Jurassic Park escrita por Cahxx


Capítulo 4
Capítulo 3 - A cavalaria




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O helicóptero seguia pelo céu rosado, a selva verde e densa sob seus pés e alguns Pterodátilos voando poucos metros adiante.

— Ei, Lang! Parece que a tempestade realmente arrasou esse lugar! - comentou o agente Billy Yoder, cerca de 26 anos, cabelo raspado e rosto fino. Era magro demais para um militar e gostava de fazer piadas com os amigos.

— Não se trata da tempestade, estamos aqui para resgatar pessoas - lembrou-lhes o piloto, Scott Lang, 27 anos, cabelos claros curtos e barba por fazer. Em posto, sua personalidade mudava completamente, tornando-se focado apenas na missão.

— Sim, eu ouvi. E então? Quem foi deixado para trás na “Ilha dos Dinossauros”?

— Oscar, você tem a lista para lembrar ao Yoder o que estamos fazendo aqui? Acho que ele dormiu durante a explicação. - o grandalhão pegou a ficha. Era o mais alto entre os três e o mais largo também. Sua barba comprida e escura, quase cobrindo o queixo, lhe aumentava o ar de brutamontes.

— O biogeneticista, Dr. James Sorkin; a bióloga Sarah Jordan, o veterinário Gerry Harding e sua filha, Jessica Harding. E tem também uma mulher não identificada necessitando de cuidados médicos.

— Você mencionou uma filha? - Scott quis saber.

— Sim.

— Acho que ele a levou para “um dia no trabalho dos pais” - Yoder comentou - Ainda bem que viemos resgatá-la.

— Há! “Dinossauros gigantes devoradores de carne” ou “Billy Yoder”! Realmente não sei quem soa mais perigoso. - e Scott acionou o comunicador - Equipe Bravo, aqui é Alpha Dog. Quanto tempo estimado para vocês chegarem ao Centro de Visitantes? Câmbio.

Nós já estamos aqui, onde vocês estão? Este lugar está um caos, não há sinal de sobreviventes. Câmbio.

— Estamos terminando nossa varredura em direção a zona de aterrisagem. Chegada estimada em 10 minutos.

— Ei, ei, Scott! Não tão rápido! Vargas acabou de dizer que não tem ninguém lá. Vamos apreciar a paisagem.

— Sinto muito Yoder, você não comprou o pacote turístico. Temos que ser rápidos.

— É isso, então. Você está demitido, Lang! - brincou o agente - Deixe que eu assumo.

— Você?! Voar?! Há, há, há...! Você não é piloto atoa, meu amigo. Vi sua aula de voo na academia... Você sabe que fiquei de co-piloto por um bom motivo.

— Você é realmente irritante, Lang!

— Escutem - e ele mudou o tom de voz - A InGen quer a gente dentro e os sobreviventes fora. E isso é tudo que devemos fazer.

— É aí que você se engana, Lang... - Billy mudou a expressão para uma de preocupação - Hammond quer um par de sapatos de Dino... Nós temos ordem para derrubar um Triceratops, tirar a pele dele e levar antes de sair daqui.

— Ah, entendi. Estou aqui para jogar dois homens das cavernas lá embaixo. Saquei! - ele pareceu aborrecido.

— Oscar, ele parece um bebê medroso no assento do piloto, não acha?

O grandalhão apenas deu risada e chacoalhou a cabeça:

Alpha! Responda! Eles pegaram a Equipe Bravo! Eles estão no meio do mato! Vários inimigos! Estou voltando pra tentar...— mas a chamada se percebeu.

— Vamos! Vamos! - Oscar tomou sua posição.

Aterrissaram o helicóptero na frente do prédio Centro de Visitantes. O local parecia quieto demais. Oscar e Billy seguiram armados para o prédio enquanto Lang permaneceu no veículo aéreo.

— Mas que diabos... - Oscar soltou o comentário ao dar de cara com o corpo de um dos soldados da Equipe Bravo, sangrando na areia - Scott - Billy chamou pelo piloto - Mantenha o motor ligado. Vamos nos retirar daqui a qualquer momento.

Entendido.

Yoder se aproximou do corpo e analisou as feridas:

— Oscar, encontrei o Garza. Mas não foram os dinossauros que fizeram isso com ele. Parece que foi morto a tiros. - e continuou a analisar a cena ao redor - Caraca, esses sedativos são extremamente fortes. E tem uma pegada GIGANTE na entrada. - caminhou para a lateral do prédio - Tem cápsulas de bala pra todo lado, mas nenhuma marca de ataque de fogo inimigo.

— Estou vendo o helicóptero deles - Scott contou - Parece que caiu quando tentaram decolar.

— Billy... - Oscar chamou pelo parceiro - Estou ouvindo tiros aqui. - o grandalhão apontou a arma para dentro do prédio.

— FIQUE LONGE DE MIM! DROGA! CAI FORA!

— Mas que diabos?! - Billy se escorou do outro lado da porta.

— Vargas... - o grandalhão murmurou.

— Lang! Estamos entrando! Tenha cuidado aí fora!

Caminharam a passos lentos para o interior escuro do salão. Tudo estava em perfeito caos. Uma voz gemia no ar invisível:

— O que aconteceu com vocês? - Oscar questionou.

— A culpa não foi minha! Nós não podíamos vê-los... apenas seus olhos... - a voz de Vargas ressonou. Billy e Oscar se entreolharam.

— Apareça agora, Vargas - o barbudo chamou por ele.

Vultos passavam por entre os dois, suas patas pequenas arranhando o chão e sua garganta urrando gritos agudos:

— Eles estão aqui...! - Billy exclamou.

— Oh, não! De novo não! - Vargas tornou a gritar e o som de tiros retornou.

— Fique atrás, Yoder! - Oscar alertou - Eu cuido dele!

— Ok. Vou ver se há outro caminho atrás.

Billy se retirou com a arma ainda erguida e Oscar permaneceu procurando pelo agente Bravo.

— Pare de dar voltas, Vargas! - o barbudo disse após longos minutos de procura.

— Saia da luz! Eles vão te ver!

Um grupo de dinossauros pequenos passou por uma fresta. Oscar atirou no escuro e não soube dizer se acertara algum. Mais uma vez viu os vultos e fez novos disparos. Ele se agachou num esqueleto caído e tentou atirar contra um deles; o pequeno passou de raspão.

Da direção onde Oscar atirara a última vez saiu Vargas, atirando para todos os lados, em total descontrole. Ele logo se escondeu atrás de uma coluna.

— Apareça. É uma ordem.

— Estamos perdidos que nem cegos em tiroteio! Precisamos encontrar abrigo!

— E o que diabos você acha que tá fazendo?!

Poucos metros além do centro, Billy caminhava pelo escuro, seguindo para a sala de controle. Encontrou-a vazia. Os monitores captavam todas as imagens transmitas pelas câmeras do prédio.

— Oscar, encontrei as câmeras de segurança. Vou tentar encontrar o Vargas por aqui.

— Então me diga logo onde ele está...

Os monitores transmitiam imagens chuviscadas e sem cores. O escuro do salão ainda atrapalhava a pouca visão.

— Não consigo enxerga-lo dessa posição. Faça-o se mover.

— Ok, vou disparar.

Oscar atirou para um dos lados. Billy viu o agente Bravo correr de uma coluna pra outra:

— Atira!!! - ele gritou. Mas Oscar não conseguiu vê-lo.

— Merda, preciso que me diga onde ele está, Yoder!

— Não consigo enxerga-lo, está muito escuro!

O barulho dos dinossauros correndo pelos lados ainda roubava a atenção de Oscar que não sabia em quem atirar primeiro.

— Está nas árvores! - Billy gritou pelo comunicador. No mesmo instante, Vargas arremessou uma granada de luz que cegou Oscar momentaneamente.

— Que droga! Yoder! Estou cego aqui dentro! Consegue ver alguma coisa?!

— Lado direito, atrás da pedra... Agora!

Oscar disparou, mas acabou acertando contra a carcaça do dinossauro.

— Merda! O perdi! Pra onde ele foi?

— Está no meu ponto cego. Faça-o mover-se novamente.

Oscar atirou contra a coluna. Ele conseguiu ver Vargas se mexer e correr para o outro lado. Atirou contra uma das plataformas e esta caiu sobre a perna do agente.

— Uau! Belo tiro!!

— Onde... onde está minha arma...? Estamos sob ataque...! Eles voltarão!

Vargas tirou o pé e ergueu-se mancando, voltando a apontar a arma para Oscar:

— Fique longe de mim!

Oscar não pensou duas vezes: atirou contra o ombro do agente que largou a arma e caiu para trás.

— Arrrgh! Quem é você?! Fique longe... de mim!

— Oscar! - Billy voltou ao salão - Chega! - ele pediu para o amigo abaixar sua arma. Aproximou-se do agente ferido e fitou-o - Putz! Que merda aconteceu com ele?! Ei, ei! Vargas?! Olhe pra mim! O que aconteceu com vocês?!

— Eles estão por toda parte...! Estão nos observando...! Precisamos...

— Oscar, precisamos descobrir o que aconteceu com ele e ajuda-lo.

— Esqueça. Ele está perdido.

— A sala de segurança! Talvez haja algo nas fitas!

Ambos seguiram para os monitores:

— Temos que ir - o barbudo resmungou.

— Não podemos simplesmente sair assim, cara! Se descobrirmos o que aconteceu, talvez possamos ajuda-lo!

Yoder ligou todas as câmeras e procurou pelas datas:

— Bom, a equipe Bravo não pode ter chegado aqui há mais do que... 30 minutos. Vamos ver o que conseguimos...

Voltou a filmagem que mostrava ele e Oscar no centro do salão até congelar na imagem de uma silhueta comprida no meio da tela.

— Aqui! Está vendo? O que é isso...?

— Não sei... Veja isso. - na câmera de Oscar dava para ver três pessoas caminhando para fora do prédio: um homem e uma garotinha, e uma mulher armada logo atrás.

— Ah, devem ser os Harding! Então aquela mulher fugiu com o nosso pagamento.

O ruído de rosnados foi aumentando seguidos de gemidos de dor. Oscar e Yoder se entreolharam e seguiram para o salão de armas erguidas. Chegaram a tempo de ver o corpo de Vargas ser arrastado para um buraco na parede.

— Precisamos sair...

— Lang, aqueça os motores! Estamos saindo!

XxxxXxxxX

Enquanto isso a mulher, Gerry e Jessy caminhavam pela floresta. Pai e filha ainda permaneciam sob a mira do revolver enquanto a mulher mantinha-se atenta a qualquer ruído.

— Por favor, me escute. - Gerry insistia - Seja quem você for, precisa nos levar ao Centro de Visitantes. Você não tem ideia do que te espera aqui!

— Eu sei meu caminho! Apenas preciso que você se livre dessas... criaturas!

— Oh, claro. E como eu deveria fazer isso? As cercas elétricas estão desligadas, os dinossauros estão correndo soltos pela ilha... Nenhum de nós está seguro aqui. Você entende?

Aqui é a Equipe de Resgate Alpha da InGen tentando localizar o Dr. Gerry Harding. - o comunicador no bolso da mulher ainda funcionava. Esta se aborreceu com o aparelho e se afastou da dupla - Certamente o centro de visitantes está comprometido. Se ainda...

— Pai, se tem uma equipe de resgate vindo, então talvez devêssemos deixar uma trilha para eles nos encontrarem ou algo assim.

— Jess, já basta. - e virou-se para a sequestradora - Se queremos ficar fora do caminho dos dinossauros, então preciso saber pra onde estamos indo.

— Norte - ela disse apontando a arma.

— Norte? Para a costa? Por quê?

— Não se preocupe com isso.

Continuaram a caminha e logo a mulher sentiu uma fisgada no braço ferido:

— Você está machucada. Deixe-me ajuda-la.

— Cai fora! - e apontou a arma - Vamos parar aqui por um minuto.

— Se vamos parar, então me deixe fazer uma fogueira. Isso irá manter os dinossauros longe.

— Certo. Fique onde eu possa vê-los.

Não demorou muito para o veterinário esquentar a lenha. Após o fogo começar a crepitar ele encarou a mulher, esperando por ordens:

— Siéntate! - ela apenas disse, parecendo cansada.

— Há algo que eu possa fazer? - Jessy perguntou-lhes.

— Fique por perto. - Nima respondeu. A menina então decidiu olhar ao redor para conhecer o lugar.

— Ei, pai tem ovos num ninho aqui. Tem chances de serem de Dino?

— Ovos? Não. Todos os dinossauros são fêmeas. Deixe-os aí. Devem ser de pássaros.

Jessy observou a mulher colocar o comunicador ao lado e seus lábios crisparam-se tentando bolar qualquer ideia em sua mente audaz.

— O que foi? - a mulher lhe perguntou, aborrecida.

— Não. Nada.

Gerry olhou para a filha e sorriu para mostrar que tudo estava bem. Olhou para a mulher e tentou alguma informação da estranha:

— Olha, antes de continuarmos, eu quero saber por que está aqui e qual seu plano com a gente.

— Tudo ficará bem se você fizer o que eu mandar.

— Bom, geralmente eu trabalho apenas com animais, mas sou bem treinado em primeiros socorros. Posso olhar seu ferimento novamente, se você deixar.

— Eu estou bem.

— Olha, você precisa limpar e enfaixar de novo pra desinfetar. Se nos levar ao Centro de Visitantes posso conseguir uns antibióticos pra você.

— Você está me irritando. Ei, garota!

— Eu?

— Algumas dessas árvores têm frutas que parecem uva-do-monte minúsculas. Traga algumas pra mim.

— Uhm... ok. E é Jessy, a propósito. - ela murmurou.

— O que?

— É Jessy, me nome é Jessy.

— Ok, Jessy. Traga-me as frutas, são medicinais.

A garota procurou pelo perímetro até encontrar algumas bolinhas escuras como jabuticabas:

— São esses?

— Sim, querid... Digo! Anda, garota! Já vai escurecer! Traga logo!

— Aqui está, eh...

— Nima.

— Certo. Nima.

— Obrigada - a mulher esfregou as frutas ao redor do braço.

— Não há de que...

— É uma boa criança - Nima sorriu para Gerry.

— Sim, eu sei.

Ficaram mais alguns minutos em silêncio. Gerry apenas encarava a latina:

— Você tem família?

— Não é da sua conta.

— Desculpa, apenas pensei que talvez você entend...

— Você ama a sua filha, não ama?

— S-sim, claro!

— Você faria qualquer coisa pra ter certeza de que ela cresça em segurança, certo?

— Sim, eu faria.

— Ótimo. Sei que vai fazer exatamente o que eu mandar. E enquanto isso, eu não atiro nela.

— Desculpe, mas pela maneira como você fala com a Jess, posso perceber que tem uma filha, certo?

— Não, eu só... Ora, CALE A BOCA! - e apontou a arma. - Você não sabe nada sobre mim! - Jessy aproveitou a discussão e se aproximou do rádio - Fale mais uma palavra e eu tiro em você!

— Não, tudo bem! Prometo não mencionar mais nada...

Nima mudou a mira de Gerry para Jessy:

— Ah... Eu bebi uns quatro refrigerantes e preciso muito ir ao banheiro...

— Vá, mas seja rápida!

Ela se escondeu atrás de uma arma e mexeu no rádio, tentando sintonizar a chamada. Logo que conseguiu, começou a falar tudo as pressas:

— Olá, alguém pode me ouvir?

— Identifique-se.

— Eu, ah... Aqui é Jessica Harding. Meu pai e eu deveríamos ter sido resgatados, mas tem uma mulher... Ela, acho que está nos levando para o norte...

— Ok. Você pode nos descrever o lugar? Alguma construção, rodovia, pontos turísticos?

— Pontos turísticos...? Uhm... Não... Não... Só esse lixo de floresta o tempo todo! Ah, mas meu pai fez uma fogueira! Você vai conseguir nos ver se...-

— Você pensa que tá fazendo o que?!!! - Nima gritou engatilhando a arma e apontando para Jessy. Gerry correu em direção as duas.

— Ah... apenas ligando para o meu namorado - ela forçou um sorriso.

— Por favor, a culpa é toda minha...

— Eu não quero matar você, mas posso fazer isso a qualquer momento! Entende?! Eu tenho muito a perder! Anda, vamos sair daqui!

XxxxXxxxX

O meu pai fez uma fogueira! Você vai conseguir nos ver se... - a chamada cortou.

— Alô?! Está me ouvindo?! - Oscar tentou manter a comunicação, mas tudo ficou em silêncio. Voltaram a seguir pelo helicóptero: pretendiam avistar os sobreviventes do alto.

— Eram eles? - Scott perguntou - Aqueles eram os Harding?

 - Sim, era a garota - Yoder explicou - Parece que as coisas não estão nada boas por lá.

— A garota disse que estava seguindo para o norte. Vamos fazer a mesma coisa e ver se conseguimos avistar algo.

Oscar avistou um paredão rochoso logo adiante:

— A garota mencionou um penhasco?

— Não, disse estarem indo para o norte. Estão indo para a costa.

— Estou vendo fumaça! - Scott avisou.

— Ela disse algo sobre uma fogueira!

— Então bora pra lá.

Seguiram em direção ao sinal que não parecia muito longe:

— O que é aquilo?! - Yoder questionou apontando para frente.

— Pássaros! - Scott gritou de volta.

— Em direção ao helicóptero?! Por que diabos estão fazendo isso?!

Um dos Pterodátilos se aproximou do veículo:

— Segurem-se! Scott gritou e em seguida sentiram o helicóptero balançar com o choque da ave. Scott acabou batendo a cabeça na lateral e desmaiou. O helicóptero começou a girar e perder altitude:

— Merda!!! Estamos fritos!!!

— Pense, Yoder! Pense! - Oscar tentou acalmar o parceiro.

— Ah, certo... Vou acionar o piloto automático! - e reorganizou todos os pinos de controle do painel. - Consegui. Desculpa ae, amigo, mas vou ter que assumir o controle. - e trocou de lugar com o piloto desacordado. - Ufa, consegui...

— Yoder... o Lang tá nocauteado... E você dirigindo... Merda... Será que você pode pousar esse batedor de ovos?!

Scott gemeu deitado no canto:

— Ah, aterrissagem é pra amadores! Vamos lá garota, fale comigo... - ele foi se aproximando do chão com cautela apesar de sua inexperiência. A hélice bateu contra o paredão de pedra e novamente o helicóptero perdeu o controle. - Vamos! Vamos!

Billy e Oscar bateram contras as laterais do transporte, o barbudo ainda conseguiu segurar Scott para que este não voasse para fora. Com corte, ainda conseguiram parar no chão inteiros.

— Isso que você chama de aterrisagem?! Droga, Billy!

— Onde estamos? - Scott finalmente acordou.

— Em terra firme.

— Oh, cara... A inGen vai ficar furiosa quando receber a fatura disso... - Yoder riu - Eles deviam ter seguros contra Pterodátilos...

— Vamos procura-los pela floresta. Você consegue consertar isso?

— Me dê uma semana - Scott disse.

— Você tem uma hora - Oscar jogou o cigarro no chão e seguiu Billy.

Adentraram a mata densa, escura e alta. O som dos Pterodátilos ainda era audível:

— Essa floresta é diferente - Oscar comentou.

— Diferente em que?! Todas as florestas são iguais! Folhas, bichos e... espere! Ouvi algo!

— Devem ser nossos sobreviventes.

— Talvez, mas estamos muito longe de onde você avistou a fogueira. Seja lá o que for, parece que já se foi. Vamos.

Caminharam por quase quarenta minutos sem encontrar nenhum dinossauro, até finalmente avistarem o lugar:

— Sinto cheiro de fumaça - Oscar avisou.

— Estão bem ali!

— Espere! Pode não ser seguro.

— Eu sei, por isso tenho isso aqui - e Billy chacoalhou a arma.

O mais baixo correu a frente e logo alcançou a clareira:

— Oscar, definitivamente estiveram aqui: é sinal de acampamento. Só precisamos seguir as pegadas. - deu alguns passos pelo local até chegar ao tronco onde Nima estivera sentada pouco tempo atrás - Tem sangue aqui. Parece que isso está ficando cada vez melhor.

Cerca de dois quilômetros atrás, Scott tentava consertar o helicóptero. A bateria já não funcionava mais. Procurava por reservas no tanque quando um estranho ruído o fez olhar para trás.

— Quem está aí?! - ele gritou apontando sua arma. As moitas a frente mexeram-se e ele engatilhou a shotgun, mas apenas um lagarto saiu de dentro do mato. - Merda rapaz, não me atrapalhe.

Uma forte dor de cabeça o obrigou a pressionar a região. Sentiu tonturas e sua visão embaçou.

— Que droga! Isso tudo por causa de uma simples batida?! - e teve que se segurar na lataria do helicóptero para não cair no chão. Aguardou algum tempo recuperar as forças e então voltou a mexer nos circuitos.

— Oscar, tem pegadas diferentes aqui. Acho que são dinossauros. - e começou a andar calmamente com a arma erguida. Um estalo. Ao olhar para seus pés, Billy percebeu que pisara num ninho de ovos - Ops... Acho que sua mãe não vai gostar disso.

Atrás dele, um Dilophosauro abriu a crista e gritou. Billy virou-se a tempo de desviar de um cuspe. O animal saltou pra cima dele e o fez derrubar a arma. O mercenário se arrastou para trás e rolou para o lado, tentado desviar dos ataques.

Levantou-se do chão e desviou do segundo Dilophos. O animal saltou em sua direção e Billy o segurou pela garganta, sendo prensado contra uma árvore. Tentava manter a boca do predador longe de seu pescoço. Caiu para o lado e se esticou para pegar a arma. O bicho mordeu seu tornozelo, mas ele conseguiu soltá-lo com um chute.

Virou-se para o predador e novamente teve que segurá-lo após o animal saltar em cima do agente. Pressionava sua boca para manter as presas unidas, mas a força que tinha que fazer era imensa, quase uma guerra de braço.

— Saia de perto dele, seu imundo! - a voz grave de Oscar ecoou acompanhada de um chute do grandalhão. O bicho gemeu com o golpe e se afastou da dupla, caindo deitado na areia. - Você está bem?

— Oscar! Cara, você salvou minha vida! Pensei que fosse pro saco...

— Eu disse para ter cuidado.

— O que são essas coisas?

— Seja o que for, irei mata-lo... - e o barbudo retirou uma faca da perna.

— Ei, ei, ei! - Billy interviu - Acabou! Eu estou bem! Deixe-o ir...! - o pequeno Dilophus levantou e saiu mancando - Veja... Ninguém precisa se ferir mais. Bom, de qualquer jeito eu olhei em volta e nenhum sinal de pegadas humanas.

— Vamos por ali - Oscar indicou um caminho por entre as árvores.

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