conhecer. Será que ele ainda sente algo por mim?

— Sim. - Respondo. Eu me levanto e guardo o kit no mesmo lugar onde peguei, no armário á esquerda do balcão. Lembrar de nunca esquecer disso quando ele precisar.

— Ei, Emma. Quer ver o mar? - Ele se levanta.

— Acho que você não pode sair de casa.

— Quem disse que eu vou sair?

— Como assim?

— Me segue.

Ele segura minha mão e vai subindo as escadas. Acompanho seus passos até chegar no andar. Ele puxa a escadinha do sótão e faz sinal para eu subir. Faço o que ele pediu-me, subo.

Não tem exatamente nada aqui em cima.
Apenas uma janela comum de sótão e um armário no canto que não parece ter muita coisa.

— É tentador, não é? - Ele diz quando sobe.

— O quê? - Pergunto e fico de frente para ele.

— Nós dois... Aqui... Sozinhos... - Ele se aproxima de mim e me dá uma piscadela.

— Você me chamou aqui para me paquerar?

— Também. Mas, veja isso. - Ele se afasta, abre o armário e pega uma luneta de lá.

— Onde conseguiu? - A pego e a avalio. Parece ser um pouco antiga, está meio desgastada.

— Meu pai me deu.

— Nossa, que incrível. - Digo olhando a praia pela luneta

— Você também é.

— Está me cantando? - Devolvo a luneta para ele.

— Sei lá, eu jurava que você era igual.

— Como assim?

— Pensei que se jogaria aos meus braços e implorasse para eu tirar a camisa.

Se bem que eu gostei dessa idéia...

— Não sou muito de fazer isso. - Eu respondo rindo.

— Gostei de você. Você é... Diferente.

— Bom ou ruim?

— Bom, claro. E linda também. Muito linda... - Ele se aproxima de mim.

— Hã... Obrigada.

— Me dê um motivo para eu não te beijar agora. - Ele sussurra.

— Porque você acabou de me conhecer.

— Existe uma regra da qual diz que você não pode beijar alguém que conhece há quase meia hora?

— Não sei.

— Espero que não. - Ele se inclina para me beijar, e logo quando nossos lábios apenas grudam, a campainha toca.

Mas que droga!

Ele se afasta de mim um pouco corado e sorri.

— Parece que temos visitas. - Ele diz sorrindo.

Sorrio de volta e assim ficamos; um sorrindo para o outro enquanto a campainha toca.


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Notas finais do capítulo

Até agora é só isso. E não se preocupem, please. Bem... Só tenho isso, basicamente, para dizer. Então, até o próximo. E bjs, claro. ❤❤❤



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