Esta é Laim, nós vivemos numa ilha um tanto distante de todos. No fim do mundo, virando à direita, passa o precipício. Aquele pequeno pedaço de pedra, sem plantações ou casas grandes o bastante para acolher seus moradores? É lá.

Nós pescamos, cuidamos de uma quantidade pequena de animais. E somos completamente esquecidos do resto do mundo. A vila mais próxima a nossa é Berk. E eles são todos uns brutos.

Mas nem mesmo fomos esquecidos pelas pragas que os povos enfrentam: Dragões. Mas essa é uma história para outro momento.

— VALKA!

Esse é meu pai. Riga, O Forte. Robusto, teimosia em pessoa, um grandalhão, coração mole com crianças e líder de Laim. E esse é o momento em que me despeço, por que provavelmente ele quer que ajude com mais uma armadilha para os dragões.

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— Bom dia para você também, pai.

— Onde você esteve? O Pega Terror Terrível* não vai se construir sozinho.

— Eu sei pai, eu sei. Estava preparando a minha bagagem. Vou viajar com Jelga e, não, não me olhe com essa cara. Já tivemos essa conversa antes.

Riga jogou a mão ao alto e clamou por paciência aos Deuses. Enquanto sua filha apenas sorria. Essa seria sua própria aventura. Ela já era mulher desde tenra idade, mas finalmente conseguiu convencer ao pai que poderia viajar sozinha (ou quase) para conhecer o mundo.

Valka queria desbravar o mundo, e sair daquele fim de mundo que nada tinha a não ser pedras, água salgada e peixe.  Sua amiga e vizinha Jelga estava partindo ao seu lado, tão ansiosa quanto ela por sair de casa.

— Se eu pudesse, não a deixaria partir jamais.

— Pai!!!

— Mas não o farei. Só me ajude com mais essa armadilha.

Sempre foi um: só mais essa armadilha. Mas essa era definitivamente a última. Não mais iria deixar que ninguém mandasse nela. Valka estava decidida, e nada, nem ninguém iria impedi-la de ver o mundo.

Ela e seu pai levaram o dia inteiro para terminar a armadilha e quando o sol estava se pondo, eles assistiram ao grande astro sol mergulhar no oceano.

— Onde será que ele vai?

— Você irá descobrir, Valka. Você puxou a minha teimosia. – Riga resmungou, cruzou os braços e não olhou mais para sua filha – E quando souber, voltará?

— Quando eu souber...

— Que os Deuses a guiem! E arranque cabeças de dragões por onde passar.

Valka engoliu em seco, concordou com a cabeça e partiu. No meio da noite, Valka e Jelga subiram em um pequeno barco com previsões. Rumo ao norte. Elas tinham um objetivo: chegar a Berk, arranjar um mapa e partir o mais possível.