Santa Vodca, Batman! escrita por halelinski


Capítulo 14
13


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Só queria agradecer MUITO pelos comentários, fiquei muito feliz com todos eles (tipo, MUITO FELIZ rlsrkshçr)



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Foi quando ele ouviu o som do portão de metal se fechando que Derek desabou no chão da cozinha. Ele se arrastou até o chão, lentamente sentando e encostando-se ao balcão. Bagunçou o próprio cabelo antes de bater na própria testa com a palma da mão, os olhos fechados em uma carranca forte.

Ele sentiu o celular tremendo no bolso e o atendeu quase de imediato quando olhou o nome na tela.

— Acho que eu acabei de fazer uma grande merda.

Ele ainda não tinha entendido muito bem o que tinha acabado de acontecer. Era só que Stiles começou a dizer coisas sobre gostar dele e ir embora e eles nunca mais se verem e Derek apenas precisava calar a boca dele.

Além de ele querer muito beijar aquela boca.

Foram dois coelhos numa cajadada só.

Mas ele tinha que ter pedido desculpas pois ele tinha acabado de romper aquela barreira. A barreira que os mantinham na amizade. No serem amigos e jamais magoarem um ao outro com um possível término.

Ele queria beijar Stiles? Sim.

Ele queria algo maior que aquilo? Sim.

Ele tinha coragem de arriscar? Claro que não.

Ele prezava demais a sua amizade com Stiles, ele valorizava demais o próprio Stiles. Ele não queria estragar o que eles tinham com um namoro incerto. Ele não queria perder Stiles para isso.

Mas merda, ele queria tanto beijá-lo de novo.

E foi tudo isso que ele contou à Laura quando a mesma perguntou o que houve na outra linha.

— Você tem um talento nato para estragar o que tava ficando bom, sinceramente. – Laura disse e Derek quase quis rir.

— Bem, obrigado.

— Você deveria ir atrás dele, sabe.

—E falar o que? “Oi eu fui um idiota, podemos nos beijar de novo?”? – Derek perguntou com um tom sarcástico.

— Exatamente. – Laura respondeu de maneira óbvia.

— Laura.

— Derek. Se você beija alguém e depois pede desculpas, ele provavelmente vai pensar que você tá arrependido e não quis fazer aquilo. Foi isso que aconteceu? – Laura respondeu e Derek apenas ficou em silêncio. Laura já sabendo que não era o caso.

— Você gosta dele. Você não deixou alguém se aproximar tanto assim desde a Page. Você provavelmente não percebeu, mas voltou a escrever sobre amor, você entende o que isso significa, não é? Toda a sua escrita reflete de você. E nós sabemos que isso não é apenas sobre a amizade de vocês.  – Ela continuou e Derek respirou fundo, ele estava prestes a falar quando Laura finalizou:

— Ela não iria querer te ver assim, já tá mais que na hora de você sair do luto, maninho.

Derek respirou fundo mais uma vez e se despediu de Laura antes de desligar.

Ele levantou do chão e seguiu para o quarto. Ao terminar de subir as escadas, sentou-se na grande cama e abriu a gaveta do armário que havia do lado dela. Vasculhou a gaveta e tirou de lá um porta retrato velho. Ele sorriu para a foto.

Nela havia um Derek muito sorridente sentado em um banco, sua velha jaqueta preta vestida perfeitamente em seu corpo jovem. Ao seu lado havia uma mulher igualmente sorridente, os imensos cabelos pretos caindo sobre os olhos azuis. Ela descansava no peito do homem, que passava o braço pelos ombros da mulher. Naquela época, Derek nunca esteve mais feliz.

Ele conheceu Page na época da faculdade. Quando estava perdido e sem rumo.

Tinha escolhido bacharelado em literatura apenas porque era o mais próximo que ele poderia chegar do seu sonho.

Naqueles dias, Derek dividia seu tempo em ler livros, escrever (que era sua real paixão) e ficar com pessoas aleatórias durante a noite. Ele jamais foi o mais sociável, então considerava mais fácil saciar seu desejo carnal e ir embora, cortando a conversa e o jantar social.

Não que ele fosse completamente solitário. Ele ainda tinha Laura, que cursava Letras no mesmo campus. Além de Erica e Boyd, seus amigos desde o ensino médio. Também tinha Isaac, o calouro que ele conheceram em alguma calourada e que Laura resolveu adotar.

A vida dele estava completa daquele modo. Tinha amigos e sua família, tinha seus livros e tinha um laptop para escrever.

 Estava tudo perfeito até Page aparecer.

Até aquela moça com longos cabelos e olhos vibrantes aparecer e mostrar para Derek que a vida dele estava longe de estar completa. De beija-lo e dizer que estava tudo bem em seguir seus sonhos, de secretamente enviar o rascunho do primeiro livro de Derek para uma editora e fazê-lo virar um autor Best-seller em questão de meses.

Eles namoraram por três anos, moraram juntos por mais dois. E naquele momento Derek tinha certeza que sua vida estava finalmente quase completa.

Foi pensando nisso que Derek comprou uma aliança em uma joalheria aleatória e convenceu Page a pegar um avião e ir de encontro a ele, em Beacon Hills. Onde ele estava com sua família.

O plane era perfeito, Page chegaria e encontraria Derek ajoelhado na porta, ele iria tomar coragem e falar tudo que sempre guardou para si mesmo. Ela choraria e diria que sim. Ele a abraçaria e também choraria em seu ombro e sua vida estaria então perfeita.

Mas então Page decidiu vir de carro ao invés de avião.

Era uma noite escura quando um caminhoneiro sonolento acabou cochilando ao volante.

Era tarde demais quando ela tentou desviar.

Eles a enterraram em Nova Iorque, onde sua família morava. Derek observara sem expressão o caixão sumir pelo buraco aberto no chão. Ele olhou ao redor e viu todos os presentes chorando. Alguns fungavam baixo, limpando o nariz a cada trinta segundos e passando os dedos pelos olhos para enxugar as lágrimas que teimavam em cair.

 Outros eram mais escandalosos. Ele reconheceu a melhor amiga da namorada caída no chão, o vestido preto agora sujo com terra e o rosto vermelho e inchado, ela regando a grama com suas lágrimas.

Foi quando ele percebeu, vendo todas aquelas pessoas desesperadas chorando pela morte da mulher.

Page era amada. Page era muito amada.

Ele a amava tanto.

Ali ele desabou, encostou-se em Boyd e chorou silenciosamente. Pensando sobre como jamais veria Page novamente e no que seria de sua vida sem ela.

Um mês depois ele começou a escrever Wolf’s Pack. A História de Tyler, um lobisomem que teve o amor de sua vida morto em seus braços e que buscava vingança contra quem fez isso.

Já fazia quatro anos desde então. Foi exatamente na época que Stiles saiu de Beacon Hills para a faculdade, então ele provavelmente não sabia de nada disso.

E por quatro anos a vida de Derek foi rodeada de livros e torturado por saudades de Page.

Isso até aquela sexta, um mês atrás, quando Stiles caiu sobre sua porta e o confundiu com um sequestrador.

Stiles e o bolo de casamento do seu pai, Stiles e seu gosto estranho por heróis até então desconhecidos por Derek, Stiles e sua paixão por tudo que ele fazia. Stiles e aquele sorriso que fazia Derek querer sorrir também por um dia inteiro.

Stiles e aquela sua incrível habilidade de tirar todo o peso do coração de Derek com apenas um Olá.

Merda, ele gostava do homem.

E ele tinha acidentalmente o rejeitado!

Derek pegou o celular no seu bolso com uma pressa sobrenatural e enviou uma mensagem para Malia.

 [17:39] Pode me passar o endereço do Stiles?

Em poucos segundos Malia lhe enviou uma resposta.

[17:39] Claro. Mas o que houve?

Ele respondeu na mesma rapidez.

[17:40] Longa história, só me passa o endereço.

Na outra mensagem estava contida a informação que Derek precisava. 

Em cinco minutos ele trocou de roupa e apanhou a chaves do carro há muito esquecidas na sua escrivaninha.

Teria de tirar seu camaro da garagem.


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Notas finais do capítulo

Eu tive que inserir a Page na história, ele é o tipo de personagem que mal apareceu e eu já considerei pakas. hrksdçrhlsdç
Não esqueçam de comentar!
E qualquer coisa, me chama no twitter: @flopuppy