Only You escrita por LivOliveira


Capítulo 26
Neal venceu


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Eu escrevi dois capítulos de uma vez, por isso demorei. Não fiquem bravos. Decidi postar esses dois logo para vocês para não demorar mais. Isso porquê o tédio de casa arranca minha inspiração para escrever e eu não gosto de fazer algo por fazer. Mas, bem, é alguma coisa. Então esperem que gostem desse capítulo e não se preocupem porque estaria postando o próximo logo após esse. Então... Boa leitura!



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Um café da manhã perfeito, ao lado de um homem perfeito. O que eu mais poderia querer? Exatamente nada.

Killian trouxe algumas roupas minhas e fez o favor de trazer a minha jaqueta vermelha. Não a vesti, apenas estou com minha blusa regata branca. Ficamos conversando, assistindo televisão, cozinhando e também dançando que nem percebemos que a manhã passou rápido demais.

Quando olho para o relógio, já são 13:06 da tarde. O horário em que eu deveria estar saindo para ver como Henry está e Killian, trabalhando.

— Killian... - Digo ao sentir suas mãos deslizando ao redor do meu corpo enquanto estou deitada sobre ele, olhando para o teto - Tenho que ir.

— Mas já? - Ele pergunta e inspira, parece estar sentindo o cheiro do meu cabelo.

— Sim, tenho que pegar Henry na escola.

— Ta bom então.

— Você me espera? Eu vou ficar um pouco com ele e... Talvez ele fique com a Gina de novo.

— Claro que te espero, amor.

— Obrigada. - Me levanto e o deixo deitado. - Não demoro. - Dou-lhe um beijo rápido e vou saindo.

— Espera. - Ele se senta. - Não quer que eu te acompanhe?

— Não, eu volto já. - Sorrio e saio.

Minha vida finalmente está completa.

* * *

Está tudo tão estranho... As pessoas estão me olhando como se eu fosse... Uma completa estranha. Não sei porquê.

O que consigo fazer para desviar os olhares é entrar no Granny's. Se bem que no Granny's não está muito diferente...

— Ei, Ruby... - Falo me aproximando dela, que está atrás do balcão.

— Ah, e aí, Emma? - Ela levanta o olhar do celular e responde.

— Estou bem... - Olho ao redor, um pouco desconfortável com os olhares fixados em mim. - E você? - Olho de novo para ela.

— Também. Ah, você não sabe... Estou com August.

— Sério?

— Sim! - Ela responde animada. - Depois de tantas decepções, eu pensei que não existia mais homens como ele.

— Eu te entendo completamente. Mas, você sabe...

— O quê?

— Daqui há um mês ele vai ter que voltar para Nova York.

— Sério?

— Sim. Tente conversar com ele sobre isso.

— Nossa, logo agora que estou caidinha por ele.

— Não se preocupe, ele vai tomar a decisão certa.

— Espero que sim.

— Claro que ele vai, não desanime!

— Bem... É verdade? O lance sobre Neal?

— Como... Como assim?

— A cidade toda está sabendo sobre o que Neal fez.

— A cidade toda?

— Sim. Alguém deixou escapar, um ouviu e falou para outro, que falou para outro e assim foi indo...

— Uau.

UAU! Quem foi que "deixou escapar"? Pelo amor de Deus. Foi por esse e outros motivos que eu não tinha contado antes. E logo quando conto, a cidade toda descobre. E é óbvio que não consigo esconder a minha decepção aos quais eu confiei.

— Um merda 'uau'. - Ela resmunga.- Mas, por que não contou?

— Porque eu era burra, ingênua, manipulada e o pior de tudo: Apaixonada. Eu pensava em contar no início, mas... Eu ainda tinha esperança que ele ia voltar e que tudo aquilo iria mudar. Mas os anos de passaram e eu desisti, a minha vida já estava bem como era, sem Neal.

— Uau! Agora sim é um verdadeiro 'uau'. - Ela suspira logo após. - Emma, tiveram pessoas que interpretaram mal e outras que te entendem. E... Eu te entendo.

— Obrigada, Ruby. - Dou um sorriso sincero.

— Vai querer algo?

— Um sanduíche de atum, para levar.

— Aposto que é para Henry.

— Sim. Ele ama sanduíche de atum.

Ela se vira e começa á preparar o sanduíche.

— Emma... Você já pensou em ter outros filhos?

— Filhos? Por que a pergunta?

— Não sei. Veio na minha telha.

— Sim. Já pensei, sim. Talvez um dia.

— Talvez um dia? - Ela repete o que falei. - Emma, você tem um homem maravilhoso ao seu lado que, aparentemente, te ama. Eu não pensaria duas vezes em ter filhos com ele.

— Ruby! - A chamo atenção. - Você está...?

— Não, não mesmo. Eu já tenho o meu, fofa. - Ela ri e eu também.

— Ah, sim...

— Aqui. - Ela me entrega o pacote com o sanduíche. - Ah, Regina estava te procurando.

— Obrigada. - Digo e lhe entrego o dinheiro.

* * *

Lá está ele, se despedindo de Violet pela milésima vez. Será que eles realmente gostam um do outro?

Me aproximo dos dois com um sorriso. Violet me cumprimenta, se despede de Henry (de novo) e vai andando até um homem - aparentemente deu pai.

— Mãe! - Henry me abraça, retribuo. - Como foi com Killian?

— Como assim? - Engulo á seco e seguro sua mãozinha.

— Você e Killian ontem, se esqueceu foi?

— Como soube?

— Ele falou pra Regina, Graham e meus avós não te ligarem porque vocês sairiam juntos.

— Ah, sim... - Por um momento pensei que Henry sabia de eu e Killian ontem. - Foi ótimo. - Vou andando com ele.

— Legal. - Ele fica um pouco em silêncio. - Vamos para a prefeitura?

— Sim. Preciso falar com Regina.

— Posso dormir lá de novo?

— Pode sim. Mas só dessa vez, porque eu quero o meu filhinho comigo.

— Obrigado, mãe. - Sorrio e vou caminhando com ele.

* * *

— Posso jurar que foi a Mary. Foi ela sim! Tenho certeza. - Regina responde quando digo que alguém de nossa confiança "deixou escapar" sobre Neal. Henry se senta no sofá lendo seu livro e o sanduíche de atum.

— Não importa quem foi, já está feito. - Eu respondo.

— E agora? Será que Neal vai querer te castigar?

— Ele terá dois motivos. Mas, eu tenho certeza que não.

— Nossa, você é muito otimista.

— Estamos juntas nessa. A decisão não foi só minha, foi?

— Não. Eu tive a idéia. Eu usei a mente, ao contrário de Killian que só serviu pra discordar e sair boladão.

— Não fale assim dele, Regina.

— Aliás, fui na sua casa de manhã e não te vi.

— Ah, eu fiquei na casa de Killian.

— Então quer dizer que vocês...

— Sim. Claro que saímos um pouco. - Olho para Henry para me certificar que ele está ocupado.

— Ah... Sim. - Ela entendeu o recado e ao mesmo tempo se lembrou que não estamos sozinhas. - Olha, eu vou com Henry para a sorveteria e depois vamos para casa fazer uma maratona de algum seriado, okay? Já amanhã, eu terei reunião na prefeitura então não poderei ficar com ele.

— Ok. Talvez eu passe lá mais tarde. - Digo e dou um beijo na testa de Henry e saio andando.

Depois de sair da prefeitura, ando um pouco pela cidade, meio pensativa. Pensativa e distraída, porque me bati com um homem que estava correndo. Em vez dele parar e talvez ambos pedirmos desculpas, ele continua correndo. Me viro para trás, na direção dele e o vejo sorrindo e acenando para mim com a minha carteira na mão. Logo após ele corre, mas em direção á floresta.

Pois bem, ele me desafiou... Agora não tem como me controlar.

Corro atrás dele o mais rápido possível. Ele não é muito rápido e nem sabe desviar dos obstáculos muito bem, mas sabe mudar de direção com eficaz. Acho que posso alcançá-lo e lhe fazer uma pequena ameaça.

Com tantos galhos e troncos no chão, tropeço e caio. Quando levanto e me recomponho, o perco de vista.

— Merda... - Resmungo para mim mesma.

— Pensei que a xerife não desistia tão fácil... - O homem diz aparecendo ao meu lado, com um sorriso.

— Eu te perdi de vista, é outra coisa. - Respondo.

— Mas agora estou aqui, e aposto que você quer recuperar a sua carteira.

— O que você quer? E quem você é?

— Vamos fazer assim: se você conseguir me pegar, terá sua carteira de volta, eu direi quem sou e ainda poderá me dar um soco. Mas se não conseguir... Eu ficarei com sua carteira.

— Então estou na modalidade de atletismo da Olimpíada? Nada mal...

— Tente a sorte, xerife. - Ele volta á correr e o sigo, tentando alcançá-lo. Ele não me deu detalhes sobre esse desafio, mas vou conseguir só para recuperar minha carteira e dar um belo de um soco nele.

Se conheço essa floresta muito bem... Estamos bem perto da casa abandonada onde Neal está. E isso não é bom...

Num momento de distração dele, o alcanço e o puxo até uma árvore. O seguro contra a mesma e pego minha carteira.

— Obrigada. - Digo a guardando. Só quero saber como ele conseguiu pegar a carteira de mim sem eu perceber. - Quem você é?

— Meu nome é Arthur. - Ele responde. - E você me pegou, parabéns.

— Bom trabalho, Arthur. - Uma voz bastante conhecida diz atrás de mim. Solto o tal Arthur e me viro para Neal. Ele não está sozinho, Tamara está ao seu lado. Arthur se afasta de mim e vai até Neal. - Aqui, toma. - Neal dá uma quantia de dinheiro para ele. - Dá o fora daqui. - Arthur sorri gentilmente para mim (deve ser louco) e vai andando. - Trouxa. Dei o dinheiro falso, o qual você me entregou dizendo ser a herança.

— Neal... - Tento falar alguma coisa, uma desculpa, talvez.

— Cala a boca e me segue. - Ele me interrompe e vai andando com Tamara para dentro da casa. Engulo á seco e entro. Está limpo e organizado. Parece que tiveram um dia de faxina para ter esse resultado. - Sente-se.

— Eu não vou ficar, só queria dizer que...

— Eu mandei você sentar! - Ele me interrompe outra vez. Me sento no sofá e olho para ele.

— Deveria ter feito o que ele mandou, Emma... - Tamara diz para mim.

— Você fala como se tivesse importância na minha vida. - Respondo para ela.

— Ah... Pode apostar... Terei bastante importância na sua vida. - Ela diz com um sorriso. - Vou preparar um chá. - Dito isso, ela segue para cozinha e lá fica.

— Eu até gostava de você, Emma. - Neal pega uma cadeira de madeira e se senta na minha frente.

— Eu não me importo se gosta ou não de mim.

— Sabe porque não?

— Porque estou me cagando pra você.

Ele solta uma gargalhada.

— Você está perdidamente apaixonada. Se ainda me amasse, não estaria dizendo isso.

— Eu não gosto de monstros.

— Certo. Por isso foi se aventurar nos braços do capitão. Ele deve estar esperando a primeira oportunidade para te largar e voltar á viajar. Imagina o quanto de mulheres ele pode ter em diferentes lugares...

— Killian não faria isso.

— Aposto que sim. Vai dizer que ele é cem por cento anjo? - Fico em silêncio. - Olha, eu tentei separar vocês dois.

— Claro. Mandando uma ex maluca insinuando estar grávida. Mas que bosta de criatividade!

— Eu achei que seria melhor que os dois se separem porque poderia evitar o que vai acontecer.

— E o que vai acontecer?

— Coisas ruins...

— Como assim?

— Você vai ficar aqui, com a gente. - Ele se levanta e tranca a porta, fecha as janelas e senta ao meu lado.

— O chá está pronto! - Tamara anuncia entrando na sala com uma bandeja com o bule e três xícaras.

— Não, não vou ficar e beber chá com vocês. - Digo me levantando.

— Ah, você vai... - Neal segura meu braço e me puxa de volta para o sofá.

— Que saco vocês dois, o que querem?

— Conversar. - Neal diz pegando uma xícara de chá e entregando para mim. Respiro fundo e deixo Tamara me servir o chá.

* * *

Minha cabeça dói. Dói muito. E o pior: Eu sinto frio. Parece que apaguei ou algo do tipo. Ainda com a dor, abro os olhos bem devagar. Me espanto ao perceber que estou no meio de uma estrada. Estou sentada numa cadeira com as pernas e os braços amarrados na mesma. Parece que alguém me amarrou e me deixou aqui.

— Ela acordou. - Alguém diz.

Ainda estou meio lerda e sonolenta. Só me lembro de estar na casa de Neal, beber o chá e... Acordar aqui.

— Que bom. - Outra pessoa diz. Fecho os olhos por alguns segundos e quando os abro, me deparo com Neal e Tamara. - Oi Emma. - Diz Neal com um sorriso.

— O que está acontecendo? Está tudo girando... - Digo.

O vento passa, não só balançando meu cabelo, mas também me fazendo ficar com mais frio. Parece que tudo agora está girando. E a minha vida parece estar uma confusão. Não sei onde estou, o que fizeram comigo e como estão as pessoas que amo. Ah, se eu pudesse levantar daqui e dar um soco em cada um...

— Você dormiu a tarde toda e metade da noite. - Tamara responde.

— Seus desgraçados, vocês me doparam? - Pergunto tentando me soltar inutilmente. O máximo que eu conseguiria fazer neste estado é virar a cadeira e cair, o que não seria muita vantagem. - Onde estou?

— Próxima á fronteira da cidade. - Tamara responde.

— Me soltem! - Ordeno.

— Não é assim tão fácil. Você acha que só gritar pode mudar tudo. Mas, você está enganada. - Neal responde. - Killian está á caminho, não se preocupe.

— Como assim? O que vocês fizeram? - Pergunto desesperadamente. E se eles o machucarem?

— A pergunta não é essa, Emma. - Tamara responde.

— Liguei para Killian uma hora atrás mandando-o trazer o verdadeiro dinheiro. Falei que se ele não me entregasse até as nove da noite eu te mataria e blá, blá, blá. - Ele confessa se aproximando de mim. - Você sabe que eu nunca faria isso, não é? Pois bem... Ele vai vir que nem um louco desesperado para te salvar. Mas...

— Quando ele vier você estará no meio da pista. - Tamara completa.

— Exato! E será obrigado á desviar se não quiser te machucar. E esse desvio o levará para a lateral, ou seja, a floresta. Resumindo, ele terá um fim bem triste. E não precisaremos sujar as mãos. - Neal conta.

— Vocês sabem, não é? É para isso que existe freio. - Falo.

— Esse é o problema, Emma. Ele não poderá usar o freio. - Neal responde.

— Co-como assim? - Gaguejo.

— Sabotei o carro dele mais cedo, mais precisamente, o freio. Não vai estar funcionando, o que o fará desviar. - Tamara fala.

Depois de alguns minutos em silêncio, isso tudo passa pela minha cabeça, me fazendo chorar. Chorar por tudo o que aconteceu. E eu, que sempre fui otimista, consigo assumir que para isso, não há escapatória. Neal venceu. Ele venceu. Tenho que aceitar.

— Por que estão fazendo isso? Por que gostam tanto de ver as outras pessoas sofrerem? - Pergunto entre as lágrimas.

— Porque ao contrário de você, Emma, nós não precisamos dos outros para viver. - Neal responde.

Ficamos um momento em silêncio, pareceu uma eternidade. Até que ouvimos barulho de motor. Neal sorri e se esconde com Tamara atrás de uma árvore.

Olho para frente e lá está ele. Aquele Hyundai Solaris preto que é uma mistura do cheiro dele com batata frita. Está em alta velocidade, o que não é bom. Consigo ver seu rosto aflito que logo fica desesperado quando me reconhece no meio da estrada. Parece que ele tenta frear ou fazer alguma coisa, mas não consegue.

— Eu te amo. - Digo, foi praticamente um sussurro.

E assim acontece, ele desvia de mim. Não vejo o resto, apenas fecho os olhos chorando e ouço a batida. Tento me soltar de novo, em vão.

— Até nunca mais, Emma. - Ouço Neal dizer e logo depois um barulho de porta de carro se fechando. Ele provavelmente deve ter pego as malas e ido embora.

Parece que tudo o que eu faço dá errado. E por mais que minha cabeça esteja gritando: "Você se ferrou. Está tudo ferrado"; meu coração sussurra: "Está tudo bem. Tudo ficará bem". E eu não sei quem ouvir.

Eu malmente sei o que fazer.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo. Eu levei bastante tempo para escrever ele, porque quando fico em casa, fico entediada e isso não me ajuda para novas idéias. Já o próximo, consegui escrever um pouco mais rápido. Bem, obrigada e até o próximo capítulo.



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