Egoísta escrita por Mi, Shauna


Capítulo 1
I - O que eu achei da sua namorada?




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Meu nome é Lucas Eikmeier. Tenho 16 anos, cabelos castanhos e olhos pretos. Totalmente sem graça. Eu sou um garoto normal. Como garoto normal, eu tenho vícios. Mas o que fazer quando meu vício... é ele?

I

Eu quase quebrei meu despertador, mas consegui dormir por mais cinco minutos. Eu dormiria por mais, só que a minha mãe gritou uma ameaça lá da cozinha. Esse despertador não dá para parar... ah, droga. Ainda é cedo. Maldita escola. 

Levantei da cama, fui escovar os dentes e lavar o rosto. Baguncei meu cabelo. Depois, só coloquei o uniforme e voltei a deitar. Muito sono, muito mesmo! Pensei em fingir alguma doença, mas lembrei do Dan. Se eu faltar hoje, ele com certeza vai arrumar outro amigo e achar ele mais legal, aí vai me abandonar e esse novo amigo dele vai me substituir. Definitivamente não posso faltar. Eu sou doente.

Desci as escadas e me despedi da minha mãe. Ignorei o café da manhã, já que estava atrasado. Fui caminhando até a escola. Única vantagem de estudar perto é não ter que pagar passagem, porque senhor, é muito caro! Dá para comprar uns três chocolates com esse dinheiro. 

De longe, eu vi o Daniel me esperando na frente do portão. Corri até lá. 

— Por que demorou tanto? — Ele gritou e me balançou, me deixando tonto. Quem ele pensa que é?! — Ela já vai chegar! 

— Calma, calma! Ela quem? — Dei risada e tirei a mão dele da minha cintura, que por sinal, me fez ter uma sensação estranha. Sensação essa que não é tão rara... na verdade, é bem constante. 

— A Elisa, minha namorada, wah. — Piscou para mim. — Eu te falei sobre ela no skype, no feriado. Ela se transferiu para cá. E ainda caiu na nossa sala! 

— Verdade, você falou. — Baguncei meus cabelos. Eu tenho essa mania horrível de demonstrar meu nervosismo e ele com certeza percebeu. 

— Nervoso? — Ele sorriu. — Eu também. Quero que meu melhor amigo e minha namorada sejam amigos! Por favor, tente se dar bem com ela. 

— Não é isso! Só fui tirar uma sujeira do meu cabelo. Só isso e nada mais. — Sério que eu falei isso? Que desculpa horrível, Lucas! Ele vai perceber. Com certeza ele vai perceber.

— Sei, sei. — Ele não parou de sorrir um segundo, desde que falei com ele. Isso é viciante. Seu sorriso. — E-ela... está vindo... o que eu faço? Estou bonito?

— Não, mas seu rosto nem cirurgia resolve. Está tudo bem. — Provoquei. 

— Idiota! — Ele ameaçou um soco, me fazendo rir.

Uma garota de cabelos pretos e pele bronzeada veio até nós. Eu sinto que seus peitos vão pular da sua blusa a qualquer momento. Caralho... parecem melões. Tsunade morena.

— Amor! — Pulou em cima dele, que sorriu. — Saudades. 

— Nos vimos ontem, pô. 

— Não tô nem aí. — Só agora ela me viu. — Ah, você é o amiguinho dele, certo? 

Amiguinho? 

— E você é a namoradinha dele, certo? — Retribui o mesmo sorriso falso. Seus peitos parecem falsos, seu sorriso também... agora entendi porque o Daniel chama ela de boneca. 

— Sou a namorada dele! 

E eu sou o melhor amigo dele. 

Eu falaria isso, mas melhor não arrumar uma discussão logo de primeira, não é?

— Eu soube. Parabéns, hein. Grande conquista.

— Obrigada. Enfim, ouvi falar muito de você. Prazer em te conhecer. — Ela estendeu a mão, retribui. 

— Não me ignorem! — Daniel chamou nossa atenção. — Vamos entrar, o portão vai fechar. Não posso perder a aula daquele professor.

Ela pegou no braço dele e eles foram na frente. Sabe aquele amigo, que quando na calçada, é deixado para trás por falta de espaço? Então... ah, tanto faz. Amanhã nós vamos jogar vídeo game juntos.

Ela caiu com a gente. Incrível. Ela com certeza ''convenceu'' o diretor a deixar ela na nossa sala.

Nós entramos na sala de aula e nos sentamos. Pouco tempo depois o professor apareceu, com aquele rosto assustador. O professor Yan dá medo em qualquer um.

— Espero que tenham aproveitado bem o feriado. — Deu um sorriso sádico. — Agora, copiem as páginas vinte, vinte e um e vinte e dois. Depois explicarei. 

Droga. Eu deveria ter fingido febre, de qualquer jeito!

— Ei, amorzinho, quer apostar corrida? — Apontou pro livro aberto em sua frente.

— Não vou copiar, vou fazer amigas novas! — Ela respondeu, sorrindo.

— Tô falando com meu outro amor. — Ele respondeu, rindo. — E aí, bebê? 

— Vamos! — Dei risada. 

Seu sorriso murchou, ela bufou e se virou para o lado, puxando assunto com uma outra garota.

Essas brincadeiras eram comuns entre nós. Não mudaria porque um porta peitos quer que mude, não é? 

As aulas se passaram, assim como o intervalo e o sinal da saída tocou. Esse dia não foi tão ruim. Pensei que ele mudaria muito depois de arrumar uma namorada, mas foi tão normal... tô me preocupando atoa, com certeza. Não é como se... ah, esquece.

Fomos até o portão, até ela parar a gente. 

— Ei! A noite do vídeo game é amanhã? Estou ansiosa. — Deu pulinhos. 

Espera...

Hã? 

Quase explodi o Daniel com o olhar. 

— A-ah sim... também estou, amor. — Ele respondeu. Vou. Te. Matar.

— Até amanhã! — Ela foi andando com outras meninas. Essa faz amizade facilmente... 

Depois dela sair, o Daniel tentou sair de fininho. 

— Volta aqui, seu merda! — Gritei. — Eu posso levar uma garota pra nossa noite, também?

— Não, não! — Ele coçou a bochecha. — É que ela insistiu muito... não vai ser tão ruim, pô! 

— Tanto faz. — Saí andando, assim como ela. Ele me segurou. 

— Mas... e aí... o que achou dela? 

— Ela é legal. — Tirei a mão dele e voltei a caminhar. Não ouvi nenhum ''Espera, vou conversar com ela para ela não ir!''. 

Está tudo bem, é a namorada dele. Normal! Vai ser como sempre. Por favor, que seja como sempre.

 


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