Maremoto escrita por lady riot


Capítulo 18
16) Coração quente




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Capítulo DEZESSEIS

Coração quente

 


 

 

Ψ Annabeth Ψ

 

Eu estava feliz por ter ficado com o Luke... Até eu ver o meu surfista. Ele dispensou os campistas e nem olhou para mim quando eu passei por ele; só falou para o Luke que eles precisavam conversar. Eu fiquei com medo de que o meu surfista pudesse ameaçar o Luke, mas o Percy não faria isso, a não ser é claro que ele tivesse ciúmes de mim – o que é impossível! Ele é um deus e eu apenas uma humana sem graça... Eu sou capaz de ver isso.

 

Eu fui para o meu chalé. Della estava mexendo no seu Iphone e tomando sorvete, ela sempre está tomando sorvete, até mesmo no inverno ela toma sorvete, acho que ela tem dependência... A Lizie estava lendo um livro com uma garota loira segurando uma flor na capa.

 

-Meninas. – cumprimentei – Nem vi quando vocês vieram embora.

 

- Isso porque você estava mais ocupada colocando a língua dentro da boca do cara que sua melhor amiga é afim. – disse a Della sem tirar os olhos do Iphone. Lizie a encarou e depois se virou para mim.

 

- Não liga para ela.

 

- O quê? – perguntei. – Eu não estava “colocando a língua dentro da boca do cara que sua melhor amiga é afim” Senhorita Della.

 

- Você está negando isso por que você não estava colocando a língua dentro da boca do Luke ou por que você não sabia que a Thalia era afim dele? – ela me encarou sem expressão.

 

- A Thalia era afim dele?! – impossível. Ela queria ser caçadora, não queria?

 

- Pergunta respondida. – ela disse e voltou a se concentrar no celular. – Agora me deixe ver o meu twitter.

 

Eu sentei na cama da Lizie ao lado dela.

 

- Como assim a Thalia é afim do Luke?

 

- Não faço idéia Anna. Essa daí – a Lizie indicou a Della com o queixo – Vive se metendo aonde não é chamada.

 

Ela elevou o tom de voz no final para a Della poder ouvir; e deu certo porque a Della olhou para nós duas e disse cortante:

 

- Pelo menos eu não estou tentando roubar o cara que as minhas amigas são a fim.

 

Eu corei e desviei o olhar para o livro da Lizie. Pelo canto do olho vi que ela também estava corada. Questionei-a com um olhar, mas ela se limitou a dar de ombros. A Della bufou e saiu do chalé resmungado que precisava melhorar as companhias dela.

 

Nós ficamos olhando ela sair e bater a porta atrás de si. Lizie clareou a garganta e disse:

 

- Acho que ela está com raiva da gente.

 

- Você acha? – perguntei.

 

É claro que a Della está com raiva de mim e da Lizie; ela até esqueceu o sorvete dela em cima da cama. Ela esqueceu o sorvete dela! E ela tem dependência a sorvete. Com certeza aquela gatinha albina está com muita e muita raiva de mim e da Lizie; De mim porque beijei o Luke, e até eu estou começando a ficar com raiva de mim em pensar que eu fiz isso na frente do meu surfista... Ele nunca mais vai querer me prensar contra uma árvore. Mas eu não entendi o porquê da Della está com raiva da Lizie...

 

De quem será que a Lizie está tentando roubar o “peguete”?

 


 

Ψ lady Della Ψ

 

Eu me sentei à beira do mar e fiquei ouvindo as ondas; Isso sempre me acalmou. Isso é no mínimo estranho porque eu sou filha de Athena e mamãe não se dá bem com Poseidon, mas mesmo assim eu gosto do mar; Adoro pensar que abaixo da superfície aparentemente monótona existe um mundo próprio cheio de vida. Eu estava possessa com a Annabeth e com a Elizabeth, mas agora eu já nem me lembrava mais do motivo.

 

Pois é. O que o som relaxante da arrebentação não acalma, não é mesmo?

 

No orfanato onde eu fui criada a irmã Lúcia dizia que a água é o melhor remédio para as nossas raivas porque ela sempre vai nos devolver o que nós dermos a ela; Se você bater com força sua mão vai doer, se você for gentil a água vai te receber gentilmente nela. Definitivamente a praia é o meu lugar favorito no mundo. Melhor ainda se for em uma noite fria.

 

Ouvi passos na areia e me virei. Olhei ao redor várias vezes, mas não tinha ninguém por ali. Se fossem as Harpias querendo um semideus para o jantar elas tentariam me pegar... Mas tinha algo errado. Eu podia sentir a presença, mas não parecia ter ninguém ali.

 

- Sabe, - eu disse em voz alta e clara – espionar as pessoas não é muito gentil.

 

Não. Eu não estou ficando louca. O fato é que quando você vive em um lugar onde tudo parece ser surreal você sabe que se está com a impressão de estar sendo vigiada é porque você está sendo vigiada.

 

Eu já estava começando a achar que a “criatura” não iria se revelar (bem, não podia ser tão mal porque eu estava dentro dos limites do acampamento então não deveria ser algo ruim...) quando uma sombra se materializou na minha frente.

 

Ok. Eu não gosto de sol, apesar de o Apollo não ser tão mau assim; mas eu também não sou fã de sombras, escuridão, apagão ou coisas do tipo. Então eu já estava calculando o tempo que eu levaria para levantar do meu montinho de areia e chegar ao chalé de Athena antes da sombra, e confesso que não eram muitas as chances, quando a sombra tornou traços humanos.

 

Era um rapaz. Eu diria que da minha idade. Cabelos negros azulados, olhos rubis, pele super branca (apesar de ser mais bronzeado do que eu, fato), camiseta preta escrito “bite me” com letras prateadas, cinto de couro, calça jeans escura, coturnos e pegável.

 

- Olá. – eu disse e ele corou muito. Eu ergui uma sobrancelha porque as pessoas não costumam corar quando eu as cumprimento, talvez quando eu as analiso da cabeça aos pés, mas nunca quando eu as cumprimento; e eu nem analisei o cara por tanto tempo assim.

 

- Oi. – ele respondeu depois de limpar a garganta e corando ainda mais. Ok. Ele tem problemas.

 

- Eu sou Della.

 

- Eu sei. – ele disse baixinho. Ok. Ele tem problemas e é anti-social.

 

- Resposta errada. – eu disse. – Eu falo meu nome, você fala o seu e a gente aperta as mãos. É assim que nós nos apresentamos por aqui. – ele me encarava vidrado. Ok, problemático, anti social e tarado. – Vamos tentar de novo. Olá. Eu sou Della. – estendi a mão para ele.

 

- Nico. – ele respondeu e ficou olhando a minha mão como se eu tivesse um dedo à mais.

 

- Você pode apertar a minha mão agora Nico.

 

Problemático, anti-social, tarado e esquisito.

 

Ele apertou a minha mão bem rapidamente e comentou:

 

- Mão gelada.

 

- Mas coração quente. – brinquei... E ele corou absurdamente pareceu se engasgar com saliva e disse:

 

- Eu tenho que ir... Eu tenho que... – tossiu. – A gente se vê depois senhorita Della, filha de Athena. Eu ahn... Tchau. - E desapareceu.

 

Eu fiquei ali encarando o nada até ouvir as harpias chegando por perto e saí em disparada para o meu chalé. Os meus irmãos já estavam dormindo; com exceção da Elizabeth que estava ofegante e parecia ter acabado de chegar assim como eu.

 

Eu me lembrei porque eu estava com raiva dela e da Annabeth. Virei às costas e fui para a cama. O meu sorvete estava derretido em cima do meu travesseiro.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Aaaaahhh
Eu falei que teria Percabeth neh?! Me matem. Maaas se vocês me deixarem viver eu escrevo para o próximo que tal? Feito?
Eu juro que tem, palavra de escoteiro
E aí? O que concluíram desse capítulo?