Uma Noite e Tudo Muda escrita por Dama da Morte


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários! Desculpa pela demora!
Boa Leitura!



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P.O.V Thalia

     Eu tentava impressioná-lo, o que era estranho, pois eu nunca tentava impressionar ninguém, nem mesmo ao meus pais. E saber se o já tinha feito era difícil, pois Nico não transmitia muitas expressões e eu só sabia quando ele estava confuso que era quando franzia o cenho e deixava a boca entreaberta e eu, não sei porque, acho isso fofo.

     Nico é diferente dos outros garotos, isso qualquer um pode ver. Ele não vive se olhando em frente a um espelho e eu gosto disso. Sua mente não é suja como a minha, ele é bobo e não entende nem metade das coisa que eu falo.

—Thalia acorda. -Ouço Nico dizer, eu ainda estava dormindo e não havia notado que a cama dele era tão dura. - Você tem que ir para a escola!

—Se você não vai, eu também não vou! -Eu disse com os olhos ainda fechados.

—Então sai do chão pelo menos! -Ele pediu.

Abri um olho e dei de cara com Nico. Ele estava com cara de sono e seus cabelos estavam bagunçados. Notei que eu estava no chão, isso explicava por que eu achava que a cama dele era dura.

—Ta. -Eu disse, tentando me pôr de pé.

Nico me ajudou e quando eu fiquei de pé cai na cama macia dele.

—Você gosta de dormir no chão? -Ele perguntou indo para o outro lado da cama e entrando debaixo das cobertas.

—Não. - Eu disse me cobrindo e logo fechando os olhos. - Eu acho que sou sonâmbula, as vezes acordo em uns lugares estranhos. Da última vez acordei em cima do balcão da cozinha do apartamento do meu irmão.

—Como isso aconteceu? - Nico me perguntou.

—Não sei! -respondi. -Mas se você acordar comigo em cima de você é culpa do meu sonambulismo... Ou não!

Eu não precisava abrir os olhos para saber que ele estava corado.

Eu voltei a dormir e quando acordei novamente já estava de tarde, mas Nico ainda dormia ele estava encolhido porque eu havia roubado todo o cobertor. Voltei a cobri-lo e tentei ficar acordada, depois de um tempo decidi tomar um banho.

Peguei minhas coisa e fui para o banheiro dele. Me olhei no espelho, eu estava com a cara horrível, cheia de olheiras, minha cara estava amassada e meu cabelos estava pra cima, eu tentava manter os olhos abertos. Me despi lentamente, entrei no box do banheiro, liguei o chuveiro e senti a água fria descer pelo meu corpo. Enquanto isso, eu pensava no que faríamos mais tarde.

Quando terminei o banho já sabia o que faríamos, Nico poderia não gostar muito da ideia, mas valia a pena tentar. Quando fui me enxugar percebi que não havia trazido toalha e nem havia pedido para ele e eu não ficaria com frio, então peguei a toalha dele. Me enxuguei, vesti minhas roupas íntimas e quando fui pegar a toalha, novamente, para enxaguar meus cabelos a porta do banheiro foi aberta. Nico entrou e assim que percebeu que eu estava ali arregalou os olhos e depois os fechou os espremendo com força, suas bochechas estavam vermelhas.

—Me desculpa, Thalia, E-eu não sabia que estava aqui pensei que estivesse lá em baixo! -Ele disse rapidamente.

—Tudo bem Nico, pode abrir os olhos! - eu disse pra ele.

—Você está coberta? - Ele perguntou.

—Estou! -Respondi.

Nico abriu os olhos e depois olhou para o teto. Eu não entendi o porquê.

—estava perguntando se você estava totalmente coberta e não com pedaços de roupa!

—Ah, Tá. -Eu disse e me enrolei na toalha novamente. -Agora sim! Ah e eu peguei sua toalha. Algum problema?

Ele voltou a me olhar.

—Tudo bem, depois eu pego uma toalha e uma coberta pra você! -Nico disse e eu assenti. - Acho que já vou indo!

—Tem certeza que não quer ficar e me ver tirar as roupas? Ou melhor o resto das roupas? -Perguntei mentalmente, mas pra ele apenas assenti.

Nico saiu e fechou a porta do banheiro. Eu voltei a fazer o que fazia antes dele chegar. Enxuguei meus cabelos e os penteei pra não ficar parecendo uma louca com os cabelos bagunçados, vesti a roupa que havia separado e sai do banheiro.

Encontrei Nico sentado na cama com celular o celular em mãos.

—Pronto!- Eu disse, ele colocou o celular de lado e prestou atenção em mim por um segundo antes de se levantar.

Ele pegou uma pequena pilha de roupas que eu acreditava ser dele, passou por mim e disse:

— Se quiser descer e preparar algo pra você comer pode ir!

—Vou te esperar! -Eu respondi.

Ele assentiu, entrou no banheiro e eu ouvi a porta ser trancada por dentro. Ele devia estar com medo de que eu o atacasse durante o banho.

Ri com meu pensamento. Fui até a cama dele e me sentei lá. Olhei para o lado e vi o celular dele. Bisbilhotar seria uma péssima ideia até porque acho celular algo muito pessoal, mas o que eu poderia encontrar ali?  Eu estava curiosa. Bisbilhotar ou não? Sim ou Não?

A curiosidade estava quase me matando. Escutei ele ligar o chuveiro. Resolvi acabar logo com isso. Peguei o celular dele e assim que cliquei no botão lateral a tela acendeu mostrando uma imagem dele e da amiga morta. Eu estava começando a não gostar dessa garota, ela parecia estar em tudo da vida dele.

Desbloqueie a tela e não quis saber do plano de fundo fui direto pra caixa de mensagem dele. Haviam algumas mensagens a última havia chegado ontem e já fora aberta. Abri a mesma mensagem e vi que era pra ele pagar uma conta de algum telefone, mas não era o dele.

Rapidamente fui até o criado mudo de sua cama e peguei meu celular, errei a senha três, pra variar, e quando consegui desbloquear a tela anotei o número e salvei para depois poder ligar. Continuei a mexer no celular dele, encontrei apenas mais imagens dele e da amiga Silena e algumas conversas fofas entre eles que me davam vontade de vomitar. Não eram tão fofas apenas estou exagerando. Eu disse que não gosto dessa  garota.

Meus planos de sair hoje a noite havia acabado de mudar, eu já sabia o que faria com ele.

Ouvi o chuveiro ser desligado e eu rapidamente começo a eliminar as abas que havia aberto. Voltei para a cama dele, larguei o celular ao meu lado. Tento fazer com que meu coração desacelera e faço a melhor Poker Face que eu consigo.

Minutos depois Nico sai do banheiro.

—O que foi?- Ele pergunta com o cenho franzido indicando que estava confuso.

—Nada! -Eu disse nervosa, já sabendo que minha Poker Face não havia funcionado muito bem porque sou péssima com mentiras. -Por quê?

—Você tá com uma cara estranha! - Ele disse.

—Vamos comer deve ser fome!

...

Comemos macarrão instantâneo por que Nico não sabe cozinhar e eu até sei, mas estávamos morrendo de fome e queríamos algo rápido.

Depois que comemos lavei a louça e fomos para a sala. Ficamos calados eu em um sofá e ele no outro. Hazel chegou às duas da tarde nos deu um "oi", perguntou se havíamos comido e quando respondemos que sim ela assentiu e disse que estaria no quarto escutando música com os fones de ouvido no máximo.

Nós assentimos e Hazel subiu as escadas correndo nos deixando sozinhos novamente. Nico ligou a TV e começou a procurar algo pra assistirmos. Ele perguntou se eu tinha alguma preferência para filmes e eu disse que não. Ele escolheu Os Vingadores: Era de Ultron filme que eu estava louca pra assistir, mas eu não conseguia prestar atenção porque não parava de me perguntava de quem era aquele número que eu havia anotado.

Será que Nico esconde algo? E se esconde o que será? Será que ele conversa com alguma outra garota? Não dava pra saber Nico tinha uma cara de santinho que era impossível desconfiar dele. Eu continuava a me fazer essas perguntas constantemente.

Hazel desceu novamente, disse que iria sair com os amigos e foi embora como um foguete. Eu e Nico continuamos calados e enquanto ele assistia eu o observava. Ele não desgrudava os olhos negros da TV, vez ou outra ele molhava os lábios rubros e perfeitamente desenhados e os contraia. Constantemente ele afastou uma mecha do cabelo liso do rosto e eu ainda me perguntava que segredos ele esconde.

Logo a noite caiu e Hazel ainda não havia chegado. Sentimos fome e pedimos Yakisoba. Eu dei todos os brócolis e cenouras para ele porque eu odiava legumes.

—Você não come legumes? - Ele pergunta ao meu lado no sofá.

—Não sou muito fã! - Respondo olhando para a TV.

—Deveria comer mais faz bem! -Ele diz e eu quase sorri. Minha mãe sempre dizia isso pra mim quando eu era mais nova. - Vamos lá se você comer pelo menos três cenouras você escolhe qualquer coisa para fazermos!

Larguei o garfo que estava a caminho da boca e olhei para Nico.

—Qualquer coisa? - Eu lhe perguntou, me assegurando disso e tendo várias ideias ao mesmo tempo.

—Qualquer coisa!- Ele diz, pausadamente dando ênfase em cada palavra.

— Ta! - aceitei, o que que eu não faço pra executar meus planos? !

Coloquei meu prato na mesinha que havia ao lado do sofá e peguei o copo com água que havia separado pra mim. Dei um gole na água e abri a boca como uma criança que não sabe comer sozinha.

Nico levou três vezes o garfo a minha boca. E em todas as três vezes eu fiz uma careta odiava o gosto que ficava em minha boca então bebia um pouco da água.

—O que  você vai quer? -Nico pergunta.

Havíamos terminado nossa refeição e estávamos na cozinha, eu encostado ao lado da pia enquanto ele lavava a louça que sujamos.

—Não tenho pressa! - Eu disse calmamente.

Na verdade eu tinha  e muita já sabia exatamente o que faríamos.

Quando ele terminou de lavar a louça, voltamos para a sala e nos jogamos no sofá, um filme acabara de começar. Mas eu não prestava atenção ao filme, eu estava pensando no momento que partiria pra ação, coisa que fazia meu coração quase sair pela boca porque eu nunca iniciava nada com os caras que eu ficava.

Minhas mãos já estavam começando a tremer. Droga. Decidi acabar logo com isso de uma vez, não tinha porque ficar nervosa, na verdade tinha era o Nico e eu não sabia muito o que esperar dele, aliás, não conseguia nem ler suas expressões.

Sentei em seu colo colocando uma perna de cada lado do seu corpo.

—Thalia. - Ele disse baixinho eu o vi engolir em seco.

—O que eu quiser! Lembra? -Eu disse com uma sobrancelha arqueada e um sorriso se formando no canto dos lábios.

Ele fez que sim com a cabeça, provavelmente, lembrando do que havia dito.

Suas mãos, hesitantes, subiram para a lateral do meu corpo. Aprovei aquilo, era sinal de que ele estava se soltando comigo. Ele levantou os olhos para o meu rosto. Percebi que ele contraia os lábios.

—Então... O que exatamente você quer?

Agora sim você está falando minha língua, Garoto!

Levei minhas mãos , que estavam em minhas coxas, aos seus ombros e me aproximei mais de seu rosto.

—Primeiro isso -Beijo a pele fria do seu pescoço e o vi se arrepiar. Subi para seu ouvido e sussurrei:- Agora isso - Mordo o lóbulo de sua orelha, ele estremece.

—Agora isso -Nico puxou minha cabeça para trás, puxou-me pra perto, usou a mão que estava em minha nuca para aproximar seu rosto do meu e iniciou um beijo.

No primeiro instante fiquei meio surpresa, mas logo reagi. Adentrei minhas mãos em seus cabelos e comecei a puxá-los a medida em o beijo se intensificava. Eu desci suas mãos até minhas coxas e ele tratou de apertá-las. Eu queria mais e mais contato entre nós. Queria sua pele na minha.

Nos beijamos por alguns minutos, mas meus pulmões pediram um tempo e separamos nossos lábios, mas eu não queria saber de tempo, novamente, beijei a pele fria do seu pescoço e fui aumentando o número de beijos. Nico subiu mais as mãos apertou e minha cintura, foi para a barra da minha camiseta e perguntou:

—Posso?

Eu apenas fiz que sim com a cabeça e me afastei de seu pescoço para que ele tirasse a camiseta. Nico a tirou e jogou ao lado de nossos corpos. Voltamos a nos beijar, mas logo tivemos que parar novamente pois escutamos a porta ser destrancada.

—Hazel!- Ele diz.

Sai de cima dele rapidamente e deslizamos para o chão. Peguei minha camiseta, a desdobrei o mais rápido possível e a vesti. Nico ajeitou os cabelos e se recompôs. Eu estava frustrada, ela sempre nos atrapalha.

Hazel entra na casa juntamente com três amigos. Dois garotos e uma garota. Um dos garotos eu reconhecia era Frank Zhang o meio-irmão de Clarisse por parte de pai. Já os outros dois eu não fazia a mínima ideia de quem eram.

—Podem indo na frente, eu já subo! - Ouvimos ela dizer para os amigos.

Escutamos os passos deles nas escadas indicando que estavam subindo e quando os passos cessaram Hazel veio para nossa frente e nos olhou com um sorriso de pura malícia. Nós estávamos vermelhos.

—Da próxima vez eu deixo vocês a sós por mais tempo! - Ela diz. -Deveriam ter começado a se pegar assim que eu saí!

Eu e Nico nos olhamos. Estava tão evidente assim? Não havia sinais. Ou havia? Hazel é mais esperta do que eu imaginava. Ela vai embora, nos deixando a sós novamente.

—Eu vou matar e esquartejar ela, jogar sal e água benta e queimar pra não sobra nem o fantasma!- Eu sussurrei para Nico.

—Eu ajudo! -Ele diz.

Sorri.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem!
Posto o próximo assim que der!



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