Jurassic Park escrita por Cahxx


Capítulo 5
Capítulo 4 - Boas aparências




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— Você viu que estamos indo direto pra um penhasco? - Gerry questionou a Nima assim que alcançaram o topo do parque - Depois daqui não tem outro caminho.

— Tem uma velha trilha que nos levará para baixo - Nima contou-lhes e chacoalhou a arma para continuarem a andar.

Chegaram aos trilhos quebrados de uma montanha russa. Na placa gigante, a inscrição: Bone Shake.

— Pai, por que nunca me disse sobre isso?!

— Eu não sabia disso. Bom, sabia que haveriam passeios diversos, mas nada desse tipo.

— Essa passagem é antiga, cavada na rocha - Nima comentou - Tem sobrevivido anos há tempestades, terremotos...

— Olha, é muito tarde para ficarmos andando por aí e muito perigoso para voltarmos. Basta usar o rádio. Contate a equipe de resgate. É nossa melhor chance de sobreviver.

— Vamos descer. Podemos ligar essa... engenhoca para nos levar até lá embaixo.

— Vamos passear nisso?

— Não podemos. Ainda não está em funcionamento.

— Você conserta - Nima apontou a arma - Vamos descer de qualquer jeito: então ou vamos nesse negócio ou te jogo daqui de cima.

— Que tal jogarmos você? - Billy apareceu com Oscar ao seu lado, ambos erguendo a arma para a mulher.

— Pai! - Jessy abraçou o pai.

— Querida! Está tudo bem! - Gerry a acalmou.

Billy apontou a arma para Nima, esta ergueu a pistola para ele e Oscar mirou na mulher.

— Você...! - ela pareceu reconhecer o barbudo. Este se aproximou dela e tomou a arma de suas mãos sem a menor delicadeza. Ela viu-se cercada por todos eles.

— E agora? - Jessy a encarou.

— Agora vamos para um passeio ao parque - Billy respondeu.

— Por favor, não diga “passeio” - a garota estremeceu.

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— E então? Como chamam aquelas coisas que estavam perseguindo vocês - Billy quis saber. - Halry...saurases...?

— Herrerassauro, da era triássica. Agora que criamos eles, podemos facilmente classifica-los como os primeiros terópodes.

— Oh, claro! Terópodes. É isso que tenho falado todos esses anos, não é Oscar?

Logo que alcançaram o helicóptero Scott já gritava em alerta:

— Corram, corram! Depressa!

Gerry e Jessy olharam para trás. O chão tremia e as árvores caíam.

— Não, de novo não... - a garota murmurou.

Todos correram para o helicóptero. Brian já havia ligado a energia, mas ele estava com dificuldade de começar a levantar voo.

— Anda, garoto... Não me deixa na mão agora...

O T-Rex começou a correr em direção ao grupo, Scott ainda tentando acionar comandos extras e a bateria reserva. Começaram a se erguer. A boca do predador quase pegou Oscar que estava na porta.

— Rápido, Lang! Nos tire daqui!

— Estou tentando!

Uma cabeçada do gigante dinossauro e o helicóptero voltou a girar no ar. Scott conseguiu retomar o controle e estabilizou a frente do transporte aéreo. Ainda ouviram um último grito do T-Rex antes de se afastarem do penhasco em pleno por do sol.

— Billy, preciso que assuma o controle - Scott pediu - Ainda não tô bem da cabeça.

— Ah há! Agora admite que sou um bom piloto.

— Você até que quebra um galho.

Na cabine atrás, o grupo de sobreviventes seguia em silêncio até Nima cortar o clima:

— Você é uma ladrazinha duma figa - comentou para Jessy - Sabe abrir algemas?

Jessy sorriu pra ela e encarou o pai que lhe fitou com desaprovação.

— E agora? - Scott perguntou ao novo piloto.

— Dr. Sorkin e sua assistente.

— E quanto ao Vargas?

— Vargas já era.

— Gostei das suas tatuagens - Jessy comentou para o barbudo. Nima olhou desta para ele.

— Por que não diz a ela o que significam suas tatuagens?!

— O que elas querem dizer?

— As lápides são para as pessoas que morreram perto dele. As caveiras são para as que morreram por causa dele. Diga-nos onde irá colocar a lápide do Vargas. Está ficando sem espaço pra ela.

— O que você disse?! - o grandalhão se aborreceu.

— Ei, ei, pessoal! - Scott gritou para trás - Foi um dia longo, estamos todos cansados. E não queremos mais feridos por aqui.

— Eu não tenho medo de vocês! - Nima gritou.

— Bom, eu? - Yoder começou a falar - Bom, eu sou mais carinhoso que o grandalhão aí.

— Oscar? - Scott riu - Por que ele é tão sentimental?

— Xi, cara, cê nem sabe. Escuta, ouve uma vez em Bogotá que uns caras riram dele e bem... digamos que de repente os caras sumiram, entende o que quero dizer?

— Não se deixe enganar... - Nima comentou diretamente para Scott - Você está na presença de assassinos. Você não estará mais seguro do lado deles do que na selva.

— “Companhia de assassinos”? - Billy repetiu achando graça - Oh, você tem que fazer uma música pra isso! Poderia ser um hit de sucesso! “Yeah, você está na companhia de assassinos, yeah, dong, ding, dan... ♪ ♫ ”.

Scott apenas riu.

— Você precisa de mais uma prova de que esses caras são assassinos?! Eles matam pessoas e ainda fazem piada disso!

— Eu nunca brinquei com o meu trabalho - Billy defendeu-se - Oscar é que faz o papel de engraçadinho.

— Preste atenção! É assim que homens agem quando não tem coragem de olhar para eles mesmos!

— Claro que não, eu gosto de mim! - ele continuou - Digo, veja este lindo rosto! Quem não gostaria?

— Ok, ok - Scott interviu, sua cabeça começando a voltar a doer - Entendo o que quero dizer, Nima. Mas vamos precisar de toda ajuda que tivermos para sairmos todos vivos daqui.

— Não! Como podemos ter ajuda de alguém com uma mente tão minúscula quanto a desse cara!

— Arrgh, já chega! - Oscar se levantou aborrecido.

— E o que vai fazer?! Me matar! Você já tentou isso uma vez!

— Você é maluca!

— Estou achando que isso é uma antiga discussão de um encontro mal planejado - Scott cochichou para Billy que apenas soltou uma risada abafada.

— Sabe - Jessy mudou de assunto - estou pensando em fazer uma tatuagem de uma borboleta no meu tornozelo.

— Vou fazer uma tatuagem das pessoas que você matou na SUA CARA! - Nima ainda discutia com o barbudo.

— Chega vocês dois! - foi a vez de Gerry entrar na discussão - Escutem! O que quer que tenha acontecido entre vocês dois podem resolver isso sozinhos quando voltarmos ao continente. Até lá, ainda tem pessoas que precisam da nossa ajuda. E você não vai fazer uma tatuagem! - a última ordem foi para Jessy.

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— E então os sistemas foram desligados e os dinossauros correm soltos por aí. Tragam as crianças, diversão para todos - brincou de Sorkin assim que o grupo desceu do helicóptero. James Sorkin já deveria ter cerca de 50 anos pelo cabelo grisalho, mas ainda tinha certo ar jovial. Vestia o jaleco branco com o logro do parque e seus óculos escondiam olhos azuis cheios de esperança.

— Não se preocupe, querida - a aluna de Sorkin sorriu para Jessy ao notar o medo em seu rosto - Estamos geograficamente isolados do restante da ilha. Nada além de herbívoros aqui. - a garota era mais baixa do que Nima e mais jovem também: não deveria ter mais do que 23 anos. Seus cabelos loiros caíam em ondas até a cintura e o jaleco branco quase apagava sua pele rosada.

Dr. James Sorkin e sua aluna, Sarah Jordan, conversavam com Gerry e Scott Lang a respeito dos últimos acontecimentos. Explicavam sua permanência no parque e todos os contratempos. O agente Yoder mantinha diálogos com Oscar, seu parceiro, e tentava saber mais a respeito de Nima. 

— O que afinal está acontecendo aqui? - Scott Lang colocou todos contra a parede.

— Tivemos algumas... complicações - Gerry respondeu.

— E quem são vocês? - foi a vez do cientista mais velho questionar.

— Somos uma banda! - Billy brincou.

— Viemos para salvá-los. - Gerry corrigiu.

— Olha, podem parar com isso - o biólogo foi direto - Nós dois não vamos a lugar algum. Esta parte da ilha é bastante remota e há um longo caminho até os predadores. Estamos perfeitamente seguros aqui.

— Fale por você, Dr. Maluco - Scott revirou os olhos já imaginando que isso aconteceria - Mas e quanto a você? - ele quis saber da garota.

— Eu não sei se... Ah, meu Deus, você está ferido! - ela exclamou ao ver sangue escorrer da testa do piloto.

— O que? Isso? - ele tocou a ferida sujando os dedos - Foi só um arranhão.

— Mas pode ficar grave se não tratarmos isso logo. Sente-se aqui - ela indicou um pequeno muro de pedra. Scott olhou para Sorkin e deste para Gerry. O veterinário sorriu.

— Ela tem razão.

— Essa não é uma boa ideia, meu senhor - Yoder tentava convencer o cientista.

— Mas já que estão aqui, vocês podem carregas as pilhas de documentos burocráticos da InGen que estão ocupando espaço. Eles deveriam ter enviado o material há meses!

— Escuta, vovô - foi a vez de Oscar falar - Não temos tempo pra isso! Ou você entra no helicóptero pacificamente, ou terei que usar a força!

— Coloque a mão em mim e então verá com quem está mexendo, até seus netos nascerão tortos!

Oscar ergueu a mão para o cientista, mas Yoder o segurou:

— Ok, ok. Se isso irá nos ajudar a sair mais rápido da ilha, então nós vamos carregar os papéis.

— Eu posso ajudar? - Jessy pediu.

— Claro, e por que não? Qualquer ajuda é bem-vinda.

— Alguma novidade a respeito do parque? - Gerry seguiu o cientista.

— E então? Você gosta tanto assim de dinossauros a ponto de colocar sua vida em risco nesse lugar? - Scott questionou à bióloga. Esta terminava de colocar um band-aid em sua testa.

— Hum, na verdade eu dei sorte de poder vir pra cá. Era pra ser um acréscimo e tanto no meu currículo, como atividade extra. Não imaginei que fosse acontecer isso.

— É, ninguém imaginou! - Dr. Sorkin resmungou em voz alta, já cansado dos mesmos comentários.

— E você é sempre chata assim mesmo? - Yoder perguntou a Jessy.

— Não, não. Ás vezes eu sou uma pentelha total.

— Há, há. Acho que é difícil de acreditar.

— Sério. Espere só até demorarmos mais um pouco pra acharmos comida... Vou virar um pequeno demônio.

— Acho que eu tenho alguns dino-burgues aqui.

— Vou correr pra baixo da mesa se vir outro dinossauro.

O trio chegou a um pequeno contêiner nos fundos da área e logo deram de cara com pilhas e mais pilhas de caixas:

— Isso vai dar trabalho... Ah, fala sério! - ele comentou ao ver Oscar parar para fumar.

— Que foi? Só estou dando um tempo...

— Boa ideia, não quero que sintam-se pressionados - o mercenário mais jovem ironizou.

— Pois eu acho que você devia falar logo pra esse velhote o quão é importante sairmos dessa ilha.

— Vai por mim, se nós o intimidarmos, ele vai nos causar problemas.

— E o que vamos fazer? - ele jogou as cinzas pelo chão.

— Simples: encantar ele. Olha, tudo o que eu preciso é descobrir informações sobre esse homem. Algo sobre o passado dele... o que o faz ficar irritado... Tenho certeza de que se eu disser as coisas certas ele vai pensar seriamente em sair da ilha, e esse é o plano principal.

— Ei, eu posso acender um desses? - Jessy perguntou a Oscar, referindo-se ao cigarro. O homem apenas lhe devolveu um olhar mal-humorado e esta desistiu - Tá, tá...

— Então: quem está afim de levar essas caixas para o helicóptero? - Jessy fez que não e Oscar apenas continuou fumando - Hunf, eu também não. Vou ver se convenço o velho.

— Pronto, acho que está bem melhor. - Sarah sorriu.

— Valeu. Valeu mesmo.

— Não foi nada. Apenas tente não abrir isso de novo.

Billy voltou para o meio do grupo e encontrou duplas conversando sem muita disposição para sair. A cena de Scott sorrindo para a bióloga lhe causou certa raiva o que só aumentou sua vontade de ir embora.

— Sinto muito, Dr. Sorkin, mas a InGen quer todos os sobreviventes fora da ilha, sem exceção.

— Por que não pode esperar?

Sarah então passou a cuidar do braço de Nima que, de fato, já tinha uma aparência bem melhor.

— Olha, Dr. Sorkin - Billy continuou - Eu já peguei uma invasora não autorizada, estava armada, quem mais pode estar nessa ilha? A sua vida e da sua assistente podem estar em perigo!

— Eu vou correr esse risco, obrigado.

— Há algo que eu possa dizer para convencê-lo a ir conosco?

— Se tiver você ainda não disse.

— Hunf, ok. Olha, alguém precisa falar com o Conselho sobre como proteger esses dinossauros. Você acredita em direitos dos animais, certo? Será que você não pode fazer isso por eles?

— Você está totalmente certo, sr. Yoder, mas nada disso serve se o Conselho de Diretores--

— Eu sei que eu não deveria dizer isso, mas ouvi dizer que o Conselho irá realizar uma reunião de emergência, sobre, hum... uma nova liderança. Se você estiver lá, poderá servir como testemunha para os eventos que ocorreram aqui. Eles ouviriam você.

— Isso é verdade... - o homem passou a considerar - Odeio dizer isso, Sr. Yoder, mas talvez você tenha razão.

— Você também irá conosco ou preciso te convencer também - ele se dirigiu à Sarah. Esta apenas concordou com a cabeça.

— Ótimo. Ah, soube que havia mais um de vocês.

— Ah sim... David... Eu falei pra ele ficar longe do confinamento de quarentena...

— Eu sinto muito, Dr. Sorkin... - Gerry deu um tapinha no ombro do cientista.

— Obrigado. Mas antes de irmos eu tenho um trabalho no laboratório que deve ser feito primeiro.

— Dr. Harding, talvez você e sua filha possam me ajudar. Estive trabalhando juntamente com Sarah numa cura para a doença genética mais desagradável dos dinossauros.

— Oh, qual?

— É dietético. Tudo a ver com você!

E seguiram para o interior do laboratório.

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Finalizado o trabalho, o grupo voltou a preparar as coisas para o retorno.

— Qual exatamente o nome disso? - Gerry questionou.

— Reversão da Contingência de Lisina.

— Espere! O que?!

— InGen, Henry Wu, adicionou o gene aos dinossauros que os fazem dependentes de suplementos do aminoácido lisina. Sem as doses semanais, todos eles morrerão.

— Você não pode dar isso aos dinossauros. Eles precisam ser contidos. Se algum deles sair da ilha...

— Ok, escute: tenho trabalhado com o programa do comportamento dos Parassauros por meses. Se eu voltar ao continente para lutar por esse lugar, eles estarão todos mortos antes disso, junto com minha pesquisa.

— Parassauros? - Jess questionou.

— Parassaurolophus. Eles são herbívoros, geralmente dóceis.

— Deixe-me dar a vacina a eles, pra ver se funciona.

— De quantos estamos falando?

— Por que você não vem comigo? Veja quanto progresso faremos com eles...

— Podemos ir, pai?

— Bem, vamos então.

Gerry e Jessy seguiram o Dr. Sorkin até uma arena gigantesca onde um grupo de Parassauros descansava curiosos. O cientista sentou-se num banco, já sentindo o peso da idade:

— Sarah, assuma pra mim, por favor.

— Sim, doutor.

O trio subiu as escadas da plataforma, alcançando o mezanino de observação.

— Estou contente por finalmente termos você aqui, dr. Harding, apesar das circunstâncias. Nós estamos fazendo um trabalho muito interessante com os nossos Parassauros: estudos comportamentais e comunicativos.

— Vocês interpretaram as chamadas deles?

— Algumas delas. Usamos para encurralá-los.

— Incrível...! E o que devemos fazer?

— Precisamos trocar a água deles - Sorkin gritou debaixo de onde o trio estava. - Basta prendê-los na outra cela.

— Como vamos saber que não haverá nenhum dinossauro malvado em volta? - Jessy perguntou.

— Acredite em mim, esses portões são de ferro maciço. Não há como nada passar aqui. Além disso, essa garota aqui - e apontou para a dinossauro mais alta - Ela nos avisará se algo estiver por perto. Ela fica nervosa e emite chamados de perigo caso note alguma coisa. Mas está calma.

— Ela está certa, querida - o veterinário sorriu para a filha.

— Gerry, você ativa os alto-falantes e Jessy e eu iremos brincar com eles.

Mais atrás, Oscar terminava de fumar e Yoder mantinha Nima algemada a um canto. Scott estava sentado num dos caixotes observando o trio tratar dos bichos.

— Mal chegamos e tem gente de olho em outra presa... - Billy brincou.

— Tá falando do que? - Oscar ainda não percebera.

— O “Sr. Sou o melhor piloto do mundo” tá de olho na biologazinha.

— Não fale bobagens, Yoder! Viemos resgatá-los.

— E nós iremos! Mas não sei se ela ficará tão segura assim na sua cama...

— Ora, seu! - o piloto se levantou e avançou pra cima do mercenário. Oscar entrou na frente e separou os dois. Nima apenas revirou os olhos para a briga e aproveitou a deixa para escapar.

Mais a frente, Gerry abriu o portão da arena para que os animais trocassem de cela.

— E agora? - Jessy questionou.

— Agora nós falamos com eles. Dr. Harding! Ligue os alto-falantes “Perigo”.

O aparelho emitiu o grito de um Parassauro alertando para o perigo. Os animais da cela ergueram as cabeças procurando o sinal e entraram na outra cela. Apenas um permaneceu parado.

— Uau! Eles entenderam!

— Isso mesmo, Jess.

— Não ouse falar assim novamente, Yoder! - Scott vociferou.

— Por quê? Vai ficar magoado? Sabe, Lang, talvez você esteja perdendo o seu tempo. Talvez a doutorazinha prefira um cara como eu, com mais atitude! E não um chorão sentimental como você!

— Pessoal! - Oscar chamou por eles - Pessoal!!!

— Que foi?!

— Estão ouvindo isso?

O ruído de helicóptero ligando ecoou pelo ar. O trio se entreolhou e correu até o local de aterrissagem.

— É ela! Está fugindo!

— Vamos! Vamos!

Yoder correu e conseguiu saltar para dentro do veículo. Oscar foi logo atrás e se pendurou na barra de pouso. Scott se preparou para saltar, mas olhou para trás e a dúvida o fez perder o momento, acabando por ficar no chão.

— Lang...! - Billy gritou para o rapaz - Traidor! - e se virou para Nima no assento do piloto - Pare esse helicóptero ou eu atiro em você!

— Oh, gênio! Se eu for atingida, você cai e morre junto!

— Vadia! - ele gritou e voltou-se para ajudar Oscar a subir para dentro. - Oscar! Chega aqui! Eu vou te puxar!

Nima olhou pela lateral do painel e obrigou o veículo a chacoalhar, tentando derrubar o mercenário.

— Billy! - o barbudo gritou - Merda, diz pra essa piranha que ela já era!

— Vamos, Oscar! Coloque esses malditos braços gigantes pra trabalhar! Suba de uma vez!

Com dificuldade, o grandalhão subiu na barra e com a ajuda de Billy, entrou no helicóptero.

— Você é bem teimoso---

O barbudo empurrou o amigo para o lado e puxou Nima do assento, atirando-a contra a parede.

— Mas que merda! De novo não! - Billy tornou a sentar no lugar do piloto pra tentar, mais uma vez, controlar o veículo. Atrás, Nima tirava uma faca da perna e se preparava para atacar Oscar. Este desviava dos golpes até tropeçar para trás e bater contra Billy que perdeu o controle e balançou o helicóptero. Nima caiu para trás, mas conseguiu segurar-se a tempo na porta. Ela atirou uma faca em direção ao mercenário que desviou por pouco.

Oscar a puxou para dentro e com uma cabeçada, a mulher voltou a desmaiar.

— Estamos bem? - ele perguntou ao novo piloto.

— Ah... Não muito... Sua amiga nos fez um favor. - e apontou para a faca enterrada no painel de controle.

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— Está tudo certo, Jess? - Sarah perguntou a garota.

— Sim - ela terminava de virar o frasco no riacho dos animais - A lisina já está no almoço nutricionalmente equilibrado dos Dinos. É isso mesmo?

— Sim - Sarah riu - Você é muito inteligente.

Scott voltou para a arena parecendo preocupado. Sorkin lhe questionou:

— O que aconteceu?

— Parece que nossa prisioneira tentou fugir, mas Yoder e Oscar foram atrás dela.

— Jess, venha aqui! - Sarah a chamou - Quero que veja isso!

A garota subiu as escadas para ter a visão dos gigantes herbívoros se alimentando do lago:

— Veja, é assim que eles existiam na natureza.

— Uau! Com toda essa bagunça não foi possível apreciá-los direito.

Um dos dinossauros soltou um estranho urro:

— Calma ae garota - Gerry a acariciou - O que há de errado?

Sarah olhou apreensiva para Sorkin que mesmo do alto, compreendeu sua expressão.

— Oh, não... - a loira murmurou.

— Vamos, vamos! - Sorkin se ergueu. Scott avistou os predadores se aproximando.

— Me diga que esses comem tomates...

— Raptors... - lamentou o cientista.

— Gerry! Suba!

— Pai! Aqui!

O veterinário se afastou no momento em que o predador subia as costas do Parassauro e mordia a nuca do herbívoro.

— Dr. Sorkin, corra para aqueles dutos! - Scott orientou - Vou ajuda-los!

— Tenha cuidado!

— Pode deixar...

Gerry correu para as escadarias da plataforma e conseguiu subir antes que sua perna fosse abocanhada.

— Não saiam daí! - o piloto gritou - Vou chama-los para o outro lado! Quando eles estiverem longe vocês correm até o laboratório!

— Não! - Sarah gritou - É perigoso demais!

— É o único jeito! Aqui! Aqui!

Os animais olharam em direção ao rapaz e seguiram-no. Scott correu para o lado oposto, atraindo-os consigo. Saltou por cima de umas pedras e pulou por dentro da pilha de caixas, agachando-se atrás delas.

Havia Raptors também se aproximando a sua frente e ao lado, os anteriores acabaram desmontando a pilha de caixas com uma cabeçada. Scott correu para uma escadaria de metal e saltou por entre as grades de ferro. Para seu azar, um deles escalou a contenção.

— E lá vamos nós outra vez...

Ele desviou do animal e correu para as escadas de uma torre de observação, fugindo a tempo das presas carnívoras.

— Uau, isso foi incrível! - Jess comentou.

— Sim, foi mesmo. Eu nunca ouvi falar de alguém que conseguiu fugir de Raptors - Sarah contou.

— Como eles foram parar lá? - Gerry questionou.

— Devem ter fugido de alguma forma das armadilhas de quarentena.

— Raptors são inteligentes. Eles irão encontrar um caminho por aí se dermos tempo a eles. - e a garota abraçou o pai.

— Vejam! - a menina apontou para o céu - São eles! - e viram o helicóptero se aproximando.

— Aqui! Estamos aqui embaixo!

— Não! - Scott gritou - Se abaixem!

E o trio se abaixou a tempo de desviar do veículo aéreo que se chocou contra a torre e caiu girando do outro lado da arena e caindo sob uma explosão.

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