Santa Vodca, Batman! escrita por halelinski


Capítulo 6
5


Notas iniciais do capítulo

Olá! :D



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Derek se sentou no sofá velho, colocando o edredom espalhado nele para o lado, tomando uma grande respiração.  Tinha acabado de voltar do casamento do xerife da cidade.

Na realidade ele só tinha ido por causa de sua família, desde que tinha se mudado de vez de Beacon Hills à oito anos, ele nunca mais tinha falado com o xerife e até dois anos atrás, em uma de suas ligações semanais com Laura, ele ainda pensava que John Stilinski estava casado com sua professora de literatura do ensino médio, Claudia.

Mas foi um belo casamento, ele não se arrependeu de ter ido. Pôde cumprimentar o xerife depois de tanto tempo e conhecer sua nova esposa. Além de passar um tempo com toda a família. A comida também estava ótima e a banda era extremamente agradável.

 Tudo estava indo bem até ele aparecer. Derek estava conversando sobre coisas triviais com Laura quando virou e lá estava ele. O garoto magro que, sem entender ele porquê, tinha abrigado e feito café da manhã para. Tinha sido mais por impulso, algo no menino o fazia querer cuidar e nunca mais deixar ir.

No final o garoto foi embora e ele pensou que nunca mais o veria novamente.

Mas claro que a vida não era tão simples assim, claro que ele ia aparecer do nada num momento importuno, e claro que ele iria ficar lhe encarando como se ele fosse algum tipo de fantasma do natal passado pra depois fugir como uma lêmure após ver uma hiena.

E claro que Laura iria lhe interrogar até ele soltar até o último acontecimento pela boca.  Após isso ele decidiu ir embora, a cerimônia tinha praticamente acabado e ele achou melhor se retirar antes de Laura sugar dele mais do que já tinha. O fato de ele estar pensando constantemente no garoto desde a noite anterior era algo que Laura não precisava saber.

Ele levantou do sofá e seguiu para o quarto, andando direto para a escrivaninha. Ao menos o casamento tinha lhe dado ideias para uma parte do livro. Ele também não conseguiria dormir de qualquer modo então escrever pareceu a melhor opção no momento.

Ele abriu o laptop e tirou o terno negro enquanto esperava a máquina iniciar. Sentou-se na cadeira acolchoada e levou os dedos ao teclado, louco para tirar as ideias de sua mente e as colocarem no computador.

Derek estava passando por um bloqueio criativo há meses e por isso aceitou o conselho de Laura e voltou à Beacon Hills. Segundo ela a paz da cidade faria sua mente funcionar melhor. O que na verdade estava até funcionando. Na ultima semana ele conseguiu escrever mais páginas do que em um mês em Nova Iorque. Talvez Laura tivesse acertado dessa vez.

Seus dedos dançaram pelas teclas por diversas horas e Derek só parou quando sua barriga grunhiu por comida. Ele olhou para o canto da tela e viu que já era próximo das três da madrugada. Talvez tivesse se empolgado demais. Levantou da cadeira em um impulso e antes de caminhar para a cozinha passou pelo guarda roupa e trocou por uma roupa mais confortável, quando chegou ao andar de baixo pegou no armário o último pacote de Doritos e na geladeira um suco de laranja. Sentou no sofá da sala e comeu no silêncio da noite, tudo que conseguia ouvir era o latido baixo de algum cachorro da vizinhança. Ele colocou o pacote vazio e o copo na mesa baixa e acabou deitando no sofá e dormiu ali mesmo.

Derek acordou horas depois com o som da campainha tocando incessantemente no seu ouvido, a luz do sol que refletia sobre a janela da sala batia forte no seu rosto, o fazendo ter dificuldades para abrir os olhos. Ele colocou o braço sobre os olhos e levantou preguiçosamente. Coçou os olhos e os abriu com dificuldade, lentamente se acostumando com a luz.

A campainha continuava tocando, Derek tinha quase certeza de que era Laura, só ela para perturbá-lo em um domingo de manhã. A campainha continuava. Era quase um dejavu da noite retrasada, o barulho incessante na porta o fazendo querer morrer.

Ding dong.

Derek se levantou do sofá.

Ding dong. Ding dong.

Porra, Laura.

Ding Dong.

Andou apressadamente até a porta, já de saco cheio do barulho.

Ding Dong. Ding dong.

Abriu a porta com violência.

Ding Do-

— MAS QUE DROGA LAURA. PODE PA – Ele parou abruptamente quando percebeu que quem estava na sua frente não era nada parecido com Laura.

— Hã, desculpa. Acho que não vim no momento correto. Você parece bem mais mal humorado hoje. Não que você sempre pareça mal humorado. – Divagou o garoto magro totalmente não parecido com a Laura. – Eu acho que devo ir, foi mal. – Ele se virou fazendo menção de ir, mas Derek o impediu segurando seu pulso sem pensar. O garoto magro virou para ele, alternando um olhar confuso entre o rosto de Derek e seu pulso. Derek apenas suspirou.

— O que você está fazendo aqui, Stiles? – Perguntou. O nome saindo estranho de sua boca.

— Oh, você sabe meu nome, isso é...Legal. – O garoto disse fazendo uma careta que parecia um misto de incerteza e nervosismo. Derek soltou seu pulso percebendo que ele não fazia mais menção de ir embora.

— Laura me disse ontem. Depois de você ter disfarçadamente fugido após me ver.

— Então, sinto muito por isso. Eu meio que entrei em estado de choque? Não esperava ver você lá. Na verdade não esperava ver você por um tempo depois da manhã de ontem. – Declarou, parecendo desconfortável, seu braço correndo em direção à nuca e coçando rapidamente.

— Está bem. – Derek disse. Ele queria comentar sobre como existiam modos mais fáceis de ter fugido daquela situação, mas não pareceu apropriado.

Nos segundos seguintes um silêncio desconfortável se instalou sobre eles. Derek sem sentir a necessidade de falar algo mais e o menino aparentemente pensando no que falar em seguida. Ele cortou a tensão quando seu rosto se iluminou e ele bateu as duas mãos juntas, fazendo o saco, antes despercebido, em sua mão balançar com o choque. Stiles finalmente se pronunciou.

— De qualquer jeito, eu vim aqui me desculpar. Por ter invadido sua casa anteontem e por ter fugido como se você fosse lobo ou coisa assim. – Ele falou pra depois fazer uma cara pensativa. – Ok, não como um lobo, eu gosto de lobos. Mais como um monstro? Não sei, como algo ruim! Não que você seja ruim ou que eu não goste de você, o que totalmente não é... o caso. – Ele parou quando voltou o olhar para o rosto de Derek. Esse garoto certamente sabia como divagar.

— Enfim, como forma de desculpas eu vim deixar isso aqui. – Ele continuou, levando o saco em suas mãos na direção de Derek, que apenas lançou um olhar interrogativo para o homem em sua frente. – São apenas sobras do bolo de casamento de ontem, tendo em vista que você foi embora antes dele ser partido, imaginei que você iria querer provar. Está muito bom, aliás.

— Obrigado. – Derek se pronunciou, pegando o saco das mãos do menino.

— Acho que é essa minha deixa, né? Vou indo agora, desculpa e obrigado de novo por, você sabe, toda a coisa de ter me abrigado e não vendido meus órgãos. – Stiles disse, mexendo os braços de modo desordenado enquanto falava. Quando se calou ele olhou diretamente nos olhos de Derek, o castanho-claro brilhando de uma forma instigante. Como se tentasse dizer algo que Derek não compreendia. Logo o garoto murmurou algo (que Derek não entendeu muito bem por estar muito ocupado não analisando todo o jovem à sua frente), e fez menção de sair.

Os cinco segundos seguintes foram cruciais para Derek tomar uma decisão que poderia mudar o rumo das coisas: Ele poderia chamar o jovem, impedi-lo de ir embora, deixa-lo entrar na sua bolha onde vive sozinho há muito tempo. Arriscar uma amizade talvez? Ele não sabia ao certo, mas algo naquele jovem o instigava tanto que o fazia querer tentar.

Era estranho, ele não gostava disso. Por isso ele podia apenas deixa-lo ir, acabaria ali. Talvez eles se vissem uma vez ou outras pela cidade, cumprimentariam um ao outro e então seria apenas isso. Mas, aparentemente, Derek gostava muito menos dessa ideia.

Por motivos confusos como esses que Derek segurou o pulso do homem pela segunda vez nesse dia e impediu de ir embora.


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